Encarei Oliver com um sorriso terno, estávamos no quarto do hospital e ele encarava maravilhado o rosto do bebê em seus braços, seu próprio sorriso se estendendo em seus lábios. Ele estava encantado, ele falava em voz baixa como não deixaria nada lhe acontecer, sobre as coisas que lhe mostraria e como Thea nunca lhe deixaria em paz, que compraria infinitas roupas e mimaria, como Roy ia ser o tio pateta, e que ele provavelmente teria que vigia-lo bastante para que não fizesse algo idiota. Enquanto ele seguia falando palavras doces, me peguei pensando no que nos levou até aqui.

Depois de temos deixado Slade em uma prisão da ARGUS na ilha, tivemos que encarar a realidade que tudo mudaria consideravelmente, eu não possuía mais o emprego na QC, e Oliver não era mais o CEO mesmo com a morte de Isabel. Thea seguia morando com Walter enquanto resolvíamos como conseguiremos recuperar seus bens, sua casa e empresa de volta. Ela não comentou nada sobre a volta de Malcolm além de confessar para mim que havia atirado nele, isso me fez entender por que ele havia usado uma arma em vez de seu arco quando me salvou, era uma provocação para Thea.

Ela e Roy voltaram a namorar, eles ainda tinham seus desentendimentos, mas se amavam tanto, que isso não passava de apenas uma maneira dos dois se provocarem, Diggle e Lyla estavam tão felizes com a chegada de Sara que estar perto deles sempre tinha aquela áurea de felicidade. E Oliver e eu... Bem não havia como descrever ao certo os últimos meses, ele estava mais leve, sem o peso de Slade, sem a culpa... Seu sorriso vinha tão fácil que às vezes eu ficava deitada ao seu lado apenas observando. Nossa única briga foi quando ele disse que deixaria de ser o arqueiro, eu sabia que era para nossa proteção, mas algo bateu em mim e não achou certo, argumentei com ele, e só quando mais tarde o abracei e voltei a falar com ele em tom calmo ele cedeu. As coisas estavam mais tranquilas agora, tínhamos o apoio do antes agora Capitão Lance e da polícia, Roy havia intensificado seu treinamento e Sara não estava mais deixando Starling City, somos uma equipe forte e bem trabalhada, e comparando aos de antes nossos trabalhos tem sido incrivelmente fácil, chegando a ser motivo de piada entre eles quando voltavam no final da noite.

Minha única tristeza era com relação a Barry. Caitlin havia ligado no dia seguinte ao ataque de Slade, estava nervosa, disse que Barry havia sido atingido por um raio e estava inconsciente, ficamos esperando esperançosos, o momento em que ele finalmente acordaria, mas infelizmente até hoje isso ainda não havia acontecido.

– Há uma pequena ruga bem aqui. – Oliver falando encostando o dedo em minha testa, sorri tentando amenizar e voltei a encarar o pequeno pacote em seus braço esquerdo. – Agora sim. – Ele falou ao notar o sorriso verdadeiro que surgiu. – Esse é o sorriso que eu queria.

– Eu estava pensando em Barry. – Confessei.

– Ele vai ficar bem. – Oliver falou. – Ele não resistiu todos esses meses a toa. – Olhou para baixo voltando a sorrir. – Thea ficou desapontada. – Comentou.

– Por exatos dois segundos. – Acrescentei. - Ela não gosta de perder.

– É. – Concordou. – Mas foi só encara-la que ela se derreteu. – Falou me entregando nossa filha, a implicância de Oliver era tão grande com sua irmã que ele resolveu que não queria saber do sexo do bebê até o nascimento, eu tenho minha certa parcela de implicância que apesar dos olhares azedos que eu recebia de Thea de vez em quando, eu concordei, na verdade a ideia de saber o sexo só no dia me deixou animada. Fizemos o quarto do bebê em tons neutros, e as roupinhas seguindo o mesmo padrão, Thea insistiu que seria um menino e que usaria sua roupinha que havia comprado, quando soube finalmente o sexo horas atrás nos fitou chocada, e então a encarou nos meus braços e sorriu, um sorriso tão genuíno que nos fez esquecer por um momento a aposta, o mais engraçado foi quando Sara chegou que viu que havia ganhado ambas as apostas, ela perguntou se eu e Oliver também daria seu nome a nossa filha, ela provocou bastante Thea que orgulhosa como era tirou da sacola que carregava uma roupinha idêntica a que havia me presentado meses antes, só que na cor rosa, ela piscou e disse que eu me preparasse quando me tornasse oficialmente uma Queen, eu deveria está sempre preparada.

– Ela é linda. – Oliver sussurrou alisando a cabecinha.

– Sim. – Concordei. Então o encarei. – Você poderia ligar a televisão?

– Não. –Negou prontamente. – Vai passar sobre ele novamente, eu não quero ouvir sobre problemas hoje.

– Tem certeza de que não é Malcolm? – Franzi o cenho.

– Tenho. – Assegurou. – Eu já lutei com Malcolm, eu o reconheceria, esse novo cara... É diferente. Seu treinamento não parece ser igual ao de Merlyn, mas tem suas semelhanças, e ele parece ser movido a basicamente ao ódio.

– Soube que e já deram um nome a ele...

– Sim, arqueiro negro. – Suspirou. – Mas não quero falar sobre isso. – Sentou ao lado dos meus pés na cama. – Obrigado. – Murmurou de repente. Ergui minha cabeça encontrando seu olhar, sua voz era suave. – Por me dá algo que eu pensei que nunca teria direito, por iniciar uma família comigo. – Pousou sua mão em meu rosto, a esse ponto algumas lágrimas e felicidade desciam por ele, ele as limpou e murmurou. - Eu te amo.

– Eu também te amo. – Sussurrei de volta. Ele se inclinou e beijou minha testa, fechei meus olhos brevemente e senti uma corrente de ar acompanhada com um leve zumbido, os abri estranhando e Oliver me encarou também confuso, olhou ao redor como que buscando alguma ameaça. Seu olhar se fixou no pequeno urso que estava na poltrona no canto do quarto.

– Isso estava aqui? – Perguntou indo até lá e o pegando.

– Não que eu me lembre. – Franzi o cenho, ele deu de ombros e me entregou o urso. – Estávamos concentrados demais nela para notar. – Brincou. – De quem será?

– Eu não sei. – Sorri. – Talvez de Thea.

– Olha aqui Emma. – Oliver falou em tom baixo mesmo sabendo que ela não entenderia e que estava dormindo. – Olha o que a Thea trouxe. – Balançou o ursinho, após alguns segundo o deixou na cômoda ao lado e me abraçou, e mesmo em seus braços, e com Emma conosco, uma parte da minha mente volta para o símbolo bordado na camisa do ursinho, havia algo de curioso em ser um raio.