Surviving the love. escrita por Vitória F


Capítulo 50
Capítulo 50: Ciclo da vida


Notas iniciais do capítulo

Quem voltou no dia marcado? Yes, bitches, me!
Enfim. Como venho falando, estamos caminhando para reta final, porém, está será a reta final. Os capítulos agora serão grandes, faltam no máximo, três ou quatro capítulos para o final. O que será que vai acontecer? Nem eu sei! Mas espero que gostem, planejei bastante esse capítulo e adoraria saber o que vocês acharam então, não deixe de comentar! Boa leitura.



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POV— MAGGIE.

Minha barriga já estava enorme, falta um mês ou poucas semanas para o nascimento do bebê e eu estava completamente desesperada. Nunca me imaginei ficando enorme, cansada e desocupada como estou agora, proibida de fazer exercícios, pois a qualquer momento o bebê pode nascer.

Lembro-me do dia em que descobri a gravidez. Eu estava tão desesperada que não tive a capacidade de contar para Glenn nem a Beth, o bebê poderia não vingar – e no começo, desejei isso loucamente –, mas aos poucos minha barriga estava aparecendo cada vez mais e eu já não aguentava com a mentira.

Glenn praticamente surtou, disse que não deveríamos ficar com o bebê, que era errado eu continuar com essa criança, mas era nosso filho e entre os dois, eu prefiro meu filho. Acabou que nos acertamos e contamos a grande revelação a todos. A notícia foi uma esperança a mais para todos; uma criança estava vindo, isso gerava uma ponta de esperança em todos nós.

Mas Negan apareceu e ficou cada vez pior desejar que essa criança nasça. Ele está sumido, mas não estamos livres deles. De tempos em tempos ele vem fazer uma surpresa, matar ou refazer sua suposta proposta, mas Rick não a aceita. Agora Negan está cada vez pior, descobriu o laço entre Alexandria e WE e quer as duas destruídas. Uma grande guerra está se formando – uma guerra que realmente já se formou.

Glenn saiu para trabalhar cedo e Beth está dormindo na casa do namorado, em poucos dias ela com certeza vai se mudar para lá. Eu realmente vou sentir sua falta – mesmo que ela vá morar algumas ruas daqui – ela é minha irmã e vê-la crescer me faz sentir falta do tempo de antes.

Queria que meu pai estivesse aqui e pudesse ver o seu neto nascer. Sinto uma enorme falta dele e saber que meu bebê crescerá sem avôs me deixa cabisbaixa e triste, minha família era uma família grande e agora, restam apenas eu e Beth.

Eu estava arrumando algumas coisas no quarto que Beth planejou para o bebê, tínhamos diversas roupinhas de cores neutras, infelizmente não tínhamos maquinas de ultrassom antiga, o sexo só saberíamos no parto. Confesso estar assustada e com medo de não sobreviver para ver meu bebê, mas dou a vida a ele. É uma grande montanha russa para alguém que não está preparada para ser mãe, ou até mesmo ser pai, como Glenn.

— Maggie?! — ouvi uma voz doce e me virei. Mika e Emma estavam na porta, com carinhas de quem acabaram de aprontar.

— Meninas... Vocês aqui! — falei, caminhando até elas para abraçarem.

— Descobrimos que você estava aqui e decidimos passar à tarde com você.

— Estou grávida meninas, pensem nisso quando for aprontar alguma coisa.

— Trouxemos um presente para o bebê. — Mika falou em tom eufórico, mudando o rumo da história. — É um urso! — ela segurava o pedaço de pelúcia em mãos.

— O bebê vai adorar... — agradeço deixando-o junto a outros bichos de pelúcias no quarto.

— Você está ansiosa? Digo; muito ansiosa? O que você acha que vai acontecer? — ela me perguntou.

— Eu não sei, Mika... Acho que só vou saber quando o bebê nascer.

— E ele vai nascer... pela.... pela vagina? — um risinho surgiu entre as duas.

— Infelizmente sim! — respondo imaginando a tortura. — Vocês já viram como era feito um parto normal? Eu não recomendaria que vocês ficassem grávidas.

— Como se faz um parto? — apesar da inteligência, Emma adorava me provocar para tocar em assuntos nojentos.

— Eu acho que vocês já sabem. — respondo. — Não preciso ficar me lembrando todos os dias.

— Estou ansiosa para o nascimento dele. — Mika falou.

— Eu também, apesar do medo, da angustia, quero ver logo o rostinho desse bebê.

As duas continuaram a conversarem. Qualquer esforço para mim era algo cansativo demais, minhas costas estavam doendo e meus pés inchados. Com a horta que tínhamos, eu estava tendo uma ótima gravidez, a única coisa que poderia atrapalhar era algum ataque surpresa de Negan.

A única coisa que eu não sabia era que nome dar a ele ou ela. Eu e Glenn discutíamos sobre alguns nomes, mas nada definitivo. Lembro que meu pai odiaria que algum neto seu tivesse seu nome, ele próprio odeia o nome ‘Hershel’, mas quero muito fazer uma homenagem a ele. Algo que realmente me faça lembra-lo.

De repente, o assunto interessante entre as garotas foram interrompidos por barulhos de bombas e tiros. Negan chegou novamente. Meu coração saltou e no mesmo momento, senti uma pontada de dor horrível na barriga. O bebê adorava me chutar em vários momentos, mas essa não era a melhor hora.

— Emma fique aqui! — eu gritei, vendo que a garota já estava com um pé para fora da casa. — Você pode se machucar lá fora.

— Mas... Estamos sendo atacados. — ela tentou retrucar ou me abalar.

— Estamos sendo atacados e eu não quero que você morra. — afirmei. — Muito menos seu pai e sua mãe, você precisa estar em segurança.

Outra pontada de dor e eu fechei meus olhos. Não era mais chutes fortes do meu bebê e sim, contrações. Fechei os olhos, esperando que a dor passasse, não era o momento para o bebê nascer, faltavam semanas para completar as 36.

Mas a dor era sufocante. Eu já não aguentava mais. Os tiros e bombas foram ficando cada vez mais intensos lá fora, os móveis da casa já estavam mexendo-se sozinhos. Tentei ignorar a dor e pensar em algo para me acalmar e acalmar a criatura dentro de mim, mas era algo impossível. As dores já estavam ficando fortes e gotas de suor já escorriam pelo meu rosto.

— Emma... Eu retiro o quê eu disse... Vá procurar alguém... — falei ofegante.

— Mas...

— O bebê. — eu falei e em segundos, ela já estava com o corpo para fora da casa.

Com a neblina de hoje e a fumaça da bomba tudo estava embaçado. Mika fechou a porta e sentou ao meu lado, tentando me acalmar enquanto a dor ficava cada vez mais forte.

— POV EMMA.

O bebê está chegando! O bebê está chegando!

Eu adoraria ficar contente com essa situação, mas estávamos no meio de uma guerra e Negan estava ficando cada vez pior. Eu estava tomando cuidado enquanto procurava Molly ou minha mãe para Maggie, mas a fumaça e os tiros atrapalhavam bastante. Eu só seguia em frente, pulmões a pleno trabalho, para fazer uma criança viver.

Meu corpo todo vai ao chão assim que tropeço em algo, tenho tempo de olhar para trás e ver um corpo caído sobre o chão. Na cabeça me vem Carl. Ele me falou pela manhã que estaria no portão junto ao pai. Também penso em meu pai, ele era durão, mas poderia ter levado um tiro.

Meu coração pulou em segundos, virei o corpo e as lágrimas rolaram pelas maças do meu rosto.

Patrick tinha um tiro do peito, nesse tiro, jorrava sangue. Ele estava inconsciente, não daria tempo de leva-lo ao centro de emergência – que em boa parte de sua estrutura estava destruída -. Os tiros só aumentavam cada vez mais, sinto algo puxar meus cabelos e então olho para o Patrick. O mesmo Patrick que um dia eu gostei bastante estava com os olhos mortos e querendo me devorar. Fecho os olhos e atiro em sua cabeça.

Seu corpo cai inútil ao chão, dou uma última olhada no rapaz e continuo a correr. As lágrimas secavam com o vento frio que batia contra meu rosto durante a confusão. Vejo alguns caras entrar por algum buraco e começarem a atirar sem piedade alguma. Escondo-me atrás de algumas bancas de jornais inúteis enquanto eles se divertem. O desespero, a agitação e os gritos são grandes.

Dou um grito abafado assim que sinto alguém pegar meu braço. É meu pai. O abraço rápido e me sinto um pouco mais aliviada em vê-lo bem e vivo.

— O que está fazendo aqui fora? Maggie só pode ter uma cabeça oca mesmo. — ele pragueja ainda me segurando.

— O bebê dela, pai... A bolsa estourou. — eu digo e sua expressão muda totalmente.

— Vá procurar alguém... — ele diz colocando uma flecha na boca e correndo para a fumaça feito um louco. — Tome cuidado; menina!

Vejo-o se afastar e fico preocupada. Essa pode ser a última vez em que o vejo, meu coração começa a bater mais acelerado, as cenas passam em câmera lenta diante de mim. Pessoas nossas correndo, pessoas de Negan atirando, pessoas nossas morrendo e de Negan também. Um estrondo me acorda, uma bomba acaba de estourar a alguns metros de mim. Respiro aliviada e aflita e continuo a correr.

Não me lembro bem o que era para fazer até encontrar minha mãe ajudando Molly a escapar do centro de emergências. Sinto-me aliviada e ao mesmo tempo aflita. Minha mãe me abraça assim que meu corpo vai de encontro ao seu, beijo sua bochecha e rapidamente me separo.

— O bebê de Maggie está nascendo! — eu digo apressada e enrolada com as palavras.

— O quê?! Não estava previsto para agora! — Molly retruca com um grito.

— Parece que o susto a fez romper a bolsa. Vamos logo antes que ela dê a luz sem nós. Mika está com ela? — minha mãe pergunta e eu apenas confirmo com a cabeça, correndo junto a elas.

Não demoramos muitos para chegarmos a casa de Maggie sãs e salvas. Assim que entramos, Maggie já estava completamente suada e sua cara transmitia bem a dor que sentia. Por Maggie estar de vestido – recomendação de Molly – foi fácil deixa-la na posição do parto. Ela gritava cada vez que recebia uma contração e essas contrações viam cada vez mais forte.

Minha mãe mandou eu segurar a mão de Maggie enquanto todo o processo acontecia, Mika buscava a água quente e todo o resto. No centro de enfermagem Maggie teria um atendimento muito mais preparado, porém, o parto está sendo inesperado e estamos sobre ataque de um louco.

— POV ALEX.

Eu estava reunida na casa de Rick. O dia estava calmo e poucas coisas aconteceram até agora. O perigo de Negan nos atacar era algo bem perigoso para nós, mas com a aliança que fizemos com Alexandria nossos armamentos ficaram mais fortes e ganhamos mais homens na porta.

Acredito que tudo estava bem, o bebê da Maggie proa isso. Ele está crescendo e em poucas semanas nascerá, nosso milagre ou nossa nova esperança está chegando e em creio que algo vai acontecer.

Judy brincava comigo. Acabei me tornando sua babá pois Beth tornou-se alguém bem produtiva no grupo, cuida das outras crianças e junto a Carol, as ensina a como se defender. Eu ainda tenho medo de tocar em armas ou ficar próximas do tiro, me contento com trabalhos leves como cuidar dessa gracinha. Judy é parecida com Carl, os olhinhos fofos e o jeito birrento de ser; eu não vejo traços do Rick nela, suponho que tenha puxado mais a mãe.

— Alex... Eu não sabia que estava aqui. — me assusto ao ouvir a voz de Rick, que descia as escadas ajeitando suas calças. O momento foi constrangedor para nós dois, desde o ocorrido na cabana com aquele verme, não me sinto confortável na presença de outro homem. — Quer um chá gelado? — ele pergunta segurando a jarra no alto enquanto me encara.

— Ah... c-claro... — respondo.

— Como está sendo cuidar da minha menina? — ele pergunta.

— Ela é tranquila e acabou de pegar no sono. — falo ao ver o rostinho desmaiado sobre meu ombro. Coloco-a em seu pequeno chiqueirinho e a cubro com o cobertor, era uma tarde nublada e um pouco ruim para ela.

— Ela vem andando tão animada de uns tempos para cá... Isso me deixa alegre. — Rick disse. — Ela já está falando e sabe qual foi uma das suas primeiras palavras? Alex.

— Ela falou meu nome. — comemoro discreto. — Ela é mesmo um anjo!

Rick me entrega o copo com o chá gelado e nossas mãos se chocam. Eu o encaro apreensiva e nervosa. Não é de hoje que Rick vem despertando outros tipos de sentimentos, mas ele foi alguém casado e que não convive com uma mulher há muito tempo, eu não posso simplesmente chegar e conquista-lo.

Seus olhos azuis me deixavam mais que confortáveis, faziam-me desejar por ele. Por mais estranho que pareça, Rick parecia estar me deliciando com o olhar.

O copo vai ao chão derramando todo o líquido no tapete de Rick, quando notei por mim, estava devorando os lábios de Rick. Ele me colocou contra a parede, pressionando seu corpo contra o meu. Ele me beija ferozmente, minhas pernas rodaram seu corpo para me manter segura.

Cada toque seu fazia meu corpo ficar em chamas. Eu não sei a que pontos chegamos, estamos parecendo dois adolescentes em plenos hormônios. Em uma maneira inexplicável conseguimos chegar ao quarto. Rick me joga contra a cama, e logo volta a me beijar. Nossas roupas estavam no chão, nossos corpos em chamas, nossas respirações ofegantes.

[...]

— Alguém está batendo na porta! — falo, descendo as escadas enquanto coloco minha blusa.

Rick descia logo atrás de mim ajeitando seu cinto. Eu não conseguia acreditar que acabei de transar com Rick, ainda é uma novidade para mim, pois há algum tempo éramos os pais dos namoradinhos apaixonados. Terminei de ajeitar minha calça e foi checar como estava Judith. Felizmente, ela ainda dormia e não seria minha preocupação.

O clima ficou ainda mais desconfortável depois do que aconteceu lá encima. Eu e Rick queríamos muito falar, mas não encontrávamos palavras. Sempre que decidíamos falar, esperamos um e então, o silêncio dominava o local. Eu estava apreensiva em esconder o que aconteceu, Carl não poderia saber e muito menos Isabelle.

— Rick... Nós temos alguém esperando você no portão. — Jesus revelou, já sabíamos quem era e isso nos preocupava bastante.

Rick e eu nos entreolhamos, peguei Judith no colo e olhei para Rick.

— Eu vou até lá. — ele fala.

—Eu cuido de Judy, pode deixar. — sorrio.

Eu caminhava de um lado para o outro com medo, acabei acordando Judy que não para de chorar. Tentar acalma-la não estava em meus planos, sentia-me bem ouvindo-a chorar, ela estava viva.

Os tiros começaram a acontecer e cada vez ficava mais intenso. Pela janela eu podia ver as movimentações de todos os moradores e rapazes da guarda. Fiquei preocupada com Isabelle, estava a passos de ir procura-la, mas afirmei para Rick que cuidaria de Judy. Isabelle era forte e saberia sair dos seus problemas, com certeza se esconderia e viria correndo me procurar.

Mesmo assim, eu estava nervosa, os tiros estavam ficando cada vez mais forte, novas explosões aconteciam e cada vez mais a cidade em destroços. Judith chorava com todas as bombas que caiam, lágrimas estavam rolando pelo meu rosto até eu ouvir uma pressão de algo bater na porta.

Deixei Judy no chiqueiro e peguei a arma sobre a mesa e caminho até a porta. Fico apreensiva em abri-la, poderia ser Isabelle ou não, mas eu precisava abrir a porta. Respiro fundo, colocando a mão na massa-neta e a abro. O que deveria me deixar aliviada, me faz chorar. Isabelle está transformada como aqueles bichos, o tiro em sua barriga me diz o motivo da infecção.

— Isa... — murmuro entre o choro, me afastando cada vez mais enquanto ela cambaleia para dentro.

Eu não consigo mata-la, mesmo que eu precisasse. Ela era minha garotinha, filha da minha irmã, uma garota que cresceu sofrendo bullying na escola, agora ela está assim, morta e querendo me devorar.

A atenção de Isabelle vai para o choro de Judith. Ela cambaleia até a menina e me deixa apavorada. Fecho meus olhos e ouço o barulho do tiro, seguindo pelo baque no chão. Isabelle, minha Isabelle estava morta no chão. Caminhei até seu corpo, colocando sua cabeça contra meu colo. Minha Isabelle estava morta por uma luta injusta. Ela, uma criança. Morta!


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Notas finais do capítulo

O QUE SERÁ QUE VAI ACONTECER AGORA? NEM EU SEI!!
O que foi isso entre Rick e Alex? Que safados rsrsrs.
Patrick e Isabelle mortos. Sim, uma pena!
Espero que tenham gostado! DEIXE SEU COMENTÁRIO, FAVORITE, ACOMPANHE E MOSTRE AOS AMIGOS!
Big beijo! Até o próximo!



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