Surviving the love. escrita por Vitória F


Capítulo 5
Capítulo 5: 2 pares de olhos azuis.


Notas iniciais do capítulo

Enfim, voltei. A praia foi ate legal, mas eu estava louca para voltar. O carro da minha tia foi roubado, mas graças a Deus foi encontrado. Era para o capítulo estar aqui ontem de madrugada, mas eu estava morta e cai de sono no sofá. O capítulo será a volta da narração de Emma. Boa leitura.



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Pov Emma.

Não foi uma boa ideia implorar para meu avô me deixar ir sozinha no riacho. Eu já tinha voltado da cidade e lá tudo ocorreu bem. Estava cansada e queria muito nadar, mas foi uma péssima ideia. O garoto que está parado à minha frente é lindo. Tem olhos azuis, uma expressão séria e lábios delicadamente perfeitos. Ele era perfeito.

– Não lhe interessa. - Ele finalmente respondeu quebrando o silêncio. - E pelo que se vê eu não estou lhe mordendo, portanto vivo.

– Você está sozinho ?. - Abaixei minha arma. - Eu posso lhe ajudar.

– Não, você não pode. Eu me viro sozinho.

Eu ate iria retrucar, mas ele passou por mim e foi embora. Eu queria saber aonde ele estava, como ele estava, mas nem conhecia ele. Ele era lindo, fez minhas borboletas fazerem uma linda festa no meu estômago. O anjo de olhos azuis sumiu literalmente da minha vista.

Eu também não fiquei no riacho por muito tempo. Começou a escurecer e meu avô ficaria louco. Peguei minhas roupas e mesmo molhadas à vesti. O riacho não era muito longe da minha casa e cheguei lá antes do céu escurecer literalmente. Meu avô estava sentada na sua poltrona e me chamou quando ouviu o barulho da porta.

– Sim. - Respondi me sentando ao lado dele. - O que o senhor quer ?.

– Eu estava pensando... - ele virou seu olhar ate mim. - se você pode enrolar alguns cigarros para seu velho vô ?.

– Claro que posso.

Na verdade aquilo seria uma grande felicidade. Meu avô era do tempo antigo onde ainda se enrolava cigarros. Ele pegou o papel, pegou a substância e entregou em minhas mãos. Enrolar aquilo era divertido e ainda mais quando sentia-se o cheiro. Enquanto meu vô fumaça e contava suas histórias da guerra, meu pensando não saia do par de olhos azuis. A intensidade dele era perfeita, parecia que ali foi visto várias coisas. Ele era lindo. Eu não sabia por que estava pensando tanto nele, mas as vezes um sorriso bobo surgia nos meus lábios e meu avô sorria pensando que era por suas histórias.

– Quer dormi ?. - Ele perguntou depois de um longo tempo. - Está tão cansada.

Eu realmente estava cansada e decidi ir dormi. Ele falou que ficaria na sala ate seu cigarro acabar. Dei um beijo na bochecha dele e subi a escada cambaleando. Deitei antiga cama de minha mãe sem ao menos ter tirado a roupa molhada. Tentei contar alguma coisa aos céus na intenção da minha mãe ouvir, mas o sono me tomou completamente.

Acordei com meu avô literalmente sorrindo. Eu não entendia sua fala ate finalmente acordar. Ele falava sobre meu aniversário, então eu estava fazendo 14 anos. Parei de contar os dias quando a televisão parou de funcionar e só ele para me avisar. Era vinte de abril e fazia um danado Sol.

– Feliz aniversário pequena girassol. - Ele sorria literalmente contente. - Heil Hitler.

Uma história que quase ninguém sabia era que o pai do meu avô era nazista e lutou na guerra. Meu avô seguia seus passos e se tornou um nazista. Minha vó sempre dizia que era tolice já que a guerra, Hitler e tudo havia acabado, mas ele sempre continuava com seu discurso nazista. Para piorar, o aniversário do louco Hitler era justamente no dia do meu.

– Obrigada. - Falei ainda sonolenta e não comemorei o Heil Hitler. - Pensei que não existia mais dias nesse mundo.

– Mas existe. - Ele sorriu. - E hoje é seu dia!. Você pode fazer o que quiser.

A certo tempos atrás eu estaria gritando alturas, mas o que eu iria fazer agora nesse fim de mundo ?. Agradeci meu avô com um abraço e ele foi embora. Tomei meu banho e procurei roupas novas. Eu estava ficando mais velha, mas isso não parecia. Nesse dia eu estaria comendo um belo café da manhã preparado por minha mãe e eu estava vendo ela sorrir, mas não... ela não estava aqui.

– Você pode pedir o que você quiser que seu adorável avô preparada.

Meu avô estava na cozinha com algumas colheres na mão. Era um pedido adorável, mas ele nem sabia fazer um ovo. Decidi que comeria frutas e ele assentiu com a cabeça. Era mentira, eu não comeria frutas nenhuma. Só queria passar no túmulo da minha vó e contar sobre o par de olhos azuis.

–... Ele era lindo. - Eu estava sentada ao lado do túmulo com os pés esticados para frente e o cabelo literalmente bagunçado. - Ele tem olhos azuis iguais aos meus e tem um olhar lindo.

Não obtive resposta, mas sabia que minha vó estava ouvindo.

Depois de um tempo jogando palavras no ar, decidi dar uma volta no mesmo riacho. Quem dera o olhos azuis estive lá novamente, mas um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Ele não estava lá. Olhei por todos os cantos ate sentar no tronco caído e ficar por lá. Fiquei por mais ou menos 1:00 hora. Dormi , acordei, matei um zumbi com uma facada no olho e decidi voltar para casa.

Já passada da tarde e o caminho eu fiz demorar. Consegui pegar frutas e bastante água. A fazenda estava quase sem água. Os meus 14 anos era ridículo, meus peitos não era lá uma grande coisa, eu ainda não havia menstruado e minha mãe não estava comigo. Não havia motivo de felicidade.

Quando cheguei na fazenda vi um carro diferente da caminhonete azul de vovô. Eu encarei o carro enquanto seguia o caminho para chegar em casa. Quem estava com meu avô ? alguns amigos vivos comemorando o aniversário do falecido Hitler ?. Entrei em casa e nada do que pensei estava acontecendo. O garoto estava lá. O par de olhos azuis com outra pessoa. Um homem alto, completamente arrebentado e com olhos azuis. Era dois pares de olhos azuis.

– Ah, Finalmente você chegou. - Meu avô exclamou se dirigindo ate onde eu estava. - Precisamos conversar.

Assenti com a cabeça e não tirei meu olhar do garoto espantado sentado no antigo sofá da minha vó. Eu e vovô ficamos perto da porta para a cozinha. Meu avô estava preocupado e não conseguia ficar com as mãos paradas.

– Eles querem abrigo. - Meu avô cochichava. - Não sei se é uma boa ideia.

– É uma ótima ideia. - Respondi baixo, mas com uma grande animação. - Eles podem nós ajudar e tudo ficará fácil.

Eu não queria que eles ficassem por ajuda e sim pelo par de olhos azuis. Eu iria conhecer ele muito mais e ele dormiria na mesma casa que eu. O meu aniversário agora; não estava saindo tão ruim.

– Você acha mesmo ?. - Meu avô perguntou.

– Sim. Eles podem nós ajudar com enlatados e tudo. O cara parece forte e o garoto pode fazer as mesmas coisas que eu.

Meu avô ficou me olhando pensando na minha resposta e depois de alguns minutos ele assentiu com a cabeça. Era um sim!. Nós voltamos ate eles e sentamos nas poltronas.

– Conversei com minha neta e achamos que vocês devem ficar. - Meu avô sorriu e continuou: - mas não vão pensando que vocês não vão fazer nada. Terão que nós ajudar.

O homem olhou para o garoto e finalmente falou:

– Aceitamos. Só preciso ficar melhor e ajudarei você. Carl. - Então esse era o nome do par de olhos azuis. - Ele pode ajudar vocês. Sabe muito das coisas.

Meu avô e Rick - que depois de alguns minutos pode falar seu nome - continuarem a conversar, mas eu não ouvia nem a metade. Meu olhar não saia de Carl. Ele também me encarava. Alguma coisa crescia na minha barriga e era adorável.

– Emma ? - Ouvi meu avó chamar e pude finalmente sai daquele transe. - Vá com Carl pega as coisas no carro e depois volte para jantar.

Assenti com a cabeça e me levantei. Carl também havia levantado e nos dirigimos ate o carro deles. Eram várias mochilhas e nós fomos pegando aleatoriamente.

A minha estava bastante pesada e meu passo estava lento. Carl ia andando na frente e eu queria muito acompanha-lo. Quando ele tomou minha respiração ofegante, virou e veio ate mim.

– Tome. - Ele ofereceu outra mochila. - Essa está mais leve. Eu levo essa.

– Isso é um tipo de desculpa por você me ver quase nua ?. - Brinquei.

– Não. - Ele riu. - Eu não pediria desculpa. Gostei daquilo.

Senti as maças do meu rosto corarem, mas continuei a caminhar com ele.

– E alias... - ele continuou. - Você tem um corpo lindo.

– Obrigada. - Falei ainda mais envergonhada. - E você... você tem olhos encantadores.

Quando chegamos na sala, Rick e meu avô estavam na cozinha com alguns enlatados ao seu redor. Joguei as mochilhas no chão e fui sentar com eles, Carl fez o mesmo.

– E então Rick ? Aonde ficou esse tempo todo ?. - Meu avô perguntou.

– Consegui dominar uma prisão. -Ele respondeu. - Fiquei lá por mais ou menos um ano e meio, mas a prisão foi atacada e tivemos todos que sair a pressas de lá. -Todos ? haviam mais ?. Eu não fiz nenhuma pergunta e continuei a ouvir ele. - Vários de nós morrerem.

– Trágico. - Meu avô exclamou pensativo. - Ainda bem que você ficou com seu filho. E alias.. - ele dirigiu seu olhar ate Carl. - Percebi que vocês dois entraram rindo, já conseguiram se conhecer ?.

Carl ficou com olhos abertos e não respondeu nada, custou eu tirar aquela vergonha do ar.

– Carl é um garoto bem legal. Nos daremos bem.

Comemos entalados e continuamos a conversar. Passou um longo tempo e todos ficaram cansados. Preparei a cama de Rick e Carl nos quartos de hospede. Quando fui embora, esbarrei com Carl na porta e cassei um lugar bem fundo para esconder minha vergonha.

– Obrigado. - Ele falou calmo. - Obrigado e desculpe pelo jeito que tratei você.

– Teremos um longo tempo de convivência. - Exclamei misteriosa. - E você será desculpado com isso.

Deixei o par de olhos azuis confuso e corri para o meu quarto. Eu não sabia como consegui um sorriso enorme nos meus lábios e deitei na antiga cama de minha mãe. Olhei para a lua cheia através da janela e respirei fundo.

– Ele é literalmente lindo. - Exclamei para mim mesma. - O par de olhos azuis lindo.


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Notas finais do capítulo

Os grimes chegaram. Espero que tenham gostado e por favor comentem. Obrigada ♥ ate.