Surviving the love. escrita por Vitória F


Capítulo 46
Capítulo 46: Taking the weight of the coast


Notas iniciais do capítulo

Olá galerinha, voltei! Queria me desculpar por não ter postado esse capítulo sexta. Aquele dia foi extremamente corrido para mim, ajudei no aniversário do meu primo e viajaria na madrugada para a casa da minha vó na madrugada da própria. Portanto, mil desculpas!
O capítulo é o bônus finalmente, como venho falando, ele é mais sentimental. Obrigada por comentarem no passado, agradeço a nossa nova favorita! Boa leitura.



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POV — DARYL.

Ventava lá fora. Minha pequena estava louca para ir brincar na neve, mas sua mãe não deixava. Ela fazia isso para me confrontar, tudo que Valentine fazia hoje, era para me arrancar do sério. Ela acabou descobrindo sobre umas fraudes minha e do Merle e me obrigou a me afastar disso, mas só ela não percebe que é isso que coloca comida na nossa mesa.

Não estou suporto conviver com Valentine. Não consigo criar uma filha e estar feliz ao mesmo tempo. As duas tomam parte demais da minha vida. Eu não deveria ter aceitado àquela gravidez, não deveria morar com Valentine.

– Emma? - procuro-a pela casa até que a encontro na cozinha. Ela para de desenhar e levanta seu rosto, mostrando seu lindo sorriso.

– O que foi? – ela pergunta.

– Eu vou ao parque encontrar com seu tio. Quer vir comigo?

No mesmo momento, ela salta da cadeira e calça suas botas. Pega seu casaco, pendurado atrás da porta, e veste-o numa agilidade incrível. Grita avisando a mãe que sairá comigo e segura minha mão.

– Vamos?

O parque fica um pouco longe de casa, o que não tenho que reclamar, só o visito quanto tenho que buscar o bêbado do Merle ou quando tenho que esfriar a cabeça. Hoje é mais ou menos as duas coisas. Merle estará lá e preciso esfriar a maldita cabeça.

Se pudesse pensar nas minhas atitudes do passado, não escolheria ter um filho agora, mas basta ver Emma sorrir que mudo de ideia. Preciso ser alguém maduro para ela e mesmo me esforçando, sinto que nunca estou agradando Valentine como ela gostaria.

Emma é uma preocupação ainda maior, precisa de mais atenção, não é criada como realmente deveria. Eu me esforcei para que ela crescesse sem ver os pais brigando, mas ultimamente às coisas que mais fazemos é brigar.

Chego ao parque e sento num banco cinza de cimento de frente ao parque. Minha garotinha está brincando no escorredor entre algumas crianças, estava sorridente correndo e escorrendo entre outras crianças.

– Irmaõzinho... – Merle senta ao meu lado. Ele fede e segura uma garrafa dentro de um saco de pão. Parece um maldito mendigo.

– Por que você está assim? – pergunto.

– A vadia me expulsou de casa. – ele ri, está bêbado. – Mas o assunto não é esse. Onde está nossa garotinha?

– Brincando no parque. Fale logo o que você quer?

– Calma maninho! Não vou pedir dinheiro algum. – ele garante. – O quê você está fazendo aqui?

– Tive outra discussão com Valentine.

– Aquela outra vadia. Eu falei para você larga-la quando vocês começaram àquela relação, mas você não me ouviu. E agora, veja como esta!

– O problema não é esse... – tento falar.

– Claro que é. Ela está dominando você, nenhum Dixon pode se deixar dominar. Você precisa mostrar quem é que manda. Vá embora de casa. Você não precisa cuidar de duas mulheres, pode ter quantas quiser atrás de você.

Me pego encarando Emma e pensando em tudo que Merle falou. Eu não preciso cuidar de duas mulheres, preciso viver sozinho, como todo Dixon é. Mas deixar para trás Emma é como arrancar uma parte de mim. Ela é tudo que tenho.

– Não posso deixar Emma. – retruco.

– Largue de ser um filho da puta, é claro que você pode deixa-la. Ela não estava nos seus planos e apesar de ser uma princesa, ela é muita responsabilidade para você.

– Então o quê eu faço? – pergunto vencido.

– Eu estou partindo amanhã para Carolina do Norte. Bebidas, mulheres e drogas. Existe coisa melhor? – fico em silêncio, pensando nas possibilidades de voltar a ser livre. –Vamos lá maninho, você precisa voltar a ter uma vida!

– Me espere no final da rua, esta noite.

Era uma decisão difícil a tomar, mas eu preciso da minha vida de volta. Valentine tomou-a sem me perdoar, exige de mim coisas que não posso dar e Emma é uma grande preocupação. Eu não posso viver com isso, com toda essa responsabilidade.

Merle vai embora e então, decido ir brincar com Emma. Preciso passar meus últimos momentos com ela, preciso saber que a última coisa que fiz a minha filha foi fazê-la rir. Nós brincamos a tarde inteira, seu riso feliz me fazia desistir de ir embora, mas eu não posso voltar atrás. Nenhum Dixon volta atrás.

– Papai? – Emma me chama. Estávamos indo de volta para casa e ela saboreia um sorvete gigante de chocolate. – Você ainda ama a mamãe?

– Por que a pergunta?

– Porque a sra. Morales falou que você não gosta mais da mamãe e que você vai larga-la. – ela respondeu como se fosse normal. – Mas eu sei que você não largaria a mamãe.

Com essa conclusão dela, nós voltamos para casa. Emma entrou correndo, procurando por Valentine. Perco-a de vista quando ela corre pela cozinha. Jogo meu casaco no sofá e procuro por uma bebida. Vou para o quarto e coloco todas minhas roupas — ou somente as que servem — dentro da mochila.

Pego algumas fotos de Lola com Emma, outras só da minha pequena. Encaro o rosto da pequena sorrindo, segurando um balão rosa numa de suas visitas à fazenda da minha família. Era a pior coisa abandona-la.

– Daryl?! – Lola aparece no nosso quarto, mas não nota nada. – O jantar está pronto.

Nunca imaginei que um jantar fosse tão torturante quanto esse. Até o riso de Lola me daria saudades. O jantar foi ótimo, Lola até me deixou beber um pouco. Depois, nós sentamos no sofá e assistimos um pouco de TV. Emma não ligava para isso, preferia desenhar ou brincar com seu urso, Peter Panda, na cozinha.

Pude ter meu último momento com Lola. Beija-la pela última vez me deixava ainda mais sentido. Elas não sabiam que eu as abandonaria daqui a pouco, estavam felizes comigo. Eu trairia a confiança deles, isso era duro.

– Você esqueceu de cantar a música do Peter Panda. – Emma fala sonolenta, coçando seus olhos, já deitada na cama.

– Verdade! – falo e me levanto. – Se está em depressão, mais baixo do que o chão e sente que você não tem mais chance. Para chegar a trilha, ouça o guru e vai dançar igual ao Peter panda. Pule três vezes como o canguru, dois passinhos pro lado como o caranguejo faz - vou fazendo os movimentos e minha pequena vai sorrindo quase pegando no sono – três passos para frente e um para trás. Agora deite de costas como a tartaruga faz, role como um tronco até ficar bem cansadão, pule rapidinho como se não houvesse chão. Tampe o nariz, pule para a esquerda - respiro esgotado - E essa é a dança. Eu juro que é a dança. A dança do Peter Panda.

Boa noite papai! – Emma deseja, pela última vez.

Desligo a luz e espero-a realmente cair no sono. Sento ao seu lado, acaricio os seus cabelos. Uma lagrima escorre do meu olho. Faltava poucas horas para eu nunca mais vê-la, isso me machucava tanto. Eu deveria protegê-la de todos, inclusive de meninos.

– Você vai ter que ser forte. – falo baixinho para não acorda-la. – Vai ter que ser forte para sempre. Forte como uma Dixon. Honre toda sua família e inclusive sua mãe. Eu... Eu sinto muito por abandona-la, mas eu preciso fazer isso! Eu amo você. Você é tudo na minha vida.

Dou um último beijo nela e desço. A casa já está totalmente apagada, Lola está dormindo. Procuro pela chave da minha moto e pego as últimas bebidas da geladeira.

– Então você realmente vai? – a voz de Lola surge atrás de mim. Me viro para encara-la melhor, ela está segurando uma xícara e perfeitamente séria.

– Eu... Eu não aguento mais. – tento me defender.

– Tudo bem. É o que eu esperava de você. Até me espantei em ver que ficamos juntos por quatros anos. – suas palavras são frias. – Feche a porta antes de ir embora!

Ela se vira e sua curva se perde na escuridão. Tranco a porta como ela mandou e encontro Merle no final da rua. Ele está um pouco mais arrumado do nosso encontro, mas não larga sua bebida.

– Pensei que você não vinha! – ele fala de braços abertos. – Vamos! Carolina do norte nos espera! – encaro pela última vez nossa casa e meu passado.


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Notas finais do capítulo

Está rolando uma votação para saber quem é um bom escritor de one-shot do tema twd. Bom, votem em mim - sim, estou me divulgando - e todos vocês serão bem felizes.Eu prometo - estou falando de um capítulo surpresa hein! O site está aqui embaixo! Obrigada!
http://desafiothewalkingdead.blogspot.com.br/

Esse gif da Emma no final *-*
E aí, gostaram? Espero que sim! Será que Emma perdoará Daryl rápido ou não? Aguardo o comentário de todos. Até o próximo!