Surviving the love. escrita por Vitória F
Notas iniciais do capítulo
Olá e me desculpem pela demora. Eu estive aprontando no sábado com meu irmão e acabamos ficando sem monitor. Minha mãe nos deixou de castigo, mas a casa já está arrumada e tudo, eu realmente esperava que ela pensa-se em nós, mas nada. Felizmente eu e meu irmão nos odiamos nas horas vagas, encontramos o ''esconderijo'' do monitor e pegamos da minha mãe. Agora o monitor está em nossas mãos, mas ela não sabe.
Enfim, sobre o capítulo é o primeiro da nova fase da fic. Espero que agora tenham muito mais comentários e muito mais leitores. O grupo de Rick chegará, podem ter certeza. Obrigada aos comentários e boa leitura.
Depois de um tempo consegui parar de chorar. Perdi uma parte importante de toda minha vida e não sabia como reagir. Me vendo assim, Daryl com certeza ficaria bravo. Rick ia dirigindo atento e Carl ia ao meu lado. Minha cabeça estava deitada sobre o ombro duro de Carl e nossas mãos entrelaçadas - estavam assim desde que entramos no carro.
O tempo lá fora era igual ao tempo dentro de mim: escuro e nebuloso. O vidro do carro estava embaçado, coloquei minha mão sobre o vidro e fiz uma carinha feliz. Carl olhou nos meus olhos e ficamos quietos. Era como se estivéssemos falando pelo olhar e meu Deus, como os olhos dele são bonitos. Ficamos no máximo dois minutos nos encarando ate que Carl beijou minha testa, foi um beijo carinhoso.
– Tudo ficará bem, eu prometo. - Ele murmurou baixo e voltou a observar as árvores altas através do vidro.
Queria que ele me promete-se, mas só ouvir a voz acolhedora dele foi confortável. Acabei adormecendo de cansaço. A viagem seria bastante longa ate encontramos algum lugar para ficarmos e Rick parecia fora de si, nem eu nem Carl queríamos estragar alguma coisa que já estava estragada. No meus sonhos tinha sempre Daryl e minha mãe, sempre sorrindo e sempre longe de mim.
Acordei com um carro parando rápido demais ate pensei que fosse zumbis, mas depois de coçar os olhos e ver através da janela percebi que era apenas uma casa branca e pequena, no máximo três quartos e sem varanda.
– O que é isso ?. - Perguntei baixinho no ouvido de Carl que olhou para trás e sorriu.
– Nossa ''nova'' casa. - Ele respondeu.
– Era a casa de antigos conhecidos meus. - Rick começava a relembrar do passado.
Tinha árvores grandes envolta da casa e as janelas estavam completamente fechadas. Realmente parecia segura quando entramos. Peguei o rifle no porta malas e entrei logo após de Carl.
Rick ia nos protegendo então ia na frente, eu era a última pois Carl não deixava de nenhum jeito eu passar na frente dele. Não fiquei revoltada nem nada, achei até bom. Ver Carl me protegendo foi confortável para o meu coração.
Rick dividiu assim: Eu iria ate lá encima, Carl iria checar os fundos e Rick ficaria de ver a redondeza. O corredor no andar de cima estava livre assim como os quartos. Eram apenas três, um era de casal e tinha uma cômoda com várias fotos da família. O pai usava sempre terno e a mãe era uma loira literalmente linda. Tinha dois filhos homens um pouco mais velhos que eu e Carl. Os outros dois quartos eram dos filhos e eram idênticos mudavam apenas os lugares dos móveis.
Nas fotos a família estava feliz, era uma família feliz. Naquele momento queria que tudo voltasse ao normal, mas era como um pedido não correspondido. Eu queria ter uma família feliz e sorrir feito os garotos da foto, mas não podia. Como eu não gostava daquilo.
– Está tudo limpo lá encima. Temos três quartos livres. - Terminei de descer as escadas e parei ao lado de Carl.
– Ótimo. - Rick parecia nervoso. - Vamos tirar as malas do carro.
Eu estava tão cansada, porém, não reclamei. Eu estava sozinha com os Grimes e eles estavam sendo gentis comigo durante esse curto tempo. Quando peguei a mochilha das armas, senti uma mão pousar no meu ombro, olhei para trás e vi Rick sorrir.
– Emma, você sabe que cuidarei de você como se fosse minha filha, não sabe ?.
– Certo. - Respondi docemente. - Obrigada Rick.
Abracei Rick. Ele estava sendo cuidadoso agora. O abraço foi rápido e logo entramos na sala escura novamente. Rick fechou a porta e eu fui procurar Carl. Minha mochilha de furtos estava um pouco afastada de mim, mas eu sabia que logo à pegaria antes, preferia ficar um pouco com Carl.
Ele estava no quarto do menino mais bagunçado e talvez o mais velho da foto. Mexia na sua mochilha e sorriu quando me viu entrar.
– Eu queria esse quarto. - Comecei a pular sentada na cama para ver como era o conforto da cama.
– Se você quiser pode ficar com esse quarto. Eu não ligo.
– Não precisa. Eu gostei mesmo foi do outro quarto, é menos bagunçado.
Carl deixou sua mochilha no chão e sentou ao meu lado. Eu ate tentei sorrir, mas John sempre vinha na minha cabeça fazendo-me apenas dar um sorriso torto.
– Você está bem ?. - Carl perguntava preocupado.
– Não, mas irei ficar. - Eu precisava ficar bem para mostrar minha capacidade a Rick e Carl. Não poderia sofrer feito uma garotinha, eu precisava ser forte, forte o bastante.
– Você está cansada. Vá dormi, eu levarei alguns enlatados para você.
– Negativo. Eu vou ir comer com vocês e depois irei me deitar.
Carl riu da minha cara de bravo e descemos. Rick já estava sentado na mesa quadrada pequena com apenas quatro cadeiras comendo seus enlatados. Sentei ao lado de Rick e puxei um enlatados com ervas. Os olhos de Rick permaneciam baixos, ele encarava os enlatados enquanto eu e Carl trocávamos alguns olhares.
– Amanhã teremos que ir nas casas vizinhas procurar água. - Rick falava cabisbaixo. - Você irá Emma ?.
– Sim. Eu preciso, quando saímos da fazenda esqueci minhas roupas e estou apenas com esta roupa.
– Eu posso lhe emprestar uma camiseta. - Carl propôs.
– Claro que não. - Recusei envergonhada. O que Rick pensaria se eu aceita-se ?.
– É claro que precisa. - Rick pensaria que seria uma coisa super natural. - Carl dará uma camiseta para você dormir e depois você irá procurar roupas para você.
Não respondi nada, abaixei minha cabeça e continuei comendo o enlatado com ervas. Minhas bochechas ficaram rosadas em algum momento, mas logo isso passou. Aquele momento foi o único que tirou meu avô da minha cabeça. Eu sempre via a imagem dele morto da minha cabeça e voltando como um zumbi, era horrível.
Depois do rápido jantar, sentamos na sala e conversamos um pouco. Foi difícil me concentrar naquela conversa sem pensar no que acabava de acontecer. Rick e Carl estavam mais acostumados com as perdas e pareciam um pouco melhores, mas eu não conseguia tirar nada da minha cabeça. Deixei os dois sozinhos e fui tomar meu banho.
O banheiro era pequeno e delicado. Não demorei muito no banho, estava ate cansada para demorar tanto. A roupa que Carl me entregou tinha o cheiro dele; não era bom, nem péssimo; era o cheiro dele. Quando abri a porta dei de cara com Carl rindo.
– Serviu bem em você. - Ele provocou.
– Como você é idiota. - Falei entediada.
O meu quarto era o último do corredor. A cama estava arrumada e havia alguns objetos jogados no chão. Antes de tentar dormi, vasculhei cada lugar do quarto ate encontrar um diário. The diary of a Nazi boy (O diário de um menino nazista). Senti a capa dura e observei as letras escritas a mão na capa.
Sentei na cama e abri na página 34. Tentei ler ate o final, mas as lagrimas não deixavam. Era como estar conversando com meu avô sobre suas histórias chatas sobre o nazismo. Deixei o livro no chão e tentei parar de chorar. Apertei minhas mãos ainda mais no cobertor marrom, mas nada me fazia parar de chorar.
A porta do meu quarto abre e Carl aparece no meio do escuro. Quis secar minhas lagrimas, mas isso só fez que cai-sem ainda mais. Ele parou a minha frente e com a luz da lua pode ver seu rosto sonolento.
– Desculpe-me. - Falei entre os soluços. - Vou enfiar minha cara no travesseiro. - Respirei fundo e continuei: - mas vou avisar que isto fede pra caramba.
– Posso dormi com você hoje ?. - Carl perguntou me deixando espantada. - Só por hoje.
Dei de ombros e abri um espaço para ele. Carl deitou e ficou me intimando com aqueles olhos azuis intensos. Ele sorriu e me fez sorrir também. Estávamos parados um de frente para o outro. Não falei nada, nem Carl. A única coisa que ele fez foi dar um beijo na ponta do meu nariz e me conforta naquela noite.
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Aos mentes maliciosa não aconteceu nada. Comentários e até o próximo. Não darei garantia de dia afinal estou de castigo, mas acho que sexta estará aqui. Acho... ate o próximo.