Surviving the love. escrita por Vitória F


Capítulo 9
Capítulo 9: Mochila de furtos.


Notas iniciais do capítulo

Olá amores. Era para este capítulo ser postado amanhã, mas fiquei morrendo de vontade de postar. Este é o último capítulo da primeira fase da nossa fic. Obrigada pelos comentários - foi apenas dois, mas obrigada - e boa leitura.



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Eu nunca dormi tão feliz quanto dormi na noite em que beijei Carl. As sensações foram variadas. Como em toda manhã fiz o café e voltei para o meu quarto. Passei o dia todo no meu quarto arrumando algumas coisas, consegui ate arrumar minha mochila de furtos - a mochilha que eu usava sempre nas vezes que ia à algum lugar com Carl.

Ouvi alguém bater na minha porta e mandei entrar. Era Carl. Carl com uma outra mochilha e um sorriso compreendido no rosto. Era o sorriso das nossas pequenas aventuras. Nos lugares em que íamos ele sempre pegava as armas e balas do lugar e eu, eu sempre pegava alguma coisa que me interessa-se.

– Aonde é ?. - Perguntei levantando do chão.

– No congestionamento de carros. - Ele respondeu. - Prometo que não vamos demorar.

Peguei minha mochilha de furtos - da qual estava minha câmera, o livro e o machado. - e fui com Carl ate a porta. Passamos por Rick e meu avô que não falaram nada, apenas nos observaram ate nos entramos na floresta.

Realmente não ficava longe. Ficava meia hora da fazenda e isso não faria com que eu mata-se Carl. Era uma fileira enorme de carros parados ou esquecidos. Tinha vários objetos jogados no chão e o velho cheiro de morte no ar. Acho que com o passar deste dois anos, consegui me acostumar com esse cheiro e no fundo, ate o acho legal. Observei os dois lado da estrada e suspirei alto.

– Um bom lugar, certo ?. - Carl perguntou sorrindo.

– Um ótimo lugar. - Respondi.

Eu e Carl nos separamos. Segui meu caminhamo observando as janelas dos carro à espera de alguma coisa que me interessa-se, mas o que eu via era alguns carros com pessoas em decomposição e muito sangue. A morte gosta de desse tipo de coisa. Eu já estava entediada de ficar vendo carros e nada interessante ate achar um carro sem alarme. Tinha uma gaita lá dentro.

Daryl Dixon gostava de gaita. Um dia minha mãe me contou sobre Daryl e sua gaita. A primeira vez em que os dois se beijaram, Daryl tocou gaita para minha mãe o resto da tarde toda. Eu acho que ela ficaria feliz em saber que eu também beijei alguém e que fiquei feliz o resto da tarde toda. Ataquei uma pedra grande na janela e peguei a gaita. Eu precisava dela. Era uma das lembranças do caipira.

Depois que peguei a gaita fui procurar Carl. Como sempre ele voltava com algumas armas e bala e comendo alguma fruta. Levantei à gaita na mão e fiquei balançando ela para mostrar à Carl.

– Uma gaita ?. - Ele perguntou surpreso.

– É uma gaita. Uma gaita preta. - Respondi.

– Por que você sempre pega apenas uma coisa ?.

– Para ter motivos de voltar no lugar.

Era o meu tio Merle que falava isso. Depois da terceira prisão que ele teve ele finalmente foi visitar eu e minha mãe. Eu tinha uns 9 anos quando ele falou sobre o motivo da sua prisão. Só tio Merle era quem nos visitava, Daryl literalmente sumiu.

Carl pegou na minha mão e sorriu. Começamos a andar bem devagar já que o Sol estava quente. Eu não sei por que Carl pegou na minha mão, mas eu estava gostando. Chegamos na fazenda e meu avô continuava a fumar. Eu estava ficando irritada com aquilo. Foi hoje no café da manhã, no almoço, ontem na janta. Eu sei que era a falta da minha vó, mas ele precisava ficar por mim.

Deixei a minha mochila de furtos com seu novo brinquedo no meu quarto. Tomei um banho e coloquei a camiseta do Beatles. Novamente meu avô estava fumando outro cigarro. Eu havia parado de enrolar os adoráveis cigarros dele e os que ele estava fazendo estavam ficando horrível.

– Vô, tem como o senhor larga esse cigarro e comer ?. - Perguntei brava.

– Tem como parar de se importar comigo ?. - Ele retrucou.

O barulho de talhares batendo nos pratos encerraram. Rick e Carl se entreolharam e Carl olhou para mim. Foi como um pedido de não responda nada, mas eu respondi.

– Então continue com essa porcaria. - Gritei. - E acabe com a porra da sua vida. Ninguém se importa mesmo.

Deixei meu avô na cozinha junto com Rick e Carl. No momento em que gritei com meu avô queria pedir desculpa na mesma hora, mas isso era errado. Ele precisava entender que precisava manter-se vivo e não acabar com a droga da vida dele.

Fiquei sentada no último degrau do quintal dos fundo observando a noite escura. Ouvi a porta abrir e depois Carl sentou ao meu lado, não falou absolutamente nada apenas segurou minha mão e sorriu.

– Por favor, não fale nada. - Pedi.

Ele continuou em silêncio. Fiquei mexendo com os pés as folhas mortas das árvores. Minha cabeça e meu olhar estavam encarando o chão, eu não conseguia nem ao menos olhar para os olhos perfeitos de Carl.

Ficamos lá ate ouvir a porta atrás de nos se abrir com rapidez. Olhamos para trás e vimos Rick ofegante.

– walkers. - Ele exclamou. - São muitos.

Eu e Carl seguimos Rick ate a varando onde meu avô já estava atirando. Eram vários walkers. Peguei uma das armas que Carl trouxe e comecei a atirar. Eu ia andando ao lado de Rick e Carl e meu avô iam atrás.

– São muitos. - Gritei. - Nunca iremos conseguir.

– Emma e Carl vão pegar as mochilhas e armas. Agora. - Meu avô gritou e obedecemos.

Entramos em casa. Falei para Carl colocar alguns enlatados nas mochilas enquanto eu ia no meu quarto. Eu precisava pegar minha mochilha de furtos, era quase uma necessidade. Coloquei a foto de meu avô e minha vó lá dentro e desci. Carl estava com algumas mochilas na mão e às entregou a mim.

Quando voltamos para fora, vi Rick chorar. Joguei as mochilhas no banco do carro e fui perguntar o motivo do choro. Nem precisei de resposta, a resposta estava bem à minha frente. Alguns zumbis devorando meu avô. Lagrimas começaram a rolar pelo meu rosto.

– Larguem meu avô. - Eu exclamava baixinho como se aqueles idiotas fossem ouvir. - Larguem, por favor.

– Vamos Emma, precisamos ir. - Ouvi a voz de Rick.

E agora como seria isso ? Eu precisava deixar meu avô. Eu não entendia como ele foi morrer e também não sabia se queria entender. A única coisa que eu fiz foi entrar no carro e receber um abraço de Carl, foi um abraço confortante para aquele momento.

Pelo vidro do carro consegui ver os malditos walkers comerem a carne do meu avô e outros tentarem seguir o carro. As lagrimas eram muitas e já estavam encharcando o ombro de Carl.

Sabe, Deus também deve ter uma mochila de furtos; igualzinha à minha. Talvez as coisas que Ele roube são pessoas, são almas e pessoas, enquanto eu roubo os objetos mais especiais destas pessoas. Talvez seja um robe como o meu. Talvez Ele seja um Homem que ande por ai com uma mochila de furtos nas costas observando as pessoas e as escolhendo, assim como eu faço com os objetos.


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Notas finais do capítulo

Enfim, acabamos a primeira etapa na fic.
Trocarei a sinopse no sábado onde colocarei o novo capítulo.
Espero que tenham gostado, Comentem e até logo.



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