Lost In Paradise

08 He.

Estava estressado, porra, e como estava estressado e frustrado.

Era idiota, um tremendo e completo idiota; mas - caramba - ele não pode evitar o que fizera, e não conseguia reunir coragem - no caso, pisar no seu orgulho e ego imensos - para ir pedir desculpas a Adel.

Fora ignorante com ela, negara a aproximação e o toque da mesma; mas claro que isso fora apenas para não machucá-la de forma severa e incorrigível, nem para fazê-la temê-lo. Só deus sabe o quão temeroso Hibari ficava sempre que cogitava a vaga idéia de a Suzuki lhe querer longe.

Mas durante todo o tempo em que temeu que Ela se afastasse de si, fora ele quem a afastara de forma tão idiota quanto podia por em palavras. Mas o pior de tudo era culpar-se por isso e saber que - mesmo que tentasse ao máximo - não conseguiria voltar atrás e pedir perdão, um perdão que ele talvez merecesse.

E tudo isso o que estava a acontecer em uma quase existente vida romântica apenas o estressava e preocupava ainda mais.

Sem hesitação Hibari socou a mesa de seu escritório não tardando em jogar tudo o que havia sobre esta no chão. Não estava muito longe de atingir o ápice de sua angustia e fúria.

Infelizmente para Kyoya - cuja relação era restrita apenas a si e Adel - seus pais acreditavam seriamente que ele já tinha idade suficiente para casar e, nada mais nem mesmo, que um casamento arranjado estava sendo posto em mesa.

Claro que o poderoso Guardião da Nuvem negou com todo o seu ego e poder tal escolha estúpida de pessoas que se quer ligavam para si quando era menor. Era obvio que os pais do rapaz não aceitariam um não como resposta, e assim o campo de guerra havia sido armado na família Hibari.

De um lado a gloriosa Hibari Mayumi que apenas desejava o melhor para seu amado filho. Junto a esta o imponente Hibari Josef que pouco ligava para as ações do filho desde que o mesmo lhe obedecesse à risca e fim.

Com Hibari Kyoya apenas seu ego, sua força de vontade e sua influencia onde quer que vá; o apoiavam. Era praticamente uma luta equilibrada.

E ao meio de tudo havia Adelheid Suzuki.

Kyoya a queria consigo, ao seu lado contra seus pais; mas recusava-se veementemente a pedir ajuda à morena. Já os pais do rapaz se quer sabiam da existência da bela rainha da geleira.

Trincou os dentes sentindo-se ainda mais frustrado e necessitado.

Apenas o pensamento de Adel lhe passava calafrios por todo o corpo. Há tempos estava a precisar dela. Desejava o corpo dela. O calor gélido de cada toque milimetricamente calculado. Ansiava por ouvir seus gemidos e suas palavras cortantes. Queria e precisava dela. Das unhas que se afundavam em sua pele sempre que seus corpos trabalhavam juntos numa sincronia perfeita.

O calor abordava seu corpo jovem sempre que recordava-se de quantas vezes desestressaram juntos. Os hormônios acordavam, e nessas horas o Kyoya quase perdia as estribeiras e chutava seu maldito orgulho pela janela antes de correr em busca de sua preciosa rainha de gelo.

Respirou fundo. Precisava tomar alguma iniciativa senão seria tarde demais para tê-la de volta. Para ter o perdão dela.

Ele, Hibari Kyoya, não queria perdê-la.

Ele, simplesmente, não podia perdê-la.