P.O.V Rose Weasley

Scorpius me prensou contra a porta enquanto me beijava. Estávamos intensos, vulneráveis, nos beijávamos com ferocidade, como se nossas vidas dependessem disso.

Em algum momento no meio de tantos beijos nós fomos para na cama. Enrolados, enrascados, dominados pelos próprios instintos. A mão dele subiu por dentro da minha blusa, me enviando fortes arrepios pelo. Ele deve ter percebido, porque seu um sorriso maroto entre os beijos. Antes que eu pudesse mesmo pensar, a minha blusa não estava mais lá, e sim, atirada em algum canto do lugar. Ainda nos beijando, Scorpius ficou delineando minhas curvas, ao ponto em que eu decidi que estava ficando injusto.

Sem ao menos esperar, eu arranquei (literalmente) a camisa dele e explorei com a mão os seus músculos delineados e bem feitos. Em algum momento, eu desabotoei minha calça, mas deixei o trabalho de tira-la para Scorpius. Ele parou os beijos por somente um instante, enquanto deslizava a minha calça e aproveitava para acariciar desde as minhas coxas até chegar ao meu pé. E ele subiu de novo, depositando beijinhos pela lateral da minha perna, passando pelo meu quadril, subindo o meu pescoço, até focar na minha boca.

– Você está usando lingerie da girafinha? – ele indagou, erguendo uma sobrancelha.

Eu corei com o comentário. Tinha esquecido completamente que eu tinha colocado esse conjunto.

– Você queria o que? Que eu usasse um fio dental? – perguntei zombeteira.

– Hmm... –ele fez uma cara de sonhador. – Ia ser tão bom...

E com isso retornamos aos beijos. Não lembro quando, nem como, eu acabei tirando as calças dele também. Tocávamo-nos intensamente, do mesmo modo como nos beijamos. A mão dele estava quase soltando a alça do meu sutiã, mas nesse instante eu parei. Não por estar incomodada com nada.

– O que ouve? – ele perguntou confuso.

– Só um segundo.

Eu me levantei e chequei se a cortina da cabine estava totalmente fechada e confirmei que sim. Antes disso, eu vi um vislumbre de uma cabeleira ruiva ir embora. Dei e ombros e voltei para cama.

– Só fui checar se alguém estava olhando.

E retomamos tudo.

P.O.V Scorpius Malfoy

Acordei com um sol forte e escaldante invadindo a janela da cabine. Já ia me espreguiçar, mas notei a figura de Rose enrolada nos meus braços. Sorri relembrando da noite anterior. Rose e eu... Tinha sido tão... Perfeito. Eu sei, pareço um bobo falando assim. Mas as pessoas apaixonadas ficam bobas não é mesmo?

Acariciei levemente seus cabelos ruivos enquanto relembrava cada detalhe. E então eu parei em um pequeno detalhe que tínhamos esquecido completamente: não havíamos usado proteção. Aquilo ficou pairando na minha cabeça. Eu só esperava que nada acontecesse. Decidi que não ia contar para ela.

– Bom dia. – ela falou e eu levei um susto, porque não sabia que ela já tinha acordado.

– Bom dia. – eu falei, beijando o topo da cabeça dela.

– Dormiu bem?

– Com você aqui? Melhor impossível.

Ela sorriu.

– Eu te amo.

– Eu te amo.

– O.K.

– Convencida.

– Aprendi com o melhor.

Ela deu uma piscadela e eu gargalhei. Rose me calou com um beijo.

Logo estávamos de roupa trocada e conversávamos sobre qualquer coisa. O sol parecia mais forte hoje e eu me perguntei se era mesmo, ou se era somente a minha felicidade pregando peças.

– Scorps?

– Hum.

– E se nunca conseguirmos sair daqui?

– Você já me fez essa pergunta antes.

– Eu sei. Acontece que muita coisa mudou do dia em que eu fiz essa pergunta pra cá.

– Hum. Eu não mudei.

– Bem, eu mudei. Eu só gostava de você, não amava ainda.

– Me pergunto como ficamos tão próximos em somente alguns dias.

– Vai ver que sempre fomos próximos, só que nunca percebemos.

– É bem provável. O Alvo vivia dizendo isso.

– A Lily também. Será que quando eles estavam em casa, eles conversavam escondidos sobre isso?

– Não. O Alvo não é dessas coisas.

– Bem, a Lily com certeza é dessas coisas.

– Falando nela, ela está bem ali na porta.

E era verdade. A caçula dos Potter estava parada do outro lado da porta. Ela sorriu para Rose e fez um sinal para que ela se aproximasse.

– Oi Lily. – a Rose falou, parando de frente para prima.

– Oi Rose. Oi Scorpius. – Lily falou com entusiasmo. – Tenho uma novidade para vocês.

– O que? – perguntamos na mesma hora.

– Vou tirar vocês dai! – ela exclamou feliz.

Eu não conseguia identificar a expressão da Rose. Era uma mistura de confusão, com felicidade, com mais confusão e alivio. Na verdade, ela estava realmente confusa. Exatamente como eu. Estávamos confusos, porque não sabíamos mais se queríamos sair dali.

Porém, Lily Luna Potter não esperou que respondêssemos e não parecia notar as nossas expressões confusas. Ela tirou a varinha do bolso e com um feitiço simples, destrancou a porta. A fechadura fez um CLICK e ele pareceu soar infinitamente. A mão de Rose foi para a maçaneta, mas ela parecia incerta se abria ou não. No final das contas ela abriu, deslizando a porta.

Por um momento ela pareceu extremamente confusa. Depois ela saiu da cabine de uma vez e eu fiz o mesmo. Era estranho estar dentro do trem. Mesmo na cabine, não me sentia dentro do trem realmente. E então a Rose começou a gritar.

– LILY! Como você pode? Por todo esse tempo! Você podia destrancar! Porque deixou a gente lá? Por que hein? Eu era sua melhor amiga e você vem e arma essa pra mim! Grande amiga que eu arranjei! – ela gritou.

Lily parecia que ia encolhendo a cada palavra da Rose. Depois de ouvir a Rose falar mais um monte de coisa para a coitada, eu decidi intervir.

– ROSE! – gritei. – Pense pelo lado bom! Se a Lily não tivesse feito isso, nós nunca estaríamos juntos! Pense em tudo o que aconteceu! Devíamos agradecer a Lily, isso sim!

– Não devíamos não! A culpa é dela! E se você quiser ficar do ladinho dela eu não ligo! Seria bem melhor se nada disso tivesse acontecido.

Dizendo isso a Rose saiu chateada pelo corredor. Eu tentei alcança-la, mas ela ergueu uma varinha (mais especificadamente, a minha varinha) e criou uma barreira. Depois ela continuou seu caminho pelo corredor, indo para algum lugar onde eu provavelmente não ia poder chegar perto.

Eu suspirei. Tinha perdido a garota que eu amo e a minha varinha. Pois é Scorpius, você estava mau.