Truth Love escrita por Everlak


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Bem, aqui estamos, no inicio de uma nova etapa ahahah. Bem, este prólogo vai deixar-vos com muitas duvidas, eu sei que vai. Mas não se preocupem que vou revelando cada misterio a cada capitulo à medida que vão aparecendo mais duvidas claro. Mas que fique claro que não vou revelar tudo de uma vez, vai ser parcelado, tá bom? Espero que gostem!



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- AHHHH! – Respira Evelyn, respira, foi só um pequeno pontapé. Está tudo bem. Passei a mão carinhosamente pela barriga enorme de oito meses e meio. Como o tempo passara rápido. O que era quase impossível naquele convento horrível. De inicio eu não percebi porque minha mãe, sendo judia me mandou para um convento, católico. Então fez-se luz na minha cabeça. É claro que minha mãe não me mandaria para um instituto judeu, porque as pessoas ficariam sabendo que eu estava grávida. E tudo o que minha mãe mais preza na sua vida ridícula é a imagem, a tradição. Imagina se se soubesse que a filha dos Poderosíssimos Everdeen´s estava grávida! Seria um escândalo. Mais escândalo seria se soubessem que o pai do bebé é um zé ninguém, um mero rapaz que trabalhava na pequena loja perto da sua escola. Minha mãe não se importava com o que eu sentia, com o que eu queria. Me lembro de espernear, gritar e tudo mais enquanto minha mãe me obrigava a entrar no carro. Olhei para o meu pai implorando para que ele fizesse alguma coisa mas ele apenas murmurou “me desculpe” e baixou o olhar para o chão enquanto entrava no carro. Nesse momento odiei o meu pai, odiei-o por ele ser um cão mandado da megera da minha mãe, se é que posso chama-la de mãe. Uma mãe não faria o que ela fez comigo. Eu gritei para ela que Zac viria-me buscar, que ele me procuraria até ao fim do mundo. Ela gargalhou e falou:

- Tens certeza disso minha filha? Que eu me lembre ele te abandonou – me enfiou no banco de trás e se sentou no lugar de pendura.

- Ele não me abandonou!! Você o ameaçou! – gritei ainda mais furiosa.

- Não minha querida. Eu lhe dei apenas duas hipóteses: ou ele pegava no dinheiro e ia embora ou ficava e teria sustentar uma família com o dinheiro que ele não possuía. Adivinha o que ele escolheu? – minha mãe sorria.

- Isso é mentira! Eu te odeio! Me ouviu bem? Odeio vocês dois! – e essas foram as ultimas palavras que eu troquei com eles antes de entrar naquele horroroso lugar. Após 5 meses metida naquele lugar eu me havia convertido em católica. Eu não sei bem, mas eu me sentia bem rezando na pequena capela, ouvindo as suas histórias de milagres. Eu realmente fiquei fascinada com a aquela religião (N.A.: O meu objectivo aqui não é criticar nenhuma religião ou dizer que uma é melhor que a outra, tá? Por favor, que ninguém se sinta ofendido..) Me recostei melhor na pequena cama esperando a dor passar. Olhei para o lado. A cama ao lado estava vazia. Fiquei feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz porque Hazelle, depois de muita luta conseguira ter o seu bebé, após muita discussão entre ela e seus pais. Os pais dela queriam que ela o entregasse para adopção. Mas no fim tudo correu bem e os pais a aceitaram a ela e ai seu pequeno menino, Gale, em sua casa. Fiquei triste porque agora não tinha ninguém para desabafar, ela era minha única amiga aqui. E agora a única coisa que eu tinha dela era a pequena pulseira que ela me havia dado. Ela não me podia visitar, apenas eram permitidas visitas dos pais. Se eles aparecessem claro. Os meus nunca colocaram lá os pés como se achassem que aquele lugar não era para pessoas dignas para eles. Sério, aquilo era um centro de ajuda a mães solteiras, não um covil de lobos pecadores! Porém, minha mãe me ligou. Apenas uma vez. Não me perguntou como eu ou o bebé estávamos. Não perguntou como estavam as coisas, como me havia adaptado. Não. Apenas disparou em como a vida deles estava maravilhosa, como iam a festas fenomenais e de grande importância na sociedade. E depois larga uma bomba:

- Minha filha, lembraste do Henry?

- Aquele que era da minha classe, casou e teve um filho? – perguntei por perguntar. Não estava minimamente interessada.

- Bem, Evelyn, ele não está mais casado! Se divorciou!! – ela guinchou feliz da vida.

- E desde quando isso é uma coisa boa? – Levantei a sobrancelha mesmo sabendo que ela não veria.

- Ora, Evelyn! Só tu que não vês que ele sempre foi louco por ti!

- Mãe! Outra vez esta conversa? Chega disso!

- Mas não, em vez de dares atenção a um óptimo pretendente, cais de amores por um pé rapado e ainda por cima engravidas! – ela continuou – Mas agora ele está livre, tu estás livre e finalmente podes ter a vida com que sempre sonhaste.

- Com que eu sonhei? Mãe, esse é o teu sonho, não meu. Eu só quero ser bailarina e viver a minha vida com o meu bebé! Não quero me submeter à vontade de um homem!

- E ser mãe solteira? E o que dirão as pessoas? Já pensaste nisso? – a voz dela demonstrava um tom de irritação.

- Eu quero lá saber da opinião das outras pessoas! É a minha vida, não a deles!

- Sempre a mesma irritante! Eu desisto, és uma decepção!

- Sinto o mesmo em relação a si, Mãe – ironizei a palavra mãe e desliguei a chamada.

Minha mãe só pensava nela, no que diriam dela na sociedade. E meu pai seguia-a. Nunca nenhum deles me deu a atenção necessária. Até a minha ama Graesy Sae me dava mais carinho do que eles. Ela me ajudava em tudo o que eu precisasse. Agora para os meus pais eu era uma boneca que eles exibiam aos amigos. Senti outra vez dor! Ahh bebé podes parar de te mexer por favor? Mamãe quer descansar um pouco. Nesse momento entra uma freira.

- Como está tudo por aqui menina Everdeen? – ela perguntou simpática.

- Um pouco atribulado. O bebé está um pouco irrequieto. Ahhh – outra pontada de dor. A senhora se aproximou e puxou me o vestido. Ela arregalou os olhos e começou a gritar chamando as parteiras. Eu me assustei e tentei me puxar para trás mas elas me agarraram as pernas e me seguraram.

- Menina, o bebé vai nascer hoje! Eu vou ligar para a sua mãe. Boa sorte. – ela desapareceu e logo estava meia dúzia de freiras à minha volta me limpando o suor, me dizendo para puxar, para fazer força… Eu estava tão assustada e elas a falar ao mesmo tempo que eu não sabia o que fazer. Meu bebé vai nascer, meu bebé vai nascer! Comecei a puxar com todas as minhas forças, ignorando as vozinhas irritantes, ignorando a dor, ignorando tudo. Em menos de uma hora depois ouvi todas elas suspirarem. Eu repeti o gesto.

- Menina Everdeen, parabéns, é uma menina – elas pegam na bebé, a enrolam num cobertor quentinho em tons de rosa e entregam-me aquele ser tão pequenino. A aconcheguei contra mim e ficamos ali assim as duas durante não sei quanto tempo. Ela era linda, perfeita. Ela abriu os olhinhos e eu me encantei com aqueles olhos cinzentos cativantes. Iguaizinhos aos do pai. Me peguei pensando o que ele estaria a fazer nesse momento. Estaria à nossa procura ou realmente havia desaparecido para sempre das nossas vidas? – Já pensou no nome que quer dar à menina?

- Pensei sim! Katniss, ela se chama Katniss – Fora o nome que Zac e eu havíamos escolhido caso fosse uma menina.

- Lindo nome. E invulgar também – exclamou a freira e depois nos deixou a sós. Embalada na pequenina no meu colo caí no sono.

* * *

Acordei assustada com o som de choro. Olhei em volta e não vi a minha bebé em lado algum. Comecei a desesperar até que percebi na minha mãe num canto do quarto. O choro da bebé vinha dela e logo vi o pequeno embrulhinho no colo daquela que se diz minha mãe. Ela embalava calmamente a bebé e ainda não tinha reparado que eu acordara. Me sentei na cama.

- Mãe? – ela não se deu ao trabalho sequer de olhar para mim.

- Como ela se chama? – Perguntou ainda olhando para a bebé.

- Katniss.

- Katniss? Nem nome de gente isso é. – eu ia argumentar com ela mas me calei quando uma mulher bem vestida entrou no quarto. Olhei para a minha mãe em questionamento mas ela continuava a não olhar para mim.

- O nome da bebé é Katniss – minha mãe falou para a mulher que logo apontou nuns papeis que tinha na mão.

- Mãe, o que se passa? – ela insistia em não olhar para mim. Então ela passou a bebé para os braços da mulher e ela se foi. – MÃE? O QUE FZESTE? A MINHA BEBÉ?

- Tu não pensavas que ias ficar com ela pois não? Aquela era assistente social encarregue no processo de adoção da Katniss – sorriu. Meus olhos só viam vermelho a minha frente. Num segundo eu já estava em pé e a a correr em direcção à porta mas minha mão me barrou a passagem.

- Me solta! Me solta! NÃOOO! KATNISS! – eu gritava, esperneava mas duas enfermeiras e minha mãe me seguravam, não me deixando sair sequer daquele quarto me virei para a minha mãe que não demonstrava nenhuma emoção – EU TE ODEIO! NUNCA TE VOU PERDOAR! NUNCAAA!!!

E até hoje, 16 anos depois ainda não a perdoei…


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Notas finais do capítulo

E então? Acham que tem futuro? eu quero esclarecer uma pequena coisa. Os capitulos serão tanto POV Katniss como Evelyn, tá? A primeira mostrando a sua vida na actualidade e a segunda, com explicações do passado pois nao sabemos ainda metade do que realmente se passou néh?
Por favor comentem se não vou partir do principio que não gostaram e deletarei a fic, tá? Beijos fofos