Corações e Incertezas escrita por girlwednesday


Capítulo 9
Capítulo 8: parte 1


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada pelos comentários e pelo carinho de vocês!
Eu me empolguei um pouquinho e deixei o capítulo bem grande, por isso decidi dividir em dois.
Espero que gostem ♥



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POV – Ponto de Vista: Oliver.

Eu já havia passado por diversas situações em que tomar uma decisão parecia ser a coisa mais impossível a se fazer. Porém, eu orgulhosamente, sempre encontrara uma solução para todos esses problemas. Entretanto, os minutos que precediam esses momentos de euforia, eram extremamente agonizantes. Felicity havia sido clara: os bandidos exigiam a droga, e não hesitariam em colocar a vida de Nolan e até mesmo a dela, em perigo (graças a mim, é claro). Que outra opção eu tinha a não ser tomar a frente de um problema que eu mesmo criei? Felicity não estaria no meio dessa confusão se eu não a tivesse jogado nos braços de Nolan na noite passada. Ela precisava de mim agora.

– Quantos bandidos ela disse que estavam ontem à noite? – perguntou Diggle assumindo o assento de Felicity enquanto ela estava fora.

– No mínimo dez. – respondi friamente – Ela não se lembra exatamente.

John deu um longo suspiro.

– Oliver, você não pode matar todos esses caras, nem enfrenta-los sozinho. – lembrei-me das armas que Felicity mencionara, se cada um estivesse portando uma, os tiros não se cessariam enquanto eu não estivesse morto. – Vou te ajudar, é claro. Precisamos de uma estratégia, mas também precisamos de ajuda.

Diggle estava certo. O melhor para Starling City era ter manter esses caras dentro das grades, e ninguém melhor que um aliado na polícia, para me ajudar.

Apanhei o celular no bolso do jeans e liguei para Lance com meu dispositivo de voz ligado e o detector de chamadas, desligado.

– Detetive. – disse casualmente. – Eu sei o que causou o tiroteio no Glades na noite retrasada. Esses bandidos estão atrás de uma nova droga produzida por Colin Southeren e seu sócio. – Felicity havia me contado a história as pressas por telefone, e por mais que eu desgostasse da ideia, Nolan parecia inocente. – Essa droga causa efeitos colaterais desconhecidos no cérebro. Aparentemente Colin fugiu e seu sócio está correndo risco de vida por não querer entregar a droga aos bandidos, ele foi contra o tempo todo.

– E deixe-me adivinhar... Está me contando isso porque precisa da minha ajuda para proteger esse sócio e pegar os bandidos?

– Ao que parece, estamos quase íntimos detetive Lance. Está prevendo muito bem minhas ações.

– Então esse sócio é inocente e não quer entregar a porcaria da droga? Esse foi o motivo do tiroteio? – perguntou-me ele.

– Não sei se ele é totalmente inocente, mas parece que sim.

– E o que você tem em mente?

E foi assim que consegui meu momento eufórico. Porque foi naquele instante, que eu soube qual seria um plano perfeito para por um ponto final em toda aquela situação.

* * *

POV – Ponto de Vista: Felicity

Cheguei à casa de Nolan exatamente às dez horas, o encontro com os bandidos da gangue estava marcado para as onze. Torci que uma hora fosse suficiente para Oliver preparar tudo o que fosse necessário. Afinal, ele demorava mais ou menos isso apenas para se barbear (sim eu já o vira fazendo isso). A discussão sobre o plano foi um tanto cansativa, eu não podia contar a Nolan que eu tinha contato com o arqueiro, e mesmo assim, tive que justificar de maneiras bizarras minhas diversas mensagens de texto e minhas saídas para as ligações.

Foi difícil convencer Oliver a deixar-me ir para o local da suposta “entrega de mercadoria”, mas eu não tinha outra escolha. Nolan possuía um sistema de segurança demasiadamente avançado em sua casa (ou melhor, mansão), afinal, ele era da minha turma na faculdade. Eu não poderia invadir o seu sistema e liberar a entrada da polícia ou do arqueiro estando na “caverna”.

– Você ficará escondida. – anunciou Oliver vendo que não havia outra opção. – Não tente discutir.

Bom, nesse ponto, Nolan concordava com Oliver. É claro que ele não sabia que eu estava planejando algo que impedisse a entrega da droga e uma possível destruição de todas as suas pílulas e formas, mas quando sugeri que eu fosse junto com ele pra tentar ajudar de alguma forma, ele quase surtou. Mas depois de eu apresentar argumentos falsos e cansativos, ele pareceu acreditar em minhas boas intenções e concordou, contanto que eu permanecesse escondida.

– Felicity. – falou Nolan em um tom de voz muito baixo devido ao seu nervosismo. – Não precisa fazer isso, por favor, vá para casa. Se algo acontecer a você novamente, eu não vou conseguir me perdoar.

– Nolan, eu vou ficar com você tudo bem? Já concordei em permanecer escondida, mas não vou sair daqui até ter certeza que você está bem.

Pude ver um brilho diferente no olhar de Nolan e percebi que, involuntariamente, minhas palavras soaram bem diferente do que eu realmente queria dizer. Ops, tarde demais.

Nolan agarrou minha cintura e me beijou violentamente. A surpresa foi tamanha que eu nem sei se retribui de maneira certa. Por mais que a sensação de um beijo sempre me parecera agradável, não era como se eu estivesse realmente gostando.

Era como beijar um boneco mecânico que só fazia os mesmos movimentos com a boca e com a língua. “Os beijos dele pareciam ser os melhores do mundo há quatro anos atrás” pensei sentindo-me constrangida.

Nolan soltou-me rapidamente e olhou-me de forma triste.

– Não sei se eu poderia ter feito isso, mas eu morreria se não tivesse tentado.

Sorri timidamente e agarrei a sua mão. É claro que eu terminaria com ele assim que tudo aquilo acabasse, se é que se tem algo a “terminar”; mas eu não o decepcionaria naquele momento. “Céus, como eu sou uma pessoa horrível, estou agindo igual ao Oliver!”

–Onde ficam os computadores? – perguntei olhando a minha volta.

Estávamos parados em seu depósito/garagem e eu ainda não havia entrado na casa.

– Por aqui. – guiou-me ele ainda segurando em minha mão. – Acho que não terei tempo de te mostrar a casa toda, peço desculpas. Quero você bem longe da garagem quando eles chegarem. Talvez depois... Quando isso acabar, nós possamos...

Infelizmente, eu não ficaria tão longe como ele desejava. Assim que passamos da porta da garagem, meus olhos se depararam com todos os computadores, switches e roteadores que eram componentes de seu sistema de computação, era até parecido com o que eu tinha na caverna. Porém, manter um sistema daqueles era sinal de problemas. Eu não teria um desses em casa, por exemplo, não havia utilidade.

– Acho que você não vê um desses faz tempo, estou certo? – perguntou ele balançando meu braço. – Ser secretária do CEO da Queen Consolidated pode te dar um bom salário, mas não fará você ver tudo isso.

– Pois é... – tentei ao máximo disfarçar o tom da minha voz. – Essa é a parte ruim.

– Pode trabalhar pra mim se quiser. – sugeriu ele com um largo sorriso. – Assim que isso acabar eu entrarei em um novo negócio, eu realmente quero dar continuidade a filantropia e a comunidade. A parceria com o Colin foi um tremendo engano.

– Por que não? – menti com um sorriso falso nos lábios depois de um tempo em silêncio. Talvez acompanhar Nolan não tinha sido uma ideia tão genial assim, ficar tão perto dele estava me deixando nervosamente aflita.

Desviei o meu olhar do dele e observei a parede de vidro a minha frente. Eu conseguia enxergar claramente a garagem do outro lado, porém não me lembrava de ter visto a sala dos computadores de lá.

– Legal né? – comentou ele. – Foi minha ideia.

– Aham. – concordei aliviada. Pelo menos eu saberia se o plano seguiria da maneira correta.

Nolan me mostrou mais uma parte da casa, mas como ele deduzira, não conseguiu me mostrar tudo. Juro que as propostas dele de vivermos juntos me embrulharam o estômago. “A GENTE NEM ESTAVA NAMORANDO E ERA COMO SE ELE JÁ QUISESSE CASAR COMIGO” Se minha presença ali não significasse um plano bem sucedido, eu sairia correndo.

Finalmente ele me deixou em um quarto, e saiu. Se a gangue fosse pontual, estaria ali em 10 minutos. Estava na hora do show.


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Notas finais do capítulo

Eai? O que acham que vai acontecer agora? beijinhos ♥