Corações e Incertezas escrita por girlwednesday


Capítulo 4
Capítulo 4: parte um.


Notas iniciais do capítulo

Happy #ArrowWednesday everybody! ♥
Obrigada a todos que postaram os comentários, e me incentivaram a continuar. Repetindo: vocês são demais.
Agora quero me desculpar por ter tomando um tempo consideravelmente grande para postar este capítulo. Porém, tenho duas surpresas: 1) CAPÍTULO DUPLO! ULHUL! - 2) Inspirada nessa fanfic eu consegui fazer meu primeiro vídeo olicity! *--* - compartilharei com vocês no fim da parte 2 do capítulo.
Obrigada por acompanharem! Espero que gostem ♥



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Assim que a porta do elevador se abriu, eu senti o cheiro de flores. Franzi o cenho ao pensar de qual local aquele delicioso aroma estava vindo, porém, matei minhas dúvidas quando caminhei pelo pequeno corredor e meus olhos captaram minha assistente do outro lado da porta de vidro. Além de estar rodeada de buquês e vasos de flores, Felicity estava radiante.

– Bom dia! – digo abrindo a porta.

–Você vai me espionar hoje? – perguntou ela sem ao menos olhar para mim. – Porque se for, não sei se posso desejar o mesmo para você.

Quando os olhos dela finalmente se dirigiram para mim, estavam semicerrados, como se aquilo pudesse soar como uma ameaça.

– Parece que alguém quer muito ser perdoado por ter te deixado sozinha ontem. – comentei ignorando a última frase dela ao observar os cartões de Nolan.

– Não sei se é esse o motivo das flores Oliver. – disse ela digitando algo no teclado do seu computador.

– Felicity. – falo cuidadosamente. – Se hoje não é uma data especial, não há outro motivo para dar flores a alguém.

Felicity faz um biquinho de irritada e cruza os braços. Sua atenção agora está na tela do computador, onde ela sincronizara com o canal de notícias.

Vou para minha sala e suspiro ao ver o lembrete em minha mesa: Isabel Rochev havia marcado uma reunião para aquela manhã. Sinceramente, eu não via necessidade em tantas reuniões. Sim, ela é minha sócia, mas nossa comunicação à distância por e-mails e lembretes era extremamente eficaz em minha opinião.

– Oliver! – grita Felicity do outro lado. – Abra o link.

Recebo sua mensagem pelo computador e não hesito em fazer o que ela disse. Em segundos, minha tela transmitia o canal de notícias.

– Uma estranha agitação perturbou os moradores do Glades na noite de ontem, testemunhas afirmam terem ouvido disparos de armas por volta das onze e meia. A polícia foi comunicada e compareceu ao local uma hora depois, deparando-se com vestígios de um tiroteio e novos atos de vandalismo. Porém, o que preocupa a segurança local, são as amostras de uma estranha substância encontrada ao lado de manchas de sangue, a perícia suspeita da existência de uma nova droga. – a imagem na tela mudou, mostrando viaturas em um cenário caótico, onde casas e lojas foram destruídas.

Quando a repórter voltou a falar novamente, eu não conseguia mais me concentrar no real sentido de todas as suas falas. Conseguia ouvir palavras distintas como “perigo”, “droga”, “violência”, mas associa-las aos meus pensamentos estava sendo uma tarefa difícil.

– Felicity! – grito quando finalmente volto a raciocinar.

– Eu sei! – gritou ela de volta enquanto eu pulava de minha cadeira e atravessava a porta de vidro quase correndo. – Já estou analisando o banco de dados da polícia de Starling. As amostras de sangue e da substância foram mandadas para análise, assim que eles tiverem um resultado, saberemos.

– Ligue para o detetive Lance, tente descobrir detalhes escondidos pela mídia!

– Oliver? – um arrepio percorreu minha espinha quando ouvi a voz de Isabel Rochev.

– Isabel!- cumprimento-a com uma simpatia extremamente falsa.– Entre, por favor.

Felicity continuou concentrada em seu trabalho a ponto de não piscar os olhos, ela não se importou em cumprimentar Isabel, a apatia entre as duas era fortemente notável. Particularmente, eu não a culpava, se eu fosse ela faria o mesmo.

A reunião pareceu se prolongar por horas, e tudo o que eu conseguia pensar eram os riscos que os moradores do Glades correriam se uma nova droga se espalhasse pela região. Contudo, consegui manter a calma e prosseguir minha conversa nada interessante com a minha sócia.

Por motivos desconhecidos e pessoais, eu não queria investir nos projetos filantrópicos de Nolan Bolt. Mas depois de discutir sobre os assuntos financeiros da empresa, essa pauta finalmente veio à tona. E por mais que eu desgostasse da ideia, minha sócia tinha razão: ajudar Nolan era ajudar a Queen Consolidated.

Ao final da reunião, acompanhei Isabel educadamente até a porta, bem a tempo de ver mais um entregador com flores chamar o nome de minha assistente. Revirei os olhos e decidi ir ao setor de RH, havia planejado a visita para aquela tarde, mas preferi adiar a ver o sorriso tolo de Felicity. Além de Nolan estar envolvido, o que me irritava era a alegria boba dela, proporcionada por um motivo tão fútil: flores. Qual é o problema das mulheres? Qualquer ser idiota pode comprar flores.

– Parece que você não está gostando que sua “vadiazinha” receba atenção de outra pessoa. – disse Isabel rudemente ao entrarmos no elevador.

– Como é que é? – pergunto ainda em choque por suas palavras.

– Se você quer exclusividade Oliver, deveria pagar mais. – percebi um sorriso torto e irônico em seus lábios.

– Isabel. – disse minha voz rouca. – Não vou admitir esse tipo de insulto, como eu já disse: Felicity é apenas uma amiga.

– Claro que é. – disse ela quando o bipe soou e ela se retirava do elevador – Se é assim, por que se incomoda tanto? - ouvi ela dizer antes das portas se fecharem novamente e o elevador me levar para o andar inferior.

Fiquei mal-humorado pelo resto do dia.

* * *

Observei Felicity aflita durante toda a tarde, afinal, as amostras estavam demorando para serem atualizadas. Ela remexia em seu rabo de cavalo e observava o computador com muita atenção, quando se cansava, tirava os óculos e levava suas mãos às têmporas.

Nosso expediente diurno estava quase no fim. Felicity e eu arrumávamos nossas respectivas mesas e nos preparávamos para uma noite onde, esperançosamente, conseguiríamos algumas respostas.

– Felicity! – surpreendi-me ao ouvir uma voz nova na sala. – Que bom que já está saindo...

Nolan Bolt estava encostado à porta em uma posição casual, estava tão à vontade que chegava a me irritar.

– Vejo que gostou das flores. – ele comentou ao observando a mesa de Felicity. – Gostaria de convidá-la para tomar um drink.

– Nolan! Eu...

– Mr. Bolt. – murmurei interrompendo a fala de Felicity. – Achei que nossa reunião era apenas na semana que vem.

– Mr. Queen. – Nolan voltou a ficar tenso ao perceber minha presença. – Sim, você não está errado, mas estou aqui por outro motivo. – ele disse sorrindo para Felicity.

– Desculpe Nolan, mas o Oliver, quer dizer, Mr. Queen, pediu para que eu ficasse até mais tarde hoje, tem muitos trabalhos atrasados... – disse ela corada.

– Mas você pode terminar isso depois, não? – perguntou Nolan se aproximando dela, tentando tocar sua mão. – Será apenas um drink, eu prometo.

A rejeição aparente de Felicity sobre aquele gesto deixou-me mais aliviado.

– Desculpe-me. – disse ela sentando-se novamente e arrumando os papéis já extremamente organizados em sua mesa.

– Srta. Smoak. – eu disse para chamar sua atenção. – Talvez o Mr. Bolt esteja certo... Você pode terminar isso depois.

Felicity lançou-me um olhar venenoso.

– Obrigada Mr. Queen, é muita gentileza sua. – falou Bolt contornando a cadeira de Felicity, que ainda me encarava com desprezo, oferecendo sua mão para ajudá-la a se levantar. – Será rápido, eu prometo.

Quando ela se levantou, Nolan jogou-lhe uma piscada e enroscou seu braço no dela.

– Preciso apenas de mais cinco minutos para terminar aqui. – murmurou ela se afastando dele, o que me fez sorrir.

– Como quiser. – Nolan acenou e se virou, passando muito perto de mim para seguir em direção à porta. – Espero você no saguão.

Felicity voltou a se sentar e continuou com sua péssima atuação de arrumar os papéis em sua mesa. Ela só voltou a falar quando as portas do elevador se fecharam.

– Oliver Queen, o que pensa que está fazendo? – perguntou ela pausadamente. – Primeiro você me segue e me diz para ficar longe de Nolan, que a propósito foram um dos poucos caras que se interessaram por mim na minha vida inteira, e depois você quer me jogar nos braços dele enquanto estamos no meio de uma investigação? Eu não vou conseguir me concentrar em uma conversa civilizada sabendo que eu preciso descobrir a verdade sobre essa tal nova substância...

– Eu só queria me desculpar com você. – menti interrompendo –a.

Felicity suspirou e por segundos pensei que ela estivesse triste. Ela anotou alguma coisa em um pedaço de papel antes de se levantar.

– Agora não tem como eu escapar dessa, preciso garantir que você tenha os dados necessários se caso precisar agir sem a minha ajuda. – lamentou ela. – Segundo os relatórios da polícia as ligações para denunciar os vândalos começaram às onze e meia. Não há nenhuma câmera de segurança no local, mas não se pode dizer o mesmo de algumas estradas que ligam a região. Então eu entrei no sistema de segurança e consegui imagens de vídeo das quatro ruas principais que dão acesso ao local. O problema é que não é possível chegar lá em menos de quarenta minutos usando o uma velocidade permitida, mas por coincidência ou não, o banco de dados do sistema de trânsito registrou duas infrações de velocidade em uma dessas quatro ruas. Infelizmente, os radares não estão em ótimas condições de uso, sabe como é né... Quando se trata do Glades os políticos não se importam como deveriam... Voltando ao assunto, como os radares não estão em boas condições, não foi possível registrar os veículos e as placas, o que nos ajudaria a conseguir uma resposta rápida e objetiva. Mas para nossa sorte, temos o horário exato em que as infrações foram cometidas, segundo os registros os veículos passaram exatamente as onze e dez.

Tentei escutar cada palavra com o máximo de atenção, às vezes Felicity falava tão rápido que meu cérebro precisava de uns segundos extras para entender a mensagem.

– Felicity... – comecei a dizer.

– Calado! Aqui está o link onde você acessará as imagens de segurança, eu mesma iria fazer isso, mas você preferiu me dar a noite de folga para eu ter um encontro decente. Céus! Espero que isso não seja descontado do meu salário! – disse ela ironicamente.

– Felicity, obrigado. – eu finalmente consegui dizer.

– Essas infrações podem ou não estar envolvidas com o nosso caso, mas acho que é a melhor pista que temos.

– Felicity obrigado. – repeti para que ela olhasse para mim.

– Eu disse Oliver, você não é o único que se preocupa com essa cidade. – murmurou ela se virando e dando passos pesados em direção ao corredor. – Deixe as flores ai. Não estou com cabeça para pensar sobre isso agora...

Sorri levemente ao observar ela sair. Um sentimento de preocupação tomou conta de mim, será que Felicity me perdoaria por isso? Não pude deixar de pensar que eu a trairia novamente...

Nolan não notou quando eu joguei no bolso de seu casaco, um dispositivo rastreador, muito menos Felicity.

Como eu explicaria minhas dúvidas sobre ele? Depois do tiro da noite passada, minhas suspeitas apenas aumentaram. Houve um tiroteio no Glades, e Nolan portava uma arma, qual eram as chances de esses dois fatos estarem ligados? Para mim, cem por cento.

Depois que Felicity foi embora, continuei no meu escritório por alguns minutos antes de me dirigir à “caverna”. Diggle já estava me esperando impacientemente.

– Achei que Felicity viria com você. – ele comentou confuso.

Nesse momento, eu repeti tudo o que aconteceu no escritório. Quando as palavras saiam de minha boca, tudo parecia ilógico, minha vontade era acrescentar fatos inexistentes para parecer que eu fizera a coisa certa. Mas tudo o que eu pensava era o quão idiota eu tinha sido.

– Colocou uma escuta novamente? – perguntou Dig indignado.

– Não, só um localizador. – respondi. – Você tinha razão, eu estava mais interessado nela do que Nolan na noite passada. Não quero repetir o mesmo erro.

John deu um sorriso torto, me encarou, e depois olhou para baixo.

– Qual é o problema? – perguntei.

– Comigo? Nada. – eu não fazia ideia do por que ele estava sorrindo daquela forma.

Ignorei a possível maluquice de Diggle e fui para o computador. Segui as instruções de Felicity e conectei-me as imagens de segurança. Simultaneamente, abri o banco de dados da polícia e recebi a informação de que as análises estavam prontas, agora era preciso ligar para o detetive Lance.

Disquei o número em meu celular e ativei o dispositivo de voz enquanto eu pausava o vídeo a minha frente.

– Detetive Lance, eu preciso de um favor.

– Quando você não precisa? – perguntou ele seguido de um suspiro.

– O sangue e a estranha substância que foram para análise esta manhã. Quero o resultado delas.

– Não sei se vou conseguir, essa informação está em um nível superior no qual eu não tenho acesso.

– Detetive. Devo lembra-lo das consequências da última droga que invadiu o Glades? Já temos traficantes e bandidos o suficiente.

– Vou fazer o possível.

Voltei-me novamente para o computador. O relógio no vídeo marcava onze e trinta, por isso eu avançava pequenos trechos para tentar chegar ao horário indicado.

Diggle me deixara sozinho para treinar um pouco, dando golpes excessivamente fortes em meu auxiliador de luta. Minha vontade era treinar junto com ele, extravasar os sentimentos dentro de mim... Se eu não tivesse mandado Felicity para um encontro.

Distraído com os pensamentos, peguei-me desconcentrado do vídeo. A hora indicada já havia passado, precisei voltar o tempo e assistir novamente.

Recebi uma mensagem do detetive Lance bem na hora que faltava dois minutos para o relógio do vídeo marcar a hora indicada por Felicity.

O resultado indicava que a substância era tóxica e altamente alucinógena. Porém, mais análises seriam feitas para se saber o efeito da mesma sobre o ser humano. Mas as suspeitas se confirmaram, era uma nova droga.

Mas não tive muito tempo para me preocupar com isso.

Não sei qual das duas informações eu vi primeiro. O vídeo mostrando um sedan preto em alta velocidade, seguido pela moto do vigilante, ou, o nome que se seguia na frente da análise do DNA do sangue encontrado no local do tiroteio: Nolan Bolt.


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Notas finais do capítulo

O que acham que vão acontecer agora? Deixem um comentário e vejam se estão certos no próximo capítulo! hahaha



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