Corações e Incertezas escrita por girlwednesday


Capítulo 12
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Muitíssimo obrigada a todos vocês que estão lendo, acompanhando e comentando ♥ já amo vocês. ♥
Eu sempre me divirto e me emociono demais com os comentários, terminar cada capítulo é a minha parte preferida, pois eu mal posso esperar para ver a reação de vocês. Bom, infelizmente, tenho que dar um fim para a história. Estou ficando sem tempo para escrever e não quero decepciona-los.
Esse não é o último capítulo, mas acredito que não vai haver mais de 2 ou 3 adiante.


As coisas ficaram um pouco complicadas. Oliver não sabe onde a Felicity está.
Será que ela fugiu? Está rejeitando ele? Como que ele vai descobrir o que realmente está acontecendo?

Boa leitura e espero que gostem! ♥



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POV - Ponto de Vista: Oliver.

Assim que Felicity saiu pela porta, senti-me apreensivo. Por que Isabel teve que aparecer logo cedo no escritório? Geralmente ela sempre se atrasava. Mas sim, ela teve que atrapalhar meu beijo com Felicity... E QUE BEIJO. A fragrância de seu perfume doce ainda pairava no ar, e o gosto dos seus lábios ainda fazia com que minha boca se inundasse de desejo...

– Pelo menos agora você não precisa se dar a trabalho de tentar esconder mais nada. – se eu estivesse com meu arco, juro que acertaria Isabel só por diversão.

– O que veio fazer aqui afinal? – perguntei sabendo que não adiantaria insistir naquele assunto com ela. Ela viu minha assistente e eu juntos, o que eu poderia dizer? “Você não entende, ela não é só minha secretária, ela me ajuda a investigar bandidos e hackear sistemas. Faz parte do trabalho de ser ajudante do arqueiro, que sou eu. Mas sempre pensei nela como uma amiga... até perceber que morro de ciúmes dela com outro cara e não a quero ver com mais ninguém além de mim.” Era melhor eu ficar calado.

– Eu mandei um e-mail marcando uma reunião. O gerente do departamento de finanças chegará a qualquer momento. Então sugiro que fique feliz por ter sido eu a chegar aqui primeiro e presenciar seu momento de descuido. – respire fundo Oliver, respire. - Além disso, precisamos cancelar o cheque destinado a Nolan Bolt, muito trágico não acha? – fiquei calado e observei seu olhar de cobra sobre mim.

– Muito.

– A reunião é apenas sobre nosso falecido parceiro de filantropia? – perguntei tentando me livrar de seu olhar pejorativo.

– É claro que não. Você sabe que os resultados das pesquisas foram inconclusivos e nosso setor financeiro precisa cortar verbas, mas o gerente parece não saber das prioridades do marketing...

Não consegui prestar atenção em mais nada.

***

Quando Rick, o gerente do departamento de finanças, se levantou para encerrar a reunião, celebrei mentalmente minha alegria. Tentar prestar atenção nos assuntos que ele falava foi muito mais difícil do que eu pensara, mas até que pude entender um par de temas, quando não estava olhando ansioso para o relógio, claro.

Saí de minha sala às pressas, deixando minha sócia para trás recolhendo seus papeis. Eu não iria fazer companhia para aquela rabugenta.

– Oliver! – Assim que pus os pés dentro da sala de Felicity, vi a figura feminina e bem vestida a minha frente. Infelizmente, não era a pessoa quem eu desejava ver.

– Laurel! – cumprimentei sem esconder minha surpresa.

– Eu tentei ligar, mas seu celular estava desligado...

– Não se preocupe. Posso ajudar com alguma coisa? – por favor, seja rápida. Por favor, seja rápida.

– Na verdade sim.

– Desde a nossa última conversa, eu percebi que você estava certo. Eu culpei a todos pelas desgraças a minha vida, todos eram culpados pra mim. Mas na verdade... Na verdade a única culpada era eu. – Laurel respirou fundo e demorou para encarar meus olhos. – Quero te pedir desculpas e agradecer por ter sido honesto comigo.

– Tudo bem. – respondi o mais rápido que a forma casual me permitia. Tentei caminhar reto para sair de perto dela.

– Ollie?

– Sim? – virei-me novamente. Ela realmente esperava que eu fosse abraça-la e dizer coisas agradáveis?

– Faz três meses que eu estou limpa.

– Ótimo. – disse eu sorrindo.

– Mas infelizmente, eu ainda não consegui um emprego.

– E você está aqui na esperança que eu te ajude? – deduzi ao perceber que ela queria prolongar a conversa.

– Na verdade sim. – Laurel estava radiante. Se aquela situação tivesse acontecido há pelo menos uns oito meses atrás, aquele sorriso faria meu coração palpitar, mas agora eu sabia a diferença entre gostar e amar. Felicity fazia meu coração disparar.

– Vejo que está tendo problemas com sua secretária. – comentou ela de forma natural.

– Problemas?

– Sim, eu estou aqui há quarenta minutos e não vi nenhum sinal da presença dela.

– Laurel, eu não vou despedir minha assistente. – eu disse com minha voz autoritária. – Não há nenhum problema com ela.

– Mas quem sabe você precisa de mais alguma ajuda? Duas assistentes?

– Não preciso Laure. Felicity cumpre muito bem o seu trabalho, mas...

– Ela é tão boa assim? – perguntou Laurel em um gesto desesperado. – Qual o meu problema que ninguém ao menos me dá uma chance?

– Laurel! Não há problema com você. Eu só não preciso de uma secretária extra e não vou despedir Felicity.

Laurel bufou e pegou sua bolsa sobre a cadeira que havia deixado. Pensei que aquela situação não poderia piorar até Isabel Rochev decidir sair da sala de reunião segurando seus papéis com um sorriso amargo no rosto.

– Acredite querida, o problema não é mesmo você. É que Felicity é muito especial, não é mesmo Oliver? – seu olhar amargo fitou-me antes dela se retirar e ir em direção ao elevador.

Juro que previ aquela confusão começar.

3,2,1...

– Você tem um caso com a sua secretária? – perguntou Laurel de queixo caído. – Por isso ela sempre está ao seu lado e faz tudo o que você manda... Eu... Aquela vez que ela estava arrumando sua internet no Verdant, ou quando ela sempre ia atrás de você com desculpas do trabalho e... Ela é uma vadia.

Não esperei nada para respondê-la.

– Laurel, cala a boca. – em tese, não era para eu ter gritado tão alto. – Ela não é uma vadia e eu não tenho um caso com ela. Ao contrário de você, ela só me procura quando é realmente um assunto importante e não consegue resolver sozinha. O que aconteceria se você fosse minha secretária e fizesse algo errado? Ficaria culpando o sistema? A internet? Os cabos talvez? Eu não preciso de alguém que julgue as pessoas e coloque a culpa em qualquer um a sua volta!

– Então parece que você mentiu. Você realmente vê problemas em mim.

– Ninguém é perfeito, todos nós temos problemas. Mas minha amiga, Felicity, é perfeita para este cargo. Então, não. O problema não é você nesse caso.

Laurel parecia em choque. Sua expressão era severa e odiosa ao mesmo tempo.

– Você está tão desesperada que nem ao menos me deixou terminar de falar... Eu vou tentar fazer algo por você, talvez estejam precisando de funcionários em outros departamentos. – Ela estava irreconhecível, não parecia a mulher que eu amei por tanto tempo. Mas eu tentaria ajuda-la em consideração ao Detetive Lance e a Sara.

– Desculpe-me Oliver. – observei lágrimas caírem de seus olhos. Ela realmente tinha que chorar em qualquer situação?

– A proposito, se eu e Felicity um dia tivermos uma relação romântica, não será apenas um caso.

Virei-me e deixei-a sozinha na sala.

***

Pensei comigo: aonde Felicity iria para tentar esconder seu rosto corado de vergonha? Sim, aposto que ela estava constrangida pelo que havia acontecido entre nós, e no fundo isso me preocupava um pouco.

Eu não a encontrei no departamento de TI e nem mesmo na cafeteria. Ok, e se ela tivesse ido embora e não quisesse mais falar comigo? Minha vontade era ligar para ela, mas eu não queria dar uma de namorado ciumento... Pare com isso Oliver, vocês não são namorados. Ainda.

Eu sabia que Felicity gostava de café. Se ela não estava ali na cafeteria, ela com certeza iria aparecer a qualquer momento. Decidi sentar-me em uma das mesas vazias do fundo, afinal, eu não queria ser visto por funcionários desesperados procurando por uma promoção ou um aumento no salário.

– Com Licença Mr. Queen. – a senhora da cafeteria me encarava.

– Sim?

– A moça loira que sempre acompanha você veio aqui mais cedo. Ela me pediu um café e se sentou na mesma mesa que o senhor, mas não sei por qual motivo, ela saiu sem pagar. Entendo que vocês devem ter muito trabalho, e ela é uma boa moça. Mas poderia avisá-la para passar aqui mais tarde para pagar? Eu não cobraria um café dela, mas é que eu realmente estou precisando de dinheiro para pagar as contas e...

–Não precisa se explicar. Eu aviso. – sorri gentilmente enquanto ela se afastava.

Felicity Smoak saindo de um lugar sem pagar?

Apanhei meu celular e liguei para minha amiga-talvez-futura-namorada. Após dois toques, ouvi a ligação caindo na caixa postal. Ela estava recusando minha ligação? Liguei novamente, dessa vez caiu direto na caixa de mensagens. O telefone fora desligado.

Ou algo havia acontecido. Ou ela estava me evitando.

Pense Oliver, que outro lugar Felicity iria?

À “caverna”.

Digitei outro número no meu celular, um número que eu também sabia de cor.

– Diggle? Onde você está? – perguntei assim que ouvi a voz dele.

– Oliver- disse ele ofegante. - Eu achei que você tinha me dado o dia para treinar, onde acha que eu estou?

– Ótimo. – suspirei aliviado. – Diga para Felicity que precisamos conversar e que...

– Ela não está aqui Oliver. – disse-me ele. – Há algum problema?

Era o que eu desejava saber.

– Te ligo depois.

– Ma...

Encerrei a chamada o mais rápido que meus dedos trêmulos permitiram. Aonde diabos ela estava? Por que ela estava fugindo de nossa conversa?

Algo dentro de mim tentava manter o foco “pense como ela, pense como ela”. Felicity não fugiria de mim. Se ela não quisesse ficar comigo de uma maneira romântica, por que ela retribuiu tão ardentemente o meu beijo? Por que ela ficava repetindo que aquilo era um sonho? Ela sabia que nós precisávamos conversar e ela não era do tipo que fugia de suas responsabilidades.

Um pensamento obscuro fez-me estremecer: e se ela estivesse em perigo?

Pense como ela. Pense como ela.

Saí apressadamente da cafeteria e deixei o dinheiro sobre o balcão, valor mais do que o suficiente para pagar o meu café e o de Felicity. Peguei o elevador e ao invés de manda-lo parar no piso do escritório do CEO, escolhi um andar inferior.

– Com licença. – pedi ao segurança parado a porta.

– Mr. Queen, há algum problema? – perguntou o homem assustado com a minha presença. Ao que parece, não era apenas o arqueiro que causava aquela expressão nas pessoas.

– Nenhum, mas preciso checar umas imagens na câmera. Comprei um presente para minha mãe e não lembro onde o guardei. Sei que está em meu escritório, mas não consigo encontra-lo.

O segurança revirou os olhos em uma expressão que dizia “mauricinho preguiçoso que não consegue encontrar um presente e prefere olhar nas câmeras de segurança”. E meu sorriso convincente apenas confirmava o fato. “Sim, sou eu mesmo, prazer”.

Ao abrir a porta pedi gentilmente que um dos outros seguranças me mostrassem as imagens dessa manhã. A tela mostrou automaticamente o meu escritório e eu pedi para ser deixado sozinho, não queria que ninguém mais observasse meu momento íntimo com a mulher que eu amava. Mais uma vantagem de ser o CEO.

Se eu não estivesse com tanta pressa para saber onde ela estava, eu teria observado a gravação da câmera no meu escritório apenas para reviver aquele momento junto a ela novamente. Mas encontra-la era minha primeira prioridade. Eu poderia viver minhas fantasias eróticas depois, bom, assim eu esperava.

Eu rapidamente configurei o computador para mostrar a cafeteria. Observei a mulher que me informou sobre Felicity abrindo a loja, e avancei o vídeo um pouco mais para frente. E eureca! Ali estava ela, toda linda e atrapalhada pedindo um café. Mesmo pelas imagens sua expressão vergonhosa era clara. Ela olhava constantemente para os lados como se estivesse sendo observada, mas depois de alguns minutos, se acomodou na última mesa e começou a bater freneticamente os dedos sobre sua superfície.

E então, um homem se aproximou. Percebi o susto em sua expressão, mas infelizmente, a imagem não era exatamente perfeita para fazer uma leitura labial.

De repente, o homem se levantou e ela o seguiu.

Eu não era um expert em análises de imagens e comportamento humano, mas eu era extremamente bom em saber sobre o que Felicity estava pensando. Sendo assim, as gravações me ofereceram duas informações. 1) Ela não conhecia o homem que se aproximara. 2)Ela não queria segui-lo mas mesmo assim o fez.

O meu tempo sozinho na sala estava se esgotando.

Mandei as imagens da câmera para o endereço de IP da “caverna”. Juntos, eu e Diggle, poderíamos descobrir mais informações.

A única certeza era que eu deveria agir rápido. Felicity poderia estar em perigo. E desta vez, eu estaria lá para salvá-la.

***

Depois e explicar para Diggle o que acontecera, ocultando a parte em que eu dava uns amassos em Felicity apaixonadamente, pesquisei no banco de dados do governo a identidade do homem da cafeteria pelo scanner facial. Dig achara suspeito Felicity estar fugindo de mim por causa de uma “briga”, então ele estava convicto que ela estava em sérios problemas. Eu não sabia qual das alternativas eu preferia. Perigo ou rejeição?

O sistema de rastreamento facial não estava ajudando minha paciência, a cada segundo que eu passava sem resposta, era como uma hora de tortura.

“Pense como ela, pense como ela”.

Felicity era muito inteligente. Eu, Oliver Queen, dependia dela. Não apenas quando eu estava fazendo o papel de arqueiro e vigilante da cidade. Todas as partes de mim necessitavam da presença dela.

Mas se até mesmo um “criminoso” ou “herói” , não sei em qual dos termos eu me encaixo, precisava da ajuda dela, como que eu, em meu estado de desespero, poderia ao menos tentar pensar como ela?

Eu precisava ser inteligente, precisava me focar na situação real e não deixar que meus sentimentos me levassem à loucura.

A pulseira.

Sim, a palavra veio à tona em minha cabeça como um momento de epifania. Relembrei o momento em que fui à casa de Felicity para me desculpar, todo o drama me levou a presenteá-la com a pulseira que na verdade era para Thea, a pulseira que eu mantinha um rastreador dentro.

– Diggle, verifique o sinal do rastreador da pulseira.

– O que a Thea tem a ver com isso Oliver? – ele praticamente revirou os olhos para mim.

– Porque eu não dei a pulseira para a Thea.

Diggle encarou-me por alguns segundos demorados e arqueou as sobrancelhas.

– Felicity está com a pulseira? – perguntou ele finalmente.

– Aham. – confirmei passando a sua frente para ter acesso ao computador.

– Quando que isso aconteceu?

Sentei-me na cadeira ao lado da dele e rastreei o código no programa.

– Quando eu fui visita-la depois que você a encontrou.

– E por que você foi visita-la? – eu não conseguia entender o porquê do tom sarcástico.

– Porque eu fiquei preocupado. – suspirei - Foi por minha culpa que ela saiu com o Nolan naquela noite.

Diggle pigarreou e fez-me olhar com mais atenção para ele. Seus olhos me convidavam para começar a conversa que eu queria evitar.

Mas Dig era meu amigo. Qual é o problema de eu contar a verdade? Ele ficará sabendo de qualquer maneira. Abri a boca para confessar o que ele estava esperando para ouvir: eu estava apaixonado pela loira mais bonita do departamento de TI, a mulher mais atrapalhada e carinhosa do mundo, a mulher que era minha melhor amiga fashion e sexy, aquela que sempre estivera comigo em todos os momentos. Mas claro que não consegui falar nada.

O programa anunciou o sucesso da localização com um apito. Olhei apreensivo para a tela do computador esperando que ele me indicasse o endereço de Felicity. Eu poderia estar errado... Ela poderia conhecer o homem, poderia estar assustada apenas por ser um alguém que ela não esperava encontrar. Ela deveria estar sentada em seu sofá, pensativa sobre que decisão tomar... Mas o GPS não indicava o endereço do apartamento dela. Indicava um lugar muito, muito longe de onde eu imaginava. Ela estava praticamente fora da cidade.

– Diggle?

– É uma farmácia antiga. – informou-me ele. – Parece que foi desativada há alguns meses.

Respirei fundo e fitei meu amigo.

– Ela não iria para lá sozinha Oliver.

– Eu sei.

Felicity estava em apuros. Ao que parece, eu era um expert em deixa-la nessas condições.


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Notas finais do capítulo

Sei que nada muito interessante acontece no capítulo, mas eu realmente senti que era importante explorar essa relação de sentimentos do Oliver, o medo dele de estar sendo rejeitado e a preocupação com a Felicity.
Acho que vocês ainda estão ansiosos. Vou fazer o possível pra postar o próximo quanto antes!
Muito Obrigada novamente!
O que acharam? Por favor, comente *-*
beijinhos. ;*