Corações e Incertezas escrita por girlwednesday


Capítulo 13
Capítulo 11 - penúltimo.


Notas iniciais do capítulo

HAPPY ARROW WEDNESDAY ♥
Olá galerinha linda! Bom, primeiramente peço desculpas pela demora. Sinto-me péssima por ficar devendo para vocês e dando "desculpas", mas eu tenho CERTEZA que o universo conspira contra mim.
Bom, esse era para ser o último capítulo, mas acabou se estendendo muito e resolvi dividir em dois. Mas meu computador pifou essa semana e eu não consegui escrever tudo, e achei injusto fazer vocês esperarem ainda mais, então estou postando como capítulo único e escreverei o restante depois.
Agradeço a todos vocês que estão lendo e acompanhando, de verdade. Muito Obrigada!!
Espero que gostem.



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POV - Ponto de Vista: Felicity.

Eu não fazia ideia de onde eu estava.

Colin vendou meus olhos e tomou meu celular assim que ele começou a tocar, desligando-o violentamente em seguida. Ótimo! Tudo o que eu precisava era que meu celular novinho em folha estragasse. Eu o comprara há cinco dias atrás com o aumento que eu recebi da empresa.

Empresa. CEO. Oliver Queen.

Provavelmente era ele quem estava me ligando. “Conversamos depois”, foi tudo o que ele havia dito aos sussurros.

Quando o homem que eu amei secretamente – ou não tão secretamente assim – resolve se declarar pra mim, um cara maluco vestindo uma camiseta da Calvin Klein amassada, resolve me pedir – ou exigir – minha ajuda. Aquilo parecia um sequestro...

Mas Colin não sabia no que estava se metendo, afinal, Oliver viria me resgatar. Certo?

Ao menos que... Ao menos que ele pensasse que eu estava ignorando-o. Mas sinceramente, por que diabos eu faria isso? Eu nunca fugira dele. Não, não... Ele saberia a verdade de algum modo. Eu sabia disso.

Mal notei quando o carro parou e Colin mandou-me ficar onde eu estava (como seu eu tivesse muitas opções de movimento naquela situação), antes de abrir a porta e me arrastar para algo que eu acreditava ser uma calçada.

Ainda bem que eu não estava de salto.

– Sabe, devíamos estar comprando flores... Essa parece ser uma péssima ideia de demonstrar o seu luto. – falei sem perceber.

– Lindinha... Essa é uma péssima hora para você falar. – Colin agarrou meu braço com mais força. Algo me dizia que a intenção dele era realmente me machucar.

Como eu ainda estava com os olhos tampados, o caminho pareceu mais longo do que realmente era. Eu sabia que eu não estava mais em um local aberto, mas havíamos passado por muitas portas e corredores para ser uma casa residencial qualquer.

–Vou te soltar agora. – disse ele. – Se tentar fugir, eu prometo que não serei carinhoso com você.

– Até porque você foi muito carinhoso até agora. – eu havia dito aquilo me voz alta? Cale a boca Felicity!

– Está reclamando? Pois eu posso te dar motivos reais para você reclamar...

Engoli seco e permaneci em silêncio.

Quando ele retirou a venda dos meus olhos e eu pude enxergar algo além da escuridão, percebi que eu estava parada no meio de um laboratório, mas não um daqueles super organizados e limpos. Em poucos segundos deduzi que Nolan nunca chegara a conhecer aquele lugar, pois os poucos computadores que se encontravam no canto direito do cômodo, eram velhos e desatualizados.

– É o seguinte, loirinha – a voz dele não poderia ser mais fria. – Eu e seu ex-amigo Nolan estávamos juntos em um projeto, mas tomamos caminhos diferentes. Eu preciso reconstruir o meu, digamos “produto”, porque tudo o que eu tinha foi destruído por um bandido disfarçado de herói que se veste como o Robin Wood. Para sua sorte, eu tenho quase tudo pronto. Só falta uma parte que você irá fazer pra mim...

Ousei olhar desafiadoramente para ele, para enfatizar que eu não faria nada que ele pedisse, mas a expressão violenta em seu rosto me fez mudar de ideia. É claro que o fato de ele estar segurando uma faca também ajudou um pouquinho.

Eu não queria morrer. Não quando Oliver e eu...

– Aqui! – gritou Colin para que eu ocupasse uma das cadeiras à frente do computador.

Sentei-me obedientemente rezando para não ser torturada, espancada, abusada, ou qualquer coisa que acontece naqueles filmes em que mocinhas são capturadas e o herói não chega a tempo. A questão era: o meu herói viria?

– Nolan desenvolveu um programa, que ao ser conectado com o meu equipamento é capaz de separar partículas de maneira efetiva e artificial, coisa que na natureza demoraria anos para acontecer. O problema é que eu não sei usar essa coisa, e mesmo se soubesse, ele está protegido. Acredito que você é a garota certa que irá derrubar essa proteção e usar o programa para mim. – eu sentia o hálito quente de sua boca chegando perto de minha nuca, só de imaginar ele perto de mim, a repugnância já começou a agir. – Caso contrário, a Queen Consolidated sofrerá um bombardeio ainda nesta tarde.

OK, respire Felicity. Você consegue.

– Por que você bombardearia a empresa que eu trabalho? – não pude evitar perguntar. – Quero dizer, os caras normalmente ameaçam destruir as casas das pessoas, ou algum parente, amigo... Você está ameaçando o prédio da empresa.

– Porque eu fiz minha pesquisa antes de procurar você. – disse ele virando minha cadeira e fazendo-me olhar diretamente em seus olhos animalescos. – Seu pai te abandonou. Sua mãe nunca realmente se importou com você. Foi morar sozinha muito cedo e sua casa está acumulando poeira de inutilidade, já que você só passa o dia no trabalho e durante a noite vai para a boate, acredito que faz isso para se embebedar e esquecer-se de como sua vida é um lixo.

Eu não iria chorar, eu não iria chorar... Tarde demais.

– Minha vida não é um lixo. – falei calmamente tentando impedir que outra lágrima involuntária escorresse pelo meu rosto. – Eu tenho Oli... – eu não poderia arriscar dizer o nome dele, Oliver conseguira se meter em problemas suficientes sem a minha ajuda. – Eu tenho amigos – completei o mais rápido que pude.

– Conhecidos e colegas de trabalho talvez... Está explicado o motivo de minha escolha?

Balanço a cabeça afirmativamente enquanto outra lágrima cai. “Merda Felicity, por que você tinha que ser tão chorona?”

Quando ele vira minha cadeira novamente e se afasta dando-me espaço para trabalhar, sinto-me ainda mais aterrorizada. Eu sabia que eu seria capaz de fazer o que Colin queria, e era exatamente isso que me assustava.

“Ok Felicity. Pense” ordenava a mim mesma.

Movo rapidamente meus dedos sobre o teclado, digitando todos os códigos possíveis que me fariam entender o programa. Em dois minutos eu já havia derrubado o firewall de Nolan e acessava os arquivos com extrema facilidade.

Olhei de relance para o lado e observei Colin a distância. Ele mantinha seu olhar fixo no ar, sua cabeça estava ereta e tive a impressão que nada iria fazê-lo olhar para outra direção. Aproveitei a oportunidade para abrir as pesquisas e descobrir tudo o que eu podia sobre o muuntaja.

As informações que eu encontrava me deixavam de queixo caído. A droga não apenas fazia com que as pessoas não sentissem nada como também modificava o sistema genético. Muitos pacientes ficaram com sequelas terríveis. Mas o dado que mais me chocou foi o que estava na última linha do parágrafo 45: 70% das pessoas que consumiram a droga morreram três horas depois.

Meu coração começou a acelarar ( e não de uma forma boa como quando eu estava com Oliver ), minhas pernas tremiam e meus pulmões se esforçavam para respirar normalmente.

OK. OK.OK.

Não! Não estava “ok”.

Meu nome é Felicity Smoak, por dois anos eu vivo secretamente apaixonada pelo meu chefe. O único motivo de eu não ter me afastado dele antes, se deve ao fato de eu querer cumprir meu novo objetivo de vida: ajudar Oliver a salvar a cidade. Mas para fazer isso, eu tive que aprender a guardar segredos, eu tive que aprender a ser outra pessoa.

Por isso mesmo eu não era a mesma garota frágil e inocente de dois anos atrás, eu poderia ser fraca, mas lutaria até o final para seguir o caminho que eu acho correto, nem se eu precisasse colocar minha segurança em segundo lugar. Oliver havia me ensinado isso.

A determinação fez com que a adrenalina deixasse meu corpo em estado de alerta. Obtive todas as informações e fórmulas sobre o muuntaja que eu pude encontrar no HD de Colin. Entrei no banco de dados do ministério da saúde e pesquisei todas as substâncias que ele usava para produzir a droga.

Depois de analisar os resultados, conclui que apenas uma das substâncias era responsável pelos efeitos do muuntaja. Esse elemento quando entrava em contato com a corrente sanguínea liberava uma reação química em cadeia, que entrava em contato com as outras substâncias que ai sim, faziam a droga funcionar.

Pense Felicity. Pense.

Como eu queria ter o Barry para me ajudar nesse momento. A última vez que ele esteve aqui, me ajudou a salvar o Oliver. Lembro-me das palavras apressadas dele tentando me explicar sobre o acelerador de partículas, dos experimentos, na reversão das reações... Eu precisava parar a reação.

Olhei novamente para trás para ter certeza que Colin ainda estava concentrado em algo além de mim, e continuei meu “trabalho”. As pontas dos meus dedos começaram a doer pela rapidez que eu digitava. Perder tempo não era uma escolha.

– Você está demorando – falou Colin ainda parado no mesmo lugar.

– Eu estou quase conseguindo. – rezei para que aquilo fosse o suficiente para mantê-lo longe de mim.

Eu estava no covil do lobo. Armando contra o próprio lobo. Era errado eu me sentir como o Stauffenberg na segunda guerra mundial?

O que era necessário para impedir a reação? O programa de Nolan, além de um separador de substâncias, também funcionava como um liquidificador para a droga de Colin... E se eu programasse para não separar as partículas? Não... provavelmente a substância mudaria de cor sem tantas misturas.

Pense Felicity.

Eu poderia diminuir a quantidade de partículas separadas! O excesso de reagentes formaria menos produto, que em consequência deixaria uma quantidade enorme de reagente limitante que impediria a mistura das partículas com as outras substâncias! Eureca!

Bom, pelo menos e achava que eu estava no raciocínio certo... Havia uma chance de eu estar errada e eu piorar ainda mais tudo o que já estava acontecendo. Como que queria que Barry estivesse aqui!

Espere, Barry? Se Barry Estivesse aqui eu ainda estaria nessa situação estressante. Eu queria que Oliver estivesse aqui, ele sim me tiraria daqui.

– Acabei! – exclamei com mais entusiasmo do que pretendia.

Eu havia reprogramado a invenção de Nolan da forma que eu gostaria, mas será que isso seria o suficiente?

Não sei porque eu estava esperando ouvir um “Obrigada”, ou talvez “Bom trabalho”, mas tudo o que eu saiu da boca de Colin foi um silêncio perturbador. Ele se aproximou de mim e empurrou minha cadeira para o lado, observando a tela com sua expressão ranzinza.

– Agora faça isso funcionar. – exigiu ele voltando-se para seu equipamento e adicionando líquidos e materiais sólidos que eu desconhecia.

Quando ele indicou, apertei o botão virtual e ordenei que o programa fizesse seu trabalho. Rezei silenciosamente para que as mudanças que eu fizera secretamente não alterassem o resultado final daquela coisa nojenta.

Colin observava um liquido amarelo pingando em um tubo de ensaio com uma expressão totalmente neutra. Achei que meu plano iria por água abaixo quando ouvi-o dar uma gargalhada horripilante (não era como nos filmes de terror, era pior).

– Eu consegui! – gritou ele em uma declaração de vitória.

“Você?” eu quase falei de forma irônica.

Colin colocou cuidadosamente a substância amarela em uma seringa, seus olhos brilhavam de excitação, porém, sua expressão continuava rígida. Perguntei-me como exatamente aquela droga agia no corpo, de certo não eliminava completamente as emoções, mas as deixavam tão inativas que apenas um momento eufórico como aquele, seria capaz de trazer um pingo de humanidade brotar nos olhos daquele ser maléfico.

– Loirinha. – disse ele carregando a seringa na mão. – Venha comigo.

Por fora, eu tentava demonstrar calma e confiança, e eu tinha certeza que isso não estava funcionando.

Caminhei com Colin até o outro extremo do laboratório (aquele lugar era maior do que eu imaginava). Porém, meu corpo ficou paralisado quando eu vi para onde ele estava me levando. Por de trás das caixas de papelão e copos de plástico sujos derrubados no chão, estava uma espécie de jaula de ferro. Por mais que o nome possa assustar, o objeto não era tão grande e poderia passar completamente despercebido se você não pudesse prestar atenção aos detalhes da sala.

No interior da jaula, havia um o corpo imóvel de uma mulher.

Colin levantou as grades de ferro e arrastou o corpo para fora com total descuidado.

– Ela não aguentou a última dose. – comentou ele como se aquilo fosse algo natural.

Eu ainda mantinha certa distância, e tive que negar a todos os meus instintos, a vontade de correr e desaparecer dali.

Quando ele jogou o corpo com desleixo para o outro lado da sala, caminhou novamente até a jaula e retirou algumas caixas de papelão do caminho. Depois disso, andou até a mim. Suas mãos encontraram novamente a seringa que ele havia depositado sobre uma mesa ao canto. Não quis encarar seu olhar.

No fundo, eu sabia o que estava para acontecer.

– Entre na jaula. – exigiu ele.

– Acho que você não queria apenas um favor, não é? – comentei ignorando as possibilidades de ser morta ali mesmo.

– Entre. – exigiu ele novamente.

Jaulas. Tá ai mais uma coisa para eu adicionar à lista de coisas que eu tenho medo. Uma coisa era certa: eu não queria entrar ali.

Não sei ao certo em qual momento eu decidi correr, mas quando percebi, minhas pernas estavam se movendo agilmente para longe de Colin. Eu havia observado a saída antes, mas o problema era: aquela era apenas a saída do laboratório, eu passara por diversos corredores e portas antes. Será que eu escaparia do labirinto?

Confesso que queria descrever a forma como eu, em um momento de sorte, conseguira escapar. Mas não foi isso que aconteceu.

Colin me alcançou sem nenhum esforço e agarrou meus cabelos. Algum objeto de metal em suas mãos atingiu diretamente minha cabeça, fazendo-me cair zonza e praticamente cega no chão. Tudo ficou embasado e uma dor latejante me forçava a fechar os olhos. Senti um chute em minha costela antes de ser levantada bruscamente e caminhas aos tropeços na direção que Colin me empurrava.

Quando a temperatura fria do chão encontrou meu corpo novamente, percebi que já estava jogada dentro da jaula. As dores em minha cabeça e em meu corpo me impediam de raciocinar direito.

– Você não gosta muito de obedecer, não é? – para minha surpresa, ele ainda agarrava meu cabelo do lado de fora da grade.

Eu juro que eu tentei ser forte, mas não consegui impedir de chorar ao sentir ele aproximando a agulha de minha pele.

– Você é teimosa, mas eu queria muito que você não tivesse o mesmo destino daquela moça ali. – a voz dele estava tão perto que senti um arrepio violento percorrer minha espinha. – Eu gostei de você.

Fechei os olhos com força e me preparei para receber aquele líquido nojento no meu corpo. Minhas alterações me salvariam? Ou seriam o motivo da minha morte?

Mas antes de sentir a agulha perfurar o meu corpo, ouvi um barulho. Eu e Colin não éramos mais os únicos no laboratório.

– Deixe-a em paz. – foi o que ouvi uma voz computadorizada dizer.

Abri os olhos com dificuldade e consegui ver o borrão do arqueiro segurando seu arco.

Ele viera para me salvar.


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Notas finais do capítulo

Eu realmente não queria ter parado aqui, mas não teve jeito hahaha.
O que acharam? O que acham que está por vir no último capítulo?
Por favor, postem seus comentários!
Obrigada novamente!
beijinhos. ♥



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