Trocando de lado escrita por LayneAS


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá, gostaria de agradecer Ingrid Bonascera Taylor, Marcela Cavalcante, Ingrid Fonseca e Giovana Messer Giovinazzo por terem favoritado a fic logo no primeiro capitulo.Isso pra mim foi um grande voto de confiança e fiquei muito feliz, valeu mesmo. Enfim, espero que você gostem do que preparei para esse capitulo.



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XXXXXStellaXXXXX

Se fiquei surpresa em vê-lo ali? Claro que sim, afinal de contas Frankie tinha se mudado para Paris e eu sequer sabia se ele voltaria.

– O que está fazendo por aqui? Achei que nunca mais ia voltar pra Nova York.

– Não ficou feliz com a minha visita? - ele perguntou sedutor com as duas mãos no bolso, eu sorri e fui ao seu encontro o abraçando com carinho.

– É claro que estou feliz, só não esperava vê-lo por aqui - falei me afastando.

– Teria alguns minutos para conversarmos?

– Desculpe Frankie, mas já estava indo pra casa, amanhã preciso trabalhar bem cedo, mas podemos marcar alguma coisa para o almoço, o que você acha?

– Pra mim está ótimo Stella - ele sorriu - No lugar de sempre?

– Pode ser.

– Então até amanhã - ele beijou meu rosto e se afastou.Eu ainda fiquei olhando ele partir, antes de voltar a caminhar até a minha casa.Frankie era um ex-namorado que eu não via tinha quase dois ano, pra dizer a verdade ele tinha sido o último cara que eu tive um relacionamento e terminamos porque ele como artista plástico tinha recebido uma grande proposta de uma das melhores escolas de artes em Paris e tinha aceitado, desde então nunca mais tínhamos nos vistos.Frankie era um ótimo homem e sempre me tratou com muito carinho e eu adorava a companhia dele, claro que não podia dizer que tinha me apaixonado por ele, mas tinha chegado bem perto disso e rever ele agora fez uma pontinha de alegria brotar em meu coração.Talvez nada estivesse perdido.

Quando voltei para o laboratório no dia seguinte me sentia um pouco melhor e mais determinada para começar bem meu dia de trabalho.Encontrei Lindsay no corredor.

– Está com uma cara bem melhor hoje, Stella.

– Respirar o ar da noite de Nova York me fez bem, deve ter sido isso.Além do mais encontrei um grande amigo ontem a noite, lembra-se do Frankie?

– Claro que sim, ele é lindo - ela sorriu, começamos a andar pelo corredor em direção a minha sala. - Vocês não foram namorados antes dele ir embora?

– Sim, mas isso não quer dizer que vamos voltar, além do mais Frankie poder ter alguém agora.Marcamos de almoçar hoje.

– Independente se rolar alguma coisa ou não, só espero que pelo menos a companhia dele te faça bem.

– Isso eu tenho certeza que sim, Lindsay.Alias, você devia tentar arrumar alguém minha querida, nunca vi você com ninguém desde que chegou de Montana.

– Ah Stella, não estou a procura de ninguém agora e sinceramente quero focar no meu trabalho, sem ninguém para atrapalhar meus pensamentos, estou feliz assim.

– Se você está dizendo - abrir a porta da minha sala - Mas notei os olhares de certo loiro de olhos azuis pra você e não foi somente uma vez.

– Está falando do Danny? Qual é Stell, ele é o cara mais mulherengo de todo o laboratório e você acha que poderia ter alguma coisa com ele além de uma noite de sexo? Não, ele não foi feito para compromisso sério e eu não estou afim de ter nenhum caso com ninguém.

– Tudo bem então, bom preciso terminar alguns relatórios agora.

– Bom trabalho ai pra você - ela se despediu com um sorriso, segui ela com o olhar até parar na sala do meu amigo e chefe.Mac parecia concentrado em algum papel que tinha em mãos e eu fiquei analisando ele por algum tempo e acabei me lembrando do que Jess tinha me falado no bar na noite anterior.Tinha que admitir que ele era um homem bonito e aqueles olhos azuis o deixavam ainda mais sexy.O que é isso Stella? Me repreendi em pensamento e resolvi começar a trabalhar, antes que falasse ou fizesse alguma bobagem.

As horas foram passando e o almoço se aproximava, um pouco antes do meu horário de saída ouvi um batida na porta e Mac aparecer.

– Vim te chamar pra almoçar e não aceito não como resposta. - disse sorrindo, parado na porta.

– Oh Mac, desculpe mas já tenho um compromisso e não vou poder ir com você.

– Estamos bem, certo? - ele perguntou entrando completamente na sala e me olhando apreensivo.

– Claro que sim, mas é que ontem encontrei o Frankie e eu o chamei para almoçar comigo hoje.

– Não sabia que ele estava em Nova York.

– Pois é, eu também não.Podemos almoçar em outro momento?

– Claro que sim, afinal de contas vou estar aqui todas os dias.

Foi estranho ouvir ele falar assim, parecia que estava...

– Obrigada por entender.

– Nos vemos depois então. - ele deu meia volta e saiu e eu por um segundo pensei em desistir do meu almoço com o Frankie, mas não podia desmarcar e afinal de contas eu não fazia ideia de quanto tempo ele ia ficar em Nova York.Vi Mac voltar para sua sala e dei um suspiro frustrado quando notei que ele não ia almoçar.Resolvi trazer algo para ele comer quando voltasse.

Se passaram um pouco mais de vinte minutos, peguei minha bolsa e fui em direção ao elevador.O restaurante que eu e o Frankie costumávamos frequentar ficava a uns três quarteirões do laboratório e sempre íamos depois do meu horários de trabalho.Como o dia estava muito bonito e o sol não muito forte, resolvi ir caminhando como sempre fazia.Quando entrei no charmoso restaurante de comida grega encontrei Frankie me esperando e tive a certeza que ele estava ali fazia algum tempo.

– Demorei muito? - perguntei ao me aproximar da mesa. Ele se levantou e me cumprimentou com um beijo no rosto e depois puxou a cadeira para que eu sentasse.

– Claro que não, você é sempre pontual, eu que cheguei cedo demais.Acho que estava muito ansioso para te encontrar.É muito bom rever você, Stell, muito mesmo.

– Posso dizer o mesmo, mas podemos pedir o almoço? Estou morrendo de fome?

– Soupies?

– Sim, vejo que não esqueceu o meu prato favorito e pelo o que me lembro você vai pedir macarrão com frango ao estilo grego?

– Exatamente - ele sorriu e achei que seu sorriso fosse ultrapassar seu rosto.

Antes do nossos pratos chegarem ficamos conversando sobre como estava sendo o trabalho dele como professor de artes em Paris e a ótima experiência que estava tendo.Foi bem bacana ouvir o entusiasmo dele e eu fiquei feliz por ele.

– Peguei alguns meses de licença e só voltarei para Paris daqui uns cinco meses.

– E vai ficar todo esse tempo em Nova York ou vai aproveitar para viajar por outros lugares?

– Pretendo ficar por aqui mesmo, afinal de contas aqui é meu lugar e sinto muita falta dessa cidade e sinto falta de você também, Stella.

Ele pegou em uma das minhas mãos por cima da mesa, mas antes que eu falasse qualquer coisa o garçom chegou trazendo nossos pratos.

– Estava com saudades de comer essa comida, lá não encontrei nenhum restaurante que preparasse nada como esse.

Enquanto comiamos não trocamos nenhuma palavra, mas eu podia sentir os olhares dele em mim e eu poderia até ficar lisonjeada com isso, mas estranhamente todo aquele possível entusiasmo dele comigo me incomodou um pouco.

– Podemos nos ver hoje a noite? Sair pra dançar um pouco? Lembrar os velhos tempos?

Tínhamos acabado de sair do restaurante e eu voltava para o laboratório.

– Tudo bem, não tenho nada programado para hoje.

– Vai ser muito bom, eu prometo. - eu não entendi muito bem aquelas palavras e cheguei a imaginar que estava cometendo um erro ao aceitar aquele convite, afinal de contas Frankie poderia entender que eu já estava dando uma segunda chance para nós dois e sinceramente depois daquele encontro eu não sabia se queria aquilo.Ele se despediu com um beijo no rosto e já em frente ao prédio do laboratório entrei rapidamente. Andei apressada porque não queria que a comida que trazia para o Mac esfriasse porque mesmo pedindo para voltar de táxi para ganhar tempo, Frankie insistiu para que voltássemos a pé para " aproveitar da minha companhia" e eu não consegui dizer não.

Como eu imaginava, Mac estava na sua sala, bati na porta antes de entrar.

– Trouxe o seu almoço, espero que ainda goste de comida grega.

– Gosto de tudo que vem da Grécia, você devia saber disso. - ele sorriu e foi ao meu encontro, levantando-se da cadeira. - O cheiro está muito bom.

Ele pegou a embalagem das minhas mãos e voltou para seu lugar, eu sentei na cadeira a sua frente.

– Como foi seu almoço com o Frankie? - ele perguntou depois de saborear o primeiro garfo do mesmo prato que eu tinha comido no restaurante.

– Foi bacana, ele me contou sobre o trabalho em Paris e me disse que vai ficar alguns meses de licença e todo esse tempo ele vai ficar aqui, em Nova York.Cinco meses na verdade.

– É um bom tempo, imagino que ele queira passar a maior parte desse tempo com você do lado dele, ou estou enganado?

– Podemos nos ver algumas vezes, mas Frankei sabe que não vou poder ficar a disposição dele sempre que ele quiser e pode ficar tranquilo que não vou permitir que ele atrapalhe meu desempenho no trabalho. - minha palavras saíram um pouco agressivas e Mac me olhou surpreso.

– Não é com isso que estou preocupado, Stella, sabe muito bem que sou uma das pessoas que mais confia no seu trabalho e sei que nunca vai permitir que sua vida pessoal interfira aqui.O que me preocupada na verdade é que... eu posso perder sua companhia durante esses cinco meses e acho que não estou preparado para dividir sua amizade com mais ninguém.

Ele sorriu depois daquelas palavras e eu na verdade fique sem fala por alguns segundos.

– Sabe que isso não vai acontecer Mac, é o melhor amigo que tenho e nunca e nem ninguém vai tomar seu lugar em minha vida.

– Fico um pouco mais tranquilo em ouvir isso.Gostaria que eu passasse na sua casa hoje para irmos juntos até o bar? Um pouco antes de você voltar o Don passou por aqui e confirmou que vai comemorar seu aniversário no lugar de sempre.

– Oh, eu tinha me esquecido disso

– Pelo seu tom de voz posso ter a certeza que marcou de sair com o Frankei hoje anoite também.

– Isso mesmo, será que posso leva-lo comigo? Don vai ficar muito chateado se eu não for.

– Acho que não vai ter problema algum Stella, a sua presença vai ser mais importante.

– Desculpe por isso também.

– Você está fugindo da minha companhia Bonasera eu não estou gostando disso. - ele deu um sorriso de canto, me levantei ainda olhando pra ele.

– Nunca vou fugir de você, sabe disso.

XXXXXMacXXXXX

Depois de praticamente dois dias eu encontrei com a Peyton no laboratório e entendi que ela tinha evitado o máximo encontrar comigo pelos corredores, mas isso acabou não durando muito tempo porque ela tinha que falar comigo em algum momento e até fiquei aliviado quando ela disse que não estava sendo fácil pra ela, mas que não queria se comportar como uma adolescente e me ignorar porque eu e ela não tínhamos dado certo.Estava satisfeito que as coisas entre nós tinha mudado, mas o que me preocupava agora era uma outra pessoa, Stella.Eu temia que Frankie se aproveitasse dessa fase tubulada que ela estava passando.

– Ela já é adulta, Mac, sabe se cuidar muito bem sozinha. - eu disse pra mim mesmo enquanto dirigia até meu apartamento, ia ter um pouco mais de uma hora até me encontrar com toda a equipe no bar e sabia que talvez fosse ouvir alguma coisa do tipo " porque Stella não veio com você hoje?" Ou foi trocado por um outro cara?"

Depois de tomar uma ducha e colocar uma roupa confortável, eu fechei meu apartamento e segui até o local marcado, estava atrasado e sabia que ia ser um dos últimos a chegar.Infelizmente eu estava certo, na mesa já estava todos das equipe, sem contar com o Frankie que estava em um papo animado com Sheldon, enquanto Stella conversava com o aniversariante do dia.

– Mac! Por um segundo achei que você não viesse.- Don falou assim que me viu e todos da mesa voltaram suas atenções pra mim.

– Eu não perderia isso, parabéns Don. - entreguei para ele um cd da sua banda favorita e depois de agradecer ele pediu que eu sentasse em algum lugar.Acabei me sentando de frente para a Stella e Frankie, do lado da Jess e do Adam.

– Como vai detetive Taylor? E um prazer reencontra-lo.

– Estou muito bem, obrigado e espero que você também.

– Não teria como estar melhor, não é? - Stella deu um sorriso sem graça e eu sabia que ela não tinha gostado nem um pouco daquele comentário.

Durante toda a noite eu não tive oportunidade de trocar muitas palavras com a Stella, e entra uma conversa e outra com os outros da mesa e notava como ela e Frankie estavam entrosados um com o outro.

– Já está um pouco tarde e eu preciso ir pra casa. - Lindsay falou ao se levantar e deixar duas notas de dez dólares em cima da mesa.

– Quer uma carona? Eu também estou de saída. - eu me ofereci, sentindo vontade de sair logo dali.

– Eu adoraria Mac, obrigada.

– Se você quiser pode deixar que eu a levo chefe, a casa da Lindsay é caminho da minha. - Danny ofereceu.

– Se ela achar melhor, não vejo problema algum em desviar um pouco da minha rota e deixa-la na sua casa.

– Obrigada Danny, mas eu vou com o Mac.

Ele deu um sorriso um pouco sem graça e eu sabia que Danny não tinha gostado muito de ter sido deixado de lado.

– Vamos então? Boa noite pra todos.Prazer em revê-lo, Frankie.

Quando eu e Lindsay estávamos na porta do bar, Stella nos alcançou.

– Mac, teria um instante?

– Pode me esperar no carro, Lindsay?

– Claro chefe - eu entreguei a chave do carro para ela. - Pode falar Stella.

– Você praticamente não falou comigo a noite toda, o que está acontecendo?

– Só não consegui tempo para falar com você essa noite, achei que as atenções teriam que ser para o aniversariante.

Ela levantou as sobrancelhas, surpresa.

– Está chateado porque vim com o Frankie? É isso.

– Stella, a vida é sua e você pode fazer com ela o que você quiser, eu só... me preocupo com você e na verdade... não gostaria que Frankie se aproveitasse que você está... tão frágil nesses últimos dias.

– Mac eu agradeço sua preocupação, mas quem decide isso a respeito da minha vida sou eu e você sabe que não faria nenhuma escolha maluca.

– Eu sei que sim.Até amanhã, Stella.Acho melhor voltar para a sua mesa.

– Até amanhã, Mac.

Sabia que estava agindo até com uma criança birrenta, mas ultimamente eu não sei o que estava acontecendo comigo.Entrei no carro e Lindsay ouvia uma música qualquer no rádio.

– Posso desligar se quiser.

– Tudo bem Lindsay, não precisa.

– Eles formam um casal bonito, não acha?

– De quem você está falando? - perguntei ao ligar a chave do carro e dar a partida.

– Da Stella e do Frankie, de quem mais seria?

– Da Jessica e do Don?

– Você acha que eles... tem alguma coisa?

– Sinceramente eu não sei, mas não procuro ficar sabendo muito da vida dos outros.

– Oh desculpe Mac, estou me saindo m bela de uma intrometida. - ela falou envergonhada e eu me repreendi por ter sido tão duro em minhas palavras.O que estava acontecendo comigo?

– Desculpe pelo meu modo de falar, acho que o dia foi muito cansativo e eu acabo descontando nas pessoas.

– Está preocupado com a Stella, não é?

– Sim, muito.

– Frankei foi o cara que mais ela se encantou desde que... o marido morreu, pelo menos foi o que ela me disse.

– Eu só não quero que esse cara a machuque, Lindsay, Frankie vai embora daqui a alguns meses e como ela fica?

– Acho que a Stella sabe onde está pisando, vamos confiar nos instintos de detetive dela.

– Nela eu confio, mas alguma coisa me diz que Frankie...

– Acha que ela corre algum perigo? - ela me perguntou preocupada e eu me arrependi no mesmo instante de ter levantado essa suspeita.

– Esquece tudo o que eu disse Lindsay, bem chegamos.- Estacionei em frente ao modesto prédio onde ela morava, ela me agradeceu e saiu do carro.Esperei até que ela entrasse e dei a partida novamente.Eu ainda tentava entender todo aquele ataque de raiva com a Stella e o porque de ter tratado ela daquela forma.Queria entender aquela desconfiança toda com o Frankie, não tinha porque me preocupar, afinal de contas eles já tinham tido um relacionamento anteriormente e Stella o conhecia bem.Eu tinha que parar de me meter dessa forma na vida dela.

Quando a encontrei no dia seguinte, Stella parecia estranha e sequer falou bom dia quando chegou, foi direto para a sua sala, talvez ela estivesse daquele jeito por minha causa. Resolvi dar espaço para ela, mesmo que ver Stella com o rosto tão tenso me preocupasse muito.

– Trouxe alguns papeis para você assinar. - eu mal tinha ouvido ela bater na minha porta.

– Está tudo bem com você? - eu olhava para ela entre uma assinatura e outra, enquanto Stella permanecia com os braços cruzados esperando que eu terminasse.Mesmo com aquela jeito de brava, ela estava linda aquela manhã, na verdade sempre estava.

– Não Mac, não estou bem e a culpa é sua.

– Minha culpa? O que fiz dessa vez, Stella?

– Esquece isso, já terminou? Tenho muitas coisas pra fazer.

Ela ia pegar os papeis em cima da mesa, mas eu segurei sua mão e a encarei.

– Eu quero saber o que aconteceu.

– Me larga, Mac.

– Stella, eu quero saber.

– Você perdeu todos os direitos como meu amigo quando me deixou com o Frankie.

Stella puxou sua mão de uma vez e eu só tive chance de vê-la sair pela porta levando os papéis que tinha assinado.O que ela quis dizer com aquilo? E pior, o que Frankie tinha haver com isso? Aquilo ficou em meus pensamentos durante todo o dia, sem sair um segundo sequer da minha mente.

XXXXXStellaXXXXX

A vontade que tive quando Mac se despediu no bar foi de jogar um copo de cerveja na sua cabeça.Ele conseguia ser irritante com sucesso quando queria e eu estava mais do que frustrada quando me senti praticamente obrigada e aguentar por mais um tempo toda aquela bajulação do Frankie.Tive a certeza que não devia ter aceitado o convite ou chamado ele pra sair com o pessoal do laboratório quando ele me pegou em frente ao prédio onde morava.Ele praticamente me engoliu com os olhos e eu nunca me senti tão desconfortável com isso e assim que chegamos no bar ainda tive que ouvir Danny perguntar se estávamos namorando e Don dar uma risadinha.

A chegada do Mac fez com que minha tensão aliviasse um pouco, mas depois dele praticamente ignorar todos os meus olhares de ajuda eu vi que tudo estava perdido quando ele foi embora.Mesmo sabendo que Frankie ia querer me levar para casa eu tentei pegar um táxi com a desculpa que ficaria ruim para ele mudar tanto o caminho por minha causa.

– Eu nunca ia me perdoar se deixasse você ir sozinha e não perderia sua companhia por mais esse momento por nada. - ele sorriu insinuante antes de abrir a porta do carro para que eu entrasse.

Nossa viagem até meu apartamento foi praticamente silenciosa e em alguns momentos Frankie me perguntava alguma coisa qualquer e eu respondia somente o necessário.

– Chegamos querida.

– Obrigada pela carona Frankie, realmente não precisa se incomodar e agradeço pela sua companhia no bar hoje. - tentei me despedir com um beijo no rosto, mas ele virou o rosto e me beijou.

– O que você pensa que está fazendo? - perguntei furiosa assim que me afastei.

– Vai me dizer que não queria o mesmo? - perguntou com o pior sorriso cafajeste.

– Nunca mais faça isso sem o meu consentimento, você entendeu Frankie? - eu me virei para abrir a porta, mas ele a travou. - Você enlouqueceu? Abra essa porta agora.

– Pra que tudo isso Stellinha? Eu sei que você também quer e sei que está louca para relembrarmos os velhos tempos, vamos minha querida, para que perder ainda mais tempo? Vamos logo subir para o seu apartamento.

Frankie se aproximou ainda mais de mim e mesmo depois de receber um tapa forte na cara ele não se intimidou e continuo a me beijar. Ouvi uma leve batida no vidro e ele me soltou, ao ver que era o porteiro do meu prédio senti um grande alivio dentro de mim.

– Está tudo bem por ai, senhorita Bonasera?

– Está sim George, poderia abrir a porta pra mim, Frankie? - eu o desafiei com o olhar e com os olhos vermelhos de raiva ele a abriu e eu sai dali rapidamente só a tempo de ver Frankei sair cantando pneus. - Obrigada George. - Eu sorri para o simpático senhor e entrei no meu prédio rapidamente sem olhar para trás.Ainda estava com o corpo tremendo ao sentir a água do chuveiro molhar o meu corpo e tirar qualquer vestígio das mãos sujas do Frankie em mim.Ainda demorei para dormir, imaginando o que poderia ter acontecido se George não tivesse aparecido.Quando cheguei ao laboratório não sentia vontade de falar com ninguém e passei rapidamente pelo corredor sem dar qualquer oportunidade de ser parada, ao me sentar na cadeira ainda consegui ver o olhar do Mac sobre mim e como ele parecia curioso ou preocupado, mas eu desviei o olhar rapidamente e comecei a trabalhar em qualquer coisa que parecia não fazer sentindo algum para mim, até claro me lembrar que precisava de algumas assinaturas do chefe em vários relatórios.

Eu queria culpar alguém pelo o que tinha acontecido comigo na noite anterior e ainda estava furiosa com o Mac, que droga, ele tinha que ter ficado do meu lado.Eu sabia que tinha exagerado na minha reação, mas estava tão magoada que não fazia a mínima se estava sendo grossa ou não com ele.Quando estava esperando o elevador, Mac veio ao meu encontro e eu soltei o ar que parecia preso nos meus pulmões, mas para meu espanto ele não disse uma palavra, claro, até ele resolver parar o elevador.

– O que você está fazendo, Mac? Porque fez isso? - perguntei sem entender nada.

– Foi a única maneira que encontrei de conversar com você.

– E precisava realmente fazer isso? Não poderia simplesmente me chamar pra conversar em outro lugar?

– E você aceitaria? Eu te conheço muito bem Stella.

– Okay, o que você quer saber? Estamos perdendo tempo e você sabe muito bem que odeio ficar tanto tempo em elevadores.

– Eu sei que fui péssimo ontem anoite, mas você está bem estranha hoje e eu sei que não é só por minha causa, o que foi que aconteceu com você,Stell? - meu nome saiu em um sussurro e Mac me encarava esperando uma resposta.Ele conseguia como ninguém usar a seu favor o poder daqueles hipnotizantes olhos azuis.

– A noite não terminou como eu queria.

– O que quer dizer com isso?

Contei o que tinha acontecido no carro e Mac permanecia ouvindo com total atenção, eu ainda consegui perceber uma veia no seu pescoço saltar e sabia que ele estava fazendo um grande esforço para não explodir.

– Eu achei que você estava bem, me desculpe Stella, eu devia ter prestado mais atenção em você. - ele acariciou meu rosto e eu fechei os olhos com o contato.

– Tudo bem Mac, eu não posso culpar você por um erro meu.Confesso que assim que o encontrei imaginei que pudesse... reviver os bons momentos que tivemos juntos, Frankie foi o único cara que... me apeguei tanto depois do Paul.

– E onde ele está agora?

– Não faço ideia e na verdade não quero saber, Mac, quero esquecer tudo isso e continuar com a minha vida.Você pode liberar o elevador agora? Estou louca pra ir pra casa.

– Claro que sim. - ele deu um sorriso de canto e apertou o botão, depois de digitar um senha.Chegamos no estacionamento em pouco tempo. - Vou leva-la pra casa.

– Não precisa, Mac, eu vou ficar bem.

– Eu vou leva-la Stella e não estou pedindo sua permissão.

– Nada vai fazer com que você mude de ideia não é? - perguntei seguindo até o meu carro.

– Nada e hoje vou ficar como seu motorista, me entregue a chave senhorita Bonasera.

Era impressionante como ele conseguia ser tão mandão mesmo fora do laboratório e o mais engraçado era que não conseguia ir contra qualquer coisa que ele pedia, ou melhor que ele mandava.Ao contrário de como foi com o Frankie, o caminho pra casa com o Mac foi bem divertido e ele tentava de alguma forma tirar um sorriso do meu rosto.Quando chegamos fez questão de me levar até meu apartamento.

Me joguei no sofá o convidando para sentar-se em uma poltrona do lado, mas Mac sentou do meu lado e puxou um dos meus pés em cima do seu colo.

– O que vai fazer, detetive?

– Você está tensa, Stella, precisa relaxar um pouco e eu sei como você gosta disso.

Mac começou a massagear os meus pés e eu fechei os olhos com o contato e me senti maravilhada com aquelas mãos maravilhosas, como ele conseguia fazer aquilo tão perfeitamente?

– Uhm isso está muito bom, você tem mãos mágicas, sabia?

– Consegui me aperfeiçoar com o tempo.

– Acredito que tenha conquistado Peyton com essa massagem.

– Na verdade não, a única pessoa além de você que sabe sobre esse meu segredo é a minha mãe.

– Posso ficar lisonjeada?

– Deve, é uma mulher especial para mim Stella e eu faço qualquer coisa para te deixar bem.

Ficamos em silêncio por um bom tempo, fiquei analisando a maneira como Mac se concentrava no que estava fazendo, suas feições, seu rosto, sua boca... Ele tinha dobrado as duas mangas da camisa social azul que usava até seu cotovelo, e abriu o primeiro botão.Era incrível como ele estava sexy daquela forma e por um segundo eu imaginei que éramos um casal, feliz e apaixonado.

– Porque está sorrindo? - ele perguntou me encarando curioso.

– Você fica muito bem nesse papel, sabia? Poderia trabalhar com isso se saísse da policia.

– Não sei se ia dar certo Stella, eu não ia querer atender outra mulher que não fosse você.

Ele sorriu novamente e voltou a se concentrar no que estava fazendo.

– Paul sempre fazia isso quando chegava do trabalho, nas raras vezes que eu chegava depois dele, mas devo confessar que você é muito melhor do que ele nesse quesito.

– Você não tem curiosidade em saber o que mais sou melhor do que o Paul?

Mac me encarava com aqueles olhos azuis fascinantes e eu fiquei perdida por um segundo neles.

– E o que você é tão bom, Taylor? - arrisquei em perguntar e senti meu coração no peito bater acelerado. O que eu pensava que estava fazendo? Que tipo de pergunta era aquela?

– Eu sei cozinhar muito bem, aposto que você também não sabia disso.

– Mac Taylor sabe cozinhar? Isso eu quero ver.

– E você vai, agora mesmo. - ele levantou-se do sofá e antes de sair beijou suavemente a minha testa. - Espere aqui.

Demorou uns quarenta minutos e eu só conseguia ouvir o barulho das panelas na cozinha, mas não me atrevi a ir até lá, não queria estragar a surpresa.

– Poderia vir até aqui, senhorita Bonasera.

Virei-me para a porta da cozinha e vi Mac ali parado, com um avental e secando as mãos em um guardanapo.

– O cheiro realmente está muito bom, não vejo a hora de provar o que você preparou.

Ele puxou a cadeira para que eu me sentasse e agradeci, para a minha felicidade ele tinha preparado uma macarrão com molho branco, o meu preferido.Para finalizar um vinho tinto que eu nem me lembrava que tinha guardado.

– Espero que não se incomode por eu ter pegado o seu vinho, foi a única coisa que encontrei para acompanhar.

– Tudo bem, na verdade ele estava a tanto tempo ai que nem me recordava, Está realmente muito bom, você cozinha muito bem.

Enquanto jantávamos ficamos em silêncio e quando finalmente terminou eu me sentia muito satisfeita.

– Nossa, isso foi maravilhoso e não consigo comer mais nada.

– Ainda tem a sobremesa e não vou aceitar que você despreze o que preparei.

– Sobremesa? Oh Mac, estou cheia que se comer mais alguma coisa acho que vou explodir.

– Tudo bem, não quero que passe mal por minha causa.

Me levantei com o prato na mão e o coloquei na pia, ia fazer o mesmo com o dele, mas Mac me impediu.

– Pode deixar isso comigo.

– De forma alguma, depois do jantar maravilhoso que você preparou?

– Posso então ajuda-la? Eu lavo e você guarda, tudo bem?

– Você sempre me convence.

Enquanto Mac lavava os prantos eu os secava e os guardava no armário e foi inevitável não me lembrar das várias vezes que eu e Paul fizemos isso e como sentia falta daquela parceria e como era bom reviver aquilo e com o Mac.

– Vocês nunca pensaram em ter filhos? - ele perguntou de repente, quando me entregou a taça de vinho já limpa e eu a guardava.

– Sim, mas quando finalmente estava decidida a ter um... aconteceu tudo isso e não tivemos tempo.

Mac veio até mim e me puxou para um abraço e eu me entreguei, apoiando minha cabeça em seu ombro.

– Você vai ser um boa mãe, um dia. - eu me afastei mas sem sair dos seus braços.

– Não é tão simples assim e sinceramente não sei se quero ter filhos agora.É complicado...

– Porque complicado? Porque você não quer ou porque não acredita que exista alguém capaz o suficiente de fazer você se apaixonar novamente e querer construir uma família?

– Algo assim. - falei me sentindo ridiculamente tímida e embaraçada.

– Posso te dizer uma coisa? - ele segurou meu rosto com uma das mãos.

– Claro... - sussurrei.

– Quando vi você vestida de noiva eu tive a certeza que nunca em minha vida havia visto uma mulher tão linda, e ao mesmo tempo estava feliz porque sabia que o Paul ia cuidar muito bem de você e ia ser o marido que você merecia.Stella.. . talvez eu estrague tudo com o que eu vou dizer, mas... eu fico louco de ciúmes com qualquer cara que se aproxime de você e com o Frankie não é diferente e só de saber que ele forçou a barra eu tenho vontade de ir atrás dele dar um surra.Você tem ideia de como é importante pra mim?

– Da maneira como você diz até parece que...

– Eu estou apaixonado?Eu não sei Stella, mas quando estou perto de você eu não quero ir embora, se amar alguém é querer manter ela sempre por perto e cuidar dela e nem se importar em deixar sua namorada esperando porque você quer ficar ali... não sei, mas eu nunca senti isso em toda a minha vida.Ter você em meus braços é a melhor sensação do mundo e eu ficaria aqui por horas ou até a minha vida inteira se você permitisse - ele suspirou alto - Eu te amo Stella.

– O que você está dizendo... nós somos amigos, não somos? Você não pode se apaixonar e isso não é certo.

Eu tentei me afastar mas ele me segurou ainda mais forte em seu braços e eu fiquei apavorada.

– Porque não é certo? Que droga Stella, estou cansado de viver sozinho e quando penso em encontrar alguém para viver do meu lado eu só consigo pensar em você.Nós podemos dar certo e você sabe disso, por favor não me olha assim porque eu não suporto ver esse medo nos seus olhos.

– Eu não estou preparada para isso, Mac, me entregar de corpo e alma para um novo relacionamento e estou com medo.

– Você está com medo de mim? É isso? - eu podia ver como ele tinha ficado magoado e meu coração se apertou, ele tinha entendido tudo errado.

– Não foi isso que eu quis dizer, eu...

– Está tudo bem Stella, eu já entendi tudo e acho que você pode ter razão. Somos amigos a tanto tempo que... nos acostumamos com isso.É melhor deixar tudo como está e fingir que eu não disse tudo isso e não estraguei a noite, tudo bem?

Ele forçou um sorriso e eu nunca me senti tão mal em toda a minha vida.Vi Mac me solta e dar um beijo no meu rosto.

– Fique bem Stella.

– Onde você vai? - perguntei com medo que ele fosse para longe de mim para sempre.

– Pra casa, ficar longe de você por essa noite... confesso que está sendo difícil demais ficar aqui agora... Vamos fingir que eu não disse nada, apague isso da sua memória e vamos passar uma borracha nessa noite.Até amanhã.

Eu não consegui sair do lugar e ainda ouvi a porta do meu apartamento abrir e se fechar em seguida.Aquilo tudo realmente tinha acontecido? Mac tinha dito todas aquelas palavras ou eu tinha sonhado tudo aquilo? Eu conhecia ele a muito tempo e muito bem e sabia que Mac havia falado aquelas palavras porque realmente sentia tudo aquilo e eu tinha estragado tudo.Mas e o que eu sentia? Sempre o vi como meu melhor amigo e agora eu descobria que ele estava apaixonado por mim... Eu não conseguia colocar a cabeça no lugar e nesse momento só sentia medo de ter perdido meu melhor amigo para sempre.


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram? Acham que estou indo rápida demais com esse envolvimento logo da Stella e do Mac? Querem me matar por causa do final? No próximo capitulo os outros CSIs vão ficar mais presentes.Até a próxima.