XXXXXMacXXXXX

Eu ainda estava tentando entender tudo o que tinha acontecido e principalmente tudo o que eu tinha falado para a Stella.Agora sozinho eu me perguntava como tinha conseguido me abrir daquela forma, mas ver ela ali tão frágil e precisando de mim me fez ver que eu queria sempre conforta-la mas não como seu melhor amigo e sim como seu companheiro, seu amante, seu amor. .. mas agora eu me perguntava se tinha feito a coisa certa. Me lembrando do rosto dela de surpresa eu começava a achar que não. Droga, Stella nunca mais ia querer olhar na minha cara e morreria se ela me ignorasse.

Quando cheguei mo laboratório ela ainda não tinha aparecido e eu por um segundo achei que fosse por minha causa, mas passou pouco mais de meia e eu a vi sair do elevador, sua postura sempre tão confiante agora parecia mais desconfiada e cautelosa. Ela deu um olhar rápido em minha direção antes de seguir seu caminho.Eu suspirei frustrado, o dia prometia ser muito longo. Um pouco depois Don chegou e tive que distribuir os casos, Stella me olhou interrogativa quando viu que não estávamos no mesmo caso já que era o que estava acontecendo nas últimas vezes, mas eu precisava de mais tempo e ela tinha que entender isso.

Quando voltamos para o laboratório a minha dor se cabeça que tinha começado pela manhã parecia ter aumentado e minha cabeça parecia que ia explodir. Nesse momento estava praticamente jogado na poltrona da sala de descanso e o meu café estava abandonado em cima da mesinha de centro. Estava com os olhos fechados com a vaga esperança que com isso essa dor diminuísse.

– Posso ajuda-lo detetive? - eu nao precisei abrir os olhos pra saber quem era.

– Eu vou ficar bem. - não estava muito afim de conversar.

– Não pode mentir pra mim, Mac, sabe disso.

Ouvi seus passos e em poucos segundos depois Stella começou a massagear os dois lados da minha cabeça com as pontas dos dedos.

– Isso vai ajudar você a melhorar, sempre ajudou.

– Talvez não consiga ajudar agora. - abri meus olhos e vi Stella dar a volta e sentar do meu lado.

– Eu não quero perder você.

– Você sabe que isso nunca vai acontecer.

– Eu fiquei preocupada e praticamente não dormi durante toda a noite e... você disse mesmo aquilo ou...

– Você achou que eu estava fazendo algum tipo de brincadeira? Acha realmente que teria coragem de brincar com algo tão sério como os meus sentimentos e os seus? Stellla... - eu segurei as suas mãos nas minhas e a olhei bem no fundo dos olhos. - Nunca fui tão sincero em toda a minha vida, mas eu disse que queria passar uma borracha na noite passada, não foi? Mas eu não vou conseguir se ficar me lembrando disso o tempo todo, já está sendo difícil me manter do seu lado e fingir que tudo era como antes.Eu não posso te obrigar a nada, eu não posso... fazer com que me ame, você sempre será a Stella do Paul...

– Paul foi especial demais pra mim, Mac e eu não consigo me desprender dele...

– Você que não quer solta-lo, Stella, já se passaram longo dez anos e você continua tentando se manter apaixonada por ele como se gostar ou se interessar por outro homem fosse uma traição contra a memória do seu marido.

– Não me julgue por favor, não você... - ela estava com os olhos molhados e eu senti uma grande vontade de toma-la em meus braços.

– Sou seu melhor amigo, não é assim que você diz? Estou aqui pra te apoiar, mas estou aqui também pra mostrar que deve pensar em finalmente seguir a sua vida.

– Mac. - Danny entrou na sala e nos viramos para encara-lo e ele pareceu sem jeito por ter interrompido nossa conversa - Desculpem eu posso...

– Tudo bem Danny eu já estava de saída mesmo - Stella levantou-se e saiu da sala sem dizer mais nenhuma palavra.

– Está tudo bem com ela?

– Ela vai ficar, eu espero.Você queria falar comigo?

– Sim, preciso te mostrar algo sobre o caso que estamos trabalhando.

Depois que sai com o Danny eu não vi mais a Stella e achei melhor passar um tempo afastado para colocar as ideias no lugar.Dizem que não podemos definir exatamente o dia, a hora ou o momento que nos apaixonamos e acho que isso se encaixa muito bem comigo.

XXXXXStellaXXXXX

Eu estava sozinha.Eu me sentia sozinha na verdade. Já tinha se passado alguns dias desde que... Mac tinha se declarado e desde então nossa amizade nunca mais foi igual e eu sentia tanta falta da companhia dele... Nunca tinha me imaginado perder a amizade do Mac e achei que isso fosse durar para sempre, mas... não é " tão eterno" como eu imaginava que fosse.Nesse momento estava na minha mesa cansada, exausta, me levantei para me alongar um pouco quando vi Frankie se aproximando com uma caixa na mão, senti meu corpo se arrepiar todo.O que ele queria aqui depois de tudo que tinha acontecido? Ele bateu levemente em minha porta e a abriu.

– Podemos conversar?

– O que esta fazendo aqui, Frankie? - ele continuou parado na porta parecendo não saber o que fazer.

– Vim te pedir desculpas e dizer que fui um idiota por ter te tratado daquela maneira.

– Realmente você não foi nem um pouco cavaleiro e eu não o gostei nada daquilo.

– Eu sei... - ele pareceu bem envergonhado - Trouxe um presente para tentar me redimir.

Ele aproximou- se cauteloso e deixou a caixa em cima da mesa.

– O que é isso?

– Porque não abre? Passei duas noites em claro e quero muito que aceite.

Um pouco desconfiada eu abri a caixa em e de dentro dela eu vi uma pequena escultura, com o formato do meu rosto.

– Oh ela é linda - tive que admitir que ele tinha feito um excelente trabalho.

– Você gostou? – ele perguntou e eu me virei pra ele.

– Eu adorei, muito obrigada Frankie.

– Então estou perdoado? – ele parecia uma criança quando fazia alguma travessura e estava com medo do castigo.

– Eu aceito o presente, e sobre te perdoar não sei se me sinto mais a vontade em sair na sua companhia.

– Stella...

– Preciso que você entenda isso e respeite, podemos nos falar de vez em quando, mas não vamos mais sair juntos.

– Eu nunca imaginei que... Tudo bem Stella – dessa vez a voz dele não era mais macia ou doce, era... de raiva? – Vai ser como você quer.

Eu vi Frankie sair e pegar o elevador, o clima pareceu estranho e eu senti um arrepio novamente percorrer o meu corpo.Pela segunda vez ouvi uma batida na porta e estava tão destraida que não vi que era a Jess.

– Você não parece que está nesse mundo, Stella, vi o seu ex sair e ele não estava com uma cara muito boa.

– Frankie tem dificuldades para entender que nem tudo se resolve tão facilmente e não são todas as coisas que é da maneira que ele quer.

– Então isso quer dizer que não tem a menor chance de vocês voltarem?

– Na verdade nunca teve, Jess, eu que... imaginei que pudesse ter mas isso está completamente fora de questão agora.

– E você chegou a pensar no que eu te falei? Sobre o Mac?

– Ainda essa história? Que parte do “ Mac é meu melhor amigo” você não entendeu?

– Isso não impede que vocês tenham algo e você sabe muito bem disso.

– Jessica eu não quero pensar nesse assunto por hoje, está bem? Tem acontecido coisas demais na minha vida e falar da minha vida pessoal com você é algo...

– Bem interessante de fazer – ela sorriu e eu também não consegui me manter séria.

– Se você acha o Mac tão maravilhoso, porque não fica você com ele? É solteira, bonita... – Jess ficou séria mas depois deu um pequeno sorriso.

– Eu respeito o Mac e tenho um grande carinho por ele, mas não é a mim que ele ama e você sabe do que eu estou falando.Está surpresa, Stella? Eu sei dos sentimentos dele por você, Meu Deus e quem não sabe? Ele respira você, ele vive por você, ele te ama... Stell... pense bem okay? Você pode estar perdendo uma grande oportunidade de ser feliz.

– Eu não entendo como você descobriu, ele te falou alguma coisa?

– Não exatamente, mas ele tem andado bem chateado nesses últimos dias e sempre que tocamos no assuntos Stella eu vejo que ele fica ainda mais fechado, não foi difícil entender...

– Mac foi meu amigo desde sempre e agora tudo isso me deixou tão perdida, ele mal fala comigo e eu sinto tanto a falta dele do meu lado.

– Stella você precisa entender que não está sendo fácil pra ele também, ele está tentando te dar espaço, está tentando resolver as coisas entre vocês mas da maneira dele, se afastando e você precisa aceitar isso, já que não consegue arriscar que ele pode ser sim o homem certo pra você.Eu preciso ir resolver algumas coisas e se precisar de alguma coisa, quiser conversar...

– Obrigada Jess – um pouco depois da sua partida eu resolvi ir pra casa.No caminho me peguei pensando em tudo o que ela tinha me falado e pela primeira vez tentei me imaginar como seria minha vida do lado do Mac.

XXXXXLindsayXXXXX

Caminhar um pouco durante a noite me fazia bem e com aquela chuva caindo bem de fininho tudo parecia perfeito e de certa forma eu conseguia me lembrar um pouco do meu lugar e a falta que sentia da minha família.Não estava sendo fácil morar em um cidade como Nova York e não conhecer ninguém. Por sorte fui muito bem recebida por todos e finalmente conseguia me adaptar a vida agitada da cidade.

Algumas pessoas assim como eu caminhavam pela ruas, mas sempre acompanhadas por um guarda chuva ao contrário de mim, que preferia deixar que a chuva molhasse o meu sobretudo.Senti meu celular no bolso tocar e atendi sem ver quem era.

– Alô?

– Montana? Ah... oi sou eu, Danny.

– Algum problema, Danny? - eu tentei disfarçar a voz, fazer com que ela saísse normalmente, o que não consegui com muito sucesso.

– Eu... queria falar com você... ouvir sua voz...

– Você está bêbado? Sua voz está estranha.

– Eu estou bem... quer dizer estou tentando ficar bem, porque não está falando comigo no laboratório, Lindsay?

– Danny, escuta, somos colegas de trabalho e o que aconteceu... - engoli em seco - Foi um erro, já não tínhamos conversado sobre isso? Não foi você que disse que foi um erro e que isso não devia se repetir? Não foi você que estava todo empolgado com aquela loira oxigenada? - estava com muita raiva agora e não me importava nem um pouco com o que ou como eu estava dizendo umas verdades para ele.

– Eu sei que você está certa... mas, caramba Lindsay, eu não imaginava que fosse sentir tantas saudades suas e eu... estou realmente assustado. - ouvi ele suspirar do outro lado da linha. - Assustado porque pela primeira vez na vida e isso é sério, eu falhei com uma mulher na cama porque só pensava em você.

– Quer realmente que eu acredite em tudo isso? Eu não sou uma garota do interior tão boba como você deve estar imaginando, Danny, não me faça de idiota, está bem? Eu não nasci ontem.

– Escuta Lindsay, vamos conversar pessoalmente aqui no meu apartamento? Por favor, eu... eu queria muito falar com você.

O sinal para atravessar a rua estava fechado, enquanto eu esperava olhava para o nada sem saber o que responder para ele.Ao mesmo tempo eu queria mandar Danny para o inferno, mas também queria colocar todos os " pingos nos Is".

– Não sei se é uma boa ideia, preciso ir um pouco mais cedo para o laboratório amanhã e não quero dormir muito tarde, acho até que já estou indo pra casa.

– Eu prometo não demorar... - ele insistiu quase em desespero.

– Tudo bem Danny - sua idiota - Vou pegar um táxi e daqui uns quinzes minutos estou ai.

– Estarei te esperando - ele pareceu aliviado e eu desliguei o celular, querendo realmente que tivesse tomado a decisão certa.

Enquanto o táxi seguia seu caminho, eu pensava no Danny e em mim... Onde eu tinha me metido afinal? Quantas vezes me recriminei por imaginar beija-lo e agora simplesmente estava indo até a casa dele, depois de alguns dias atrás nós... dormimos juntos.Ao chegar até a porta do seu apartamento eu recuei um pouco e pensei em voltar, mas já que estava ali não ia perder viagem.Bati na porta e ele abriu praticamente no mesmo instante

– Oi Montana - ele estava vestido com uma calça de moleton cinza e uma camisa branca que marcava seu abdômen definido, que droga, porque ele tinha que estar vestido tão sexy assim? - Entre.

– Não tenho muito tempo, então...

– Sente-se por favor - ele mostrou o sofá da sala e eu me sentei olhando em volta.

– Está um pouco bagunçado porque a empregada não veio hoje.

– E nem na semana passada também - eu sorri ao ver a embalagem de pizza que tínhamos comido quando eu visitei seu apartamento naquela noite.

Ele sorriu sem graça.

– Espero que você não saía por ai falando da minha falta de organização - ele sentou do outro lado.

–Porque você queria tanto me ver, Danny? Não estou entendendo mais nada.

– Você é a mulher mais maravilhosa que eu conheci em toda a minha vida e eu... te respeito muito.

Eu tive que rir dessa última frase, ele pareceu magoado, mas eu não me importei.

– Conta outra, me respeitar? Você?

– Olha Montana...

– Lindsay!

– Lindsay... confesso que quando eu conheci você queria apenar curtir uma noite de sexo e nada mais e depois que finalmente consegui te dobrar eu...

– Me dobrar?! Que tipo de mulher você acha que eu sou? - me levantei de uma vez do sofá ai mesmo tempo que ele.

– Por Deus Montana, você se ofende com tudo.

– Foi uma grande perda de tempo vir aqui, onde eu estava com a cabeça quando... droga.

Caminhei até a porta, Danny tentou me impedir.

– Não vai embora Lindsay, espera, Lindsay!

Felizmente o elevaodr estava no mesmo andar e eu consegui sair dali sem dar qualquer chance de ouvir outra bobagem daquele homem.

– Você é um imbecil, Daniel Messer.

XXXXXMacXXXXX

Ficar em casa preso em frente a televisão, realmente não era o que eu pretendia fazer, por diversar vezes olhei para o telefone do meu lado e pensei em ligar pra ela, ouvir sua voz, mas sempre parava quando discava o primeiro número.Eu tinha que admitir que me manter afastado da Stella tinha sido uma das piores ideias que tive em toda a minha vida.

Não me agradou nada ver Frankie, hoje mais cedo aparecer no laboratório.Eu fiquei de longe observando, não sai da minha sala um segundo sequer até que vi ele pegar o elevador e sair com um rosto cheio de raiva. Aquela visita repentina não me agradou nada e se Frankie pensasse em fazer alguma coisa contra ela eu o pegaria com as minhas próprias mãos.

No dia seguinte quando cheguei no trabalho, para não sair da rotina tive que terminar algumas papeladas.Se passaram duas, três e até quatro horas e ela não apareceu, foi quando vi Sheldon passar no corredor e fiz sinal para que ele entrasse.

– Algum problema, Mac?

– Sabe alguma coisa da Stella? Eu não a vi ainda.

– Eu ia fazer a mesma pergunta, não vi a Stella desde ontem e a até tentei entrar em contato com ela várias vezes mas ela não atendeu ou retornou a ligação.

– Obrigado Sheldon - eu tentei pensar que talvez ela estivesse apenas indisposta e esqueceu-se de liga avisando, mas a minha preocupação com ela era mais forte do que a minha paciência, peguei a chave do carro e fui até o elevador.

– Está tudo bem, Mac? - Don estava saindo e quase trombamos.

– Isso que eu vou saber agora, Stella não apareceu e estou indo até seu apartamento.

– Posso ir com você?

– Tudo bem Don, faço como achar melhor.

Acabamos indo no meu carro, eu tentava ser cauteloso no trânsito mas minha preocupação com ela me fazia acelerar cada vez mais, fazendo com que Don pedisse para ir com calma.Na entrada do prédio o porteiro nos informou que Stella não tinha saído ainda aquela manhã.Subimos e eu tentava colocar na minha cabeça que estava tudo bem, ela tinha que estar bem.

Bati na porta e esperei que ela a abrisse e acabasse de uma vez por todas com aquela agonia.

– Será que ela ainda está dormindo? - Don perguntou.

– Eu duvido muito - para minha supresa a porta estava apenas encostada e a abri com facilidade. - Ela nunca deixa a porta aberta dessa forma, mesmo quando esta em casa.

– Ninguém deixa, Mac. - Don tirou a arma da cintura e eu fiz o mesmo.O que quer que tivesse acontecido eu só pedia a Deus que Stella estivesse bem.Quando entramos vi vários móveis jogados pelo chão, o vaso que dei de presente no Natal passado quebrado em vários pedaços na sala. - Aconteceu alguma coisa por aqui.

Andamos pelo apartamento cautelosos sem nos indentificar, quando chegamos em frente ao seu quarto, vi o meu pior pesadelo.Frankie estava caido no tapete com uma grande poça de sangue na região do abdomen,Stella estava sobre a cama desacordada.Fui até ela desesperado e temendo que o pior tivesse acontecido.

– Stella, Stella fala comigo, por favor fala comigo. - eu dava pequenos tapas de leve no seu rosto, ela abriu os olhos lentamente.

– Mac... que... que bom que você está aqui. - ela sussurrou fechando os olhos em seguida.

– Chame uma ambulância, Don, agora!!!

Don verificava os sinais vitais de Frankie e me olhou assustado.

– Ele está morto, Mac...

– A ambulãncia! - eu gritei novamente, pela cena eu imaginava que Frankie fosse o causador de tudo aquilo.Stella ainda permanecia desacordada e eu a mantinha nos meus braços e não tirava meus olhos do seu rosto sequer um segundo. - Tudo vai ficar bem. - eu repetia bem baixinho.

Cerca de quinze minutos depois o apartamento da Stella estava cheio de policias e paramédicos, levaram o corpo de Frankie ao mesmo tempo que a colocavam em cima de uma maca.

– Eu vou com ela, Don, por favor avise todos da equipe o que aconteceu.

– Pode deixar, Mac.

Em poucos minutos já estavamos no hospital, e claro que tive que espera naquela maldita recepção por um bom tempo até receber alguma notícias e quando finalmente o médico veio falar comigo eu estava a ponto de ter um ataque de nervos.Felizmente Don e Jess estavam comigo.

– Acompanhantes da senhorita Bonasera?

– Sim, sou namorado dela - menti e os detetives sequer piscaram com as minhas palavras, tanto eles como eu sabiam que caso eu não mentisse aquele médico não ia abrir a boca.

– Felizmente ela não sofreu nenhuma fratura grave, mas seu rosto vai ficar inchado por alguns dias antes de voltar ao normal.Ela tem alguns arranhões pelo corpo e o pulso está machucado, acredito que tenham ficado amarrados.

– Nós vamos descobrir isso, obrigado doutor.

Me virei para Don e Jess, essa estava com os olhos molhados.

– Ela vai ficar bem, Jess.

– Eu sei que sim, Mac, mas... não consigo entender como alguém é capaz de machucar uma outra pessoa dessa forma e se tratando da Stella... ela é nossa amiga e isso é tão estranho, porque vejo isso quase todos os dias.

– É como você disse, Jess, ela é nossa amiga e tudo parece ficar pior quando se trata de alguma pessoa que amamos. - Don completou tentando conforta-la.

– Você tem razão, quando será que vamos poder vê-la?

– Espero que logo, eu preciso realmente ter certeza que a Stella esta bem.

– Os outros queriam vir, mas o laboratório não podia ficar praticamente sozinho.

– Por isso eu e a Jess viemos.

– Podem voltar, eu vou ficar aqui com a Stella e quando chegar a sau hora de conversar com ela, Don eu ligo pra você.

– Tudo bem então, mas por favo ligue se acontecer qualquer coisa.

– Eu vou ligar sim.

Quando me vi sozinho novamente meus pensamentos se voltaram completamente para ela e como Stella sofreu sem ter ninguém para proteje-la enquanto eu estava no meu apartamento, perdendo meu tempo com a televisão.Não sei quanto tempo exatamente se passou e quantos cafés eu tomei para me manter acordado, mas um enfermeira bem jovem se aproximou.

– É o senhor Mac Taylor?

– Sou eu mesmo.

– A senhorita Bonasera acabou de acordar e perguntou por você.Venha comigo por favor.

Caminhamos por um corredor extenso até pararmos em frente a uma porta.

– Pode entrar, ela está te esperando.

Depois de agradecer a enfermeira, eu abri a porta e encontrei aquele olhos verdes que eu tanto amava olhando para algum lugar do quarto, mas assim que ela me viu, Stella deixou lagrimas cairem pelo seu rosto.

– Mac...

Me aproximei da sua cama e Stella me abraçou.

– Stell... por Deus, eu senti tanto medo de perder você.

– Oh Meu Deus... - ela disse antes de se derramar em lagrimas outra vez. - Eu achei que ia morrer e nunca mais fosse ver você.

– Eu estou aqui e não mais vai acontecer.

Não existia dor pior do que saber que eu não podia fazer nada além de conforta-la, queria tanto ter evitado tudo aquilo.

– Tudo vai ficar bem Stell, agora eu estou aqui.

– Eu queria te contar o que ouve.

– Você deve contar isso para o Don.

– Não Mac, quero que você seja a primeira pessoa a me ouvir, por favor.

– Tudo bem - Eu puxei uma cadeira e me sentei próximo a sua cama, Stella segurava a minha mão com força e eu sentia como ela ainda tinha medo e senti meu coração se apertar ainda mais dentro do peito.

– Eu cheguei em casa e... e encontrei Frankie sentado no meu sofá, me esperando.Levei um susto porque ele nunca soube qual era o meu apartamento, somente o prédio e na verdade não fazia ideia de como ele tinha conseguido uma cópia da chave.Eu tentei fazer com que ele saísse, mas ele insistiu que precisavamos conversar e quando disse que ia chamar a policia ele... - ela respirou fundo - Frankie me deu um soco no rosto e com a força eu caí no chão e após isso a minha agonia deu inicio.Ele me puxou pelos cabelos me arrastando pelo chão do apartamento, acho que nunca senti tanta dor em toda a minha vida.

Eu tentava me manter seguro, forte na frente dela, mas pra mim estava sendo uma verdadeira tortura ouvir tudo aquilo.

– Me amarrou em uma poltrona que tinha no meu quarto com os dois braços virados para trás, depois saiu dizendo que ia preparar nosso jantar, eu aproveitei a ausênsia dele eu fiz um grande esforço para me soltar daquelas cordas que para a minha grande sorte não estavam muito bem amarradas.

– Stell...

– Deixa eu terminar, por favor... - eu assenti, mas por mim ela não precisava dizer mais nada porque eu conseguia sentir na minha própria pele todo o sofrimento dela. - Para a minha infelicidade quando finalmente consegui ficar em pé, ele apareceu e ficou furioso... não sei como ele conseguiu encontrar a arma que tenho guardada no apartamento.Ele a apontou pra mim e eu vi um filme passar em minha frente e achei que era o fim pra mim, mas quando Frankie apertou o gatilho a arma estava travada e eu vi a chance de escapar.Consegui desarma-lo com um golpe e consegui pegar a arma e quando ele ameaçou ir pra cima de mim eu... eu atirei e ele caiu ferido, depois disso não me lembro de mais nada.Eu o matei, Mac...

Ela recomeçou a chorar e eu me levantei para abraça-la, Stella tremia em meus braços e eu só pedia a Deus que se pudesse dimuisse um pouco todo aquele sofrimento que ela estava sentido.Eu não sei dizer quanto tempo exatamente ficamos assim abraçados, mas uma enfermeira entrou no quarto para medica-la e mesmo contra a minha vontade tive que me retirar.Não foi surpresa encontrar no corredor Lindsay, Danny e Sid querendo saber notícias.Don chegou logo depois e foi tirar o depoimento da Stella, eu sabia como tudo estava sendo dificil pra ela contar tudo aquilo novamente, reviver de certa forma aqueles momentos que com toda certeza iam tomar a cabeça dela por muito tempo.

Jess se ofereceu pra ficar com ela durante a noite, mas eu disse que ficaria até que Stella tivesse alta.

– Você tem certeza? Não me incomodaria em ficar aqui com ela.

– Pode ir pra casa, Jessica.De qualquer forma não vou conseguir dormir sabendo que ela está aqui e com certeza vou querer voltar, então para não perdermos tempo vou ficar aqui de uma vez.

– Tudo bem então, mas se precisar pode me ligar.

Queria voltar o mais rápido possivel para perto dela, então me despesdi da Jess.Don e Sid já tinham ido embora. Felizmente quando voltei para o quarto ela estava dormindo e o inchaço no seu rosto tinha diminuido um pouco.Eu não suportava ver ela naquele estado, saber que Stella tinha passado por tudo aquilo sozinha... Eu amava aquela mulher mais do que tudo no mundo e faria qualquer coisa para que Stella nunca mais ficasse sozinha, eu só precisava fazer com que ela entendesse aquilo de uma vez por todas.

XXXXX Jess XXXXX

Quando me despedi do Mac, caminhei em direção até o estacionamento do hospital, sentia um cansaço de um dia cheio de trabalho e queria chegar logo em casa e me jogar na cama.

– Jessica! - levei um susto e deixei a chave cair no chão, a peguei rapidamente depois me virei e notei Don encostado no seu carro, bem próximo ao meu.

– Que droga, você me assustou.O que ainda está fazendo aqui?

– Estava te esperando, está tarde e talvez não fosse bom você dirigir por ai sozinha, pode ser perigoso e eu não gostaria que nada acontecesse.

– Eu agredeço, Don, de verdade, mas caso não tenha notado sei me cuidar muito bem sozinha.

– Qual é Jess, sou seu amigo e me preocupo com você.

– Somos apenas colegas de trabalho e nada mais que isso, agora se me der licença vou pra minha casa, preciso descansar.

Eu precisava sair dali o mais rápido possivel, mas parece que Don não queria aquilo porque eu não sei como, mas ele em um instante ficou do meu lado e me prensou contra o meu carro, segurando com suas poderosas mãos a minha cintura e eu consegui sentir elas queimando a minha pele.

– Porque eu te deixo tão nervosa, Jess? Porque se incomoda tanto quando estamos perto demais um do outro, o que está acontecendo?

– Você só pode estar maluco, Flack e muito enganado por achar que fico nervosa perto de você, agora pode me soltar?

Eu tentei sair, mas Don não se moveu um centimetro sequer.

– Fica sim, posso ver isso nos seu olhos que brilham mais do que as estrelas, nesse exato momento.

– Que coisa mais brega, não tem algo melhor a dizer?

– Você é linda demais, Jess e não merece ficar sozinha...

– Quem te disse que estou sozinha? - perguntei triunfante ao ver as sombracelhas dele se arquearem.

– Você tem alguém? - ele buscava as respostas nos meus olhos e eu dei um sorrisinho vitoriosa.

– Definitivamente isso não é da sua conta, agora com licença que eu preciso ir pra minha casa.

O afastei com facilidade dessa vez e entrei no carro, ainda podia sentir meu coração bater exagerado.Nunca tinhamos ficado tão perto um do outro e nunca tinha fitado aqueles maravilhosos azuis daquela forma, Don tinha conseguido me deixar nervosa e eu não sei como consegui dirigir até o prédio onde morava. Definitivamente eu não sabia o que estava acontecendo comigo e porque ele me deixava tão nervosa e tensa.

XXXXX Stella XXXXX

Conversar com o Mac antes de todo mundo tinha me feito um bem muito grande, que precisava antes de todos me abrir e dizer o que estava sentindo.Aqueles olhos azuis me confortava e me fazia criar coragem pra desabafar, Mac era importante demais em minha vida e só agora eu me dava conta que não poderia mais viver um dia sequer sem eles.Ele me olhava ao mesmo tempo com carinho, amor... e eu me sentia a mulher mais importante do mundo por saber que ele só olhava daquela maneira para mim e mais niguém.Quando estavamos indo pra casa ele me parou no corredor e perguntou se eu queria ir para meu apartamento ou para outro lugar.

– Eu não posso voltar pra lá, Mac, nunca mais e como poderia? Vou passar alguns dias na casa da Lindsay e depois eu vejo o que eu faço.

– Você vai para o meu apartamento. - ele falou decidido enquanto abria a porta do seu carro para mim.

– Linds já preparou tudo para me receber e não posso fazer essa desfeita com ela.Eu vou ficar bem lá.

– Você só vai ficar bem do meu lado, porque vou cuidar melhor de você, sei o que estou dizendo.

– Isso não é certo, Mac... não nesse momento.

– Porque não é certo? - ele me perguntou parecendo curioso.

Porque acho que finalmente entendi que estou apaixonada pelo meu melhor amigo e não sei como agir.

– Porque...eu preferia ficar com ela, somos mulheres e nos entendemos.

– Você está falando sério? Prefere que eu te leve pra ficar com ela? - eu consegui ver a decepção nos seus olhos e engoli em seco.

– Ah Mac, não me olhe assim...

– Stella, você está com medo de ficar sozinha comigo depois de tudo o que te falei? - ele me olhava no fundo dos olhos e eu só queria matar a vontade louca de beija-lo - Se eu prometer que nunca mais direi algo assim você vai comigo?

Deus, ele queria me enlouquecer me olhando daquele jeito.Bastava uma frase de carinho dele pra me fazer mudar de ideia.

– Eu não consigo imaginar você longe de mim, me deixa cuidar de você? Pelo menos até arrumar outro lugar pra morar... por favor Stell.

– E eu consigo dizer não pra você, detetive Mac Taylor? - o sorriso que ele deu em seguida me tirou o ar, ele se aproximou e me beijou carinhosamente no rosto.

Eu sabia o quanto era perigosa aquela decisão.Com os hormônios a flor da pele eu temia o que pudesse acontecer entré nós, mas ao mesmo tempo me sentia feliz como nunca mesmo depois de tudo aquilo que tinha passado com o Frankie e Mac era o único que me deixava segura, definitivamente eu tinha tomado a decisão certa.

– Por favor, você primeiro... - estavamos em frente a porta do seu apartamento e ele deu passagem para que eu entrasse e quando coloquei os pés lá dentro fiquei parada observando todas as mudanças que ele tinha feito.

– Gostou? - ele perguntou bem próximo a mim.

– Se eu gostei? - em vários pontos da sala alguns vasos de rosas vermelhas, minhas preferidas. - Você trocou o sofá?

– Depois que uma certa pessoa criticou duramente o maravilhoso sofá que eu tinha, não tive opção.

– Ah Mac, você não existe - me virei de repente e vi que ele estava mais próximo do que eu imaginava.Nossos rostos estava a poucos centimetros... Mac não tirava os olhos da minha boca.

– Eu tinha certeza que você ia gostar... - ele sussurrou sem desviar o olhar.- Já te disse que tem um perfume maravilhoso? - ele aproximou e senti meu corpo se arrepiar com ele tão próximo ao meu pescoço.

– Na verdade muitas vezes, principalmente quando comecei a usar o perfume que você me deu de aniversário a dois anos atrás.

– Combina com você - definitivamente Mac precisava parar de sorrir daquela maneira pra mim. - Vou mostrar o quarto, fiz algumas mudanças também.

– Eu não acho justo isso, Mac, é sua casa e vou ficar apenas alguns dias. - falei enquanto ia atrás dele pelo corredor.

– Espero que goste.

– Você ouviu o que eu disse, detetive Taylor?

– Na verdade não, pode descansar um pouco enquanto preparo nosso almoço.- ele beijou minha testa e se afastou.

Entrei no quarto e vi que estava tudo um pouco diferente, começando pela roupa de cama com um jogo de cama florido, de rosas vermelhas... um pequeno quadro de toda equipe na cabeceira da cama e um vaso de tulipas, minha segunda flor preferida do outro lado.Eu suspirei parecendo uma adolescente apaixonada e idiota.Ouvi uma batida na porta e Mac voltou trazendo a minha mala.

– Se precisar de alguma coisa sabe onde me encontrar, quero que descanse um pouco, mas qualquer problema é só gritar que eu venho correndo.

Tentei afastar qualquer sentimento de insegurança enquanto tomava banho, como se a água pudesse afastar tudo aquilo para longe de mim.Eu ia deixar as coisas acontecerem com calma e daria tempo ao tempo.