Trocando de lado escrita por LayneAS


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Olá, lembra de mim? Gostaria de pedir desculpas pela imensa demora em postar um novo capítulo, mas tive alguns problemas familiares além de bater um branco " danado" e eu não ter inspiração pra escrever.Enfim, é bom "ver" vocês novamente... Estava com saudades.

PS: Farei um pequeno resumo do que aconteceu , pra quem não se lembrar.



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Resumo: A equipe tentava de várias formas encontrar provas que incriminassem Sinclair e o colocasse atrás das grades, com isso Stella, Jess e Danny, além do Adam, poderiam voltar para o laboratório.Para alegrar um pouco a vida do nosso querido detetive, ele recebe a visita da Stella e do filho, que acabara de receber alta do hospital.

Com vocês, a continuação...

XXXXX Mac XXXXX

Eu ainda me lembrava do que dia que finalmente conseguimos colocar aquele homem na cadeia e tudo ainda era muito nitido em minha mente.

Finalmente eu tinha conseguido reunir toda a minha antiga equipe em casa.

– E então Mac, porque pediu que viessemos aqui? - perguntou uma ansiosa Lindsay, segurando a mão do marido.

– Gostaria de que dessem uma olhada nesses papéis. - a pasta que estava em mãos entreguei para Danny, ele começou a folhear cada pagina com total atenção e vi pelo seu olhar a supresa.

– Não pode ser... Como conseguiu essses papéis? - Don que estava ali também pegou a pasta das mãos de Danny sem pedir e fez a mesma cara.

– Vocês se lembram do dia que encontrei Sinclair na saída daquela bar? Entre eles estava um investigador que estava trabalhando no caso do assasinato do promotor.Ele me procurou ontem aqui em casa e conversamos por um bom tempo sobre tudo.

– Nem consigo acreditar, ele veio até aqui? - perguntou uma Jess espantada.

– Sim e me entregou isso, era tudo o que precisavamos.Nessas folhas está um dossiê completo que coloca Sinclair atrás da grades.Ele mandou matar o promotor Willians porque este sabia de todas as falcatruas que envolvia Sinclair e o prefeito.

– Como assim Mac? O que quer dizer com isso? - perguntou Sheldon.

– Aquele perito recebeu uma quantia grande em dinheiro para inocentar o filho do prefeito e o novo acusado praticamente o dobro, e claro que Sinclair sabia de tudo isso porque não ficou atrás nessa negociação absurda.

– Ele fez aquela encenação toda e nos mandou embora sendo que o grande culpado de tudo isso era ele? - Danny estava furioso e eu não o condenava por isso.

– Sinclair é um dos homens mais espertos e inteligentes que eu já conheci se tratando de passar as outras pessoas para trás e eu não vou perder a oportunidade de acabar com tudo isso.

– O que está pensando em fazer, Mac? - Lindsay me olhava curiosa.

– Eu não posso prender Sinclair porque estou desligado das minhas funções, mas...

– Mas eu posso fazer isso - Lindsay levantou-se animada do sofá e quase derrubou Danny no chão. - E posso fazer isso agora mesmo.

– Eu sabia que você não ia me decepcionar Lindsay.

Eu não ia conseguir ficar totalmente de fora daquela operação então fui com o meu carro até o prédio onde Sinclair morava e um pouco afastado vi o exato momento em que Lndsay saiu da SUV com Don, senti meu sangue ferver por dentro e a vontade grande de sair dali, mas sabia que não podia fazer isso. Conforme os minutos iam passando, minha ansiedade aumentava a cada instante tudo parecia demorar ainda mais.Eu não sabia o que estava acontecendo, mas sabia que algo de errado estava acontecendo e comecei a suar frio.Sinclair não podia escapar de maneira alguma.Para minha supresa nesse exato momento vi meu ex-chefe sair do prédio onde morava por alguma porta lateral e olhar apressado para os lados e caminhar rapidamente para um lado onde não tinha policiais.Ele estava fugindo.Mas eu não ia permitir que aquele desgraçado escapasse facilmente.Saí do carro e corri em sua direção, minha ação foi tão rápida que ele não teve qualquer chance de fugir.

– Onde você pensa que está indo? - perguntei próximo a ele.

Vi o homem virar-se e me olhar alarmado.

– Não pode me prender, porque pelo o que eu me lembre você não trabalhar mais para a polícia ou se esqueceu disso? - perguntou cheio de si.Confesso que me contive para não dar um soco naquele homem repugnante e sorri ironicamente.Eu precisava ganhar algum tempo para que alguém viesse até nós e pelo o que eu conhecia da minha equipe isso não ia demorar nada.

– Posso não ter esse poder como policial no momento Sinclair, mas caso tenha esquecido eu não pedir nada do que aprendi na academia de policia. - Me aproximei ainda mais e ele tentou sair dali, mas o segurei firmamente pelo braço e o homem me olhou assustado. - Não me faça te derrubar no chão e sujar esse palitó que está usando.

Ficamos nos encarando por segundos que pareceram uma eternidade, não demorou muito e Don apareceu logo na frente do prédio olhando para todos os lados e nos viu, correu em nossa direção.

– Não sabe o imenso prazer que estou sentido nesse momento por estar fazendo isso. - ele disse enquanto colocava as algemas em Sinclair e me olhava com um sorriso irônico.

Eu vi o homem ser colocado na viatura, continuei no mesmo lugar como se não acreditasse no que estava acontecendo ali, para mim era como se tudo aquilo fosse um filme e o vilão finalmente tivesse sido capturado.

– E então Mac, você vai ou não? - Don estava parado do lado da porta do motorista.

– Vou com o meu carro seguindo vocês.

Durante todo o trajeto eu tentava entender o que fazia uma pessoa como Sinclair agir daquela forma, seria a vontade de ter ainda mais poder em uma cidade como Nova York? Não demoru muito logo cheguei ao nosso destino, ainda estava me sentindo estranho, era bom estar fazendo mesmo por sentir a minha mente limpa e tranquila por finalmente tirar aquele peso das costas, Sinclair não tinha feito somente mal aos meus amigos, mas também a minha família e eu não suportava que alguém prejudicase Stella, isso eu não ia admitir nunca mais.

Minutos depois estava eu do outro lado do vidro de interrogatório, olhando aquele homem que por muitos anos foi meu chefe e agora estava começanco a pagar por tudo que tinha feito a equipe e pessoas próximas.Sinclair olhava para onde eu estava sem piscar os olhos e eu tinha certeza que ele sabia que eu estava ali, não seria diferente.Minutos depois Don entrou na sala com uma pasta que eu já conhecia nas mãos, a jogou na mesa e fitou Sinclair por alguns minutos.

– Olhe para mim - ele pediu, mas Sinclair continuava a olhar em minha direção, mesmo não conseguindo fitar meus olhos.

– Você não precisa se esforçar muito para conseguir que eu fale tudo o que você deseja, mas nada vai sair da minha boca se esse homem continuar aqui.Não quero o detetive Taylor presente.

– Não pode exigir nada disso, sabe muito bem, não é?

– Posso e vou fazer isso detetive - olhando para Don agora - Ou nem sobre tortura conseguirá terminar com isso, você escolhe...

Sinclair voltou sua atenção para o vidro e eu respirei fundo, queria acabar logo com tudo aquilo e voltar pra casa e se essse era o preço que eu tinha que pagar eu faria aquilo, sai dali e encontrei com Don no corredor.

– Você não precisa ir Mac, sabe que ele não pode exigir nada disso.

– Eu sei que não Don, mas estou cansado e louco pra ir pra casa e somente pelo fato de saber que agora tudo está realmente terminando eu me sinto aliviado.

– Eu compreendo, farei o meu melhor.

– Eu não tenho dúvidas disso, agora volta lá pra dentro e faça o seu trabalho.

Já era bem tarde da noite quando coloquei a chave na fechadura da porta do apartamento e entrei, tudo estava no mais completo silêncio e eu sabia que Stella e nosso filho estavam dormindo a algum tempo.Joguei meu palitó em cima do sofá e abri um pouco a gravata, ainda não sabia porque insistia em usar aquilo.Quando cheguei no quarto a cama estava vazia e logo imaginei que Stella estava no quarto com o Nicholas, mas fui surpreendido quando ela saiu do banheiro vestindo sua camisola branca de seda.

– Mac, você demorou.Como foi tudo?

– Poderia pelo menos me dar um beijo antes? Senti tanto a sua falta nesse tempo todo. - Ela sorriu para mim e se aproximou, junto com ela seu maravilhoso perfume, Stella era uma mulher incrivel e eu nunca pude na verdade entender como tinha tanta sorte em tê-la do meu lado.Nossos lábios se encontraram e eu senti seu amor por mim naquele simples gesto.Ela se afastou, mas eu não a soltei dos meus braços.

– Vai me contar tudo ou vai me manter presa em seus braços, assim pra sempre?

– A segunda opção é muito mais interessante, sabia? - ela sorriu ainda mais e eu me perdi completamente.

– Eu devo entender isso como um convite, detetive Taylor?

– Pode-se dizer que sim.Estou muito cansado meu amor e acho que vou precisar da sua ajuda para relaxar essa noite.E tenho certeza que você vai saber fazer isso muito bem, não é?

– Não tenho nenhum dúvida disso - Stella com poucos movimentos se desfez da sua camisola ficando apenas de calcinha branca na minha frente, a cor da sua lingirie deixava ainda mais sua pele tentadora e atraente, seu sorriso me deixava cada dia mais enfeitiçado por aquela mulher.

Sinclair foi condenado duas semanas depois, o depoimento do senhor Suarez nos ajudou muito e logo ele voltou para sua cidade com a promessa de voltar um dia para Nova York.Na mesma semana eu voltei para o meu posto e consequentemente Stella para o dela, ficava meio período no laboratório e o resto do dia em casa, cuidando do nosso pequeno Niko.Depois da chegada do nosso filho a rotina mudou bastante, eu procurava sair todos os dias no horário certo e não ficar muito tempo mais no laboratório, afinal de contas eu sentia uma saudade quase insuportável em ver a minha mulher e meu filho.Por diversas vezes chegava em casa e Stella estava com Nicholas na cadeira de balanço que tinha no seu quarto todo azul e cheios de ursinhos, era a imagem mais linda do mundo ver os dois juntos e eu não conseguia imaginar nunca mais ver aquilo.

Isso era a minha mais nova rotina e hoje quando cheguei em nosso apartamento e encontrei tudo no mais completo silêncio, me deixou suspreso.Liguei para o celular da Stella, mas ele tocou até cair na caixa postal e isso me deixou um pouco preocupado.

– Não deve ser nada, ela deve ter dado uma saída rápida e logo estará de volta.

Eu tentava controlar aquela mania de super proteção com eles, mas era quase inevitavel não me preocupar.Resolvi tomar um banho para conseguir controlar a minha ansiedade e não sair por aquela porta atrás da Stella, foi quando estava saindo do banheiro com a toalha enroalda na cintura que ouvi a porta do apartamento sendo aberta, quando cheguei na sala Stella estava deixando a chave em cima da mesa e com nosso filho nos braços ia em direção ao quarto, mas parou assim que me viu.

– Hei você já chegou? - ela sorriu mas não se aproximou.

– Sim tem alguns minutos, consegui terminar aluns relatório e vim correndo pra cá mas não a encontrei, onde foi?

– Dar uma volta, mas não tem muito tempo que saí.. posso garantir.

Ela passou por mim sem sequer me dar um beijo ou um simples abraço, coisa que nunca tinha acontecido antes e eu entendi naquele momento que alguma coisa estava errada.

– Tá tudo bem com você? Estou te sentindo um pouco diferente.

Stella deitava delicadamente nosso filho na cama e por volta colocava algumas almofadas para não correr o risco dele se virar e cair.

– Porque está perguntando isso? - ela não me olhava nos olhos e continuava a fazer sua tarefa.

– Porque está querendo me esconder alguma coisa, mas sabe que vou descobirir mais cedo ou mais tarde.Sabe muito bem disso Stella, então vou dar a opção de você me contar de uma vez ou deixar que eu descubra por mim mesmo.

Cruzei meus braços e me encostei na porta do quarto, ela virou-se pra mim e parecia aflita e isso cortou o meu coração.

– Amor... o que está acontecendo com você, me diz de uma vez Stella. - me aproximei e ela me abraçou, me assustei quando senti que ela chorava em meus braços.Aos poucos o choro foi aumentando e logo Stella chorava como criança.Naquele momento a única coisa que eu queria era consolar a minha mulher. A levei lentamente até a nossa cama e a fiz sentar no meu colo, Stella apoiou sua cabeça no meu ombro e aos poucos foi se acalmando.

– Desculpe por isso Mac, não sei o que está acontecendo e acabo chorando por qualquer coisa. - Ela agora secava seu rosto com as duas mãos e me olhava tentando disfarçar tudo aquilo e isso me deixou um pouco magoado, por afinal de contas ela planejava manter silêncio sobre a causa de tudo aquilo.

– Ainda vai insistir nisso? Depois de tudo o que aconteceu aqui? Acha mesmo que vai me enganar por muito tempo,Stella? Não confia em mim o suficente para falar?

– Eu só estou aflita, não sei o que está acontecendo.. não é nada e logo vai passar.

Vi Stella levantar-se rapidamente e me olhar com um sorriso forçado no rosto.

– Pode olhar o Niko para mim enquanto estou no banho? Prometo não demorar.

– Claro que sim - respondi com um tom de voz mais baixo do que o normal, vi ela entrar no banheiro e soltei o ar que parecia preso no meu peito.Aquilo não podia estar acontecendo, Stella nunca foi de esconder nada e agora isso?

Na hora de dormir ela demorou mais tempo do que o necessário no quarto no nosso filho, estava deitado na cama olhando para o teto, vestindo somente a minha boxer quando ela entrou no quarto, despiu-se do seu robe ficando apenas de camisola.

– Boa Noite querido - deu um leve beijo em meus lábios e virou-se para o outro lado, fiquei olhando para ela de costas para mim e contive o impulso de fazer com que Stella encarasse meus olhos e falasse de uma vez o que estava acontecendo.

As coisas não melhoram muito na manhã seguinte, Stella se esforçou para parecer o mais natural possível, mas ela podia enganar qualquer um no laboratório, menos eu.Nosso filho estava na casa de uma amiga da Stella que cuidava de crianças, e mesmo assim minha esposa ligava durante o dia para saber como ele estava, eu não a culpava, era tão protetor quanto ela.Estava em minha sala olhando alguns relatórios ao mesmo tempo que meus pensamentos vagavam entre solucionar crime e o problema que agora tinha bem debaixo do meu nariz e que Stella insistia em esconder de mim.Ouvi uma leve batida na porta e levantei para ver quem era, não me surpreendi quando Peyton me fitava curiosa e preocupada.

– Está tudo bem com você? Não me parece muito bem... posso ver isso nos seus olhos, Mac.Posso entrar um pouco?

– Claro que sim - vi Peyton fechar a porta atrás de si e caminhar e sentar-se até a cadeira em frente a minha mesa.

– Talvez eu nem tenha mais essa liberdade e... bem de qualquer forma senti que devia vir aqui e conversar um pouco com você.É com a Stella, não é?

– Está tão evidente assim? - eu perguntei arqueando uma das sombrancelhas e Peyton sorriu para mim.

– Sim está estampado na sua cara, sei o quanto se preocupa com ela e só agora eu entendo isso.Sei o que é amar alguém de verdade e ficar maluca de preocupação. - ela sorriu timida e eu comecei a não entender mais nada.

– O que está querendo dizer com isso?

– Eu vou me casar daqui um mês, conheci uma pessoa e pela primeira na vida estou recebendo em troca o amor que sempre sonhei, Mac.Sei que deve estar se perguntando porque estou te contando isso, que importância tem para você, mas... não sei... senti necessidade de compartilhar isso contigo.Quero que saiba que estou aqui caso precisa conversar com alguém. Afinal amigos são pra isso, naõ é?

– Claro, você tem razão.Fico feliz em saber que está bem Peyton de verdade e quero muito que as coisas deêm certo pra vocês.

– Obrigada Mac - ela levantou- e eu segui seu gesto - Posso te dar um abraço?

– Claro que sim - dei a volta em minha mesa e a abracei, ela usava um perfume doce e caracteristicos de rosas, em poucos segundos estavamos afastados e ela sorria.

–Fique bem Mac - ela disse antes de sair.

XXXXX Stella XXXXX

Eu sabia que não tinha sido uma boa ideia sair de casa naquela hora e ao olhar pra frente e ver aquele congestionamento infernal eu tive absoluta certeza disso, felizmente mesmo lentamente os carros foram andando e cheguei até uma farmácia onde precisava comprar algumas fraldas e pomadas para o Nicholas, esse dormia tranquilamente no seu bebê conforto e não fazia ideia do que estava acontecendo em volta.Com meu filho nos braços, depois de comprar tudo o que precisava eu caminhei para fora da farmácia e fui até meu carro, e tive um pouco de dificuldade para guardar tudo.

– Eu posso ajudar você, Stella? - me virei e encarei um jovem que me olhava curioso, mas eu não fazia ideia de quem era.

– Como sabe meu nome? Nos conhecemos? - O jovem ainda me olhava sem dizer uma palavra e isso começou a me incomodar, seus olhos me fitavam e era de um verde que me fazia lembrar de alguém.Ele devia ter o que? Uns quinze anos?

– Se não vai me dizer eu não vou continuar aqui falando com um poste, com licença. - Abri a porta de trás e acomodei meu filho ali com segurança, mas quando fechei novamente a porta o garoto ainda estava ali. - O que você quer de uma vez?

– Desculpe.. não quero assusta-la, mas eu... bem, meu nome é Philipe.Eu estou seguindo seus passos a algum tempo.

– Como assim seguindo meus passos? O que quer comigo afinal? - Aquilo tudo estava me deixando tensa, o q ue aquele menino estava dizendo? Me seguindo, sabendo cada passo que eu dava? A quanto tempo e por que? - Olha eu sou da polícia e se não me dizer agora o que está acontecendo vou ser obrigada a leva-lo até a delegacia.

– Não Stella, por favor eu não vou fazer nenhum mal pra você eu juro.Eu só... queria conversar com você um pouco.É importante e você precisa escutar o que eu tenho pra dizer.

– Olha garoto...

– Philipe - ele disse me interrompendo.

– Philipe, eu não acho que isso seja uma boa ideia.Estou indo pra minha casa agora, meu marido está para chegar e eu preciso cuidar do meu bebê.Como pode ver estou muito ocupada.

– Eu preciso conhecer o meu pai... você é casada com ele.

– O que?! - eu o olhei espantada e não entendo nada. - O que você disse?

– Entende agora porque preciso falar com você? É importante pra mim, eu preciso vê-lo.

Eu não conseguia dizer nada, minha mente só conseguia ouvir repetidas vezes aquelas palavras, “ eu preciso conhecer meu pai... “

– Não se brinca com uma coisas dessa garoto, é algo muito grave de se dizer. – falei irritada e já perdendo totalmente a paciência.

– Olha, sei que deve me achar um maluco ou coisa assim, mas eu não sai da Califórnia para perder a viagem, talvez depois de ver isso você acredite em mim.-Philipe levava nas costas uma mochila e a tirou, tirando de dentro dela uma pasta com alguns papéis e dela retirou apenas um.

– Está aqui, minha certidão de nascimento. – eu peguei o papel e li o nome do pai daquele garoto.Não podia ser isso... não podia ser verdade.

– Podemos... podemos conversar em outro lugar?Eu quero que me conte tudo, exatamente tudo. – eu pedi um pouco nervosa.

Acabamos indo até uma lanchonete ali perto, depois de acomodar Nicholas que estava dormindo confortavelmente em seu bebê conforto em cima de uma cadeira, eu e Philipe pedimos um suco, o garoto ficou em silêncio por um bom tempo e eu tive que tomar a frente da situação.

– Eu não consigo acreditar em tudo isso Philipe, Paul nunca me contou nada sobre ter um filho, ele não esconderia uma coisa dessas de mim.

–Talvez ele tivesse medo de perder você... não sei.Ele nunca foi me ver Stella, mas todos os meses enviava para a minha mãe uma quantia em dinheiro para ajudar na minha educação ou outra coisa que ela desejasse comprar pra mim.Bem, isso tem alguns anos porque ele simplismente sumiu da face da terra e ela nunca mais soube dele e é por isso que estou aqui.Sou um gênio da informática e descobri sozinho seu endereço – ele sorriu timido e eu engoli em seco, sabia o que ia ter que fazer sem seguida e isso parecia apertava meu coração. – Eu preciso vê-lo Stella... é meu pai.

– Philipe... isso não vai ser possível – vi os olhos do garoto me olharem magoados. – Paul não está mais aqui e...

– Ele foi embora? Você se separam? É isso?

– Eu fui obrigada a me separar dele... – respirei fundo e tentei ser o mais direta possível, mas sem ferir demais os sentimentos do garoto. – Paul foi morto do atentado de 11 de Setembro.

– O que? – ele me olhava assustado e seus olhos se encheram de lagrimas – Isso é alguma brincadeira? Está me dizendo isso porque não quer que eu conheça meu pai, não é?

–Eu não mentiria para uma coisas dessas Philipe, estou dizendo a verdade.Paul está morto.

– Não pode ser Stella... – o garoto colocou as duas mãos no rosto segurando o choro, mas eu podia ouvir que isso de nada tinha adiantado – Eu cheguei tão perto, tão perto dele... Meu pai não pode ter morrido.

– Eu sinto muito... – Eu não sabia o que fazer, se me levantava da cadeira e o abraçava ou ficava ali esperando respeitosamente que ele desabafasse.Mas Antes mesmo que eu decidisse o que fazer, Philipe se levantou rapidamente e falou:

– É muita falta de sorte mesmo, nem sei o que pensar ou fazer agora.

– Você tem para onde ir? – perguntei preocupada. Ele era tão novo pra ficar andando por ai como uma cidade em Nova York.

– Sim... estou na casa de um amigo que conheci pela internet.Acho que não tenho mais o que fazer por aqui, só sei que não vou poder voltar pra casa.

– Porque está dizendo isso? – e para onde ele voltaria onde retornasse para a Califórnia?

– Minha mãe me expulsou de casa, não suportou que eu viesse atrás do meu pai.Mas quer saber? Acho que ela queria mesmo era ficar sozinha com o meu padrasto, ele me detesta.

– Philipe tome o meu cartão, não quero que saía de Nova York sem falar comigo, está bem?

– Está bem Stella – ela não disse mais nada e saiu e eu ainda fiquei alguns minutos olhando para a porta até sair dali .Quando voltei pra casa minha mente estava a mil por hora e confusa, encontrar Mac me esperando daquele jeito só fez piorar as coisas e eu mal conseguia olhar para o rosto do meu marido, eu sei que seria questão de tempo até ele descobrir a verdade, mas eu não me sentia preparada para falar agora.Não queria compartilhar com ninguém o que estava sentindo.

Era hora do almoço e para variar eu não ia conseguir comer nada, estava atolada em relatórios quando meu celular tocou, era um número desconhecido e eu pensei em não atender, mas quando me lembrei de Philipe, atendi no mesmo instante.

– Bonasera.

– Aqui é da delegacia, quem fala é o policial Stuart.O menor Philipe encontrasse no nosso distrito e pediu que entrasse em contato com a senhorita.

– Tudo bem, eu estou indo pra ai agora mesmo, obrigada oficial. – desliguei o telefone e peguei minha bolsa.Eu me sentia responsavel por aquele garoto e faria de tudo pra ajuda-lo, mas quando estava esperando impaciente o elevador, ouvi a voz de Mac atrás de mim.

– Pra você sair assim da sua sala só pode ser alguma coisa com o nosso filho, o que aconteceu com o Niko?

Me virei para olha-lo e tentei disfarçar.

– Não é nada com ele , pode ficar tranquilo eu só preciso resolver algo bem urgente.

– Sei do que se trata Stella, mas vou esperar que me conte. – Eu o olhei surpresa e confusa, ele sabia? – Não me olha assim, eu sou detetive meu amor, esqueceu-se disso? Eu podia ver que era algo que a estava incomodando e isso eu não conseguia suportar esperar... Só não consigo entender porque me escondeu isso Stella.

A porta do elevador se abriu e eu entrei, Mac ficou onde estava e eu encarei aqueles olhos azuis que eu tanto amava.

– Prometo que quando chegar em casa eu te conto tudo, está bem? Só espere um pouco e eu... eu quero que me entenda.

A porta se fechou devagar e era mais do que evidente que não seria tão fácil assim colocar na cabeça daquele homem a decepção que eu estava sentindo.Afinal de contas, porque Paul tinha escondido aquele filho de mim?


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? O capítulo foi menor porque eu estava querendo muito postar logo e saber a opinião de vocês.



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