Trocando de lado escrita por LayneAS


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Presente de Ano Novo pra vocês!!! Tive que "correr" atrás de um note pra conseguir postar hoje.Esse capítulo dedico as minhas amigas lindas Lê, Cath e Rafa!!! Espero que todos gostem.

Aviso: O Próximo capítulo será o último.Era pra ser esse, mas como não tinha avisado ninguém deixei para o próximo.



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XXXXX Stella XXXXX
Durante todo o percurso até a delegacia eu não conseguia tirar o Mac da cabeça e sentia medo do que ele ia me dizer, senti um frio na espinha com a possibilidade dele querer se afastar de mim por causa disso.Cheguei pouco tempo depois na delegacia e encontrei Philipe sentado em uma cadeira acompanhado por um policial.
– Stella! - ele pareceu aliviado quando me viu.
– O que aconteceu oficial? - perguntei me aproximando.
– A proprietária de uma casa ligou para a policia depois de ver esse garoto pular o muro do local.
– Porque fez isso Philipe? - perguntei cruzando os braços e tentando manter o controle.
– Eu só queria um lugar pra dormir - ele abaixou a cabeça parecendo envergonhado.
– Você me disse que ia dormir na casa de um amigo, porque mentiu?
– Eu não queria que ficasse com pena de mim, posso me virar sozinho.
– Se virar sozinho? Pulando o muro da casa das pessoas?
– Eu achei que não tinha ninguém lá e eu não ia roubar nada, eu juro.Só queria um lugar pra descansar por um tempo e eu ia embora.
Eu queria me manter dura e tentar colocar algo na cabeça daquele garoto, mas ele já estava sofrendo tanto que eu não consegui me manter firme por muito tempo.Tive que assinar um documento me responsabilizando por ele e logo eu e Philipe saímos dali.
– Desculpe novamente por fazer você vir aqui atrás de mim, você é uma mulher bacana Stella e meu pai deve ter te amado muito.
– Seu pai me fez muito feliz, apesar que... não consigo desculpa-lo por ter escondido algo tão sério como um filho.Enfim isso não importa agora, preciso arrumar algum lugar pra você ficar.mas antes gostaria de saber quantos anos você realmente tem, Philipe.
– Eu tenho quatorze anos, eu era bem pequeno quando... meu pai desapareceu.
– Eu ainda não sei como vai ser daqui pra frente, mas não quero deixa-lo desamparado.Mas antes de resolver qualquer coisa preciso ainda conversar com meu atual marido, não quero tomar mais nenhuma decisão sem conversar com ele antes, por isso vou deixa-lo em um hotel e amanhã conversamos.E por favor Philipe, não faça nenhuma besteira.
– Eu prometo pra você. - o garoto deu seu primeiro sorriso.
Voltei pra casa, mas antes liguei para a babá do meu filho e ela disse que o Mac já tinha passado para pega-lo.Isso me fez sentir um pequeno medo dentro de mim, será que ele me entenderia dessa vez? Depois de deixar Philipe eu corri pra casa ao abrir a porta ouvi um barulho na cozinha e quando fui caminhando até lá, encontrei Mac vestido com seu conjunto de moleton preto que ele amava usar quando estava frio, ele preparava alguma coisa no fogão, mas parou assim que notou minha presença.
– O Niko está dormindo a algum tempo, deve acordar daqui a pouco para mamar.
– Ainda tenho alguns minutos, meia hora talvez... - falei baixinho. - Podemos conversar Mac?
– Claro - depois de tantos anos, pela primeira vez eu não consegui decifrar o que aquele olhar dele estava me dizendo e isso se preocupou ainda mais. Caminhamos em silêncio até a sala e toda aquela situação estava me sufocando, me sentei no sofá e ele parou do lado da janela observando o que quer que fosse do outro lado.
– Como descobriu tudo? - perguntei tentando criar um caminho para chegar onde realmente queria.
– Já disse Stella, mas enfim... não foi difícil e isso não é importante agora não é?
– Mac... eu não estava conseguindo pensar direito e no momento eu só queria organizar meus pensamentos primeiro eu ia contar pra você eu juro que ia.Só estava esperando o momento apropriado pra isso.
– Você teve essa momento Stella quando chorou em meus braços e ao invés de contar o que estava acontecendo preferiu guardar isso com você e sabe como me senti? - os olhos azuis do Mac brilhavam com intensidade enquanto ele me olhava e dizia essas palavras. - Me senti um imbecil porque a minha mulher, a mulher que eu mais amo nesse mundo não queria me contar o que estava acontecendo e isso me deixou no chão Stella, porque era como se você não confiasse em mim e tudo piorou depois que descobrir que o Paul tinha tido um filho fora do casamento... Eu queria te consolar e te abraçar, mas... Eu entendi que no fundo isso estava te perturbando porque no fundo você ainda sente algo muito forte pelo seu ex-marido.
– Para de falar assim Mac - eu me aproximei dele e o encarava nervosa, Mac me olhava tão decepcionado que eu achei que fosse morrer - Você mais do que ninguém sabe o quanto eu amei o Paul e como ele foi importante pra mim e saber que ele me traiu dessa forma me deixa... por Deus, Mac.. eu nem sei o que pensar, é uma decepção tão grande que me sinto sufocar e quando soube eu só queria me fechar no momento e... - as lagrimas teimavam em cair e eu as enxuguei com a palma de uma das minhas mãos. - Agora a única coisa que posso fazer é pedir que me entenda, mas faça o que você achar melhor e se achar que... - engoli em seco porque dizer aquilo era dolorido demais - Se achar que não pode mais viver do meu lado - nesse momento Mac pareceu se assustar, seus olhos aumentaram de tamanho. - Eu vou entender e vou resolver esse problema sozinha.
Saí dali assim que terminei essas palavras, o silêncio dele me fazia sufocar e eu não conseguia aceitar que algo pudesse destruir a relação que tínhamos e ver essa possibilidade tão perto me fazia sentir a felicidade escapar pelas minhas mãos.Fui para o nosso quarto e retirei toda a roupa seguindo até o chuveiro e por lá fiquei com meus pensamentos longe e pensativa, com o coração aos pulos.Fechei meus olhos e deixei que toda a água molhasse meu corpo como se com aquilo toda a agonia que estivesse sentindo pudesse ir embora pelo ralo.
– Stella - abri os olhos um pouco assustada e me deparei com Mac, ali parado na minha frente com a roupa de dormir e com os olhos terrivelmente azuis e irresistíveis, aos poucos sua roupa se molhava mas ele não tirava os olhos dos meus e ficamos assim por alguns segundos até ele finalmente dizer algo. - Eu não suportaria ver você sair por aquela porta para sempre, eu não sou burro pra deixar a minha felicidade sair assim e ficar longe de mim... eu não sou forte o suficiente pra fazer isso.
– Mac... - eu consegui sussurrar.
– Escuta meu amor... - ele acariciou me rosto e me senti flutuar - O medo de perder você foi maior do que a decepção ou magoa que senti quando vi que podia não confiar em mim o suficiente, mas agora eu consigo entender você e quero que me perdoe e fique comigo, pelo amor de Deus, Stella... não saía de perto de mim... nunca.
Mac me puxou de encontro ao seu corpo e em um segundo eu sentia aqueles lábios nos meus, suas mãos passeavam pelo meu corpo enquanto eu tentava me livrar da camisa já molhada que ele vestia, mas não precisei de tanto esforço porque ele se afastou de mim e a retirou, fazendo pouco segundos depois o mesmo com a calça e a cueca.Agora estávamos os dois nus, nos beijando como se amanhã não fosse o suficiente.
– Eu o amo Mac, muito... - dizia enquanto ele beijava meus pescoço fazendo com que todo o meu corpo se arrepia-se, mesmo com a água quente, proporcionando aquela sensação única e gostosa.
– Você é tudo pra mim, tudo... - Ele me empurrou em direção a parede sem parar de me beijar,sem parar de levar seus dedos no lugares que me faziam sentir prazer e isso era como ir ao céu. Mac era um homem completo, bonito, sexy, amigo e um ótimo amante.
XXXXX MacXXXXX
Depois que coloquei meu filho pra dormir e depois de tomar um banho e colocar uma roupa confortavel, fui pra cozinha preparar algo pra comer e pedindo que o tempo passasse logo e ela chegasse.Encarar Stella foi terrivel e me sentia como se aquela conversa fosse decisiva para nós dois, como se tudo não fosse resolvido naquele instante tudo estaria acabado e isso me fazia sentir medo, muito medo.Então quando ela disse que entenderia se eu quisesse me afastar eu senti a adrenalina subir e quis gritar que aquilo era uma ideia absurda.Perder minha família? Ficar longe da Stella e do meu filho? Não! Eu não ia permitir que um problema como aquele fosse capaz de afastar Stella de mim.
Depois de tê-la em meus braços, Stella olhou pra mim e sorriu, seus lábios, seu olhos.. seu corpo era o simbolo da perfeição e eu me sentia mais do enfeitiçado por ela. Enquanto ela amamentava nosso filho, eu estava sentando ao seu lado na nossa cama devidamente trocado.
– O que pretende fazer agora, com o tal de Philipe?
– Ainda estou perdida e confusa em relação a isso e acho que preciso da sua ajuda. - ela sorriu timida. - Não posso deixa-lo por ai Mac, ele é só um garoto e se eu não ajuda-lo ele...
– Se nós não o ajudarmos...
– Tem alguma ideia? - ela perguntou sem desviar os olhos do nosso filho que nesse instante já estava cochilando.
– Por que não o trás aqui pra casa? Pra morar com a nossa família? Pode ser uma boa opção e assim você vai conseguir ficar de olho nele... - Stella me olhou surpresa.
– Tem ideia do que está falando? Isso é muito sério Mac e não envolve somente nossa família, tem a ver com a vida de um garoto que mal conhecemos.
– Stella eu te conheço bem o suficiente pra saber que não vai ficar tranquila se não puder ficar de olho nesse menino e eu não quero que fique andando por ai sozinha.
– Sei me cuidar muito bem detetive, sabe disso também não é? - Stella me olhou com um sorriso de canto.
– Só não quero correr riscos, brincar com a sorte. Sei que mesmo que esteja magoada com o Paul depois de descobrir o filho, sei que se sente responsavel por esse menino.
– É verdade... - Philipe é um bom garoto e eu posso sentir isso nele.
– Confio em você meu amor e tudo vai dar certo, vai ver como vai.

XXXXX Jess XXXXX
Tinha acabado de chegar de chegar em casa, Don estava passando alguns dias em casa e naquele por sinal tinha saído mais cedo do trabalho.Abri a porta do meu apartamento e escutei vozes e sorrisos vindo da cozinha.Surpresa não foi exatamente o que senti, na verdade nem sei o que foi ver a minha prima Vivien tomando o que quer que fosse com o meu namorado.
– Vivien? O que está fazendo aqui?
– Jess!! É bom ver você também. - ela veio ao meu encontro e me abraçou, eu retribui mesmo ainda achando tudo aquilo muito estranho.
– Desculpe Vivien, mas não esperava encontrar você aqui e, enfim que Don estivesse aqui te fazendo companhia.
– Eu cheguei tem pouco tempo não é detetive Flack? Felizmente ele acreditou na minha história de ser sua prima e me deixou entrar, ele está sendo uma excelente companhia. - Don não tinha falado nada até agora, mas pouco depois se levantou da cadeira onde estava e veio ao meu encontro, dando um suave beijo em meus lábios.
– Vou tomar um banho - logo ele se aproximou um pouco mais do meu rosto e sussurrou em meu ouvido - Queria tanto que me fizesse companhia, sabia? Estou começando a achar que não foi uma boa idéia receber sua prima... - Ele se afastou sorrindo e eu dei um leve tapa em seu braço.
Depois de Don sumir pelo corredor e me deparei com Vivien olhando para onde ele tinha sumido.
– Seu namorado é um gato, tem mais de onde ele saiu?
– Don é único e pode tirar seu cavalinho da chuva, ele tem dona.
– Calma ai Jess, sabe que eu nunca daria em cima do seu namorado.
– O que te trás aqui Vivien ? - perguntei mudando de assunto. Definitivamente não estava afim de falar do Don com ela, isso me incomodava.
– Passei em um concurso de escrivã aqui em Nova York e pensei que...
– Que poderia morar aqui comigo? - perguntei surpresa.
– Você não acha boa idéia? - ela perguntou parecendo animada, mas eu não me entusiasmei nem um pouco.
– Olha ... Don praticamente está morando comigo agora e eu não sei se vai ser uma boa ideia você...
– Pelo menos até eu conseguir um apartamento bacana pra ficar e chamar de meu, vai Jess nem vai ser por muito tempo.
Mesmo sabendo que não ia ser uma boa ideia, eu não podia simplismente manda-la embora da minha casa, eu e Vivien brigamos algumas vezes quando adolescente por causa de algum garoto, mas isso já fazia tanto tempo.
– Tudo bem Vivien, mas vai ter que colaborar com as dispensas da casa.
– Oh obrigada Jess.
A acomodei no quarto de hospede e quando entrei no meu, Don tinha acabado de sair do banho.
– Sua prima é muito simpática e eu gostei dela. Vai ficar muito tempo por aqui?
– Talvez, ela vai passar algum tempo aqui no meu apartamento. - Don me olhou parecendo não gostar muito daquela ideia - Não me olha assim amor, ela é minha prima.
– Já comecei a não gostar muito dela... Espero que ela não atrapalhe quando eu quiser agarrar você e não estou nem um pouco afim de manter minha mãos longes de você, entendido?
– E quem disse que eu quero isso?
XXXXX Stella XXXXX
Eu liguei para o laboratório avisando a Lindsay que eu e o Mac iamos chegar um pouco mais tarde naquele dia.
– Não se preocupe Stella, eu e o Danny vamos cuidar de tudo por aqui.Mas está tudo bem por ai? - ela perguntou preocupada.
– Está sim, não se preocupe.Eu e ele precisamos resolver algo bem importante e logo todos vão ficar sabendo.
– Tudo bem então, faça tudo por ai e depois me conte.
– Obrigada mais uma vez Lindsay, até mais tarde.
– Até mais.
Desliguei o celular e respirei fundo, Mac estava dirigindo, tinhamos acabado de deixar nosso filho com a babá e agora iamos encontrar com Philipe, eu me sentia nervosa por Mac conhece-lo e não entendia bem porque.
– Está tudo bem meu amor? Você parece um pouco distante, preocupada.
– Só estou pensando em tudo isso que está acontecendo Mac, são muitas novidades e tantas mudanças que eu não esperava, se não fosse você eu não sei o que seria de mim.
– É pra isso que serve os maridos - ela sorriu lindamente e eu não consegui conter um sorriso também.
Em poucos minutos chegamos até o local onde Philipe tinha passado a noite, ele nos aguardava em frente ao hotel com a sua mochila nas costas, quando viu Mac descer do carro arregalou os olhos.
– Philipe, esse daqui é o Mac... meu quase marido. - falei sorrindo tentando descontrair e quebrar aquele clima estranho. Felizmente pareceu funcionar, porque o garoto pareceu mais leve depois.
– Prazer, Philipe. - ele estendeu sua mão e Mac a apartou gentilmente depois.
– Você não sabe a sorte que tem por ter uma mulher como a Stella se preocupando com você.
– E pra ser sincero eu não consigo entender porque, ela mal me conhece e já fez mais do que a minha própria mãe fez em todos esses anos. -
– Vamos pra casa Philipe? - perguntei ansiosa.
– Como assim pra casa? Vai me levar de volta pra minha mãe? Mas ela não me quer de volta...
– Vai morar com a gente garoto, Stella, eu, você e nosso filho, o que acha Philipe?
– Isso é sério?
– Podemos nos dar essa oportunidade, o que você acha da ideia?
– Tudo bem, eu não tenho mais para onde ir mesmo.
Claro que fiquei feliz por enfim dar um lugar aquele garoto que agora estava sozinho no mundo, com uma mãe que ele praticamente não tinha mais e fazia questão de não saber mais nada sobre ele, bem pelo menos era essa a impressão que tinha a respeito daquela situação.
XXXXX Mac XXXXX
Era evidente o alivio da Stella quando levamos Philipe pra casa, ela estava feliz e isso era o que me deixava aliviado também e era o que importava, então estava bom.O garoto parecia fascinado com o apartamento dela e ficou ainda mais feliz quando viu o quarto que ele tinha preparado para ele.
– Niko vai ficar conosco até mudarmos para um apartamento maior. -Stella falou olhando para o garoto da porta do novo quarto.
– E quando isso vai acontecer?
– Quando...
– Quando eu e Stella finalmente nos casarmos, e isso vai acontecer em breve... pelo menos eu espero. - ela sorriu pra mim e a beijei carinhosamente.
– Estaremos no quarto ao lado se precisar de alguma coisa, não exite em chamar.
– Valeu - ele respondeu simplismente e eu e Stela voltamos para nosso quarto, onde Niko já dormia no seu bercinho.
– Acha que vai dar certo? Estou preocupada... - olhei para minha mulher e Stella tinha o olhar longe, estavamos deitados na cama agora, um nos braços do outro.
– Acha que ele possa trazer algum risco ao nosso filho? - perguntei um pouco preocupado agora.
– Não é isso, mas é um tanto arriscado trazer um garoto para dentro da nossa casa e mal o conhecemos.
– Stella, porque está dizendo isso agora? Não faz sentido querida.
– Eu sei que não... só estou ansiosa e isso me faz pensar besteiras, é uma nova vida Mac e só estou com medo de não conseguir fazer o meu melhor.
– Eu tenho que certeza que vai conseguir meu amor, e eu estarei aqui para apoiar você em cada momento.Confia em mim Stella?
– Confio tudo o que tenho de mais sagrado , meu coração e o nosso filho.
– Sabe que isso soa como música em meus ouvidos?
– Eu sei que sim.
XXXXX Don XXXXX
Ter chegado mais cedo no apartamento me fez ter a brilhante ideia de preparar o jantar para ela, Jessica adorava quando eu fazia isso e aquele estava bem animado, mas antes mesmo de começar a fazer alguma coisa ouvi o interfone.Eu não consegui negar em deixar aquela tal mulher subir e felizmente depois de ter a que ela não estava mentido vi que tinha feita a coisa certa, até descobrir que ela ia ficar ali por um bom tempo e já não curtir muito aquela ideia.
Naquela noite fui para o meu apartamento, mesmo com Jess protestando para que eu ficasse.Claro que não passei a melhor das noites, mas consegui dormir pelo menos umas três horas e isso já foi o suficiente para mim.Cheguei no trabalho um pouco atrasado e não a encontrei ali.
– Sabe onde a Jessica está? - perguntei para Marie, uma colega de trabalho.
– Ela acabou de sair daqui, parecia um pouco nervosa.Já tentou falar com ela pelo celular?
– Ainda não, mas vou fazer isso acgora mesmo.
Ela atendeu no terceiro toque.
– Angell.
– Onde você está? Me falaram que saiu daqui nervosa e fiquei preocupado.
– Marie devia guardar a sua maldita lingua - ouvi ela respirar fundo e depois continuar - Recebi uma ligação e você não vai nem acreditar em quem era.
– Não faça suspense Jess, me diga de uma vez.
– Jones, meu ex-noivo.
– O que? O que ele queria com você ?
– Conversar, eu... não estou sabendo lidar muito bem com isso.Com a volta repentina dele.
– Como assim? A presença dele te deixa confusa? Está... mexida? - meu coração se apertou no peito.
– Don, claro que não querido.Nunca duvide dos meus sentimentos por você.Eu só... fiquei surpresa que ele tenha me ligado. Ele disse que só agora conseguia entender meus motivos e que seu coração tinha se acalmado, estava tranquilo e não sentia mais raiva de mim... puxa isso me deixou aliviada e não sabe como me sinto mais leve.Sabe muito bem que sempre me senti incomodada em saber como o tinha deixado e tudo isso agora me deixava muito feliz porque finalmente posso viver sem qualquer culpa.
– Se você está feliz eu estou muito mais Jess e não sabe o quanto.Podemos nos encontrar hoje? Fora da sua casa?
– Claro que sim... conversamos depois então meu amor.Eu te amo.
– Eu também te amo.
XXXXX Stella XXXXXX
Já tinha um semana que Philipe estava morando conosco e eu me sentia uma mãe para aquele garoto, me preocupava com ele da mesma forma que me preocupava com Niko e Mac começou a achar que estava me envolvendo muito rápido com ele.
– Stell e se algum dia ele resolver ir embora? Eu não quero que você sofra.
– Se ele resolver fazer isso não vou impede-lo e vou dar a maior força e vou ajuda-lo no que for preciso.
– Tenho certeza que sim.
Felizmente tudo se passou da melhor forma possível e Philipe não deu qualquer tipo de trabalho, pelo contrário, me deixava feliz por ser um irmão tão protetor com Niko e cuidadoso também.
Meus dias no laboratório nunca mais foram os mesmos e a cada minuto eu ficava pensando nos garotos, mas nada disso atrapalhou meu trabalho.Na minha mesa agora além de uma foto minha e do Mac, tinha uma do Niko e do Philipe.
– Um copo de café pelos seus pensamentos.
Tirei minha atenção das fotos e olhei para Lindsay, que tinha nas mãos dois copos fumegantes de café.
– Estou aqui pensando em como tenho sorte em ter esses homens na minha vida.
Ela sorriu e me entregou o café, sentando-se na cadeira em frente a minha mesa.
– Que reviralvolta não é? Quem diria que hoje você estaria casada, com um filho de quase quinze anos e um bebê tão lindo?
– Ainda não estou casada Lindsay, apenas moramos juntos.
– O papel é só um detalhe Stella, não consigo nem olhar mais para você e o Mac e não ver uma família, vocês são lindos juntos.
– Reunião do Clube das Luluzinhas e nem me chamaram? - Jess apareceu sorridente e sentou-se no sofá. - Sobre o que estavam conversando?
– Sobre a família linda e perfeita da Stella. - Rimos juntas.
– A sua também não é de se jogar fora, sabia? - falei enquanto tomava mais um gole de café.
– Tenho que admitir que a Stella tem razão - Jess completou.
– E você? Quando vai aumentar a família com o Don? O filho de vocês vai ser lindo demais.
– Ouo calma ai Lindsay, ainda está muito muito cedo pra pensar em filhos agora e sinceramente não me sinto preparada para isso.
– E você acha que eu estava quando engravidei da Lucy? Claro que não, eu me senti apavorada e perdida, mas hoje me sinto uma maezona e super experiente - ela riu das próprias palavras.
– Ter um filho não é tão assustador como está imaginando Jess, tem seus altos e baixos mas é uma alegria sem tamanho ter um serzinho tão pequeno dependente de você e sem contar que você se apaixona por ele no primeiro instante.
– Esse papo de mãe de você está me assustando, não quero pensar nisso agora, está bem? Quem sabe daqui a alguns anos?
– Você que sabe Detetive Angell, terá tempo para pensar nisso com carinho. - completei. Segundos depois Danny bateu na porta e entrou.
– Reunião das mulheres? Falando mal dos parceiros? Por isso estava sentindo minha cabeça doendo.
– Não seja bobo Danny - Lindsay falou levantando-se - Deseja aguma coisa?
– Desejo sim, mas Stella que terá que ir comigo agora.SInto muito querida.
– Meu coração irá se recuperar desse fora - Lindsay fez uma falsa cara de chateada.
– Fica tranquila Lindsay, meu coração já tem dono. - falei me levantando enquanto pegava meu casaco pendurado na cadeira.
– E imagino que o dono do seu coração seja eu ou pelo menos eu seja um deles. - Mac apareceu ali e não consegui disfarçar um sorriso bobo, raramente ele demonstrava muita intimidade no trabalho comigo, eramos os mais profissionais possiveis ali e não queriamos misturar as coisas, mas... as vezes algo acontecia.
– Preciso ir antes que o Don venha atrás de mim, tenho trabalho pra fazer. - Jess falou se despedindo, seguida por Lindsay.Ficou apenas eu, Mac e Danny ali.
– Danny eu vou no lugar da Stella.
– Porque Mac? - perguntei sem entender.
– Lembra-se que todo ano você precisa passar por uma bateria de exames? Você precisa ir nesse momento Stella.
– Como sempre eles nunca avisam com antecedência, que droga.
– Não deve durar mais que duas horas.
– Obrigada, isso me animou muito.
– Então vamos Mac? - Danny perguntou.
– Poderia me aguardar no estacionamento? Eu desço em dois minutos.
– Tudo bem - Danny saiu em seguida e Mac olhou para mim.
– Devo voltar daqui umas três horas e se já estiver aqui gostaria que me acompanhasse em um café, preciso conversar algo bem importante com você.
– E o que seria?
– Conversamos quando chegar meu amor - Mac me beijou rapidamente nos lábios e seguiu para o elevador, poucos minutos depois foi a minha fez de deixar o departamento.
XXXXXX Mac XXXXXX
Eu e Danny chegamos no local da denúncia cerca de trinta minutos depois de ter deixado o laboratório.
– Vizinhos ligaram pra polícia reclamando de um mal cheiro muito forte. - falei assim que descemos do carro carregando nosso quites.
– Que maravilha... adoro cheiro de podre logo pela manhã - Danny falou assim que chegamos na porta e a abrimos e junto veio um cheiro que nos fez prender a respiração por alguns segundos.
– Vamos acaba logo com isso e descobrir de onde esse cheiro vem - completei, louco pra voltar para o laboratório para enfim conseguir conversar com a Stella.
Olhamos por toda casa, cozinha, quarto de visitas, banheiros, area de lazer e não encontramos nada que pudesse nos dizer porque aquele local cheirava tão mal.
– Quanto tempo um corpo demorar para se decompor em uma casa fechada por alguns dias? - Daany perguntou enquanto eu olhava o armário da cozinha e ele verificava se o chão possuia alguma saída falsa.
– Dependendo da temperatura... alguns dias, com o calor que estamos nesses últimos tempos eu diria que se aconteceu um crime a três dias atrás o corpo encontrasse em avansado estado de decomposição.
Danny subiu uma pequena escada onde dava para o soltão da casa, o único lugar que ainda não tinhamos olhado.
– Mac, ele está aqui.
A cada degrau da escada que subia o mal cheiro se tornava ainda mais forte.Danny estava ajoelhado do lado de um corpo, um homem que como já imaginavamos estava em alto estado de decomposição.
– Ele tem um buraco de uma bala no peito, não consigo ver mais nenhum.
– Ele deve ter morrido minutos depois de ter levado o tiro e foi a queima roupa. - conclui.
– Vamos chamar a equipe pra levar o corpo para o Sid.
Danny ia pegar o celular no bolso da sua jaqueta quando ouvimos passos no andar de baixo.
– Será alguém da polícia? - ele perguntou.
– Eles teriam se identificado.
De repente a porta que dava ao soltão se fechou violentamente e tanto eu como Danny pegamos nossas armas ao mesmo tempo, para no segundo seguinte o barulho ensurdecedor de vários tiros serndo dispirados.Danny e eu tentamos nos salvar como podiamos e claro que não deixamos para menos e revidamos também. Aquilo não durou mais do que um minuto e logo o silêncio se tornou presente.
– Será que eles foram embora? - Danny parecia assustado, assim como eu.Não esperavamos receber aquela visita tão repentina.
– Não teria tanta certza disso.
– A temperatura está subindo ou é impressão minha?
– A casa está pegando fogo. - aos poucos algumas chamas tomaram o soltão e por alguns segundos não sabiamos o que fazer.
– Mac, precisamos ir agora ou vamos morrer. - Danny gritou.Ele bariu a porta e pode ver que o andar de baixo já estava bem tomado pelas chamas, mas para nossa sorte ainda tinhamos uma chance, só precisavamos ser rápidos.
– Eu vou pegar o corpo.
– Não temos tempo pra isso, você ficou louco?
– Ele é a única evidência que temos. - voltei e com alguma dificuldade arrastei o corpo do homem comigo.Danny conseguiu pegar do lado de baixo e olhamos para o lado sem saber muito bem como iamos fazer para sair dali com vida.A fumaça junto com o fogo tornava nossa respiração difcil e eu estava com um pouco de dificuldade em respirar.
– Por ali - apontei para um pequeno corredor que dava para a saída dos fundos, o únicoi caminho que teríamos alguma chance já que o fogo tomava praticamente tudo naquele momento.Daany me ajudou a levar o corpo para fora e quando finalmente saímos consegui respirar com mais facilidade, mas tive uma terrível crise de tosse que achei que não me recuperaria.
– Mac, você está bem? - Danny perguntou preocupado, no mesmo instante que já começavamos ouvir as primeiras sirenes.
– Não se preocupe... isso vai passar logo.

Voltamos para o laboratório cerca de uma hora depois do acontecido, nossas roupas estavam imundas, mas eu não queria perder meu tempo indo pra casa tomar um banho e me trocar, principalmente quando o dono da casa onde tinha acontecido o crime estava esperando para ser interrogado.Dispensei Danny para que ele fosse pra casa descansar um pouco, mas ele disse que não precisava e que se sentisse mal ia procurar um médico.Encontrei Sid e ele já trabalhava no corpo que encontramos na casa.
– Tem alguma coisa pra mim? - perguntei.
Sid explicava tudo o que tinha de informação naquele momento, mas parecia que para mim ele estava falando em outra lingua e eu me sentia um pouco confuso.
– Cof Cof... eu posso pegar uma daquelas? - perguntei apontando para algumas garrafinhas de água que ele tinha sobre um balcão.
– Claro que sim, fique a vontade.
Tomei dois goles de uma vez e Sid me olhava curioso.
– Você está se sentindo bem?
– Estou ótimo Sid, continue trabalhando no corpo e se tiver alguma nova informação sabe onde me encontrar.
– Pode deixar.
Sai dali me sentindo um pouco melhor, encontrei Stella no corredor e ela me olhou de cima a baixo.
– Você está horrível Mac.
– Vai me deixar por causa disso? - tentei brincar mas Stella não sorriu.
– Por que não foi para o hospital pra ter certeza que estava tudo bem?
– Não achei necessário e estou me sentindo em condições perfeitas de continuar trabalhando - menti.
– Mac... - ela tentou.
– Stell, preciso interrogar um suspeito agora está bem? Quer ir comigo? Danny não vai conseguir me acompanhar agora.
– Tudo bem - ela concordou ainda com uma cara não muito boa.
Caminhamos em direção a sala de interrogatório e ao abrir a porta, um homem de aproximadamente quarenta anos estava sentado na cadeira e olhava para seu relógio no pulso.
– Sabe porque está aqui, senhor Adams? - perguntei.
– Uma das minhas casa que está alugada pegou fogo. - ele disse parecendo nervoso.
– E porque encontramos um corpo ali?
– Eu não sei como isso aconteceu, eu juro.
– Não sabe ou não quer contar? - Stella perguntou - É melhor dizer logo a verdade senhor Adams ou as coisas podem piorar pra você.
– Eu sou inocente e vocês não podem me acusar de nada, eu quero meu advogado.
– Escute bem.. Cof Cof... Quanto mais cedo... Cof Cof... contar a verdade será melhor pra você... Cof Cof... Droga, teria um chicletes ai? - perguntei a Stella que me olhava preocupada.
– Está tudo bem? - perguntou sem desviar o olhar, tirando uma embalagens de chicletes do bolso e me entregando um.
– Isso vai ajudar a melhorar. - mastiguei um pouco e respirei fundo, me sentindo um pouco tonto, mas segui com o interrogatório.- Vai colaborar ou não? Temos informações que o homem que estava morando na sua casa estava devendo aluguel a dois meses e Cof Cof... isso seria um Cof Cof...
– Mac? - ouvi Stella chamar com a voz assustada.
– Não estou conseguindo respirar... - logo em seguida não consegui parar mais de tossir, meu corpo ia cair no chão mas Stella me segurou com dificuldade.
Eu não conseguia ouvir o que ela dizia, mas eu via agonia em seus olhos e... senti medo de não voltar a vê-la quando fechei os olhos caindo na escuridão.


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Notas finais do capítulo

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