Trocando de lado escrita por LayneAS


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Estou me superando hein? Dois capítulos em um mês só....aeeee Bom pessoas, segue abaixo a continuação da fic e espero que vocês gostem e não queiram me matar em nenhum momento. Beijos e Obrigada por acompanhar.



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XXXXX Don XXXXX

Era uma sensação bem estranha e eu não sabia o que estava acontecendo ou onde estava, a última coisa que me lembrava era que estava ligando para a Jess no dia do seu casamento com a última esperança que ela ouvisse meu pedido.Eu podia jurar que nesses últimos dias eu ouvia a voz dela, chorando e implorando para que eu voltasse.Será que estava sonhando? Onde eu estava realmente? Por muito tempo não tinha controle sobre mim e não conseguia abrir os olhos, falar... e isso estava me deixando apavorado.Então, até eu mesmo me surpreendi quando abri os olhos e olhei para aquele teto branco, estava sozinho em um quarto de hospital cheio de aparelhos por todos os lados me monitorando.Poucos minutos depois um enfermeiro apareceu e sorriu quando me viu.

– Senhor Flack, que bom vê-lo acordado, como está se sentindo? - ele perguntou ao se aproximar da minha cama.

– Eu estou me sentindo bem estranho e meu corpo está leve.

– Sabe por quanto tempo está aqui? Sabe o que aconteceu?

– Não sei responder nenhuma das suas perguntas. - eu falei confuso.

– Está aqui a exatamente duas semanas e... está aqui porque levou um tiro no abdômen e perdeu muito sangue, é um verdadeiro milagre o que aconteceu com o senhor.

–Eu estou sozinho aqui? - queria saber de uma vez se tinha tido um sonho, se tinha delirado.

– Nunca esteve sozinho, em nenhum desses dias.Uma mulher o acompanhou durante todo esse tempo e praticamente não saiu do seu lado sequer um segundo.

– Sabe qual o seu nome?

– Senão me engano é Jéssica.

– Jess...

– Se ela não está aqui nesse momento é porque precisou resolver algo no trabalho e pediu que eu ficasse com o senhor até que ela voltasse.Você tem muitos amigos, é admirável como teve visitas de pessoas que demonstravam tanta preocupação.

– Eu tenho certeza que sim... - sussurrei ainda um pouco abolhado, sem saber se era por causa dos remédios ou por saber que Jess sempre esteve comigo, durante essas duas semanas.

– Vou chamar o médico e voltarei em alguns minutos.

O enfermeiro saiu me deixando sozinho, ainda com um pouco de dificuldade eu virei minha cabeça procurando por algum sinal que realmente ela tinha ficado por ali e encontrei o que eu procurava em cima de uma poltrona: um livro e uma pequena garraa térmica de café, coisas da Jess, da minha amada Jessica.

Assim como tinha falado o enfermeiro voltou trazendo com ele o doutor Willian, que fez todo o processo que eu já sabia, me examinou, perguntou como estava me sentindo, essas coisas.Contava os minutos para vê-la, queria olhar para ela e ver realmente se tudo aquilo não era fantasia da minha cabeça.Finalmente quando fiquei sozinho no meu quarto eu já sentia os efeitos dos últimos remédios que tinha tomado, mesmo querendo ficar acordado eu sabia que não ia conseguir por muito tempo, mas eu precisava vê-la.Nesse momento a porta se abriu e eu fechei meus olhos, sem conseguir mante-lo por mais tempo abertos, mas eu sabia que era ela, eu sentia que Jess estava novamente ao meu lado.Senti ela bejar levemente a minha testa e se afastar.Em um último esforço eu abri novamente meus olhos e a vi sentada naquela poltrona saboreando um café e lendo o seu livro.

– Jess... - consegui sussurrar, mas isso foi o bastante para ela me olhar assustada.

– Oh Meu Deus, Don... - ela falou bem baixinho sem sair do lugar.

– Não.. vai chegar perto... de mim? - forcei um sorriso já sentindo que não ia conseguir ficar acordado por mais tempo.

Ela levantou e vi seus olhos marejados e senti meu peito se apertar e a vontade de abraça-la era maior que tudo.Senti sua mão suave em meu rosto e um sorriso aparecer entre uma lagrima.

– Eu nem posso acreditar que você está.. falando comigo novamente.Eu não encontrei ninguém lá fora e...

– E isso foi bom, pude fazer uma surpresa pra você.Eu achei... que ia pular de alegria quando me visse... novamente acordado, mas... você não teve a reação que eu esperava.

– Eu só estou feliz de te ver novamente aqui que me sinto chocada - ela sorriu.

– Porque está... aqui, Jessica?

– Não é óbvio, Don? - ela disse suavemente se sentando na beirada da minha cama e segurando a minha mão. - Eu não podia ficar sem você, me casar e saber que você estava nesse hospital.De uma parte isso foi bom, porque me fez abrir os olhos e eu tomei coragem e vim correndo atrás de você.Eu te amo Don e não posso ficar sem você.

Eu queria ter respondido o mesmo para ela, mas não tive forças pra isso.Logo cai em um sono profundo.

XXXXX Stella XXXXX

Eu sentia falta dele.Droga.E como sentia... Quando chegava a hora de dormir era sempre o pior momento, porque já estava acostumada a dormir com aqueles braços fortes me apertando contra o seu corpo.Já vazia alguns meses que estavamos longe um do outro e confesso que mesmo assim eu ainda me pegava pensando nele com a mesma intensidade de antes.Agora eu começava a pensar que poderia passar por cima da minha magoa e aceitar ele de volta.. Talvez até que tivesse exagerado um pouco, só um pouco...

Eu tinha que admitir que Mac era um homem incrivel em todos os sentidos, era um ótimo amigo, se preocupava comigo e era uma amante como ninguém.

Estava com vinte semanas de gestação, ou seja, cinco meses e a cada vez que sentia meu pequeno mexer dentro de mim era uma sensação maravilhosa e eu queria muito compartilhar com alguém... Me lembrei então da primeira vez que isso aconteceu.Estava na minha sala olhando alguns papéis e senti aquela sensação maravilhosa e instintamente coloquei uma das mãos na mina barriga e foi inevitavel as lagrimas começarem a cair sobre o meu rosto.

– Stella? - ouvi uma voz suave e levantei minha cabeça em direção a porta - Está tudo bem? Está sentindo alguma coisa? - Mac me encarava esperando uma resposta e eu tinha certeza que ele não sairia dali antes de recebe-las.

– Está sim, quer dizer... eu não sei.

– Quer que eu a leve no médico? Posso fazer isso agora e...

– Não Mac, não precisa realmente, eu só... estou sentindo meu filho pela primeira vez?;

– Filho? - ele me olhou sorrindo.

– Sim, terei um garotinho.

Ele ficou parado me olhando, parecendo hipnotizado ainda com um sorriso no rosto.

– Quer senti-lo? - perguntei e ele me olhou confuso.

– Não sei se devo, isso é algo que acredito ser compartilhado somente entre os pais... primeiramente...

– Eu estou te chamando Mac, venha aqui... por favor.

Ele ainda exitou um pouco, mas logo se aproximou e eu empurrei um pouco a cadeira para que ele pudesse acariciar minha barriga.Mac pousou lentamente a mão sobre ela e deu um lindo sorriso quando sentiu meu bebê mexer.Fiquei o tempo todo olhando para a minha barriga, sentindo aquela emoção indescritivel.Em um momento levantei minha cabeça e Mac me olhava intensamente e fiquei perdida naquela mar azul por alguns segundos.

– Eu daria tudo para ser o pai desse menino, você sabe disso não é? Quando vai me perdoar pelo o que eu fiz?

– Eu já te perdoei...

– Está falando sério? - ele perguntou com um baita sorriso no rosto e senti meu peito se apertar.

– Te perdoar não significa que eu queira voltar pra você... nosso tempo já passou, não acha?

– Está brincando, não é? Vai me dizer que não senti mais nada por mim? Tudo o que vivemos não foi importante pra você? - ele perguntou se levantando.

– Foi e sempre vai ser, mas agora eu não penso mais nisso, meu filho é prioridade sobre a minha vida e não tem mais nada importante que isso.

– Eu queria que voltasse a confiar em mim, eu queria tanto que você ainda me amasse Stella... - seus olhos estavam marejados e eu me senti presa em um mar de fogo, ver ele tão triste assim era mais do que eu conseguia aguentar.

– Mac não é isso eu...

– Está mas do que na hora de seguir em frente, não é? Você tem razão e eu acho que já sei o que vou fazer da minha vida a partir de hoje.

– O que quer dizer com isso? - perguntei sem entender e com medo de ouvir o que se passava na minha cabeça.

– Quero construir uma família, eu quero me casar novamente e se não for com você, vai ser com outra pessoa.

– Qual a razão de me contar isso? Quer me fazer ciumes? Que coisa ridicula da sua parte Mac. - eu sentia meu rosto arder e o sangue subir. O que ele estava pensando afinal?

– Não somos amigos? Achei que ia ficar feliz de saber isso... - ele me olhava seriamente, me levantei afastando-me dele obrigando Mac a ficar em pé.

– Eu estou feliz por você, se vai ficar bem eu vou ficar também.

– Então isso é mesmo o fim? - eu podia sentir a tristeza no olhar daquele homem e tentava entender porque eu estava fazendo aquilo.Oh Meu Deus...

– Nosso fim já aconteceu a algum tempo, Mac...

Bom depois disso eu praticamente convive com ele e conversamos apenas sobre coisas do laboratório.Me senti péssima quando Jess me contou que tinha visto Mac e Christine em um bar conversando animadamente e disse que ele se beijaram.Ele estava seguindo a vida dele como tinha me falado.

Nesses últimos meses algumas coisas aconteceram.Lindsay podia dar a luz a qualquer momento e Dany demonstrava grande preocupação em não estar por perto quando isso acontecesse. Ele tiha voltado a trabalhar no turno do dia.Don e Jess estavam juntos e todos sabiamos, mas ele era profissionais.Jones não trabalhava mais na mesma delegacia que eles, mas a última notícia que tinha recebido é que ele estava se dando muito bem no novo local de trabalho.

Por diversas vezes eu tive que fugir de responder quem era o pai do meu filho e quando ele ia aparecer, mas sabia que levantava suspeitas quando fugiu dessas perguntas.

– Estou começando a achar que não tem bebê nenhum e você vai sequestrar alguma criança. - Adam comentou e eu quis esmurra-lo.

– A vida é minha Adam e eu tenho todo o direito de contar ou não alguma coisa sobre ela.

XXXXX Mac XXXXX

Eu tinha me esquecido como era ter Christine do meu lado.Ela era uma ótima companhia e eu me sentia bem ao seu lado e tinha que admitir que tudo estava indo muito bem até agora.Eu estava de folga e tinha acabado de acordar, abri os olhos e por um instante me esqueci de onde estava para logo depois me dar conta que tinha passado a noite no seu apartamento.

– O que você fez? - me perguntei em pensamento. Depois que tinha me entregado ao amor de Stella tinha prometido nunca mais ir para cama com alguém que não tivesse certeza que amasse.Mas agora estava ali, na cama de Christine.

– Bom dia meu querido - eu fechei meus olhos ao ouvir a voz suave dela e por um instante pedi que não estivesse ali, mas senti Christine se aproximar e deixar um leve beijo em meus lábios.Ao abrir meus olhos ela estava sorrindo pra mim e me senti o pior dos homens.

– Precisamos conversar.

– Eu sei o que vai dizer, sei que estamos indo rápido demais e que você ainda se sente muito ligado a sua ex-namorada. - era tãoe stranho ouvir ela se referir a Stella daquela forma porque eu não sentia isso, pra mim Stella ainda era minha.- Se deu certo um dia podemos muito bem fazer dar certo agora, você só precisa confiar nisso.

Ela sorriu e me deu um leve beijo nos lábios e um pouco depois saiu do quarto me deixando sozinho.Resolvi que tinha que enfrentar o dia, mas enquanto recolhia as minhas roupas pelo chão ouvi uma voz conhecida.Me vesti rapidamente e quando cheguei na sala, Christine conversava com minha mãe na porta.

– Mãe? O que você está fazendo aqui? - me coloquei atrás de Christine e não gostei nada da cara que ela fez.

– Eu tentei fazer com que ela entrasse, mas ela... - Christine tentou dizer, sendo logo interrompida.

– Eu que pergunto o que você está fazendo aqui, posso saber?

– Como sabia que eu estava aqui? - tentei desconversar.

– Aqui não é o melhor lugar, estou te esperando em casa e não demore.

Minha mãe saiu rapidamente me deixando sozinho com Christine.

– Eu nunca vi a Millie assim, ela sempre foi a favor da nossa relação e agora me tratou tão friamente.

Eu sabia que poderia magoa-la com o q ue ia dizer, mas eu precisava acabar com aquilo de uma vez por todas.

– Desculpe Chris, mas isso não devia ter acontecido, não vai dar certo.

– Vai deixar sua mãe tomar decisões por você, Mac?

– Eu estou decidindo isso, sei o que estou fazendo, eu... realmente sinto muito Chris.

Sai dali rapidamente e quando cheguei no meu apartamento, minha mãe estava sentada no sofá da sala com o pior dos olhares.

– Não sabia que vinha para Nova York...- fechei a porta, mas minha mãe ignorou completamente meu comentário.

– O que pensa que está fazendo filho? Acha que se envolver novamente com Christine vai fazer com que esqueça a Stella de uma vez?

– Ela anulou qualquer chance de volta e eu não sei mais o que fazer para trazer ela pra perto de mim... - sussurrei me sentando - Toda vez que me lembro da Stella acho que vou enlouquecer de tanta saudade e a cada momento que a vejo tão linda naquele laboratório eu sinto meu coração chorar por ela.

– Por que não diz isso a ela, meu querido?

– E você acha que não tentei? Stella insisti em não me contar quem é o pai do seu filho e sinceramente mãe, as vezes acho que algo grave aconteceu com ela e ela me esconde isso.Eu decidi que vou seguir em frente e mesmo que isso acabe comigo e eu só faça coisas erradas é o que eu vou fazer daqui por diante.

– E pra começar você tem que se envolver com a Christine? Justo com ela? A Stella odeia essa mulher.

– Stela não tem mais nada a ver com a minha vida, mas já te digo que meu relacionamento com minha ex-noiva não vai seguir em frente.

Me levantei e ia indo em direção ao meu quarto, mas parei quando ouvi minha mãe dizer.

– Vai se transformar em um cafajeste e ficar com várias mulheres e depois dispensa-las como se não fossem nada, é isso Júnior? - Eu vi raiva nos olhos de minha mãe como nunca tinha visto, mas antes de dizer qualquer coisa eu vi ela pegar uma pequena mala do lado do sofá que eu não tinha notado antes. - Achei que ia ter momentos de paz aqui, mas agora tenho certeza que não vou suportar ver você fazendo burrada atrás de burrada. – Ela deu meia volta e foi em direção a porta.

– Onde você está indo, mãe? - perguntei confuso e preocupado.

– Não se preocupe com isso meu filho. - ela saiu sem dizer mais nada e eu fiquei parado feito um bobo no meio da sala.

– Era só o que me faltava...

Eu não queria brigar com ela e saber que minha mãe estava chateada comigo me deixava angustiado.

XXXXX Lindsay XXXXX

Onde eu estava nesse exato momento? Andando pelo corredor do laboratório parecendo uma pata choca... A cada dia que se passava eu sentia mais dificuldade para andar e me sentia bem cansada com qualquer esforço que fazia.Mas naquela manhã surguiram algumas dores estranhas e eu tive dificuldade em entender que minha filha estava nascendo.

– Oh não... Danny... - olhei para os lados e eu não via ninguém u]que pudesse me ajudar naquele momento, mas para minha felicidade logo vi Adam caminhar em minha direção com fone no ouvido e praticamente não me viu, eu tive que puxa-lo pela manga da blusa para chamar sua atenção.

– Adam, eu preciso de você... agora. - eu disse ofegante.

– O que disse?

– Eu disse... que preciso de você.

– Não estou ouvindo - ele disse gritando.

Enfurecida retirei com violência os fones de ouvido e ele me olhou assustado.

– Está me ouvindo bem agora? Presta atenção, okay?

– Sim - ele respondeu ainda assustado.

– Preciso ir para o hospital, poderia me levar? - me encostei na parede mais próxima tentando recuperar um pouco das minhas forças e fazendo respiração de cachorrinho.

– Porque precisa ir para o hospital agora Lindsay? Está tudo bem com você?

– Mas que droga, Adam, eu vou ter o meu bebê e se realmente você não quiser que eu dê a luz no meio do laboratório queria que me levasse, é pedir muito?

– Oh desculpe LIndsay, vem eu vou te levar até o meu carro.

– Obrigada Adam... - agradeci e ele sorriu, gentilmente ele me segurou pela cintura e caminhamos as passos lentos até o elevador.Não vi mais ninguém da equipe e parecia que todos tinham desaparecido de uma vez.

– Eu precio... ligar para o Danny, ele... precisa saber.

– Primeiro vamos chegar até o carro e no caminho você liga.

– Tudo bem. - depois de me acomodar a dor parecia ter parado por um momento, mas a cada segundo ela parecia voltar com ainda mais força e Adam me olhava assustado pelo retrovisor.

– Ela não vai nascer no meio do trânsito de Nova York, não é?

– Espero que não - meus olhos estavam molhados e então me dei conta que ainda não tinha ligado para o Danny. Seu celular tocou por várias vezes e caiu na caixa postal. - Atende amor... - Não obtiver sucesso em nenhuma das minhas tentativas e mesmo sem querer não tive outra opção a não ser deixar um recado.

Querido, sou eu... estou a caminho do hospital, nossa filha vai nascer... Adam esta me levando e... - uma contração veio com força e dei um grito. - Tenho que desligar... - falei com dificuldade -Por favor não demore, você precisa ver isso...

Deixei o telefone de lado e fechei os olhos.

– Vamos chegar a tempo e tudo vai ficar bem. - Adam falou com determinação.

XXXXX Danny XXXXX

Não sabia o que estava acontecendo, mas sentia algo estranho e não sabia definir o que era. Nesse momento eu e Sheldon estavamos em uma cena, e eu não conseguia me concentrar totalmente no meu trabalho.

– Está tudo bem com você, Danny? - Sheldon estava do meu lado e parecia ler minha mente.

– Acho que preciso falar com a Lindsay - busquei meu celular no bolso do meu casaco, mas não o encontrei. - Preciso ir até o carro, não vou demorar.

– Tudo bem.

Quando abri a porta do carro encontrei meu celular em cima do banco, quando o peguei na mão no visor aparecia diversas ligações perdidas da minha esposa e isso me deixou alarmado.E a mensagem que ela me deixou na caixa postal quase me fez cair pra trás.

– O que está acontecendo, Danny? - ouvi SHeldon dizer bem próximo a mim e me virei para encara-lo.

– Minha filha... está nascendo, e eu... preciso ir agora mesmo ver a Lindsay.

– Já terminamos por aqui, vamos papai... eu levo você ou não vai chegar vivo pra ver sua filha e sua esposa.

Ouvir Sheldon dizer " sua filha e sua esposa " fez com que um sorriso brotasse em meu rosto.Aquela mensagem da Lindsay me deixou preocupado ainda mais quando ouvi o grito de dor dela.Durante o caminho tentei algumas vezes falar com ela e a cada ligação perdida eu ficava mais angustiado.

– Lindsay, querida eu estou chegando.Poderia esperar que eu apareça eu... bem claro que não tem como segurar, mas vou ficar imensamente feliz.Eu te amo, até daqui a pouco.

Eu tinha quase certeza que ela nem ouviria aquela mensagem antes do parto, mas não podia deixar de tentar.Sheldon dirigia como podia e eu agradecia por ele ter se oferecido para me levar.Chegamos no hospital em poucos minutos e praticamente saltei do carro, apenas dando tempo de Sheldon desejar boa sorte e dizer que ia avisar a todos.Caminhei apressadamente pelo corredor do hospital buscando pela minha esposa e com medo que não tivesse chegado a tempo, mas quando olhei para um determinado ponto do corredor, eu a vi sendo levada na cadeira de rodas por uma enfermeira e ela sorriu quando me viu.Não pude deixar de sorrir também.Eu amava demais aquela mulher.

XXXXX Stella XXXXX

Estava no meu apartamento lendo uma revista sobre bebê quando o porteiro ligou dizendo que tinha visita, fiquei surpresa quando na minha porta apareceu Millie Taylor.Ficamos conversando por muito tempo.

– O que aconteceu com você e o Mac? Não me diga que brigaram.

– Eu só não aprovo algumas escolhas dele nesse momento e não vai ser nada bom ficar por perto agora, não quero discutir com ele ou ser obrigada a dar umas boas palpadas naquele menino se precisar - sorrimos juntas. - Ele já é adulto Stella, mas as vezes se comporta como um adolescente mimado.Sei que é pedir demais, mas gostaria de saber se...

– Claro que pode ficar aqui comigo Millie, vai ser um enorme prazer tê-la como hospede.

– Está tão na cara assim? - ela me pergunto sorrindo. - Desculpe lhe pedir isso Stella, mas não queria ficar em um hotel e mesmo que não queira ficar no apartamento do meu filho, não gostaria de voltar para a minha cidade agora.

– Eu já disse que estou feliz com sua companhia.Venha Millie, vou acomoda-la no quarto.

Naquela mesma noite recebo o telefonema de Sheldon avisando sobre Lindsay e eu e Millie acabamos indo até o hospital, ao chegar encontramos Jess, Don, Sheldon, Sid além de Adam e Mac, que pareceu surpreso quando viu sua mãe comigo.Ele foi até ela e a abraçou carinhosamente.

– Estamos bem, certo?

– Claro que estamos meu filho, mas sabe que preciso ficar afastada para não te matar.

Eu sentia meu coração se apertar por imaginar o que estava acontecendo para Millie ficar tão chateada com o filho.

– Como você está, Stella? - ela perguntou me olhando firmemente.

– Estou bem, obrigada.

Quando a pequena Lucy nasceu foi invetavel não imaginar que daqui a poucos meses ia ser eu que estaria com o meu pequeno nos braços e só em pensar nisso senti meu coração se encher ainda mais de amor.Felizmente tudo correu muito bem e Lindsay e Danny não paravam de sorrir com a filha nos braços.

– Eu e Danny conversamos um pouco e gostariamos que você e o Mac fossem padrinhos da nossa Lucy, vocês aceitam? - Se eu fiquei surpresa e feliz com o convite? Claro que sim.Eu e Mac trocamos olhares e sorrimos um para o outro.

– É claro que aceitamos - dizemos ao mesmo tempo, para a felicidade do casal Messer.

Lindsday ainda precisou passar a noite no hospital, e na manhã seguinte teria alta e claro que Danny não quis sair do lado da esposa e da filha.Por mais que eu quisesse ficar mais um pouco, estava me sentindo cansada e precisava ir pra casa.

– Millie, eu estou indo agora.

– Eu vou com você minha querida.

– Eu queria que você fosse pra minha casa,não faz sentido ir para o apartamento da Stella.- Mac falou quando a mãe foi se despedir.

– Sabe que não vou mudar de ideia, então é melhor não tentar mais nada.

– Fique tranquilo Mac, eu vou cuidar muito bem da sua mãe. - eu sorri a abraçando

– Eu tenho certeza que sim e em momento algum me senti preocupado com isso Stella,é que sinto falta dela do meu lado, só isso...

– Está com ciumes meu filho?

– Acho que sim - ele respondeu risonho e Millie o abraçou com carinho.

– Pode ir até meu apartamento para tomar alguma coisa se você quiser.

– Eu adoraria - ele respondeu e eu só não me arrependi do convite porque Millie estaria com a gente e não correria nenhum risco de não resistir a ele, mas assim que chegamos ao meu apartamento fui traída por ela que não esperou sequer que eu terminasse de preparar o café, disse que estava cansada e precisava dormir.O silêncio que se estabeleceu logo depois foi um pouco constrangedor e eu demorei o maior tempo que podia colocando o café na garrafa térmica, mas quando me virei para a mesa onde ele estava me deparei com olhos azuis que me deixaram desconcertada.Eu não sei se naquele exato momento ele estava tendo os mesmo pensamentos que eu, mas foi praticamente inevitavel não me lembrar da última vez que ficamos naquela cozinha e de como quase fizemos amor no balcão.

– Forte - ele disse depois de saborear o primeiro gole do café.Estavamos sentados um de frente para o outro na pequena mesa da onde eu me alimentava sozinha por diversas vezes.

– Você sabe como eu gosto dele dessa forma.

– E como eu ia me esqeucer? Você me disse isso diversas vezes em todos esses anos.

– Vejo que não se esqueceu.

– E nem poderia Stella, porque é desse jeito que eu gosto também. - o silêncio veio novamente e eu me perdi no tempo olhando para o meu café esfriar na xicara.

– Está com o pensamento longe Stell, o que está acontecendo com você? Posso ajudar?

Sentia tanta falta das diversas vezes que Mac conversou comigo.

– Mac... eu pensei muito nesses ultimos meses em te contar a verdade... sobre o meu bebê.Eu queria muito que soubesse quem é o pai do meu filho...ele... Não existe, Mac... quer dizer, não existe mais.

Vi o olhar confuso dele sobre mim e respirei fundo.

– Como assim? O que quer dizer com isso?

– O pai do meu bebê é o Paul, eu fiz uma inseminação artificial. - eu vi o choque aparecer no mesmo instante nos olhos do homem na minha frente, Mac parecia não acreditar no que tinha ouvido e eu senti que devia seguir adiante.

– Ele deixou o seu material genético em um laboratório e ia ser tudo destruido, ligaram para mim e disseram que ia se desfazer do material se uma parcela em dinheiro não fosse paga para a permanência do material no laboratório.Foi nesse momento que eu descbri tudo e tomei essa decisão, acho que meu instinto de me tornar mãe pareceu e eu quis realizar esse mais novo sonho.

– Você preferiu que um homem já morto fosse o pai do seu filho ao invés de mim? - ele perguntou quase sussurando e eu tive um pouco de dificuldade em entender o que tinha falado realmente.

– Escute Mac, nós tinhamos acabado de terminar nosso relacionamento e não estavamos bem nem como amigos.O que você queria que eu fizesse? Que fosse atrás de você somente para conseguir ter um filho? Que tipo de mulher acha que sou para fazer uma escolha dessas? Eu amei o Paul e você sabe disso, e quando fiquei sabendo que poderia realizar o sonho do meu ex-marido eu não pensei duas vezes e segui em frente. Mac... - eu segurei as mãos dele por cima da mesa e ele me olhou intensamente. - Não me julge ou me condene, não você... é muito especial em minha vida e sempre será.

– Desculpe Stella, mas eu não consigo entender e aceitar que mesmo depois de morto o Paul tenha prioridade em sua vida e isso me sufoca porque agora eu entendo que nunca vai me amar como amou esse homem e sinceramente? Acho que nunca seria capaz de viver com isso.

Ele se levantou e antes de sair me falou algo que me deixou no chão.

– Sinto muito Stell, mas você está sozinha agora.

Não preciso nem dizer que depois que Mac saiu do meu apartamento eu me derramei em lagrimas e achei que nunca mais fosse parar de chorar conforme o tempo foi passando, não sei se minutos ou horas, só sei que quando me dei conta já tinha amanhecido eu tinha pssado anoite ali. Só acordei com um toque suave no meu ombro

– Pelo jeito a conversa não foi nada boa, o que aquele cabeça dura do meu filho falou agora que fez seu coração despedaçar minha querida?

– Mac não conseguiu aceitar que estou esperando um filho do Paul, ele se sente trocado e eu não posso julga-lo por isso, mas eu queria isso e Mac precisa entender.

– Então porque está tão triste com isso? - a simpática senhora sentou- se na minha frente onde seu filho estava a algumashoras atrás.

– Acho que isso do Mac achar que Paul é mais importante do que ele atualmente em minha vida... me mata, porque não é verdade Millie.Eu ainda amo seu filho e mesmo que nunca mais eu possa dizer isso a ele, sinto que minha vida nunca mais será a mesma se eu não conseguir tê-lo ao meu lado. Entende porque eu sentia tanto medo em dizer a verdade sobre o meu bebê para ele? Eu conheço o Mac muito bem e sabia que a aceitação dele seria dificil, ele se sente jogado de lado por mim.

– Dê tempo a ele Stella, eu sei que meu filho ainda te ama muito e só está se sentindo confuso com tudo isso, mas nada que o tempo não resolva.

– Será que um dia ele vai entender?

– Acredite no que eu estou falando, isso pode se resolver muito mais cedo do que você está pensando.

XXXXX Mac XXXXX

Eu me sentia sozinho e desesperado, eu queria gritar de frustração e raiva. Stella ia ter um filho... do Paul, o falecido marido que ela amou tanto e que agora eu tinha sérias dúvidas que ela ainda amava.Eu não conseguia entender aquela escolha dela e me sentia tão trocado que não sei se algum dia ia conseguir olhar para Stella novamente.Mas ao mesmo tempo... droga, ao mesmo tempo eu me sentia um completo idiota por ter tido aquela reação diante da mulher da minha vida e aquela indecisão toda que estava vivendo me sufocava por dentro e estava me deixando maluco.

Por muitas vezes eu sonhei me casando com ela, tendo filhos e formando uma família linda e feliz.Agora Stella estava realizando esse sozinho, mas sozinha e com outra pessoa.Poderia dizer.Nesse exato momento eu estava olhando pela janela do meu apartamento toda a movimentação da cidade, saboreando um taça de vinho e tentando descobrir em qual momento da minha vida tudo tinha se transformado daquela forma.

Os dias no laboratório se seguiram da mesma forma de sempre, apenas por alguns detalhes.Danny ainda não tinha voltado para o trabalho, eu o tinha dispensado por alguns dias para que pudesse curtir melhor a filha e a esposa.E Stella... bem ela continuava no trabalho e as vezes eu ainda me perdia olhando para ela e via como a cada dia que se passava ela ficava ainda mais bonita, definitivamente a maternidade tinha feito muito bem a ela.

XXXXX Lindsay XXXXX

Depois de finalmente conseguir dormir um pouco mais de duas horas, eu acordei com o chorinho da Lucy e me levantei rapidamente para que Danny não acordasse também.Como ela ainda era muito pequena, seu berço ficava no nosso quarto, eu a peguei com cuidado no colo e fui até seu quartinho todo decorado com flores e ursinhos.

– Está vendo meu amorzinho? Esse daqui vai ser seu quarto quando ficar maiorzinha, mas por enquanto vai ficar mais pertinho da mamãe e do papai.

Era quase onze horas da manhã e eu me sentia cansada, mas feliz.Ouvi a campainha e ainda com a Lucy nos braços fui abrir a porta e para minha supresa encontrei Stella e ela não parecia nada bem.

– Desculpe vir aqui sem avisar, mas eu precisava conversar com alguém que não fosse a Millie ou o Mac.

– Não precisa se justificar e sabe muito bem que sempre será bem-vinda a nossa casa.Entre por favor.

– Obrigada Linds - ela entrou no apartamento e logo se virou novamente e sorrindo acariciou o rostinho da Lucy. - Como está nossa princesa?

– Linda a cada dia que passa, e não me canso de babar por ela.

– Acredito que certo pai também não.

Eu me sentei no sofá e Stella me acompanhou.

– Acredita que ele não quer leva-la no laboratório porque não quer ver ninguém em cima da filha dele por muito tempo? Ele teve a ousadia de fazer uma lista de quantos homens tinha no laboratório, como se alguns deles fosse ter idade para namorar com a nossa filha.

Nós duas rimos.

– Sinto que vai ter grandes problemas.

– Eu tenho certeza que sim.Stella, sei que veio aqui para ver a Lucy, mas sinto que sua visita também tem outro propósito, o que foi?

– Linds eu... estou me sentindo tão sozinha... e acho que perdi o amor da minha vida.

– Não vai me dizer que...

– Eu e o Mac brigamos novamente, justo agora que eu começava a pensar que ficar longe dele era a maior burrada que estava cometendo.

– Eu entendo o lado dele,Stella, ele te ama tanto que entende que as possibilidades agora de voltar pra você são pequenas.

– O que meu bebê tem haver com isso? Mac não pode simplismente passar por cima disso? Não sei se ele me ama tanto como diz, porque senão ele ia aceitar qualquer coisa para ficar do meu lado.

– Estamos falando do Mac Taylor, você o conhecesse a anos e a muito mais tempo que eu.Sabe como ele deve estar se sentindo nesse exato momento, dê tempo a ele e vamos ver no que vai dar.

– Tem algo que eu preciso contar, e somente você vai saber disso.

– O que foi Stella? - o medo e a preocupação que vi nos olhos da minha amiga me fizeram prender o ar.

Conforme Stella ia me contando o choque de saber a verdade me fazia abrir a boca devagar. Eu sabia como era dificil pra ela me contar aquilo e como ela estava sofrendo, e eu não sabia o que fazer para ajuda-la.


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram de saber sobre a paternidade do filho da Stella? Gente, antes que falem estou com essa idéia desde que pensei em escrever essa fic, ela já vazia parte faz tempo.
Não fiquem bravas(os) comigo, prometo uma surpresa no próximo capitulo.
PS: Vocês imaginam o que a Stella contou pra Lindsay?



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