A Sexta Guardiã escrita por Rocker


Capítulo 10
Capítulo 9 - Você precisa de um pouco de diversão!


Notas iniciais do capítulo

Yeah, gente, eu meio que to de volta! ♥ Não queria ter deixado essa fic em hiatus por tanto tempo, mas acabou acontecendo por causa de um bloqueio terrível que tive pra ela. Não sei quando volto a postar nela, mas farei o possível pra não abandonar completamente. As coisas vão complicar agora que acabei o Ensino Médio, mas espero que não me abandonem ^^
Capa nova e, futuramente, editarei os capítulos às procura de erros ;)



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Capítulo 9 – Você precisa de um pouco de diversão!

– Eu acho que já te agradeci, mas obrigada mesmo assim. Não sei se teria aguentado até aqui.

Andávamos novamente em direção ao lago congelado. Dessa vez, sem pressa alguma. Lily tinha insistido em vir conosco, mas eu a desconversei e pedi para tia Sophie levá-la para casa. Ela ia passar alguns dias conosco, para ajudar-nos mutuamente a superar tudo isso.

– Você já agradeceu, Angie. – Jack parou à minha frente, obrigando-me a parar também se eu não quisesse cair em cima dele.

Bem... Não que eu não quisesse, mas eu não ia dar uma de tarada nesse momento.

– Mas, Jack... – eu insisti, mas ele me cortou.

– Mas nada. – ele disse, colocando uma mão sobre meu ombro gentilmente. – Seu pai foi meu melhor amigo e você se tornou minha amiga. Mais do que justo que eu a ampare nessa hora.

Apesar da palavra amiga em si ter aberto algum tipo de ferida em meu peito, abriu também um sorriso em meus lábios. Porque, ao que parece, eu não era apenas uma garotinha que ia oferecer uma ajuda de última hora, por falta de opção. De qualquer maneira, eu não era simplesmente a única adolescente que ainda acreditava. Eu era amiga. E pareceu-me que isso bastou para trancar novamente a ferida aberta no peito, e me dar uma razão para fazer o meu melhor no que eles precisarem.

Eu ia agradecer mais uma vez, mas o olhar que Jack Frost me lançou me fez recuar. Mas apenas em minhas palavras, pois segundos depois me vi indo à frente e o abraçando pelo tronco. Ele não pareceu esperar essa reação de mim e, mas assim que se recuperou do choque, abraçou-me pelos ombros. Na verdade, nem eu mesma esperava isso de mim. Desde que o conheci, na madrugada da noite passada, acho que estava ficando mais impulsiva do que já fui em toda a minha vida.

– Acho que já nem preciso mais agradecer. – eu disse, finalmente me afastando. Engoli em seco antes de continuar, para evitar que minha voz saísse rouca demais. – E agora, qual o próximo passo?

– Próximo passo? – perguntou Jack, repentinamente confuso.

– É, próximo passo. – afirmei. – O que farão agora...? Como posso realmente ajudar...? Norte ainda está tentando achar a guardiã...? Qual o próximo passo disso tudo?

– Ainda não tenho ideia... – Jack disse meio confuso, mas eu vi de repente um brilho no olhar dele. – Eu tenho uma ótima ideia de como pode ser nosso próprio próximo passo.

E eu nem vi o que me acertou.

Na verdade, eu vi sim.

Porque foi exatamente no meio da minha cara.

Era branco, macio e gelado.

Neve.

E Jack Frost ia se arrepender muito de ter feito isso.

– Você não fez isso. – eu disse, com convicção na voz, enquanto tirava a neve do meu rosto e encontrava um Jack muito risonho com uma segunda bola de neve em mãos.

– Claro que fiz! – ele disse alegremente, apoiando-se lateralmente em seu cajado. – Você precisa de um pouco de diversão!

– Não quando meu vestido predileto que sofre com isso! – reclamei, apontando para a parte de cima do vestido, que já começava a ficar úmida. E eu não gostei nada quando a parte branca que cobria meu busto começava a ficar transparente e a mostrar meu sutiã preto por baixo. Não que Jack pareceu notar também.

– Você nunca me pareceu mesmo alguém que goste de vestidos. – ele disse rindo, e me lançou a bola de neve.

Que veio parar bem em cima do busto já transparente. Fiz um som de indignação com a boca, e lancei-o uma bola de neve. E então a verdadeira guerra começou. Não sei quem ganhou e não sei quem perdeu. Mas sei que toda a pouca parte branca do meu vestido ficou transparente, com apenas o casaquinho e o colete preto me protegendo, e que Jack Frost não saiu tão defasado quanto eu. O que era uma verdadeira injustiça.

– Bandeira branca, desisto! – gritamos ao mesmo tempo, exaustos.

Caímos lado a lado na neve branca, ofegantes. Não ousei olhar em sua direção uma vez sequer. Meu estado não era dos melhores, e ele ser o causador disso não ajudava em nada. E estar lado a lado com ele causava sensações estranhas no meu corpo, sensações que nunca havia sentido antes com qualquer outro garoto. Apesar de começar a desconfiar do que era, eu sabia que precisava sufocar tal sentimento antes que fosse tarde demais.

– Posso tentar uma coisa? – perguntou Jack, quebrando o silêncio instalado. – Promete não ficar com raiva?

– O que é, Jack? – perguntei, tentando manter minha voz ao menos mais estável que meus pensamentos e emoções.

Jack Frost virou-se, inclinando-se sobre meu corpo enquanto mantinha uma de suas mãos apoiada no chão para não me apertar com seu peso. Sua aproximação trouxe uma reação exageradamente acelerada de meu coração. Podia sentir o frio de seu corpo ultrapassando os tecidos que me cobriam e chegando até minha pele. E então eu levantei meu olhar para seu rosto. Os olhos azuis cintilavam mais que o comum enquanto analisavam-me e sua boca rosada contrastando com a pele pálida deixava-o ainda mais atraente.

Qual não foi minha surpresa e espanto quando estes mesmos lábios que eu analisava se aproximaram mais e se chocaram com os meus. Vários pensamentos passaram por minha mente naquele momento, de diversas naturezas. Eu estava paralisada e Jack também, como se não soubesse prosseguir. Porém, quando sua mão fria tocou minha bochecha, tudo se evaporou e ficou apenas a vontade de que aquilo nunca acabasse. Tomei minha própria iniciativa, desgrudando minha mão da neve ao meu lado e levando-a até a nuca de Jack. Quando meus dedos se enterraram em seus fios brancos e macios, aprofundei o beijo. Era visível que Jack ainda estava confuso com o que fazia, mas retribuiu de bom grado, explorando minha boca tanto quanto fazia com a sua.

À medida que o beijo ficava mais intenso e Jack já não parecia tão perdido, eu percebi uma coisa.

Já era tarde demais para enterrar qualquer sentimento.


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