Criado Por Quem Se Importa escrita por Inês MC


Capítulo 5
Capítulo 5 – Tu Podes Contar Comigo




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Quando Ginny acordou, sentia-se com frio, suja e aterrorizada. Ela sentou-se, suportada pelas mãos, e olhou em volta. Não reconhecia onde estava, mas ela achou que aquele lugar precisava desesperadamente de uma limpeza. Ginny viu uma gigante e feia cobra morta, o diário dela destruído e um rapaz, mas ele não era Tom.

Ele parecia ser mais alto que ela e provavelmente não seria muito mais velho. O cabelo dele era preto como uma noite sem estrelas, bagunçado, sujo e tapava-lhe os olhos, pois o seu olhar estava fixo no diário. Ele vestia roupas Muggles, calças pretas mais uma T-shirt azul escura e atrás dele estava um casaco de cabedal negro. Quando ele finalmente olhou-a, Ginny viu os mais lindos e brilhantes olhos que ela alguma vez vira, eram um incrível verde brilhante, mesmo com os óculos de aros redondos.

– Olá… Como te sentes?

– O-olá… Onde e-estou? Q-quem és tu? – perguntou Ginny, tremendo e ignorando a pergunta dele.

– Sou o Harry e nós estamos na Câmara dos Segredos.

– A C-Câmara dos Segredos? Tom… Ele…

– Tom foi-se. Ele não te pode magoar mais. Eu destruí-lo. – assegurou Harry. – Como te chamas?

– Ginny… O que vai a minha família dizer? Eu a-ataquei os alunos e o gato. Fui eu. – disse Ginny a ela própria, sentindo-se preocupada e culpada.

– Ginny, por favor, ouve-me. Não foi tua culpa. Foi o diário, é um artefacto das trevas. Posso não saber onde o encontraste, mas tenho a certeza que não querias magoar ninguém.

– Eu não queria! Encontrei o diário no meu caldeirão… Eu pensei que fosse um p-presente dos meus pais. M-mas continua ser eu quem petrificou pessoas.

Harry rapidamente abraçou Ginny, que agora chorava.

– Gin, tens apenas onze anos. Tu não devias suspeitar de algo que acreditaste ser dos teus próprios pais.

Ele continuou abraçado a ela, murmurando-lhe palavras de conforto até que ela se acalmou.

– Harry, como é que mataste a cobra? – perguntou com curiosidade Ginny, após ver novamente a grande e verde cobra.

– Conjurei um galo e fi-lo cantar. Anda, Gin. Tenho a certeza que queres sair deste lugar. E além disso, o meu avô está à nossa espera.

Harry agarrou o diário com a mão esquerda e a mão de Ginny com a direita. Ginny continuava preocupada com o que lhe iria acontecer e aos alunos petrificados, e como se Harry tivesse ouvido esses pensamentos ele disse:

– Vais ficar feliz de saber que os alunos e o gato que foram petrificados vão acordar em breve. Antes de vir aqui, ouvi Dumbledore falar com os outros professores sobre isso. Vão usar Mandrake Restorative Draughts.

Eles continuaram a andar e, depois de alguns minutos, encontraram uma barreira de pedras, algumas já removidas para que fosse possível passar. Em seguida viram dois homens, um moreno que os fitava e um louro que estava inconsciente.

– Avô! – chamou Harry.

– Oi Harry! Vejo que encontraste a Srta. Weasley. Olá! Chamo-me Harold Potter, o avô deste jovem cavalheiro. – contou Harold a Ginny, dando-lhe um sorriso caloroso.

– Avô, o que fazemos agora?

– Relaxa, Harry. Depois do desabamento e de pôr este idiota a dormir, eu pensei nisso. – disse-lhe Harold e de seguida virou-se para Ginny. – Srta. Weasley, eu lamento por tudo o que passaste, mas receio que não podes contar a ninguém sobre mim ou o meu neto. Eu tenho de assegurar isso, portanto vou usar um feitiço em ti. A única coisa que este feitiço fará é prevenir que tu contes a alguém sobre nós e de alguém nos ver na tua mente. OK?

– OK. Mas porquê, Sr. Potter? – inquiriu Ginny.

– Bem, Srta. Weasley… Eu perdi o meu filho e a minha nora há alguns anos atrás e a minha mulher e eu jurámos que protegeríamos o nosso neto, Harry. Assim, nós ensinamo-lo em casa e para todos ele está morto. Para todos, ele morreu quando os pais dele foram assassinados. O corpo nunca foi encontrado, mas eles acreditam que os destroços mutilaram-no. – murmurou pesarosamente Harold. – E eu quero que fique assim, pelo menos, por uns aninhos. Srta. Weasley, compreendes?

– Sim. O Sr. Potter pode realizar esse feitiço. – autorizou Ginny determinada.

– Não te preocupes, Gin. Não irá doer e sempre que quiseres falar tu és bem-vinda a enviar-me uma coruja. – confortou-a Harry, sorrindo.

*****

Depois do jantar, ao final daquele dia, o diretor da Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts, Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore, levantou-se e fez um anúncio para toda a escola (incluindo os alunos que tinham sido petrificados), no Salão Principal.

– É com um grande prazer e honra que eu anúncio que o Monsto de Slytherin não pode mais prejudicar.

Os alunos interromperam para aplaudir e gritar de alegria.

– Um corajoso aluno, O-Menino-Que-Sobreviveu, destruí-lo, enquanto arriscava a própria vida pela aluna que o monstro levara.

Novamente, os estudantes interromperam Dumbledore.

– O Professor Lockhart, ao ajudar ficou ferido, assim ele teve de deixar a escola para receber o tratamento próprio e não irá voltar. Todas as vítimas deste monstro já recuperaram, graças à nossa matrona, Madame Pomfrey.

Dumbledore voltou-se para a mulher referida e foram-se ouvido mais palmas e gritos.

– Também tenho o prazer de anunciar que recebemos de volta Hagrid, o nosso Guardião das Chaves e dos Terrenos.

Desta vez, Dumbledore voltou-se para Hagrid, que acabara de entrar no Salão Principal.

– Um último anúncio… Devido a coragem demonstrada por Neville Longbottom, eu presento Gryffindor com duzentos e cinquenta pontos.

*****

Neville teve um ano escolar excelente. Os alunos e o staff amavam-no, ficou amigo de outra pessoa importante, Lockhart (mesmo este ter de passar uma longa estadia no Hospital de São Mungo de Doenças e Lesões Mágicas), permaneceu na equipa de Quidditch de Gryffindor… E, para todos, ele salvou uma rapariguinha de ser morta pelo Monstro de Slytherin. Neville não poderia esperar para ver o que o verão lhe aguardava.

*****

– Oi! Tiveste um pesadelo?

– Sim… Obrigada por continuares a visitar-me, eu aprecio muito.

– De nada, Gin.

Ginny estivera a dormir na ala hospitalar desde que Harry a salvara. Não foi expulsa, mas ela sabia que a família, os alunos e os professores não confiavam mais nela. Ela recebia olhares de desgosto e medo da mãe, do Percy, do Ron, do Neville, da Hermione, do Dumbledore… A mãe dela, Percy e Ron haviam-lhe gritado sobre o quão estupida ela fora em confiar num diário que escrevia de volta.

– Harry, como é que entras na escola sem ser apanhado?

– Facilmente! O meu bisavô estudou aqui, em Hogwarts. Ele foi o líder de um grupo de brincalhões chamados Marauders. – explicou Harry feliz. – Eu tenho os diários dele e neles ele mencionou passagens secretas. Além disso, eu também possuo um Manto de Invisibilidade. Assim, eu não tenho nenhum problema em visitar-te.

– Mas tu ainda podes ser apanhado por alguém, como Filch ou Snape.

– Gin, não te preocupes, sou cuidadoso. E é quase duas da manhã. Eles estão provavelmente a dormir.

Eles ficaram sossegados por algum tempo. Ginny, sentada na cama macia e imersa em pensamentos, olhando pela janela, observava a lua cheia e Harry, sentado numa cadeira ao lado da cama de Ginny, fitava-a, esperando. Desde que a salvara, ele aparecia durante a noite e conversava com ela sobre os pesadelos dela ou sobre algo divertido, como Quidditch.

– Este foi horrível, Harry… - sussurrou a ruiva tão baixinho que Harry mal a conseguiu ouvir. – Tu não vieste… T-Tom… Ele mandou o basilisco matar todos os Muggle-borns e e-eu não pude fazer nada… De seguida, ele matou-me, após dizer-me que eu era a responsável pelo que acontecera…

– Gin…

– Eu sei… A culpa não é minha. Tu já me disseste isso. E eu sei isso, eu confio em ti, mas eu apenas não consigo parar de me culpar.

Harry fez o que sempre fazia quando a visitava (que era todas as noites). Ele abraçou-a e murmurou palavras de conforto até ela adormecer.

*****

– Boa noite, Harry. – cumprimentou vivazmente Ginny.

– Boa noite, acho eu… Alguém está feliz nesta magnífica noite! O que aconteceu?

– Aconteceu Fred e George. Eles visitaram-me esta tarde.

– Então, estarei certo em afirmar que foi uma boa tarde? – perguntou Harry, divertido com a vivacidade dela.

– Mesmo certo, Harry. Eles não me culpam. Eles lamentam por não terem passado tempo comigo, dizem que foi um erro crasso em não me incluir nas partidas deles, porque no Burrow eu costumava ajudá-los ou eu mesma pregava partidas.

– Vês… Eles parecem tipos agradáveis.

– Eles são. Prometeram-me que, durante este verão e no próximo ano letivo, nós iremos pregar partidas juntos e que me vão contar alguns dos segredos deles. – contou Ginny extasiada. – E Luna visitou-me também.

– Luna é a Ravenclaw loura do teu ano e é a filha do editor do The Quibbler, certo? – perguntou Harry, lembrando-se na noite em que Ginny lhe contara sobre a amiga que vivia perto dela.

– Yup! Ela diz que a culpa não é minha.

– Bem, ela está completamente certa.

*****

– Harry? Como é que irás falar comigo durante o Verão? – perguntou Ginny num tom triste.

Era a última noite que ela passaria na Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts. Ginny tinha a certeza absoluta de que se não fosse Harry, ela teria entrado em depressão e que iria-se culpar. Ele desejava manter contacto com ele. Naquelas últimas noites, eles ficaram próximos, eles tornaram-se melhores amigos. Ginny amava falar com ele e apenas a presença dele conseguia acalmá-la.

– Eu posso enviar-te cartas com Hedwig, a minha coruja. – disse Harry com orgulho da sua coruja-das-neves.

– Oh, cartas… - disse tristemente Ginny. – Eu digo cartas são boas, mas é que eu gosto mesmo de falar contigo cara a cara.

– Hmm… Eu penso que posso ter uma solução para isso. – replicou misteriosamente Harry. – Tu vês, o meu bisavô e os amigos deles tinham estes espelhos especiais. Estes espelhos, bem, eles permitem que uma pessoa fala com outra e a veja. O que achas, Gin?

– O que é que tu achas!? É ótimo!

– Boa. Vou enviar-te um amanhã à noite, mas, Gin, promete-me que irás chamar-me sempre que precises, mesmo que seja a meio da noite. – pediu seriamente Harry.

– Eu prometo, Harry.

Eles ficaram quietos por um tempo, absortos nos pensamentos deles, quando uma voz insegura rompeu o silêncio:

– Harry… Achas que eu vou deixar de ter estes pesadelos e de ter este sentimento de culpa?

– Sim. Tu és bastante forte, corajosa e inteligente para uma rapariga de onze anos. Gin, eu tenho a certeza que tu podes passar por isto. Vai apenas demorar algum tempo. E sabes que tu podes contar comigo.


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Notas finais do capítulo

Harry conheceu finalmente a Ginny. O que será que vai acontecer a estes dois?



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