Segunda feira. Já estou acordada e vestida, pronta para mais um dia de aula. Mamãe também já tinha levantado, daqui do meu quarto eu podia a ouvir mexendo as coisas na cozinha, digamos ela é muito barulhenta, mas eu sei que ela só faz isso para me acordar.
Eu já estou acordada mãe! gritei para que ela me ouvisse.
Desci as escadas rapidamente às escadas e fiquei observando mamãe vim pra lá e pra cá na cozinha. Essa é a sua rotina desde que meu pai morreu.
Bom dia! eu disse me sentando na cadeira e colocando na xicara um pouco de café.
Bom dia, querida. ela falou se sentando na minha frente e se servindo também. Como foi o seu encontro com seu amigo? Você não me falou nada sobre isso.
Não era um encontro, mas respondendo a sua pergunta foi um tanto... Estranho disse me lembrando do Victor E muito divertido completei relembrando dos chutes que eu dei no ruivo.
Fitei a mamãe e ela me olhava como um ano atrás, aquele olhar que toda mãe lança quando sabe que um filho fez algo errado.
O que você aprontou!? ela começou a dizer Eu te conheço Galadriel Evans e quando você fala com malicia é que você aprontou alguma.
Tentei fazer minha melhor cara de inocente, mas não funcionou.
Mamãe, como senhora pode desconfiar assim de mim. logo depois disso comecei a gargalhar como uma doida Tudo bem, tudo bem, a senhora me conhece então eu conto. Não foi porque eu quis, eles iam nos assaltar e estavam ameaçando o coitado do Nathan e eu tive que o defender, só isso.
Ela respirou fundo e espalmou as mãos na mesa, mostrando no dedo anelar um anel.
E vocês se machucarão?
Neguei com a cabeça. Não estava, mas prestando atenção no que ela estava falando, minha atenção foi tomada por aquele anel simples e grosso, dourado e com uma pedra vermelha cravada no centro do anel. A pedra é diferente, é como se o vermelho não fosse da pedra e sim de um liquido denso que foi posto dentro desse cristal. O liquido era como sangue
Lembro-me que ela sempre teve esse anel, usava todos os dias e a toda hora, exceto quando ela saia para suas festas +18. Certa vez, quando eu era menor, peguei furtivamente o anel e tentei de tudo para quebra-lo e ver se o liquido saia, porém nunca consegui quebrar, eu via o liquido se mexer como água, mas sempre continuava dentro da pedra sem vazar.
Mamãe, por que a senhora sempre usa esse anel? perguntei pela primeira vez.
Ela pareceu surpresa com a pergunta, hesitou um instante, mas me respondeu:
No lugar de onde eu vim ela começou e desviou o olhar do meu costumam dizer que é um amuleto da sorte, bobagem, crendice do povo. ela falou muito rápido, e devo dizer que nervosa.
Por que a senhora nunca me levou ao lugar de onde veio? essa era outra pergunta que martelava na minha cabeça, mamãe costuma falar de tudo sobre tudo, menos do lugar onde ela nasceu e da família dela.
E pretendo nunca levar. ela se levantou bruscamente e disse nervosa Você vai se atrasar para o colégio, melhor você ir agora. Depois de escovar os dentes, é claro.
Assenti e fui até o banheiro. Não se pode negar a estranha mudança em minha mãe só por tocar nesse assunto, não sei se algo ruim aconteceu com ela por lá ou ela simplesmente resolveu cortar qualquer laço coma sua família. Mas a minha única certeza é que ela está me escondendo algo.
–-------------
Eu estou cansada, suada e dolorida. Educação Física não é uma aula que eu não goste, o único problema é quando a professora nos propõe jogar queimada e os alunos não tem pena em tacar com força a bola em nós.
Foi demais a aula de hoje! Nathalia disse alegre do meu lado.
Bufei irritada.
Bom pra você que ficou no time vencedor. eu respondi.
Não fica braba, quem sabe na próxima vocês não ganham. Mas mudando de assunto, Nathan me disse sobre vocês quase terem sido assaltados, ele não me contou os detalhes. Parecia até um pouco envergonhado.
Uns babacas vieram para cima de nós com uma barra de ferro. Não foi uma grande confusão, eles eram muito lerdos - disse, tentando ao menos possível falar que Nathan mais tremia do que ajudava.
Abrimos a porta da aula de química. Eram carteiras duplas, em cima das mesas tinha vários líquidos coloridos em diferentes recipientes. Nathalia foi se sentar ao lado do namorado e eu me sentei em uma carteira vazia que ficava fila perto da janela. Olhei ao redor e todos tinham pares, então eu seria a única sem dupla. Vesti o jaleco e os óculos de segurança. O professor Green entrou na sala e quando já estava fechando a porta uma mão o impede e de lá entra o sombrio Victor Bloody, garoto que faz as garotas suspirarem igual retardadas. Rolei os olhos com esse pensamento.
Sr. Bloody, sente-se ao lado da Srta. Evans. o professor disse.
Assim que Victor me viu ele sorriu, um sorriso que exibia seus brancos e alinhados dentes. Ele veio em minha direção e se sentou na cadeira vazia.
Olá. ele saldou.
E aí.
Ele pegou o jaleco e os óculos e os colocou. Voltei minha atenção para o professor que falava algo sobre a matéria. Algo sobre misturar ou sei lá.
Então como foi o seu final de semana? ele me perguntou. Virei-me para encara-lo e perguntei:
Pra que você quer saber? franzi o cenho.
Ele sorriu com a pergunta e me encarou de volta.
Estou tentando puxar assunto. Só isso.
O sábado foi bom e o domingo nada de mais. dei de ombros. E como foi o seu final de semana?
Foi interessante.
_ Uhh, Imagino. Qual professora dessa vez? perguntei pegando um vidro com liquido verde e mexendo como o professor estava ensinando.
Minha diversão não se resume em somente dormir com professoras, há outras coisas a se fazer. ele me respondeu fazendo o mesmo que eu.
Eu pensava que você transava, não dormia com elas ele riu com meu comentário Mas não quero falar sobre isso. O que eu quero é aprender a fazer o que o professor está ensinando olhei para o professor Green e para o vidro que ele remexia, o liquido verde estava borbulhando e a cor ficando amarelada Mas, porque essa porra não tá funcionando.
Remexi mais depressa o vidro e olhei para o do Victor que estava borbulhando e mudando de cor igual a do professor.
Você tem misturar com aquele azul ali ele disse, pondo o dele em cima da mesa e pegando o vidro com agua azul e pondo a mão dele por cima da minha que segurava o vidro.
Encontrei algo familiar no seu dedo anelar. Um anel idêntico ao que minha mãe tem, sem nenhuma diferença.
Não me diga que esse seu anel também é um amuleto da sorte? perguntei com sarcasmo.
Ele tirou sua mão da minha e olhou para o anel.
É sim. Por quê?
Nada demais.
Agora todos terão um amuleto da sorte ou será que Victor também veio do lugar aonde minha mãe veio, sei lá, mais um segredo que eu não sei...