Apaixonada por um vampiro escrita por Ana Anjost


Capítulo 9
Um encontro conturbado – parte 2.


Notas iniciais do capítulo

“ agradecimentos a Paula Lima que comentou e favoritou a fic e a Miss Carstairs Cipriano Briel que sempre comenta, cap. Dedicado a vcs.
Aviso: O narrador irá mudar no meio do cap.. spero q não se confundam.
Aproveitem e boa leitura:D



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Como eu pude me esquecer do Nathan, o garoto passa mal e eu aqui conversando com o Victor. Acho que ele soube quem veio comigo pela expressão entediada que ele fez. Ele deixou de me prensar na parede e se encostou ao meu lado com os braços cruzados.

— Ah claro, você veio com seu namoradinho panaca. – ele disse sarcasticamente;

— Ele não é meu “namoradinho”, muito menos “panaca”. E eu preciso achar ele, então, a gente se ver por... aí. – disse me desencostando da parede e saindo do beco, sem nem me despedir. A vergonha era maior, tipo, ele me pegou o espionando e isso é vergonhoso pra mim, eu nuca fui de seguir pessoas, sempre quis distancia delas, e isso são uma incógnita para mim.

Entrei no meio da multidão que estava no parque e fui ate a barraca em que eu estava antes de seguir o Victor. Olhei ao redor a procura de um garoto quase loiro e de olhos azuis, que estava com o rosto esverdeado, graças ao passeio na montanha-russa.

O vi ao longe, olhando ao redor como se estivesse procurando uma pessoa. Assim que ele me viu, ele acenou e eu fui em direção a ele.

— Onde você estava? Pensei que tivesse ido embora. – ele falou encabulado e seu rosto estava cansado.

— Eu estava... hamn... – eu não queria dizer que estava seguindo Victor, isso é estranho e sem sentido, então menti – Eu me perdi.

Dei de ombros. Ele me fitou desconfiado, mas resolveu não se importar.

—Acho melhor nós irmos, não estou me sentindo bem. – ele me olhou e sorriu sem graça.

— Sem problemas, também já estava ficando cansada. Onde mesmo você estacionou o carro?

Nathan pegou gentilmente meu pulso e guiou-me até a entrada do parque. Ainda tinha muita gente, mas não ia demorar muito para esvaziar conforme as horas forem passando.

— É por aqui, eu acho. – ele me levou até uma ruela, prédios antigos a cercavam, velhos e abandonados sem nenhuma condição de moradia. Ninguém transitava na rua, só nós dois, ou melhor, eu pensava que éramos somente nós dois.

— Tem certeza que é por aqui? Pode ser meio perigoso, não tem ninguém e alguém pode nos assaltar. – questionei.

— Claro que não, a cidade pode ter assassinatos, mas assaltos não é algo muito comum. Papai não se preocupa muito com isso, pelas pessoas dificilmente serem assaltadas.

E foi só ele terminar de falar que ouvimos risadas vindas do final do beco. Nathan arregalou os olhos e sua mão que ainda estava segurando meu pulso gelou. Fiquei tensa quando vi que eram dois garotos e um segurava uma barra de ferro e a apoiava no ombro.

— Veja o que temos aqui, Roy – disse o garoto com a barra de ferro. Ele é alto, ruivo e cheio de sardas. Com um olhar que fez Nathan tremer.

Nathan estava com uma expressão aterrorizada, seu olho arregalado e sua pele pálida como papel. Revirei os olhos, Nathan é filho de policial e tinha que pelo menos não demostrar medo perto de marginais.

— Um casalzinho – comentou o tal Roy – que legal!

Eles se aproximaram de nós e sorrisos irônicos pairavam em seus lábios.

— Não é recomendável andar a essas horas em uma rua deserta, pessoas como nós podem aborda-los. – falou o ruivo.

Os dois soltaram ao mesmo tempo risadinhas perversas. O olhar deles se fixou no Nathan, que estava incrivelmente pálido, gelado e tremendo. Eu estava com receio, eles querem fazer algo ruim, isso está estampado no olhar deles. A maldade.

— Ainda, mas, quando uma garota como você – ele se aproximou de mim, eu e Nathan recuamos – vem acompanhada com alguém que treme mais do que gelatina. – ele se referiu ao medroso do meu lado.

— Vamos nos divertir logo, Alex. – disse Roy.

— Bora acabar com esse daqui e depois nós brinca com a garota.

O Alex levantou a barra de ferro e foi em direção ao Nathan. Se ele batesse aquilo na cabeça dele, com certeza Nathan ficaria inconsciente.

Lembrei-me de Dean, um amigo que a mamãe não gostava que eu andasse. O conheci na minha antiga cidade, digamos que Dean não era boa companhia. Ele ganhava dinheiro em clube de luta livre, era o melhor. Certa vez ele me ensinou alguns golpes para me defender em casos como esse.

Dean diz que quando uma pessoa vem lhe agredir, procure lugares que não estejam protegidos e naquele lugar, aplique o golpe.

E foi assim que eu fiz, Alex estava com as pernas, costa e estomago desprotegidos. Abaixei-me e estiquei minha perna, arrastando para debaixo dos pés dele, que caiu no chão largando a barra de ferro. Peguei a barra de ferro e quando vi que ele já estava se levantando, me levantei e o chutei no estomago, um, dois, três chutes. O suficiente pra ele não se levantar por um tempo, o outro amigo dele estava estático, olhando uma garota batendo no amigo que estava com a barra de ferro. Posicionei a barra como um taco de basebol, assim que vi o Roy sair do transe e partir pra cima de mim, ele estava com as mãos estendidas, como se fosse agarrar meu pescoço, soltei uma risadinha de divertimento e me preparei para golpeá-lo.

— Você vai ver sua...

Não deixei o terminar a frase, pois quando ele chegou perto o suficiente de mim, bati com toda a força que eu tinha a barra de ferro nas costas dele, que soltou um grito de dor e caiu de dor e caiu de joelhos na minha frente com as mãos espalmadas no chão e com as costas curvadas, aproveitei a posição em que ele caiu e levantei minha perna e o batendo com o meu joelho. Essa foi demais pra ele , quando meu joelho bateu em seu rosto, escutei algo se deslocar, que provavelmente é o nariz dele. Roy caiu no chão, de barriga pra baixo e vi sangue escorrendo de seu nariz e manchando o chão.

O suor escorria pela minha testa, grudando alguns fios no meu pescoço. Tirei uma mecha de cabelo que tampava meus olhos e tentava controlar minha respiração, que estava ofegante. Adrenalina corria pelo meu corpo, uma sensação que fazia tempos que não sentia, Dean ficaria orgulhoso de mim, já minha mãe por outro lado...

Olhei para Alex que estava, com muito esforço, tentando se levantar. Preparei-me novamente, caso ele queira vim para cima de mim de novo. Mas não, ele se levantou e seus olhos que antes estavam repletos de maldade, deram lugar para um olhar amedrontado. Não pude evitar sorri com isso, ele correu em direção a Roy e o ajudou a levantar. Roy ficou de pé com a ajuda do amigo e os dois me olharam com o mesmo medo.

— O quê? Não desistiram, vocês querem brincar mais? – disse jocosa, fazendo os lembrar de que eles queriam “brincar” comigo de um jeito, embora eu tenha transformado essa brincadeira em outra.

Eles ao mesmo tempo moveram a cabeça de um lado para o outro e saíram correndo aos trôpegos, até sumirem no fim do beco mal iluminado.

— PENSEM BEM ANTES DE TENTAREM FAZER UMA COISA DESSAS HÁ OUTRAS PESSOAS, SEUS BABACAS! – gritei em direção a eles que já haviam sumido.

♦♦♦

Driel não podia ver, mas de lá de cima dos prédios antigos e abandonados que cercavam a ruela onde eles estavam, havia uma figura masculina agachada e observando a cena que se seguia embaixo.

Ele não aparentava ter mais que vinte e um anos, rosto anguloso e pálido, cabelos escuros e curtos constatavam de uma forma estranhamente atraente com seus olhos escarlates. Uma beleza misteriosa para um homem que olhava tudo com certa admiração. Seus lábios cheios e corados estavam entreabertos pelo fato deles terem achado a pessoa certa.

— Ela é incrível, não?

A pessoa que falou estava escondida nas sombras, a voz rouca e baixa possuía animo e deslumbramento quando falou da garota.

— Enfim encontramos a prole da sangue-ruim! – disse o homem agachado no para peito do prédio. Ele continuava assistindo a garota sangue-ruim chamar de babaca para os garotos que queriam agredi-la. A rua era mal iluminada, então a luz que clareava malmente a cena que se passava embaixo era o brilho da lua, que já era coberta por uma nuvem acinzentada, que anunciava a chuva que estava por vim. – Você já sabe o que fazer, leve-a ao lugar certo, na noite certa. E lá nós faremos o sacrifício.

— E como eu farei isso, Gaspar? – perguntou o ser escondido nas sombras.

Gaspar observou a garota se virar para o menino que a acompanhava, e a viu sorrir no estado em que ele se encontrava. Ela tem a coragem e a força dos híbridos, coisa que o humano ao lado dela não demonstrava ter. Ele pensou e disse:

— A seduza, use o charme que você usa com as suas companhias da noite. Isso não será uma tarefa difícil — ele levantou-se e virou para encarar pela primeira vez na noite o rapaz — E espero que você não me decepcione, Victor.

O fraco brilho da lua iluminou pela ultima vez antes de ser apagada pela nuvem que a tampou e no instante antes que a nuvem a tampasse, Victor saiu da penumbra, seu rosto que estava abaixado ergueu-se, encarando com seus olhos vermelhos o homem a sua frente.

— Eu não lhe decepcionarei, Gaspar. – um meio sorriso sombrio pairou nos lábios do rapaz e ele continuou — Nós conquistaremos a liberdade assim que ela estiver morta...

♦♦♦

Ainda estava tentando me acalmar, apoiei minhas mãos nos joelhos e abaixei a cabeça. Virei-me para encarar Nathan, que estava colado na parede com uma expressão assustada, sua boca estava entreaberta e seus olhos arregalados. Abri um largo sorriso e disse:

— Acho que seu pai deve se preocupar, além dos assassinatos, os vândalos que tentam assaltar adolescentes indefesos.

Nathan relaxou os ombros e suspirou aliviado, veio caminhando ate mim e me olhou envergonhado.

— Eu tenho que avisar a ele sobre isso. – ele sorriu e continuou - E com certeza, não é por aqui que eu estacione o carro...

— Que bom, espero que você se lembre de onde é que ele está. Vamos embora, acho que já chega de confusões por hoje.

E nós fomos andando em direção ao carro, que estava em outra rua bem distante do beco onde os caras nos abordaram. A viagem foi silenciosa, o céu estava com nuvens de chuva, que não demorou muito caiu e o frio chegou. O aquecedor do carro estava ligado e quando chegamos à frente da minha casa, Nathan desligou o carro e disse:

— Com quem você aprendeu a fazer aquilo?

O encarei e falei:

— Na minha antiga cidade eu fiz amizade com um cara que sabia lutar e ele me ensinou alguns golpes, nada de mais.

— Como assim nada de mais. Você é menor que a minha irmã – lhe lancei um olhar confuso — Entenda, mesmo você sabendo dar alguns golpes era quase impossível você ter conseguido dar conta dos dois. Eles eram o dobro da sua altura e mais forte do que você e eu juntos. Você é muito mais rápida, eu estava tremendo de medo e você mantinha um olhar superior e você é uma garota. Uma garota valente e eu... – ele não terminou frase.

Suspirei. Eu também achava esquisito isso em mim, eu sempre fui a mais rápida do que a maioria do pessoal da corrida da escola, sempre tinha mais força do que até mesmo Dean e o mesmo falou que eu tinha punhos de aço quando o acertei um soco em seu rosto uma vez. Não tinha como explicar, simplesmente essa é eu. Embora Nathan esteja falando isso por acha que ele não conseguiu me defender, como a ordem das coisas, o homem defende a mulher, mas no nosso caso foi o contrário.

— Não se sinta mal por não ter conseguido reagir naquela hora, se eu estivesse em seu lugar também ficaria do mesmo jeito, mas eu sou mais acostumada com isso, saiba que eu era uma garota que se envolvia em brigas na minha outra cidade. – ri ao me lembrar das tantas vezes que eu aparecia com hematomas em casa.

— Me desculpe por esse encontro conturbado. Eu queria que você se divertisse e acabou acontecendo isso. – ele abaixou o olhar enquanto falava.

— Você está brincado – disse destrancada a porta do carro – Foi demais bater naqueles caras – antes de descer do carro falei – Boa noite Nathaniel.


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Notas finais do capítulo

♥ Então o que vocs acharam? Eu não sou muito boa em ação, então relevem.
Vamos participar, eu quero saber o que vcs estão achando. Então faremos o seguinte, falem nos comentários o que vcs acham da Driel, a personalidade, se vcs a acham chata, legal, mais ou menos? Mas comentem, okay. ♥