Avatar: A Lenda de Zara - Livro 2: Terra escrita por Evangeline


Capítulo 13
Cap 12: Estado Avatar




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O tal grupo era composto apenas por bandidos. Eram seis no total. Destacavam-se entre eles dois homens grandes, muito altos e idênticos. Era óbvio que eram gêmeos. Os seis tinham um olhar maldoso ao verem o príncipe do Reino da Terra caminhando sem proteção pelos arredores de Omashu.

Para eles, era como ganhar na loteria. Mal sabiam que o Príncipe não estava sem proteção afinal. Além de quê a dobra de Roen sempre foi escondida da sociedade, ninguém sabia que o rapaz era dobrador de terra.

Quando anoiteceu, Roen e Zara chegaram numa pequena cidadela abandonada, no topo de uma colina. Ela era composta por pequenas casas de madeira com velhos telhados de palha, muitos deles queimados. As ruas eram tortas, mas a cidade parecia um dia ter sido mais avançada, graças aos arbustos – já mortos -, às árvores e aos dutos de escoamento.

Zara olhava curiosa para a cidade, e a animação já havia esfriado. Estava um tanto hesitante obre o local, mas confiava plenamente em Roen.

O grupo de bandidos ainda estava no encalço deles, quando Roen parou ao ouvir algo estranho. Zara, apressada, fez com que seu mestre continuasse a andar, com um breve gesto de mão. Ela também havia ouvido.

– Anda igual a mim. – Pediu a menina num sussurro. Roen obedeceu sem entender temporariamente. Quando os dois começaram a dar passadas sincronizadas, puderam ouvir um estranho eco descompassado.

Eram passos de outras pessoas.

Roen olhou para a menina um tanto assustado, mas Zara já tinha uma situação na cabeça. Era claramente mais que duas pessoas.

Antes que pudessem fazer qualquer coisa, passos altos e pesados foram ouvidos num beco à frente dos dois. Alguém nem tentava esconder seus passos.

– Ora, ora, ora... – Disse um homem que saiu das sombras do dito beco. Vestia-se como um típico cidadão do Reino da Terra, tinha olhos escuros e cabelos pretos. – O que o Principezinho faz aqui num lugar tão sujo? – Perguntou o homem pondo-se diante dos dois.

Zara sentia mais um grupo se aproximando por trás, e virou as costas para Roen antes que os cinco homens tentassem surpreendê-los. Eles olhavam maldosos para os dois.

Roen permaneceu de frente para o primeiro homem, e Zara para os outros cinco, incluindo os gêmeos.

– Eu perguntei o quê o filhinho de papai veio fazer aqui. – Disse o homem impaciente.

Roen, pela primeira vez na vida, se meteu numa verdadeira briga. Estava com adrenalina no sangue, mas não sabia como regir.

– Ele está comigo. – Respondeu Zara ao ver que o seu amigo nada diria.

Os seus homens riram em conjunto.

– Estou falando com o rapazinho, pirralha. – Disse o primeiro homem.

– Eu estou com ela. – Falou Roen, respondendo ao homem, que fez uma careta.

– Ótimo, levamos os dois. – Bufou em resposta.

– Ótimo, pegamos os seis. – Falou Zara em alto e bom tom, incentivando Roen a enfrenta-los e arrancando mais uma risada dos bandidos. – Sem dobra. – Sussurrou Zara para o amigo que assentiu.

Em poucos segundos os homens avançaram na direção deles, e Zara e Roen trocaram de lugar. Roen já havia aprendido a luta corporal sem dobra, mas Zara não. Precisaria se virar com pequenos truques.

A menina sorriu para eu adversário ouvindo as reclamações de Roen e seus adversários, assim como os golpes que davam um no outro. O homem de frente para Zara olhou mal humorado para a menina, que correu na direção dele.

O homem ficou em posição de expectativa, o que foi o seu erro, pois quando Zara estava perto o suficiente dele, arrastou-se rapidamente por baixo do corpo dele, em seguida levantando-se e chutando as costas dele e arrancando-lhe um gemido.

Em algum lugar da luta de Roen, um dos homens tocou fogo numa das casas e começou a dobrar fogo. Zara olhou raivosa para a situação.

– Que mesmo usar dobra? – Perguntou a menina antes de olhar para os outro cinco homens. Encontrou Roen caído e machucado perto dos arbustos de uma das casas, e os outros homens vinham em sua direção.

Sentia seu peito reverberar. Algo na sua cabeça doía.

Um dos homens, ao ver o olhar da menina em Roen, aproximou-se dele e puxou-o levantando-o pelos cabelos, com um sorriso maldoso no rosto.

Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, um dos irmãos gêmeos segurou-a pelos longos cabelos, erguendo-a no ar. Ela se debatia e os bandidos riam.

– Me larga seu monte de estrume! – Gritava a menina com uma dor insana perto da nuca, que era onde ficava a raiz dos fios que o homem segurava.

– Vai se meter com alguém do teu tamanha, pirralha. – Disse o brutamontes entre sorrisos. Àquela altura os cabelos da menina estavam soltos e caídos na frente de seu rosto. Sentiu uma pancada forte na barriga que a fez delirar, mas focou sua atenção em se soltar do brutamontes.

Olhou para o duto de escoamento e uma ideia lhe atingiu. Lenta e discretamente, dobrou um pouco da água até ficar bem abaixo de seu corpo que estava sendo erguido no ar. Os homens sequer perceberam quando a menina trouxe a água para a sua mão, e formando uma adaga de gelo ela cortou seus próprios cabelos perto da raiz e se soltou do homem maior.

Atordoados, os bandidos sequer viram como a menina havia se soltado. Mas era tarde demais. Os olhos de Zara brilhavam numa luz branca, e seu corpo já atraía toda a água que podia dos dutos de escoamento. Um redemoinho formou-se embaixo de seu corpo, erguendo-a do chão.

Os bandidos olhavam para a cena hipnotizados de medo. Gaguejavam sem conseguir formar sequer uma palavra que fizesse sentido. O Príncipe não estava sem proteção, afinal.

O Estado Avatar não podia fazê-la dobrar elementos que não havia aprendido. Ao redemoinho de água juntaram-se algumas pedras.

– Vão se meter com alguém pequeno como vocês. – Disse Zara com uma voz dupla e grave.

Roen estava semi-inconsciente, mas ouviu muito bem a voz assustadora de Zara naquele momento.

Os bandidos começaram a correr um pouco antes de Zara começar a persegui-los, mas antes que fosse muito longe, virou-se para onde estava e viu Roen caído.

A visão da menina do estado avatar ainda era turva e inexata, mas algo dentro dela dizia para parar e se acalmar. Não sabia de quem era a tal voz feminina dentro de si, mas achou, de uma maneira estranha, que seria prudente obedecer.

Quando voltou ao normal, Zara estava caída no chão, olhando para Roen. Seu corpo estava em perfeito estado, mas estava com um cansaço incomensurável. Suas pálpebras estavam pesadas e mal seus solhos se fecharam quando sentiu algo tocar a sua barriga. Mas era tarde pois logo a menina adormeceu.


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