Intercambista escrita por Clara Luce


Capítulo 5
Capítulo 5 - Uma Noite Com Edward Cullen


Notas iniciais do capítulo

Achei que demoraria para postar este capítulo, mas me enganei. A outra fic acabou nem saindo, então, aí está. Espero que gostem e por favor, me ajudem a divulgar "Intercambista".



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–Aquele lance que eu disse de divertimento? Se quiser eu ainda posso te mostrar. – Disse Edward, lançando-me seu sorriso torto, como se a vida fosse maravilhosa, e carregando meu casaco em uma de suas mãos.

Por incrível que pareça, eu sorri, estava morrendo de frio. Já sobre sua proposta, meu lado perverso dominou-me e quer saber? Se Jasper disse na minha cara que eu era uma vadia, eu provavelmente não o surpreenderia se me comportasse como uma.

E sem pensar mais nenhum segundo, - pois se pensasse mudaria de ideia - peguei meu casaco de suas mãos e montei em sua garupa, agarrando sua cintura e não fazendo a mínima ideia de para onde estaria indo. Isso sim é diversão.

http://www.youtube.com/watch?v=KuoPp0-e9MY Luciana - Im Still Hot

–É ISSO AI! –Gritei pro teto no meio da pista de dança da boate mais incrível que já visitei em toda minha vida. Olhei pro lado e procurei por Edward, mas quando não o encontrei, já deduzi onde estava e meus pensamentos se confirmaram quando o vi imprensando uma garota numa parede perto do banheiro. A única coisa que consegui fazer foi rir. Eu provavelmente estava bêbada demais pra admitir que Edward estava completamente certo sobre o que é se divertir.

No meio de tudo aquilo já havia perdido até meus sapatos, mas a sensação de liberdade era tão devastadora que nada me incomodava, nem mesmo os caras suados que tentavam me encoxar a cada três minutos.

Me agarraram por trás e me rodaram na pista de dança e eu louca só pude rir com aquilo, olhando pra ver quem era e claro que com aquela pegada toda só podia ser Edward. Ri alto quando ele levantou um copo e fez uma cara escrota, olhando pro alto e dançando logo em seguida. Eu o imitei e fiz o mesmo, mas sem o copo e acabei tomando o dele.

–Ei! – Exclamou, mas já era tarde, eu havia secado tudo. – Não sabia que era tão chegada numa vodka.

–E não sou. Na verdade eu nunca bebi mais que uma taça de vinho no natal.

–Oh droga, acho melhor você tomar uma água gelada, se não isso vai te fazer mal. – Gritávamos um pro outro no meio de tudo aquilo.

Ignorei suas recomendações e fiz minha melhor cara de safada, chegando mais próxima a ele e começando a dançar. Com certeza, com certeza eu estava bêbada. E como todo cafajeste em particular, Edward nem pensou em me afastar, agarrando minha cintura firme e me puxando para ainda mais perto. Me virou de costas para ele e laçou seus braços logo abaixo de meus seios, sem parar de dança por nem um minuto. Nossos corpos se chocavam com tanta sensualidade que pela primeira vez em toda minha vida senti uma vontade verdadeira de dormir com alguém. Subi minhas mãos para seu pescoço e puxei os cabelos de sua nuca, sentindo o leve suor que os molhavam. Eu curti aquilo, até o momento em que seus lábios desceram para o meu pescoço. Os calafrios de sua chupada fizeram com que eu me enjoasse e minhas mãos correram até a boca. Me livrei de seu aperto e corri pro banheiro, colocando tudo pra fora. Senti alguém atrás de mim segurando os meus cabelos e sem dúvidas era ele.

–Com certeza você nunca bebeu. – Falou atrás de mim.

Me levantei ridiculamente envergonhada e corri até a pia, limpando-me completamente, inclusive enxaguando minha boca. Minhas narinas pareciam estar em chamas e aquela sensação era horrível. Cansada, sentei-me na pia de granito, enquanto pegava milhares de papeis do suporte ao lado.

–Que droga... – Falei, me sentindo exausta. – Eu to tão ferrada...

–Sim, você ta, mas e daí se chegar tarde em casa? Ainda são três horas da manhã e é domingo.

–Diz isso porque não corre o risco de te mandarem de volta pro Brasil.

–Isabella, minha querida, já ouviu falar de mentiras? Basta você ligar pra alguém que seja sua amiga e mandar ela falar que você posou lá.

–E os pais dela?

–Nada que mil dólares não comprem.

–E de onde acha que vou tirar essa grana? – Ele me olhou sério e tirou um bolinho de notas de cem de seu famoso casaco de couro, colocando-os na palma de minha mão – Eu não vou transar com você só porque está me dando dinheiro. Uma vez me disse que nada sai de graça para Edward Cullen.

–Tecnicamente você já me retribuiu a partir do momento em que montou na minha moto. Caso não queira enxergar isso como uma troca de favores, então aceite o dinheiro como presente de uma amigo. – Olhei bem pra ele e para seus sapatos de marca, enfiando o dinheiro no sutiã e jogando os braços pro alto.

–Quer saber?! Você é rico mesmo, então eu quero que se foda. Obrigada.

–Não tem de quê.

–Falando em dinheiro, por acaso você vende maconha?

–Não, só compro uma de vez em quando.

–Não vejo necessidade nisso. Sua vida é tão perfeita.

Ele abaixou a cabeça e a ergueu novamente com um sorriso. Não sabia se era efeito do álcool, mas aquele sorriso não me convenceu, pois em seus olhos a mágoa e a tristeza repentina estavam evidentes. E foi então que percebi: Edward era infeliz. Ao contrário de Jasper ele não começou surtar de ódio ou me xingar de vadia, mas muito pelo contrário, se sentou do meu lado na pia e pegou um baseado do bolso.

–Isso aqui, faz com que você se sinta melhor, útil de alguma forma e ao mesmo tempo prova pro seus pais que você é um completo babaca, mas eles prestam atenção em você, o que é melhor ainda. Esse treco consegue me fazer feliz, consegue me fazer rir. E isso é ótimo, porque a partir do momento em que você se comporta como um idiota, você prova pras pessoas que você não ta nem ai pra nada, o que é verdade. Eu não me importo com ninguém, nem comigo mesmo e por que eu deveria se ninguém se importa comigo?

–Não é verdade. Seus pais se importam com você.

–Meus pais? – Disse sarcástico, rindo de maneira vazia – Eu não ouso a voz do meu pai faz uns dois meses e quando minha mãe fala comigo ela só quer me lembrar de como sou o monstro da família comparado ao lindo filhinho caçula dela. Eles não se importam comigo, se importam com o que os outros acham de mim, por isso eu quero que a minha imagem se foda.

–Mas a primeira vez que vi Jasper ele estava procurando por você e parecia preocupado.

–Jasper é um esquerdopata degenerado pra não falar filho da puta. A única coisa que quer é agradar meus pais em uma tentativa de dizer que mais uma vez salvou o dia e capturou o irmão rebelde. Ele gosta de se colocar em primeiro lugar sempre e quando algo dá errado ele fica louco, pois tem medo de perder seu posto de bom moço. Quando um vídeo da sua primeira vez vazou na internet ele não saiu de casa por meses, mas mesmo assim passou de ano, o que é incrível, não acha?

–O que quer dizer?

–Quero dizer que o filho perfeitinho não é tão perfeitinho e acabou subornando alguém pra passar de ano. E vejamos, ele vive se vangloriando por aí, dizendo que eu tenho dezenove e não saí da escola, enquanto ele sempre tira notas boas e é um exemplo de homem. Ah me poupe, todos tem defeitos, querendo ou não.

–Bem, nisso você tem razão. Mas ta brincando que o vídeo que vazou era o da primeira vez? – Falei rindo, enquanto dava um soco em seu ombro.

Ele riu e assentiu. Então sem razão alguma passamos a gargalhar na pia do banheiro da boate. Quando tentávamos parar e eu via sua expressão não aguentava e acabava no riso novamente e quando eu ria ele ria também. Era coisa de louco, ou melhor, de bêbado.

–Sua teoria de que eu usaria um anel da castidade era falsa, afinal, temos um Jasper com direito a filme pornográfico. Já estava ficando preocupada.

–Não me leve tão a sério. – Disse limpando as lágrimas que caíram devido o riso excessivo.

Tomei o baseado de suas mãos e estendi a outra. Ele me olhou e entendeu o que queria, que era o isqueiro. Precisava experimentar essa porcaria e a partir de agora viveria quaisquer loucuras que fossem impostas pra mim.

–Quero sair dos EUA com todas as experiências possíveis. – Falei em voz alta, então acendi aquilo com certa dificuldade – Vou tornar essa merda toda inesquecível.

Ele riu com meu pequeno desabafo e apenas me assistiu. Sem saber muito o que fazer, pois nunca tinha fumado nem um cigarro na vida, acabei tragando a fumaça estranha que entrara pela minha boca e tossi logo em seguida, fazendo Edward rir.

–Isso vai te dar fome depois... – Falou entre sua gargalhada.

Apenas sacudi meus ombros e traguei novamente. Como não gostei, devolvi aquilo para Edward.

–É horrível.

–Não entendo o porque, mas fiquei feliz por não ter gostado. – Falou, pegando-o da minha mãe e fumando com todo prazer que a terra lhe podia oferecer.

Neste mesmo instante entrou um traveco no banheiro e fez cara de espanto falando com a voz mais irritante possível a seguinte frase:

–Oh pelo jeito vocês são menores! E pior, além de não poderem estar aqui, ainda por cima estão fumando maconha! Vou chamar o segurança!

Em menos de dois segundos Edward estava frente a frente com o traveco e meteu-lhe um soco tão forte que o único efeito foi o cara cair feito uma abóbora no chão.

–Mesmo estando no banheiro feminino ele é homem, então eu não bati em uma mulher.

Minha boca formava um "O" até o momento em que ele agarrou minha mão e me puxou para fora do banheiro. Corremos para fora da boate como dois foragidos da polícia e mesmo estando descalça naquele chão frio, a única coisa que conseguia fazer na hora era sorrir. A sensação de liberdade estava de volta e a única coisa que podia sentir era a mão de Edward na minha, me guiando por toda a avenida movimentada. As poucas pessoas que existiam nos olhavam achando-nos loucos, mas uma definição melhor para essa loucura era apenas uma: felicidade.

(...)

Na frente da casa de Rosalie, Edward e eu esperávamos o sol nascer, deitados no gramado da casa. Nada ali era romântico, só conseguia nos ver como dois amigos que há duas horas olhavam as estrelas.

–Você ainda vai ter que voltar. – Falei, fechando os olhos, morrendo de sono.

–Por quê?

– Sua moto ficou lá.

–Seus sapatos também ficaram e não é por isso que você foi buscar. E a propósito, aquela moto não era minha.

–Então de quem era?

–Não sei exatamente. Quando Alec me ligou dizendo que havia visto a namorada do meu irmão gritando “idiota” no meio da rua, a única coisa que pude fazer foi roubar a primeira moto que vi pela frente e ir atrás da donzela em perigo. Mas logo a polícia encontra e devolve pro cara.

–Uau... isso significa que em apenas uma noite eu descobri que meu atual-ex-namorado tinha um filme pornô, andei numa moto roubada, me embriaguei, perdi os sapatos, vomitei num banheiro que não era o meu, fumei maconha, vi Edward Cullen batendo num traveco, fugi de uma boate e agora estou deitada no gramado do quintal da única garota que consegui fazer amizade na WHS esperando o sol se pôr para que eu possa subornar os pais dela para mentirem pros meus host parents para que enfim eu não coloque meus quatro anos de trabalho duro no Brasil água a baixo e seja exportada.

–Bem vinda ao meu mundo. – Disse sorrindo, dando um tapinha no meu ombro. Aquilo me fez rir.

Eu não sabia o que viria a seguir, eu não sabia se tinha realmente fodido com tudo, mas eu sabia que se meus planos dessem errado, eu voltaria pra São Paulo contente sabendo que tive a melhor noite da minha vida com a pessoa mais esquisita e bipolar que já conheci. A verdade era uma só: Eu havia gosta do maravilhoso mundo de Edward Cullen.


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Notas finais do capítulo

Spoiler do Capítulo 6 - Meu Super-Homem Maconhado

Olhei para sua cara de dor e instantaneamente vi sangue escorrendo por baixo de sua mão e encharcando completamente sua camisa branca. Ele tirou a palma dali para que pudesse morder o punho, sufocando assim seu grito. Foi aí que a ficha caiu:
—Você foi esfaqueado!

XOXO



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