Intercambista escrita por Clara Luce


Capítulo 4
Capítulo 4 - O Jantar


Notas iniciais do capítulo

Heyyy guys!!! Bem, galera, aki vai mais um capítulo pra vocês e talvez o próximo demore um pouquinho mais (no máximo 15 dias) porque estou bolando outra fic, mas fiquem tranquilos que não vou desistir desta. Eu a amo ♥. Então, é isso, por favor, comentem lá embaixo e favoritem na página da fic, por favooooor.



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– Qual é o SEU problema?! Será que nunca faz o bem sem querer nada em troca? Você viu o que aquelas garotas fizeram pra mim ontem. Achei que existia algo de bom em você, mas pelo jeito me enganei. Não entendo como duas pessoas da mesma família podem ser tão diferentes. Se você fosse como seu irmão...

–CALA BOCA! – Gritou, parando na minha frente com uma carranca medonha.

Por um momento achei que ia me bater, pois seu rosto estava vermelho e suas mão fechadas em punhos, mas quando olhei em seus olhos seu sistema meio que travou. Só podia ouvir sua respiração desenfreada.

–Você é louco. – Sussurrei.

Ele engoliu seco e fechou os olhos por uns segundos, em seguida deu-me as costas, pegou sua mochila e saiu pelas ruas sem dizer nada.

Imediatamente corri pro refeitório, sentando-me a mesa com Jasper, bem ao seu lado.

–Achei que não ia aparecer.

–Desculpe, eu estava acertando as contas com uma pessoa, mas já está tudo bem.

–Precisei comer seus cookies.

–Tá brincando?! Por que é tão guloso, Jasper? – Perguntei, batendo nossos ombros e rindo logo em seguida.

Conversamos por mais ou menos uma hora, até o sinal bater, mas antes que pudesse correr para a aula, Jasper me segurou pelo braço.

–Bella... você gostaria de jantar comigo esta noite?

–Como? Quer dizer, onde?

–Pensava em um restaurante japonês. Você gosta de comida japonesa?

–Só saio com você se o restaurante for italiano. – Falei brincando, mas aquilo era verdade, eu odiava comida japonesa. A única coisa boa da comida japonesa são os bolinhos primavera, eu acho.

–Te pego as oito.

–Claro!

Dei nele um beijinho no rosto e parti para minha próxima aula. Tinha um minuto para chegar na sala, ou seja, podia me considerar atrasada.

(...)

Duas semanas depois...

Apaixonada! Oh sim, eu estava nas nuvens. Jasper me pedira em namoro há exatas duas semanas quando fomos jantar em um lindo restaurante italiano. Mesmo sabendo que eu não ficaria aqui pra sempre, Jasper disse que sentia que algo me seguraria nos EUA até o fim de minha vida. Não via o porquê daquilo, já que nosso lance não era nada muito sério. A gente só ficava depois da aula e uma coisa eu descobri sobre americanos: Nada de amassos em público.

Minha vida estava perfeita ultimamente. Não vinha passando nenhum sufoco com meu inglês, as aulas estavam ficando fáceis, as pessoas me cumprimentavam no corredor, minha mesa e de Jasper estava ficando cada vez mais cheia e o melhor: Edward fingia que eu não existia. Após o incidente na árvore eu devolvi seus livros por Emmett e ele passou a me ignorar completamente, o que foi bom já que nunca mais precisei ouvi-lo julgar-me sobre minhas olheiras.

Houve também o feriado de dia dos pais e para comemorar eu fiz brigadeiro. Sério, eles nunca tinham comido brigadeiro na vida! Sue após comer dezenas deles até me pediu a receita e Charlie amou, assim como Emmett que nem conseguia falar.

–No que está pensando? –Perguntou Jasper, rodeando meus ombros com os braços.

Hoje era sábado e estávamos sentados num banquinho do jardim público vendo as crianças brincarem com seus cachorros enquanto seus pais conversavam logo ao lado.

–Nada, só em como estou feliz ultimamente.- Disse sorrindo e abraçando-o mais.

Ele parecia um pouco pensativo, talvez nervoso e não aguentando mais isso, perguntei:

–O que você tem?

–É que... Bella, minha mãe quer te conhecer e é hoje a noite.

Fiquei sem ação diante da proposta de Jasper. Já havíamos conversado milhares de vezes sobre aquilo e ele sabia que eu não viveria aqui pra sempre, ou seja, sem formalidades. E que droga ele pensou que estava fazendo quando falou sobre mim pra mãe dele?

–Ah não, nem pensar.

–Bella, por favor, é importante pra mim. Só um jantar na minha casa, de família. Edward nem vai estar lá.

–Não?

–Não, ele nunca fica em casa aos sábados.

–Nem aos domingos, nem nas segundas, nem nas terças, nem nas quarta... você quis dizer que ele nunca fica em casa. Isso é tão Edward.

–Ele anda mais calmo ultimamente, não trás mulheres pra casa faz umas duas semanas. Meus pais estão aliviados que em fim o filho deve estar procurando motéis pra transar. Mas não vem querer mudar de assunto. Estávamos falando sobre o jantar que inclusive minha mãe já deve estar começando a preparar.

–Jasper, você só pode estar brincando. Disse pra ela que eu ia?

–Eu precisei. Nunca decepciono minha mãe e sempre contei com isso, quer dizer, sempre quis te apresentar pra minha família, você sabe.

Olhei para sua cara de desespero e me senti mal. Ele tinha essa necessidade de querer agradar os pais em tudo e eu não entendia isso, sabe. Parecia até um esquerdopata degenerado.

–Por mim!

–Aiii tá bom, ta bom, eu vou. Que horas?

–Sete. Como você disse que no Brasil os jantarem são tardes, minha mãe resolveu que uma hora e meia de atraso era o suficiente.

–Mas já são quase seis horas!

–Acho melhor irmos, então.

Assenti e peguei minha bolsa, entrando no maravilhoso Jaguar do meu namorado. Era confortável demais. Bem mais do que o Camaro de Emmett, aliás.

Ao chegar em casa pedi permissão para Sue e Charlie, que ao ouvirem o sobrenome Cullen permitiram minha saída. Claro que antes de me deixarem ir perguntaram se Edward iria e eu disse a verdade, disse que não. Os Cullen, apesar do filho problema, são super respeitados na cidade, já que Carlisle é o médico mais procurado da região. Isso explica toda aquela fortuna.

Após meu banho procurei por uma roupa legal e acabei optando por um vestido preto, com um pequeno decote, preso na cintura, mas solto do quadril pra baixo. Era elegante, mas não parecia tão formal. Para finalizar me maquiei de leve, escondendo todas as imperfeições do meu rosto e coloquei uns brincos, coisa que não fazia há um bom tempo. Calcei um sapato que comprara para minha mãe, mas que combinavam perfeitamente com o vestido. Não tive como resistir.

Estava exuberante. Pelo menos assim do meu ponto de vista. Deixei meus cabelos soltos e fiz apenas pequenos cachos que os deixavam ondulados, nada muito perceptível. Ouvi a buzina do lado de fora e corri pegar um casaco para sair na rua.

–Adeus Sue, Emmett, Charlie. – Falei passando como um tiro pela sala, onde todos estavam reunidos.

–Tchau, querida.

Estranhei o carro não ser o de Jasper, mas logo relaxei ao lembrar que aquela BMW era de Carlisle. Os vidros estavam fechados, o que dava um ar obscuro ao carro. Ri com meu pensamento tolo.

Ao entrar logo virei pro lado e fechei os olhos, mas quando ia fazer biquinho para beijá-lo percebi que nada veio de impacto á minha boca, então os abri novamente.

–Acho que não vai querer beijar seu cunhadinho sexy.

Pulei pra trás, batendo a cabeça no teto e dando um grito de susto. Era Edward!

–O que está fazendo aqui?

Ele fez uma careta e ao ligar o carro pareceu tranqüilo consigo mesmo, confiante e relaxado ao me responder:

–Sabe, acidentalmente derrubei uma taça de vinho na camiseta branquinha de Jasper e, ops, como já eram sete horas, achei melhor não te deixar esperando.

–Você nunca faz nada sem querer e se daqui quinze minutos não chegarmos na sua casa eu juro que vou te capar.

–Sempre usando a violência, tá bom, entendi, a gatinha é selvagem.

– Deveria estar fora de casa esta noite, Jasper me disse que...

–Jasper fala tantas coisas pra mim também. Já disse até que eu deveria casar virgem quando já não era isso desde os treze. Está disposta a colocar um anel de castidade como um daqueles irmãos de uma banda, acho que é Jonas Brothers.

–Fala sério! Qual foi a razão de você ter me buscado?

–Razão? Que razão? Eu só estou sendo gentil.

–Então seja gentil com a boca fechada.

Ele me olhou e passou zíper na boca, fazendo um biquinho logo em seguida. Relembrei tudo o que acabara de me contar e tentei extrair dali a razão para ter vindo me buscar e claro, como Edward Cullen não dá nenhum ponto sem nó, eu encontrei: Ele me disse sobre a tal da castidade, o que indicava que queria me colocar contra Jasper. Será que ele achava que por ser um completo maníaco sexual seu irmão era também? Jasper nunca nem tocou no assunto sexo, o que para uma virgem como eu era um alívio.

–Por que você ta fazendo essa boca? – Perguntou, de repente.

Percebi que tinha escondido os lábios. Sempre fazia isso quando estava nervosa ou pensativa, tirando que Edward tinha o dom de me deixar insegura, talvez por ser seguro demais.

–Achei que você tinha passado zíper na boca.

–Digamos que ele estourou.

Revirei os olhos e não falei mais nada, não querendo ver aquela conversa ir pra frente. Ele percebeu, mas ainda assim senti seus olhos em mim.

–Por acaso você ta querendo morrer? Você vai bater o carro se não olhar pra rua.

–Pelo menos vou morrer feliz com minha última visão.

–Ai Edward, para com isso! Você não tem senso? Ainda não percebeu que eu sou sua cunhada?

–Vocês ainda não estão casados e quando voltar pro Brasil será quase impossível se verem de novo. Acho que deveria dar um tempo pro Jasper, sabe. Ele chora quando tira um B, imagina quando perder sua garota. Não vai ser nada bom... Também acho que deveria se divertir mais, ir pra algumas boates. Conheço uns lugares ótimos por aqui, caso queira visitá-los...

–Não tô a fim de ir pro puteiro e se veio aqui pra tentar me convencer de que eu e Jasper não podemos ficar juntos, odeio te dizer, mas vai quebrar a cara.

Ele revirou os olhos e voltou a atenção pro volante. Será que ele realmente achava que eu não sabia que meu relacionamento com Jasper não teria futuro? Aquilo era divertido e Jasper era uma boa companhia pra mim. O caminho parecia nunca ter fim e quando achei que estávamos chegando, Edward desviou.

–Ei! Para e volta!

–Não posso. Existe alguém que também precisa de carona pro jantar. Não seja egoísta, é tão, mas tão, mas tão feio!

–Idiota.

Ele rio e dois quarteirões depois estávamos de frente a uma casa grande, mas normal comparada as demais casas do bairro. Edward buzinou e em questão de dois segundo a porta se abriu e de lá saiu a perua magricela que me jogou água no primeiro dia de aula. Parecia uma prostituta com seu vestido vermelho sangue que quase não tampava a calcinha.

–Surpresa! – Disse Edward, sínico. Lancei-lhe um olhar assassino. Ele sabia que nos odiávamos.

A garota, que se não me engano se chamava Alice, veio em minha direção e abriu minha porta, me ignorando completamente e quase se deitando em cima de mim para dar um beijo no Edward. E que beijo! Temia que uma língua caísse no meu colo a qualquer instante.

O perfume da garota me perturbou durante todo o curto caminho e quando finalmente chegamos eu fui a primeira a descer do carro, louca para me distanciar o máximo possível daqueles dois. Edward me perturbava e eu não entendia se queria chamar minha atenção ou se só me odiava. Ao chegar na porta, lembrei-me que não estava na minha casa e precisei esperar Edward e sua magrela chegarem. Ele fez questão de abrir a porta com um sorriso safado e eu rapidamente entrei, ficando surpresa com a beleza logo no hall de entrada da casa.

–Pode deixar seu casaco aí, se quiser. – Falou Edward.

Assenti e ele se aproximou de mim para ajudar-me a tirar o casaco. Tudo parecia inocente até sentir os dedos dele deslizarem por meu ombro. Foi uma manobra sexy e arriscada que de uma maneira constrangedora conseguiu me arrepiar. Digo constrangedora porque neste mesmo instante a voz de ninguém mais ninguém menos do que minha sogra chamou-me:

–Bella e... Alice?! – Esme pareceu surpresa e irritada com a presença da magrela que imediatamente agarrou a cintura de Edward dando um aceno. – Prazer em te conhecer, querida, Jasper não para de falar um minuto sobre você.

–Prazer em te conhecer também, senhora Cullen.

Carlisle veio logo em seguida e me surpreendi com sua aparência jovem. Assim como Esme ele sorriu ao me ver mas fez cara de surpreso ao ver Alice e não pareceu nada feliz.

–Bella, Carlisle lhe mostrará a casa e se não se importa, preciso bater um papinho com Edward.

–Como se eu quisesse conversar com você... – Cochichou Edward, sendo irônico com a própria mãe e na minha frente. Esme não sabia onde enfiar a cara e seguiu o filho que com sua magricela foi pra sala.

–Desculpe por isso Isabella. Sou Carlisle, o pai de Jasper e... Edward. – Notei certo desprezo quando disse “Edward”. – Espero que não se incomode de esperar um pouco. Jasper achou que estavam demorando e foi atrás de vocês. Vou ligar pra ele e dizer que já chegaram.

Então me vi sozinha, perdida e completamente desconcertada na casa dos Cullen. Ai, que droga, não tinha como isso ser pior. Esme ficou apavorada e indignada com a atitude de Carlisle por ter me deixado sozinha, mas eu não liguei e tentei ser gentil com ela.

Cinco minutos depois Jasper chegara me dando beijos e dizendo que estava preocupado comigo. Me senti um pouco desconfortável com aquilo e admito que senti vontade de empurrá-lo por ter me deixado sozinha com Edward, a magricela e seus pais.

–Alice?! – Exclamou ao ver a nojenta entrar seguida por um Edward sorridente na sala. – Edward, por que você a...

–Bem, pequenos, espero não estar lhes interrompendo, mas Dorota mandou me avisar que o jantar será servido. Vamos?

–Claro, mamãe. – Disse Jasper, nervoso, apertando minha mão.

Tentei me livrar de seu aperto, mas seu ódio era tão visível que nem isso conseguia perceber.

Após nos sentarmos a mesa tudo ficou silencioso. Assim como eu, Esme parecia estar incomodada com a situação, Carlisle verificava mensagens no celular a cada dois minutos, Jasper suspirava de nervoso, a magricela me olhava com cara de desaforo e Edward de vez em quando dava uma garfada na comida, parecendo entediado.

–Achei que isso aqui seria mais divertido. – Falou o mesmo.

–Eh... Bella! – Me chamou Esme e eu a olhei com um sorriso – Nos conte mais sobre o Brasil.

–Eu adoro o Brasil.

–Pois é, eu vi como as mulheres andam indecentes por lá. Dizem que é pior que Las Vegas. – Falou Alice, debochada.

–Alice, em todos os lugares que você for, sempre vai encontrar uma vadia que se veste de forma indecente. – Falei olhando-a de forma debochada - devido seu vestido - e ela meio que sacou que eu estava a chamando de vadia. – Fora que isso é o que a TV mostra. Você só pode tirar conclusões de um determinado país depois de conhecê-lo. Experiência própria. No Brasil, assim como em todos os lugares do mundo existem as coisas boas e as ruins.

–É claro que sim, querida. Sempre quis ir em algum lugar quente e ensolarado do Brasil.

–Então deveria visitar Fortaleza. É o lugar mais lindo que já vi durante toda minha vida. As praias são lindas e as pessoas são muito receptivas e simpáticas.

–Quem sabe quando Carlisle tirar uma folga, mas por enquanto vai ficar na fantasia. – Falou simpática e eu acabei rindo com o seu tom de voz sonhador.

–Minha namorada tem o sorriso mais lindo da face da terra, não tem mamãe?

–Edward também acha isso, – Disse a perua na mesa, olhando para Edward – Não é namorado?

–Estranho, achei que só estávamos transando – retrucou Edward, que desinteressado, só remexia a comida e parecia escrever algo no prato com pedacinhos de cenoura.

Alice ficou com uma cara de tacho tão grande que não aguentou ouvir as risadas abafadas de todos a mesa, – inclusive Carlisle, que pela primeira vez reagiu – pegando sua bolsa e indo embora. Ninguém se impôs contra a atitude, já que a conversa continuou suave e alegre, principalmente sem sua presença, tirando o fato de Edward me olhar com uma cara de safado que qualquer um reconheceria de longe.

–Bem, tudo está ótimo, mas está na minha hora de ir. Não posso chegar tarde em casa.

–Responsável da sua parte. – Concluiu Carlisle.

–Idiotice do meu ponto de vista. – Disse Edward, obviamente. – Qual é, você acabou de chegar, deveria aproveitar mais sua vida nos EUA. Aposto que está achando nosso pais uma chatice.

–Jasper já me levou em lugares legais.

–Jasper?! Sério?! Cara, ele te levou no parque central! O que você fez? Deu comida pros patos? Uau, isso é tão fodidamente divertido!

Esme, envergonhada me olhou com um pedido de desculpas e Carlisle se retirou, apontando para Edward e para o corredor. Por incrível que pareça Edward obedeceu e os dois se mandaram. Como previsto eu me despedi de Esme, em seguida saí com Jasper. Respirei aliviada quando meus pés atravessaram a soleira da porta da frente.

–Bella, me desculpe, não sabia que tudo seria tão...

–Tenso? Não, só o começo, depois que a magrela foi embora tudo ficou bom. Seus pais são legais.

–Principalmente minha mãe. Meu pai sempre anda ocupado, como você viu.

–É, ele é bem centrado. E pelo jeito, tanto ele como sua mãe já conheciam aquela magrela.

Neste momento Jasper travou e rapidamente abriu a porta pra mim. Okay, ai tem coisa e eu não descansaria se ele não me contasse. Durante quase todo o caminho, sempre que tocava no assunto ele mudava, e já não aguentando mais isto, eu explodi:

–Já chega de mudar de assunto, Jasper.

Ele respirou fundo e começou:

–O que você quer saber?

–Quero saber tudo. Por que todos ficaram tão nervosos com a presença da magrela no jantar?

–Bella é que... é que Alice é minha ex-namorada.

Ele parou por aí e me olhou ainda mais nervoso, como se tentasse descobrir se aquilo já era o suficiente. Com certeza não era só aquilo. Ainda existia muita sujeira por baixo daquele tapete e eu ia descobrir.

–Eu quero a história toda.

Neste momento ele fechou os olhos e se transformou. Começou respirar forte e deu um forte soco no volante.

–Hey! – Gritei – Qual é o seu problema.

–Você! Por que nunca está satisfeita com o que eu falo?

–Porque você nunca me fala nada.

–Ah, okay, se você quer saber a história toda, eu vou te contar: Alice e eu gravamos um vídeo pornográfico e ela postou na internet sem minha permissão. Eu quase me suicidei com isso, porque fiquei um ano inteiro sendo considerado o escroto da escola. – Disse grosso, me olhando com ódio.

–E eu tenho culpa?!

–Você deveria respeitar minha privacidade.

–Sua privacidade?! Sério? Se você quiser ter alguma coisa comigo, eu preciso saber quem você é.

–Assim como fez com Edward, hoje? Será que pensa que eu não vi como ele te olhava e que as vezes você olhava pra ele também?

–Por acaso está insinuando que eu e seu próprio irmão estamos tendo um caso? – Falei, incrédula.

Ele nada respondeu e a vontade que eu tive de bater nele foi tanta que para não fazer isso eu gritei:

–Para o carro. – Ele fingiu que não me ouviu. – Para a porra do carro agora! – Gritei por fim.

Ainda sem dizer nada, ele acabou me obedecendo e parou o carro com o maxilar trincado. Parecia outra pessoa e por um instante me perguntei se não estava apenas fingindo quando era todo gentil e amável como foi nos primeiros dias. Fechei a porta com toda força que tinha e no mesmo instante ele cantou pneu, deixando apenas o cheiro forte de borracha queimada pra trás.

–IDIOTA! – Eu gritei pro nada, sabendo que ele jamais ouviria.

Olhei ao meu redor e notei que ainda estava numa vizinhança longe da minha e que a pé levaria no mínimo quarenta minutos até minha casa. Bufei e tirei meus sapatos, sentindo vontade de chorar e matar Jasper ao mesmo tempo. Por que aquilo o magoava tanto assim? Eu tinha tantos problemas e nem por isso jogava na cara dele como se ele fosse o culpado. Que droga! Falso. Crucifica tanto Edward quando ele pelo menos não esconde quem verdadeiramente é.

Eram duas semanas de namoro e talvez daqui pra frente eu o conhecesse de verdade. Admito que até agora tudo estava sendo perfeito demais e isto é... chato?! Provavelmente.

O chão estava frio e a cada passo que eu dava sentia uma pedra furando minha meia. Sim eu estava de meia e tudo isso pra quê? Pra nada, só pra ser humilhada pelo próprio namorado. Ai meu deus, que ódio, que ódio. E ainda corria o risco de ser assalta, pois mesmo que digam que nos EUA a segurança é garantida, o que mais existe por aqui são ladrões que amam uma carteira.

Logo atrás de mim ouvi o barulho de uma moto que foi simplesmente desacelerando. Meu coração que já estava agitado bombeou o dobro de sangue e meus pés não se importaram com as pedrinhas, andando depressa e esquentando-se no mesmo instante, mas mesmo assim, a moto não parava de me seguir. Pensei em duas alternativas: Sair correndo feito uma louca ou dar uma leve olhadinha pra trás, afinal, podia ser só alguém procurando um endereço. “Procurando um endereço as dez da noite? Nos EUA? Sério?”, pensou meu lado sarcástico. Mesmo assim não quis me desesperar – mais – e dei uma leve olhadinha pra trás, surpreendendo-me e aliviando-me ao mesmo tempo.

–Aquele lance que eu disse de divertimento? Se quiser eu ainda posso te mostrar. – Disse Edward, lançando-me seu sorriso torto, como se a vida fosse maravilhosa e carregando meu casaco em uma de suas mãos.

Por incrível que pareça, eu sorri, estava morrendo de frio. Já sobre sua proposta, meu lado perverso dominou-me e quer saber? Se Jasper disse na minha cara que eu era uma vadia, eu provavelmente não o surpreenderia se me comportasse como uma.

E sem pensar mais nenhum segundo, - pois se pensasse mudaria de ideia - peguei meu casaco de suas mãos e montei em sua garupa, agarrando sua cintura e não fazendo a mínima ideia de para onde estaria indo. Isso sim é diversão.


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Notas finais do capítulo

Spoiler do Capítulo 5 - Uma Noite com Edward Cullen

No meio de tudo aquilo já havia perdido até meus sapatos, mas a sensação de liberdade era tão devastadora que nada me incomodava, nem mesmo os caras suados que tentavam me encoxar a cada três minutos.

XOXO



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