Damon sorriu, e mergulhou bem no fundo da piscina, perdendo-o de vista até senti algo puxar meu pé. Idiota. Ele volta a superfície, e se aproxima de mim, tirando uma mecha do meu cabelo, colocando-o na minha orelha, e me olha nos olhos, quando percebi nossos lábios estavam bem próximos um do outro e... já não havia mais nenhuma distancia, seus lábios colaram nos meus selando um beijo. Sua língua se entrelaçou a minha e as duas se moveram juntas, em um ritmo gostoso. Era doce. Eu nunca tinha sentido isso. Mas que merda eu estava fazendo? Afasto-me dele, e lhe dou um tapa enquanto saio da piscina correndo... Não acredito que eu fiz isso! Ele é meu chefe, e eu sou sua secretária, nada mais.

– Elena, espera. - escuto ele falar enquanto saio da piscina. O ignoro, vou para perto da churrasqueira, e começo a chorar... Eu prometi que nunca mais me apaixonaria depois de Matt, e olha no que deu.

Sinto alguém me observar, e encaro a pessoa. Vejo Caroline com um pote de Nutella na mão e duas colheres. Só ela mesmo pra me animar no meu pior estado... Volto a me perguntar, o que eu seria sem essa loira? E pensar que quando nos conhecemos éramos que nem gato e rato.

Tinha cinco anos, era meu primeiro dia na escola, não conhecia ninguém. Eu chorava descontroladamente, não queria deixar meu pai, mesmo ele falando que voltaria pra me buscar e que a escola não era um bicho de sete cabeças.

– Divirta-se meu amor. - sorriu, me dando um beijo na testa. - E lembre-se, você é uma Gilbert.

– Tudo bem, papai.

Entro na sala de aula, dando de cara com a professor explicando como fazer um círculo. Coisa ridícula, mas com cinco anos eu achava foda desenhar uma bola.

– Podem começar. - falou, se sentando na sua mesa. A nossa mesa era divida por cinco crianças. No caso: eu, Caroline, uma ruivinha que eu não sei o nome até hoje, Tatia e Vicki.

Eu estava olhando o desenho das outras, suspirei, e pego o lápis preto, começando a desenhar. Quando fui tentar pintar meu circulo, acabo esbarrando na loirinha que deu maior chilique.

– VOCÊ ME BORROU, SUA IDIOTA.

Comecei a chorar por uma coisa escrota, mas com cinco anos, idiota é o maior xingamento do mundo. E ela rabiscou meu circulo perfeito de rosa, e eu rabisquei o dela de preto. No final do dia, nossos pais foram alertados do nosso pequeno incidente, nos deram um esporro que não é como damas se comportam e blá blá. Caroline e eu começamos a rir, e ficamos amigas ali, achando escroto o discurso de nossos pais.

– Lembrando de que? - perguntou, comendo a Nutella. Ela estava com o cabelo preso em um rabo de cavalo, afinal deveria estar mais trinta graus.

– Do dia em que nos conhecemos... - dei um sorriso leve, enquanto levo a colher em minha boca saboreando o gosto da Nutella.

Ela riu, provavelmente se lembrando o quanto éramos retardadas a ponto de riscar o desenho uma da outra e depois nos tornarmos amigas depois de um esporro.

– Care, posso falar com a Elena por um minuto? Prometo que vai ser rápido. - falou Damon meio nervoso.

– Claro, o almoço está quase pronto... Vou lá ver como está a April porque se não é capaz dela incendiar a casa. - deu um sorriso simpático e saiu rebolando que nem uma vadia.

Damon me encarou por alguns segundos, e eu fiz o mesmo. Não sabia o que falar, queria até perguntar se ele lembra da noite passada, mas não é o momento adequado pra falar: "Então, nós transamos ontem ou eu estou ficando doida pensando que fiz sexo com meu chefe?"

– Desculpe... - falou num fiapo de voz, encarando o chão por alguns segundos. Mas logo seus olhos azuis me encararam com um certo brilho que eu nunca vi em toda minha vida. - Eu não queria beijá-la, não sei o que me deu. Agi sem pensar nas consequências, não espero que me perdoe, mas ficaria feliz se sim.

Ele deu um sorriso de lado, me deu um beijo no topo de minha cabeça, causando-me arrepios por todo corpo e saiu da minha vista. Salvatore é completamente diferente de Matt, carinhoso, gentil e atencioso. Espera, eu pensei isso mesmo?

Tinha dezoito, namorava com Matt há quatro e estava mais feliz que nunca. Era a primeira vez que iriamos ir pra terceira etapa do nosso relacionamento: Sexo. Estava mais que pronta, e tinha quase certeza que estava fazendo com a pessoa certa e no momento certo.

Matt sorriu, acariciando um dos meus seios, enquanto eu mordia o lábio tentando reprimir um gemido. Parou o movimento, e enfiou um de seus dedos em minha intimidade com brutalidade me fazendo gritar bem alto, ele sabia que eu era virgem, custava ser mais delicado? Ele retirou a cueca, mostrando o quanto seu amiguinho estava exitado por me ver nua em uma cama de motel barato.

– Pronta? - sussurrou em meu ouvido. Apenas mordi o lábio, e assenti... Era agora ou nunca que eu perdia minha virgindade.

– Nasci pronta, babe.

Ele abriu uma embalagem de camisinha vagabunda, enfiando em seu amiguinho totalmente ereto. Ficou em cima de mim, distribuindo beijos em meu pescoço, até deixou marca.

– Pra você saber que sempre será minha. - acariciou o chupão em meu pescoço.

Abri a boca para falar alguma coisa, mas Matthew não esperou e enfiou com tudo. Aquilo doía pra cacete, eu o mandava parar, mas ele continuava só que com mais força... Chorava por estar doendo, e ele me deu um tapa pra eu me calar. Nunca pensei que ele fosse do tipo agressivo no sexo, mas como meu pai dizia conhecemos a verdadeira face da pessoa nos nossos piores momentos.

Na manhã seguinte, quando acordei, eu rezava pra tivesse sido um pesadelo, mas não. Eu tinha perdido minha virgindade e a prova era o lençol do motel estar sujo de sangue, procurei Matt pelo banheiro e não o encontrei. Até que vi um bilhete:

"Garota 32,

Obrigado pela noite de ontem foi a melhor noite da minha vida. Finalmente consegui tirar a virgindade da indefesa e insegura Elena Gilbert. Pena que isso foi uma noite como qualquer outra, você não passou de mais uma garota da minha lista de peguetes. Eu jamais esquecerei do que passamos ontem a noite, e com certeza você também.

Até algum dia...

Matt. "

E esse é meu passado sombrio... Depois daquele dia, prometi nunca mais me apaixonar, mas pelo jeito, estou descumprindo minha promessa. Ou possa estar confundindo o relacionamento de chefe e secretária com amor... É pode ser isso. Até porque Elena Gilbert não se apaixona por alguém ela odeia! Ou pela menos, você acha né Leninha?