O insuportável do meu chefe escrita por Jéssica Lighthouse


Capítulo 41
Indícios de uma futura depressão.


Notas iniciais do capítulo

Veremos Elena depressiva por alguns capítulos, já avisando... E teremos duas pessoas especiais que vão entrar divando amanhã nessa fic. Agora, eu vou terminar de ler meu livro, e se eu tiver ainda com um pouco de inspiração, poste ainda hoje. E olha, eu nem respondi os comentários, amanhã ou hoje – não sei. – eu respondo, okay?



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Anteriormente:

Ouvi um disparo, e foi como se tudo tivesse em câmera lenta. Ouvi dois gritos e mais um disparo, antes de me entregar totalmente a escuridão. Seria meu fim?

[...]

Abri os olhos com uma certa dificuldade, e observei que tudo era branco. Eu estava até com uma roupa diferente, era meio que uma camisola. Uma senhora estava me encarando com um sorriso no rosto. Ela era branca como a neve, olhos azuis, e cabelos pretos... Lembrava muito Damon.

– Onde estou? Eu morri? - ela abriu um sorriso maior, e isso só podia significar uma coisa. Ou eu estava bem, e ela era apenas um enfermeira, ou estava morta, e provavelmente no céu.

Agora:

A senhora sorriu mais, se isso é possível, e se aproximou de mim. Ela sentou-se ao meu lado, começando a acariciar meus cabelos.

– Não, querida, você não está morta. - ela respondeu, ainda mexendo no meu cabelo. - Você está na fila de espera.

– Fila de espera? Pra que? - perguntei, encarando seus belíssimos olhos azuis, que me lembravam tanto meu namorado.

– Você está, nesse exato momento, em uma sala de cirurgia. - explicou calmamente. A encarei assustada, pensando ser apenas brincadeira idiota, mas ela estava séria.

– Isso é brincadeira, certo? - ela nega com a cabeça.

– Eu não brinco com coisas sérias, Elena. - Se levantou do chão, e mostrou a pequena trança que fez meu cabelo. - Gostou?

– Como sabe nome? E quem é você, aliás? Cadê Damon? - perguntei sem me importar muito com a trança que a senhora fez, mas admito que estava muito bonita.

– Sou Mary... Mary Salvatore. - ela estendeu a mão com um sorriso no rosto, e recuei percebendo que ela possuía o mesmo sobrenome que meu namorado. - É um prazer, finalmente, conhecer a namorada do meu filho.

– Mas você não está, hum.., ér... - eu não sabia qual palavra encaixar, não queria magoá-la, e nem nada. - Deus, como falar isso para alguém...

– Morta? Sim, estou, mas seu consciente queria pensar em outra coisa enquanto você está na sala de cirurgia, e cá estou eu. - ela sorriu, mostrando seus dentes brancos.

– E onde está o Damon? - pergunto um pouco mais calma.

Ainda não estava acreditando que conversava com um fantasma com a maior naturalidade. Ou ela poderia estar falando a verdade sobre o meu consciente querer pensar outra coisa, ou eu estava drogada por conta da anestesia. Se é que isso é realmente verdade.

– Ele saiu da sala de cirurgia alguns minutos atrás. - falou sorrindo. E do nada, ela pegou o álbum de fotos, e mandou eu me aproximar. - Pronta para conhecer o lado obscuro do seu namorado?

– Claro, sogrinha.

Ficamos algumas horas, minutos, não sei direito, ali vendo fotos do meu namorado quando mais novo. E tinha uma que era totalmente hilária, ele deveria ter uns dois ou três anos, e estava chorando porque uma girafa roubou seu algodão doce.

– Senhora Salvatore, o que está acontecendo comigo? - perguntei, observando que eu estava literalmente desaparecendo.

– O efeito da anestesia deve ter passado, e você está prestes a acordar. - deu de ombros com um belo sorriso no rosto. - Foi bom ter te conhecido, Elena.

– Idem, senhora Salvatore. - falo, antes de desparecer totalmente, acenando para a minha sogra que retribuiu o gesto.

.:.

– Ela acordou, ela acordou. Lena, sabe como eu fiquei preocupada com você? Nunca mais faça isso comigo. - Caroline falava com lágrimas nos olhos, dando um sorriso, mas eu conheço bem aquele sorriso... Era um sorriso meio triste.

– Sweet, calma... Ela acabou de acordar, deixa ela respirar um pouco. - ouvi a voz de Klaus, arrancando-me um sorriso de leve.

– E a Andie? - pergunto com a voz grogue. Tentando me levantar da cama, mas Klaus me impediu, e também por senti uma dor na barriga.

– Encontraram você e o Damon desacordados, não viram nenhuma pessoa com as mesmas características físicas do que Andie no local do crime. - Klaus falou revirando os olhos.

– Merda.

– Amor, posso falar com a Lena sozinha por dois minutos? - ela falou, botando a mão na barriga, simulando estar com fome... O britânico sorriu, e deu um selinho nela.

– Está me escondendo o quê? - pergunto assim que vejo Niklaus fechar a porta do quarto. Ela suspirou, sentando-se na beirada da minha cama.

– Lembra-se de quando éramos pequenas e sempre sonhávamos em sermos mães um dia? E com o cara que amássemos?

Oito anos de idade, era um domingo de tarde, papai sempre me levava na casa de Caroline para brincarmos de boneca, enquanto ele conversava com o Bill sobre coisas de homens. Políticas, dinheiro, emprego, essas coisas. E poucas vezes, Jeremy ia comigo.

– Vamos brincar de família feliz? - A pequena Caroline falou, batendo palmas, rindo mostrando que um dente de leite tinha caído recentemente.

– Tá bom, eu sou a filha, e você é a mamãe. - digo sorrindo, imaginando como eu seria se fosse mãe um dia.

– E quem vai ser o papai? - Caroline cruzou os braços, até que Jeremy se aproximou da gente, e ela sorriu de orelha em orelha.

– Você não vai namorar o meu irmão.

– Mas é só de mentira, Lena. - ela falou, chamando Jer para brincar com a gente. Meu irmão concordou com a brincadeira, e ainda pediu para Car dar um beijinho nele.

– Eca, que nojo. - falei, tapando os olhos. Não me lembro muito o que aconteceu depois, mas acho que o papai tinha terminado a conversa com o pai de Caroline.

– Car... Vamos prometer que só vamos ter filhos com o cara que a gente amar? - pergunto assim que estava na varanda de sua casa, faltava só Jeremy pegar seu casaco para irmos pra minha casa na época.

– Prometo.

Saí do meu transe, e apenas assenti com a cabeça. Ela suspirou mais uma vez, ainda com a mão na barriga.

– Eu preciso que você seja forte. Ok?

– Isso não é a culpa das estrelas para flerte não, tá Car? Mude o roteiro. - brinquei, mas reparei que era um assunto sério porque ela não riu. - Você está me assustando, Caroline.

– Você teve um sangramento, e bem, quando Andie atirou em você, atingiu sua barriga. Os paramédicos te levaram para fazer um exame porque antes do tiro, não parecia ser um sangramento normal como a menstruação. E o resultado mostrou que você estava grávida, Lena. - ela falou suspirando. - Você, antes da bala atingi-la, já tinha sofrido o aborto.

– M...Mas eu não estava grávida. Eu tomei a pílula do dia seguinte, usei camisinha e... - tentava negar o fato de ter pedido meu filho, no qual nem sabia a existência há um minuto atrás.

– Lembra quando você ficou doente aquele dia? Aí teve que tomar antibiótico, então... O médico explicou que ele corta o efeito da pílula.

– Mas isso faz uma semana, e... Merda. - Caroline me abraçou, enquanto lágrimas cismavam em cair do meu olho.

– Car, o Damon acabou de acordar... Quer ir visita-lo enquanto eu fico com a Elena? - Klaus falou, dando um beijo no topo de sua cabeça, e eu os encarava com certa inveja.

Ela está grávida, do que cara que ela ama, é loira, tem olhos azuis, e tem uma família perfeita. Eu sou apenas... Eu. Uma bosta, insignificante, que não serve pra nada nessa bosta de vida.

– Eu quero ficar sozinha. - digo, encarando o teto. Passei um tempo assim, acariciando minha barriga, mesmo não existindo mais nada ali. Até que a porta abriu. - Eu disse que queria ficar sozinha.

– Olha, eu entendo uma parte da sua birra, minha mãe também ficou assim quando quase me perdeu. - ouvi uma voz um tanto conhecida.

– Mas ela não sofreu um aborto. - respondi sarcasticamente. Logo o sorriso de April murchou, e ela bufou.

– Não, mas foi quase... Não sei se você sabe, mas minha mãe foi uma das minhas inspirações para eu ser quem sou hoje. Ela perdeu os pais quando era bem nova, parece que foi um assalto em casa, e o bandido matou toda a sua família. E por mais que ela achasse que eu achava que ela estava morta, eu a via sempre na porta do colégio pela janela da minha sala de aula. Mas pensava que eu estava vendo coisas. E papai me contou que eles brigaram quando Katherine estava no segundo mês de gestação, e ela quase sofreu um aborto espontâneo. E por mais que ela também pensasse que eu não sabia, eu sabia que ela namorava com o irmão do tio Klaus. Como? Ela sempre recebia flores do Elijah, e sabia que não era do meu pai porque ele nunca foi do tipo romântico. - ela sorriu, lembrando-se de Katherine. - Então, para concluir a história, por favor... Saiba que você ter tido um aborto não foi sua culpa, Elena... Isso acontece com uma boa parte das mulheres.

– Posso ficar sozinha? - pergunto grosseiramente depois de alguns minutos, ainda encarando o teto branco. Ela assentiu, e saiu do quarto, meio cabisbaixa.

Dois meses depois. Caroline POV

Ontem fez dois meses que Elena perdeu o bebê, e assim que ela recebeu alta do hospital, só sabe ficar trancada no quarto. E sempre que dá meia noite em ponto, a escuto chorar, abraçada a sua barriga. E isso está me deixando totalmente desesperada, porque o médico disse que isso pode ser indício de uma depressão já que um dos sintomas é culpa. Damon sempre vem visita-la, tenta convencê-la a sair um pouco daquele quarto sombrio, e ela sempre recusa. A única coisa que ela faz é: Trabalho, quarto, trabalho, quarto. E para todos que estão perguntando, ela conseguiu o cargo de colunista da NY Times, mas desistiu, e agora continua trabalhando com secretária do Damon. Perdeu o animo para tudo depois do acontecimento, e eu não a julgo. Até a entendo.

Mas ela estava começando se drogar, o que não era nada bom, e estava me deixando muito irritada. Semana passada, encontrei um saquinho de cocaína perto da sua cama, e tratei logo de jogar no lixo, e fingir que não tinha acontecido nada para não gerar polêmicas ou brigas. Uma merda mesmo. E agora também está tendo suas crises de ansiedade, e também um dia, a vi tentando se matar. – Outro sintoma da DPA – Acho que se eu não tivesse chegado em casa naquele momento, ela poderia estar morta. E eu não imagino como estaria sem a minha morena.

– Elena, por favor, sai desse quarto. Hoje é o dia da minha consulta para saber o sexo, você sabe que o Klaus está em Nova Orleans, e não vai poder ir nessa consulta... Então, vem comigo, por favor.

– Me deixa Caroline. - ela disse enfiando a cara no travesseiro. Abro a cortina do seu quarto, deixando o sol entrar, e vejo-a resmungar alguma coisa. - Porra, Caroline.

– Não vem por bem, vem por mal. - dou um sorriso sarcástico. - Você tem uma hora e meia pra ficar pronta.

– E quem disse que eu vou? - ela me encarou com os olhos inchados de tanto chorar de madrugada.

– Eu mesma. - dou uma volta, mostrando o novo vestido que eu comprei, ela apenas revirou os olhos, e voltou a colocar o travesseiro na cara.

– Já disse que não vou ir nessa merda de consulta. - Elena falou com bastante raiva. - Eu não quero saber de nenhum bebê, nem nada...

Outro sintoma: Interrupção dos laços de afeto com crianças. E isso estava começando a me deixar cada mais preocupada.

– Cansei.

Peguei meu celular, e liguei para a única pessoa que poderia me ajudar a tirá-la dali. Ele demorou alguns minutos para atender.

Em posso ajudá-la? - ele falou com a voz meio enrolada. Estava dando para se ouvir música eletrônica no fundo. Ótimo... Oito horas da manhã, e Damon estava bêbado.

– Preciso da sua ajuda. Mas primeiro, preciso que você largue a garrafa de vodca que você está segurando, por favor.

Damon guardava muitas coisas para si, então tudo o que aconteceu, nesses últimos meses fez com que ele descontasse na bebida. Katherine estava morta e dessa vez de verdade, Elena tinha perdido um filho, no qual ele era o pai, descobriu que seu irmão transou com a ex mulher, e outras coisas a mais.

E quem disse que eu to bebendo vodca?

– Sei que está puto com Stefan, com a vida, mas por favor... Você prometeu para Elena que ia parar de beber, e isso não está na parte do combinado.

– Tudo bem. - ele suspirou pesadamente. - Te amo, Care... Cuida dela enquanto eu chego aí.

– Também te amo, babaca. - dou um sorriso vitorioso. - Acorda, seu namorado está vindo pra cá, e você não vai querer atender a porta assim, certo?

– Se ele realmente me ama como tanto diz, ele vai aceitar a minha roupa... E cá entre nós, não está tão ruim assim, Caroline.

– Você está parecendo uma mendiga, que dormiu debaixo da ponte, ou passou ferro nesse cabelo, Elena. - falo totalmente desesperada.

– Obrigada pela parte que me toca, amiga. - disse debochada. E abriu uma embalagem de biscoito, sem nem ao menos se dar o luxo de pentear seu cabelo para deixá-lo apresentável... Aquilo estava começando a me dar agonia.

– Deve estar adorando não é? - perguntei, me controlando para não pegar a chapinha e passar em seu cabelo.

– Muito. - ela sorriu, e nesse exato momento, a campainha tocou. E ela revirou os olhos, se levantando da cama, e saiu correndo. Fui atrás com um pouco mais de dificuldade por causa da minha barriga de cinco meses. - Ah é você.

Ela parou de sorrir, ficando séria, enquanto Damon a encarava meio assustado. Também... Elena parecia realmente uma mendiga. Não era para menos sua reação.

– O que houve aqui? Passou um furacão no seu cabelo? - ele perguntou, se sentando no sofá. Minha morena riu, e negou com a cabeça.

– Desde que perdi meu filho, estou assim, querido... E você saberia se não ficasse horas e mais horas naquele maldito bar bebendo, tentando apagar todos os sentimentos ruins. E adivinha? Não tem como. - ela gritou, ameaçando chorar de novo. - Acha que eu já não tentei?

– Lena, eu...

– Lena, é o caralho, tá? Desde que meu filho você não dá mais atenção para mim... Acho que só ficou comigo para transar. Eu me enganei, pensava que você era diferente de Matt Donovan. Mas vocês são iguais. Só querem saber de sexo.

– Seu filho? Fez com o dedo, né? Pelo que eu saiba, eu que enfiei a porra do meu pinto em você, Elena. Acha que eu não estou sofrendo? Eu perdi meus pais, minha mulher, e agora nosso filho que eu nem sabia que existia. - ele cuspiu as palavras totalmente descontrolado.

– Eu descobri que eu sou adotada, meu namorado disse que eu era apenas mais uma na lista de ficantes dele, e não é por isso que fico me embebedando por aí... - ela falou. A encarei em reprovação, e fui até o Damon, tentando acalmá-lo, Elena bateu o pé e voltou para o quarto.

– Damon... Calma. - ele apenas respirou fundo, e deu um de seus melhores sorrisos dizendo estar tudo bem. Mas eu sabia que era mentira.

– Como está o bebê? - ele falou, depois de alguns minutos, calmo.

– Bem. - Damon encarava minha barriga sorrindo, então apenas peguei uma de suas mãos trêmulas, e a botei sob ela.

– Sinto falta disso. Lembro quando Katherine estava grávida, eu fui feliz por um momento na minha vida. - ele sorriu, acariciando-a, e depois deu um beijo demorado ali.

– Já que Elena não quer ir na consulta comigo, quer ir? - pergunto, suspirando. Precisava de alguém para me acompanhar, nem que fosse um mendigo.

– Claro. Vai ser ótimo reviver essa época novamente.

[...]

Chegamos no hospital em menos de vinte minutos. Esperamos minha médica chamar meu nome, e assim que chamou, fomos para a sala de consulta. Damon até segurou minha mão com um sorriso, tentando transmitir calma. O que me fez sorrir.

– Ansiosos? - ela perguntou sorrindo, então pegou o gel, e passou na minha barriga. - Então, mamãe, você prefere uma Barbie ou um Ken?

– Se tiver saúde é o que importa. - respondi, ainda segurando a mão do meu amigo que sorria abobalhado com a imagem do meu bebê, enquanto filmava para depois mostrar para Klaus.

– E você, papai?

– Não sou papai, apenas o amigo do namorado que infelizmente não pode vim hoje para a consulta.

– Oh, desculpe... - ela corou um pouco, e prosseguiu. - Então, parabéns, mamãe que você terá um belo menininho.


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Notas finais do capítulo

Capítulo mais longo da história do OIDMC, mas... Espero que tenham gostado. ♥
Xoxoxx