Inverno é uma das minhas estações preferidas do ano, quando eu namorava com Matt, passávamos a tarde comendo besteiras e assistindo filmes bem melosos. Agora que estou solteira, faço a mesma coisa só que na companhia de Caroline e Klaus, sim eles estão ficando. É tipo um relacionamento sem compromisso, tipo naquele filme da Natalie Portman e Ashton Kutcher.

– Sei que é hoje é sexta, mas mesmo assim precisamos trabalhar... E Damon me ligou falando que precisamos chegar mais cedo. - falou Caroline sorrindo, enquanto escolhia uma roupa em seu closet.

– Argh... Eu nunca pensei que pudesse odiar alguém como o odeio. - levanto da cama emburrada. - E ainda pensar que vou ter que aturá-lo de noite na festa da filha dele.

– É April, quando você vai aprender o nome dela? - falou me corrigindo. Revirei meus olhos, estou pouco me fudendo para o nome da garota, deve ser uma idiota que nem o pai... A única coisa que sei é que perdeu a mãe quando tinha três anos e o nome que sempre esqueço.

Calça legguin, camisa vermelha com mangas curtas de renda, bota marrom e um sobretudo da mesma cor, eu estava pronta. Quer dizer, quase. Faltou minha touca preta que possuo desde os dezesseis anos, umas únicas lembranças vivas de meu pai.

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– Você está linda. - falou, comendo uma banana.

Ela estava linda, uma camisa jeans com um nó no centro, uma saia creme comprida e um salto alto azul combinando com sua unha, se ela não quisesse seguir o ramo de jornalista daria uma bela de estilista.

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– Só uma coisa, você vai andar de salto agulha no frio? - arqueio a sobrancelha, ela ri e assente. - Doida, depois quebra a cara e não sabe porque.

Estávamos no meio do caminho quando o celular de Caroline começou a tocar música da Beyoncé, como o sinal estava fechada, a loira atendeu.

– Oi Dam, tudo bem? - Rolo os olhos quando vejo que ela estava falando com o babaca do Salvatore. -Já estamos quase chegando, não se preocupa... E sim, eu e a Elena vamos no shopping com você depois pra comprar o presente da April.

– O que? - falo com raiva. - Desde que quando falei que ia junto com vocês dois em um shopping pra comprar presente para a mimada da filha dele?

– Ela está dizendo que adorou a ideia. - me fuzilou com o olhar enquanto me via bufar alto. - Beijo, tchau.

– Que porra é essa de "eu e a Elena vamos com você no shopping"? Me explica isso, Caroline Forbes.

– Ele não sabe o que dar pra April de presente de aniversário, e precisa de opinião feminina... E deixe-me lembrar que sua mulher morreu quatorze anos atrás, quase quinze, então me pediu ajuda. Ele não sabe nem fazer comida direito, Elena Gilbert. - disse com bastante raiva.

– Mas...

– Não me interrompe. Continuando, nunca quis saber de outra mulher depois dela, por isso você tem que acordar as três horas da manhã e buscá-lo em um bar qualquer completamente bêbado. Ele afoga as mágoas em bebida, até a April fazer sete anos, Damon entrou em uma profunda depressão que ninguém foi capaz de animá-lo por um segundo sequer. Seus pais morreram quando ele tinha dez anos em um incêndio, ele estava voltando da escola com o Stefan que na época tinha pelo menos cinco anos, foram para um lar adotivo e ficaram até o Damon completar dezoito, como ele era maior levou o irmão junto, herdaram a monstruosa fortuna dos pais, e foi aí que ele conheceu a mulher dele. - suspirou pesadamente. - Espero que saiba que falei tudo isso pro seu bem, Elena...

Fiquei calada até chegarmos na empresa, era muita informação para processar. Subi no elevador junto Caroline, Klaus e Noah ainda calada, eu e Noah encarávamos o casal apaixonados com um pouco de constrangimento já que eles se comiam com um simples olhar.

– Bom dia. - falou Gwen, a secretária de Finn Mikaelson, sim o irmão de Klaus. Só que mais simpático, gentil, só que muito na dele.

– Bom dia Gwen. - falo com um sorriso tímido no rosto. Caroline e Klaus já tinham sumido do meu campo de visão, com certeza já estão se comendo no escritório.

Abri a porta de Salvatore, e o encontrei com o notebook aberto verificando alguns arquivos, papéis espalhados pela mesa e uma garrafa de uísque pela metade. Não entendo como ele consegue já beber álcool as sete e quarenta da manhã.

– Bom dia. - digo, mas ele não responde, permanece com o olhar no notebook. - Senhor Salvatore... O senhor tem uma reunião hoje as dez.

– Tudo bem. - fala com a voz baixa. Acho estranho, mas resolvo ignorar. - Senhorita Gilbert, sei que não nos damos bem, mas pode me dar um abraço?

O encaro surpresa, mas resolvo dar. Afinal, que mal tem isso, não é mesmo? Ele se levanta da cadeira, e me abraça apertado, não sei o que foi isso, mas quando Damon me tocou senti um corrente elétrica passando por mim. Tentava me soltar, mas algo me impedia, era uma "magia" super poderosa já que meu cérebro mandava soltar e meu corpo não reagia.

– Obrigado. - o ouvi murmurar, soltando-se do abraço. E voltou a ser o velho e chato Salvatore que pensei que não voltaria tão cedo. - Preciso que envie os relatórios 236 e 237 para o e-mail da Garhwon Company.

– Pode deixar, senhor Salvatore...

Antes de sair da sala não pude deixar de reparar que havia várias fotos dele com uma garotinha, ele era bem novo nas fotos então deduzi ser a April. Definitivamente, ela puxou muito do Damon, ou pelas fotos parecem.

Enquanto eu fazia meu trabalho, a porta do elevador se abriu, e vi uma garota de belos cabelos pretos com algumas mexas rosas escuras se aproximar de mim. Ela estava chorando?

– Eu quero falar com o meu pai. - falou. Apesar de usar óculos, pude reparar que seus olhos eram tão azuis quanto o de Caroline ou de Salvatore juntos.

Ela estava com uma camisa de manga comprida escrita "Love is in the air" com uma calça preta rasgada e um simples all star vermelho.

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– Quem é seu pai? - pergunto confusa. A porta do escritório de Salvatore se abre, e ela abraça Damon.

– O que foi, meu amor? - perguntou afagando os cabelos da menina. - Fala com o papai... Estou aqui.

P-Papai? Essa é a April? Meu deus, como ela é parecida com o Salvatore. Pele branca, olhos azuis, e cabelo negro... Não sei como era a mulher dele mas puta que pariu se parece pra caralho.

– Nathalie ficou me xingando, e o Adam não fez nem menção de me defender... Ela jogou na minha cara que os dois estavam transando a meses. - abraçou Damon chorando.

– Primeiro, eu falei para você que o Adam não era uma das melhores pessoas pra namorar, mas não estou bravo. E segundo, ele não te merece. Terceira, essa noite ele terá uma surpresinha lhe aguardando. - deu um sorriso malvado.

– Mas eu ainda o amo. - enxugando as lágrimas, borrando toda sua maquiagem.

– Vai vim os outros rapazes mais bonitos. Você lembra do caso do tio Stefan? Só pela vigésima namorada que ele conheceu a tia Lexi, mas ele nunca desistiu de encontrar o amor verdadeiro.

Sei que é feio ouvir a conversa dos outros, mas nunca poderia imaginar que essas frases saíram da boca - sexy, e que dá vontade de beijar - Como é que é sub? Bem, deixa pra lá... Continuando..da boca do Damon. Nunca pensei que ele pudesse ter um lado legal debaixo daquela seriedade talvez existe alguém pedindo ajuda. Assim como Caroline disse... Será que devo rever meus conceitos dele? NÃO! Claro que não... Ele continua sendo o babaca no fim das contas, e também prometi nunca mais me apaixonar depois de Matthew.