Encarava o papel do exame com lágrimas nos olhos, não acreditando no que eu estava vendo. Isso não podia estar acontecendo comigo, eu, Caroline Forbes grávida de Niklaus Mikaelson. Minha relação com Klaus era somente sexo, e esse filho poderia atrapalhar, estava mais com o medo da reação dele do que criar um bebê em si. Se ele pedisse pra abortar, eu não pensaria duas vezes, e terminava, afinal é meu filho... Um fruto meu e de Niklaus, o homem que eu amo, tudo bem que assim que concordamos ter relação sem compromisso falamos que não iriamos nos apaixonar, mas é praticamente impossível com aquele sotaque britânico e os olhos azuis esverdeados. Pego as chaves do meu carro em cima do balcão da cozinha, era agora ou nunca que contaria para Klaus. Sua casa não era muito longe, era uma bela caminhada, demorava pelo menos trinta ou quarenta minutos, mas eu não me importava... Queria falar toda a verdade, caso ele goste ou não. Sua casa era linda, parecia daqueles de filme de pessoas ricas. Mas ele é rico, Caroline! Tá, que seja, você me entendeu. Toco a campainha, e uma moça baixinha, morena com olhos verdes atende, deduzo ser a senhorita Carmen, a governanta da enorme casa dos Mikaelson. A mulher que cuidou deles depois que Esther, a mãe deles, fugiu do país.

– Senhorita Forbes, prazer em vê-la. O senhor Mikaelson está em seu quarto, acho que ele iria visitá-la. - ela sorriu docemente, dando espaço para eu entrar.

Agradeço, e subo as escadas, a porta estava meio que aberta e o vejo ajeitando a gola de sua camisa social. Ele estava lindo, como sempre. Como é que esse homem pode ser solteiro, meu deus. Fico o encarando por alguns minutos que nem percebo que ele me olha.

– Carol, como você está? O que lhe trouxe a minha residência? - falou, sentando na cama, e indicou para sentar-me ao seu lado.

É engraçado quantos apelidos eu tenho: Car, Carol, Care, loira, Barbie. Sendo que o apelido "Care", Damon e April são os únicos que podem usar, é tipo um apelido só deles.

– Eu preciso te contar uma coisa, espero que isso não afete nada em nossa relação. - suspiro, enquanto ele acaricia minha mão, me deixando mais nervosa.

– Pode contar o que quiser, mas saiba que eu sempre vou te apoiar, Carol...

Dou um sorriso, me sentindo mais confortável, afinal, ele sempre vai me apoiar não é mesmo? Suspiro novamente, é agora ou nunca.

– Algumas semanas atrás eu não estava me sentindo muito bem, só nessa semana que eu estou melhor. Hoje de manhã, eu fui ao médico, ele fez alguns exames em mim, e descobriu que eu estou... Hmm... Grávida.

Ele arregalou os olhos, abria e depois fechava a boca. Ficou assim por alguns minutos, comecei a chorar. Isso não podia estar acontecendo comigo, não mesmo.

– Eu... Eu vou assumir esse bebê, porque eu também fui responsável por isso. Assumirei meus atos, e prometo que tentarei ser um bom pai. - ele sorriu torto, passando suas mãos geladas em minha barriga ainda lisa.

Aquilo foi como um alívio pra mim... Não sei se foi o hormônio ou eu mesma, mas quando abri os olhos, eu estava o beijando. E não foi aquele beijo que sempre demos, ali tinha um pouco de paixão, ou eu estou ficando maluca? Ele ia tirando minha blusa, mas eu recuei.

– Não é que eu não esteja gostando, mas o médico disse que devemos ir com cuidado no sexo. Nas primeiras semanas não é legal, pode machucar o bebê.

– Então, já que não podemos transar, quer ir tomar sorvete? - ele sorriu, dando um selinho em mim. E eu assenti animada.

Ele pegou as chaves do meu carro, mesmo eu ter insistido de que podia dirigir, Klaus disse que podia machucar o nosso filho. Achei tão fofa a parte do nosso filho que quase chorei. Malditos hormônios!

– Um sorvete de chocolate e morango, por favor. - pediu pra o vendedor que sorriu, nos entregando o sorvete.

– Vocês fazem um belo casal, sabiam? - perguntou, enquanto entregava o troco. Coro com seu comentário, como explicar que não namoramos e sim transamos sem compromisso?

– Obrigado... Namoramos há quatro anos. - Klaus falou, colocando o braço em minha cintura. - E futuramente, penso em pedi-la em casamento.

Ele sussurrou pro vendedor que riu, mas eu acabei escutando. Sinto meu rosto ruborizar ainda mais... O efeito que ele tem sobre mim é inacreditável.

– Vamos, querida?

– Sim, obrigada pelo sorvete, e tenha um bom dia senhor. - dou um sorriso tímido, enquanto me sentava em um dos bancos do Central Park. - A vista é linda, não?

– Carol, eu sei que prometemos que não iriamos no apaixonar, que nosso relacionamento era só sexo e... - olhou pro lado, e viu uma mãe tampar os ouvidos de um garotinho horrorizada. Ele riu, enquanto eu corava ainda mais, devo estar um pimentão. - Mas, eu acabei me apaixonando por você... Então, ér... Deus, eu sou muito ruim pra fazer esse tipo de coisa. Mas, Caroline Forbes, quer namorar comigo?

– Claro que sim, Niklaus Mikaelson.

Ele sorriu de uma maneira tão linda que eu não pude resistir, então lhe dou um selinho.

– Então, você vai pra Mystic Falls daqui a duas semanas não é? - parou de sorrir, abaixando a cabeça.

– Bem, acho que não se importam se eu levar você, afinal, Bonnie está louca pra conhecê-lo. Só espero que ela não fale nenhuma merda.

– Por mim, ela pode falar... Afinal, quero saber tudo sobre você, minha linda.

Ele se aproxima pra me beijar, porém meu celular começa a tocar, assim que vejo que é Damon, resolvo atender. Klaus bufa, pois ele odeia ser interrompido mesmo que seja seu melhor amigo.

– Bom dia Dam.

– Está tão animada por que? Enfim, estou ligando para falar que na terça, teremos uma reunião super importante com a Garhwon Company. E preciso de todos os funcionários na empresa as sete em ponto. Como você mora com a senhorita Gilbert, tem como avisá-la? Tentei ligar pro seu celular só que diz que está desligado.

– Senhorita Gilbert? Sério que vão ficar assim depois daquele episódio da piscina?

– Responde minha pergunta, por favor. Depois falamos sobre isso, Care.

– Sim, eu aviso... E pode deixar que vamos chegar mais cedo, acho que por volta das seis e meia estamos aí.

– E mais uma coisa, qual é a flor favorita da senhorita Gilbert? - perguntou curioso.

– Lírios, ela ama lírios.

– Obrigado Care, estou te devendo uma.

Encerramos a ligação, e vejo que Klaus conversava com alguém no celular. Ele estava dando conselhos amorosos, então deduzi ser Rebekah, a irmã mais nova. Não tão nova, ela é mais velha que você, nós, dane-se. Espero ele encerrar a ligação pra me despedir, assim que ele desliga, eu o faço. Chego em casa, e vejo que não tem ninguém. Tomo um banho quente, e visto meu pijama, resolvendo ver Padrinhos Mágicos - O filme enquanto Elena não chega.