Abrindo os Olhos de Mário Calderón escrita por Wanda Filocreao


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal, estou postando o capitulo 7 da fanfic, espero que gostem e se possível comentem.



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Assim que seu Alfredo para o carro, Mario lhe estende o dinheiro para pagar a corrida e o agradece:

– Obrigado seu Alfredo. Até qualquer dia destes.

O velho senhor pega o dinheiro e lhe diz:

–Espera um pouco meu amigo, que vou lhe dar o seu troco.

Mario desce do carro, fecha a porta e indo até a janela da frente onde se encontra o velho senhor se abaixa e lhe fala:

– Está tudo certo seu Alfredo, não precisa me dar troco algum. Boa noite meu amigo até qualquer dia destes.

Seu Alfredo fica feliz e retribui ao cumprimento:

– Obrigado seu Mario tenha uma boa noite. E lembre-se quando precisar é só me ligar.

Mario acena para o taxista.

Assim seu Alfredo parte, Mario observa a entrada da empresa por onde trabalhou por vários anos.

Vários pensamentos surgem em sua mente.

“Ali fui tão feliz! Pois tinha um amigo e muitos companheiros de trabalho.”

Na Ecomoda passou por vários tipos de emoções: alegria, tristeza, raiva e desapontamento. Ali praticamente foi sua vida. Vida esta agora interrompida bruscamente.

Ele não se conformava!

Mario olha para a porta de entrada e para os lados e não vê ninguém.

Nem mesmo Wison, o segurança da empresa.

Olha o relógio no pulso.

“Já são 18h30 daqui a pouco todos os funcionários estarão saindo e eu não quero me encontrar com ninguém. Preciso me apressar e achar o Wilson. Onde será que anda aquele inútil? Quando a gente precisa dele ele some.”

Pensando nisso Mario dá a volta e entra pelo portão da garagem.

“O Wilson deve estar lá para abrir e fechar o portão.”- reflete.

Assim que desce a rampa da garagem, Mario ainda não vê o segurança, sendo assim vai até onde está o seu automóvel, abre a porta e entra nele, não abre os vidros apenas liga o ar condicionado. Os vidros de seu automóvel tem uma película protetora escura, portanto não daria para ninguém vê-lo ali. Fica observando tudo e todos a sua volta só não vê o segurança.

“Vou ficar aqui escondido até todos saírem. Só depois falarei com o Wilson.”- pensa decidido.

De repente não acredita no que vê.

“Armando Mendoza e Beatriz Pinzon Solano descem do elevador e estão de mãos dadas! Andando pela garagem sobre a vista de todos! Como dois namorados! Acho que estou vendo coisas!- pensa esfregando os olhos com as mãos- Mas não! Olha lá as meninas do quartel em peso acompanhando os dois pombinhos e mais atrás o seu Hermes e o tal de Nicolas Mora.” – Mario pensa que está ficando louco, sem acreditar no que está vendo, com seus próprios olhos!

“Será que o chocolate que eu comi está me fazendo ver coisas? Ou será que a dona Edite pôs alguma bebida no cafezinho?”

Mario se agacha o mais que pode em seu carro, mas por nada deste mundo quer perder o que está vendo, nenhum detalhe pode fugir de sua mente bisbilhoteira.

Observa as garotas do quartel todas alegres se despedindo do casalzinho, seu Hermes entrando no carro azul da Betty e Nicolas no seu cadilac, ex- da Patricia. Todos partem felizes e contentes. Só ficam Betty e Armando se beijando em plena garagem!

“O que é isso meu Deus? O que está acontecendo aqui?”

“Sorte que o carro do Armando está mais afastado e eu posso ficar vendo aqueles dois sem que eles me vejam. - pensa ele não se conformando com tamanho disparate - Mas sim senhor! Que patife está me saindo o meu ex- amigo, ex-sócio e ex- companheiro de noitadas. Como é que pode!”– reflete Mario enquanto espia os longos beijos de amor do casal. De repente quase tem um enfarte ao ouvir uma voz conhecida, bem do seu lado.

– Boa Noite doutor Mario! O que faz aí escondido dentro do seu carro? – lhe pergunta Wilson ingenuamente.

– Cala a boca seu desgraçado! – fala Mario em tom baixo, mas firme para que Wilson perceba que está bravo com ele. Mario abre um pouco o vidro de seu carro para que ele veja a sua cara de desagrado por ter sido descoberto. Tem ímpetos de estrangular o segurança da Ecomoda.

Wilson fica com cara de paisagem sem entender nada, mas obedece e fica calado.

De repente se escuta aquela voz forte de Armando Mendoza:

– Wilson o que você está fazendo aí perto do carro do doutor Mario?

Mario fica congelado e diz baixinho para o segurança:

– Wilson ele não pode de jeito nenhum saber que eu estou aqui, entendeu?

Wilson meio sem graça lhe balança a cabeça afirmativamente e lhe diz também baixinho:

– Tudo bem doutor Mario, pode deixar comigo.

E se dirige até onde está Armando e Betty e os cumprimenta. Esta meio sem jeito, pois mentir não era o seu forte.

– Boa noite doutora Pinzon e doutor Armando. Pois não, senhor queria falar comigo?

_- Não, seu imbecil, eu queria falar com o Papa, você o viu aqui na garagem da Ecomoda?

Betty coloca a mão nos lábios segurando o riso e Wilson começa a gaguejar.

–Nã..não.. dou....

Armando se irrita como sempre com o jeito desligado dele e lhe pergunta diretamente:

– Wilson por que o carro do doutor Mario ainda está aqui na garagem da Ecomoda?

Mario escondido no carro escuta a pergunta e sente- se congelar novamente.

“Será que este incompetente dará conta do recado? Ou me colocará em maus lençóis?”- pensa aflito.

– Ah! Seu Armando o carro dele está aqui desde ontem, pois o pneu estava murcho e o doutor Mario o deixou aqui para que o borracheiro o consertasse e trocasse o pneu, pois parece que já estava usando o estepe e este é que estava murcho. - fala o atrapalhado porteiro da Ecomoda.

– Nossa! Mas isso foi ontem! Por que ele ainda não veio buscar o carro? – questiona Armando.

– Eu... eu não sei, doutor. - Wilson fala hesitante, olhando de rabo de olho para o carro com o Mario dentro.

Armando Mendoza coça o queixo e dá de ombros.

– Tudo bem. Mas não me esqueça de me avisar se o vir por aqui rondando a empresa.

– Está bem, doutor Armando.

– Até amanhã Wilson.

– Até amanhã seu Armando. Até amanhã doutora Pinzon. - fala Wilson olhando para Betty.

– Até amanhã e boa noite Wilson. – fala Betty educadamente ao porteiro.

Por fim Armando abre a porta de seu carro todo cavalheiro para que Betty entre e dá mais uns daqueles beijos de cinema enquanto ela ainda está em pé do lado de fora do carro.

Ela fica vermelha e diz envergonhada ao seu querido doutor:

–Doutor, o Wilson está aí. – diz soltando uma de suas famosas risadas.

Armando a olha feliz e pensa:

“Cheguei a pensar que jamais veria a risada da minha Betty novamente, graças a Deus posso ouvi-la e ter essa mulher maravilhosa ao meu lado.”

Armando segura as mãos dela e as beija apaixonadamente, e depois fala carinhosamente ao ouvido:

– Não se envergonhe, minha princesa. O mundo vai saber o quanto eu te amo e o quanto eu te quero. Fica tranquila, meu amor.

E a beija novamente, para provar que o que disse era verdade.

Betty sente as pernas tremerem, abraça-o com carinho e corresponde ao beijo, com a mesma intensidade e com o mesmo ardor dele.

Para ela esse novo Armando tão ardoroso e apaixonado é o Armando com quem sonhava por várias e várias noite, e não queria perdê-lo por nada neste mundo. Os dois já haviam sofrido bastante e agora era hora de usufruirem deste amor.

Enquanto isso Wilson já está abrindo o portão para que eles saiam.

Betty entra no carro, Armando dá a volta e entra também. Sorrindo para a sua amada Betty dá a partida e os dois saem da garagem, felizes e contentes como dois adolescentes apaixonados. Sentindo que depois de tantos sofrimentos tinham pela frente um futuro lindo e feliz.

Assim que o carro sai da garagem, Mario sai do seu esconderijo secreto, ou seja, do seu próprio automóvel.

Suas pernas estão bambas de tanto se espremer no veículo para espiar o que acontecia na garagem.

– Wilson venha aqui! – pede ele impaciente.

– O segurança fecha o portão imediatamente e vem correndo até onde ele está.

– O que está acontecendo aqui. Você pode me explicar? Armando e Betty juntos? – pergunta-lhe sem rodeios.

– Ah, é que hoje aqui na empresa teve um reboliço que eu nem te conto, doutor. - fala Wilson mal se contendo, louco para despejar toda aquela novidade para ele.

– Pois vai me contar sim senhor. – diz Mario ansioso em saber tudo o que se passou na sua ausência. - Ou prefere que eu te estrangule aqui mesmo na garagem?

– Não doutor, pode ficar tranquilo que eu vou lhe contar tudo, tudo mesmo. – fala Wilson segurando o seu pescoço inconscientemente.

– Bem doutor Mario, logo de manhã o doutor Mendoza ficou sabendo que a doutora Pinzon havia pedido demissão e ele em seguida pediu também. – relata Wilson.

– Não acredito! Os dois pediram demissão? E quem ficaria como presidente, o seu Roberto? – pergunta Mario curioso.

– Não quem seria o novo presidente era o Daniel Valencia. Mas parece que ele ia vender tudo, liquidar a empresa. – continua o segurança.

– E depois? O que resolveram? – questiona Mario.

– Não sei direito, mas parece, segundo as meninas do quartel que a dona Marcela teve uma longa conversa com a doutora Pinzon e conseguiu com que ela fosse até a oficina conversar com o doutor Armando que já estava se despedindo dos funcionários.

– E ai? – pergunta Mario cada vez mais curioso.

– Bem, um ficou falando para o outro não desistir da empresa e eles acabaram se entendendo. A doutora Pinzon continua sendo a presidente da Ecomoda e o doutor Armando o vice- presidente.

– Inacreditável! Então eles se entenderam Wilson?

– Parece que até demais doutor Mario. O doutor Mendoza até disse na frente de todos os funcionários que amava a doutora Pinzon e ela disse que o amava também e eles se beijaram e tudo. – continua Wilson.

– Não creio! E eu perdi tudo isso! – fala Mario inconformado – E o seu Hermes ele aceitou?

– O doutor e a doutora conversaram com ele a portas fechadas e tudo se resolveu. Por isso é que eles estão tão felizes, parecendo dois pombinhos. Não dá gosto de ver seu Mario?

Mario olha bravo para o Wilson e esse se cala imediatamente.

“Dá gosto de ver. Onde já se viu?”

“Não acredito que é o mesmo Armando Mendoza que eu conheci por anos a fio. Ele jogou tudo para o alto! Por causa da Betty! Como é que pode? Parece que lhe fizeram uma lavagem cerebral! O que o amor faz com as pessoas! Por isso é que eu nunca vou me apaixonar! Nunca vou casar e ter uma família!”

Subitamente Mário tem a visão do quadro que tem povoado seus pensamentos nos últimos dias, Nanda e os gêmeos se abraçando.

Mario não sabe por que esta imagem está tão fixa em sua mente e se sente confuso, ao pensar com carinho nesta pequena família.

Então ele balança a cabeça tentando tirar de sua mente este quadro que está virando uma obsessão e entra em seu automóvel inconformado, refletindo em tudo o que ouviu da boca de segurança, e mais ainda

em tudo o que presenciou com seus próprios olhos. Liga o motor e sai a toda da garagem sem escutar o “boa noite” do segurança e sai cantando os pneus.

Wilson sem nada entender permanece observando-o até o carro sumir de suas vistas.

“Esse doutor Mario! É mesmo um homem muito estranho!”


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Notas finais do capítulo

Aguardem os próximos capítulos.