Abrindo os Olhos de Mário Calderón escrita por Wanda Filocreao


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal, estou postando mais um capítulo da fanfic. Espero que gostem e se possível comentem.



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Mario sente na pele que o ambiente fica mais descontraído e leve.

Parece que a risada de Nanda tão genuína, tão autêntica e tão cativante contagiou a tudo e a todos.

"Como é bom ver a Nanda rindo! É tão bom vê-la feliz! E no que depender de mim, vou fazer de tudo para conquistar a sua amizade, assim como tenho certeza já conquistei a dos seus irmãos. Siga em frente Mario Calderón, sua missão está quase completa!”- pensa Mario todo confiante se sentindo feliz e satisfeito em ter provocado aquela explosão de alegria.

– Meninos peguem a caixa, por favor. - pede ele ainda com um sorriso maroto nos lábios, evidenciando suas covinhas maravilhosas.

Os meninos correm para obedecer a sua ordem e alcançam a caixa sobre a cristaleira e cada qual segurando de um lado a trazem a Mario Calderón.

Para os meninos era um grande momento, pois iriam enfim matar a curiosidade.

Desde que Mario entrou na casa de dona Edite os gêmeos ficaram "namorando" com os olhos, aquela bonita caixa.

Mario pega a caixa que os gêmeos lhe trazem e de repente se lembra de algo importante e virando-se para a jovem pergunta preocupado:

– Fernanda você já almoçou?

Nanda pega de surpresa fica meio sem graça, primeiro por causa da gargalhada tão espontânea que não teve como evitar, e segundo pela preocupação dele com ela.

– Sim, seu Mario. Eu almocei no meu trabalho. Grata por perguntar.

– Pois bem - continua Mario observando os olhinhos ansiosos dos garotos e até de dona Edite, que não escondia a curiosidade em saber também o que continha aquele lindo pacote. - Quem vai abrir a caixa é a Nanda. – fala Mario de repente olhando para a jovem sentada ao lado de dona Edite.

Todos sorriem felizes olhando para ela, os meninos até batem palmas demonstrando que estavam de acordo.

Nanda fica surpresa. "Ela abrir a caixa? O que ele pretendia com isso? Será que quer comprar a minha amizade assim?"- pensa a jovem como sempre muito desconfiada.

Em todo caso, para não ser uma desmancha prazeres, aceita a tarefa e pega a caixa que Mario deposita em seu colo. Ao fazer isso os dedos de Mario tocam nas mãos dela, parece que uma corrente elétrica percorre todo o corpo de Nanda com aquele simples toque e ela rapidamente retira suas mãos de perto das dele.

Todo esse movimento foi muito sutil, só ele e ela perceberam e ficaram constrangidos.

Fernanda tenta se concentrar em sua missão e começa a manusear a caixa com todo cuidado.

Mario, assim como os demais fica observando-a atentamente.

Nanda vira a caixa de tudo quanto é lado, examinando-a evidenciando que o seu sentido do tato é mesmo muito bem apurado. Dedilhando seus dedos delicados consegue desfazer o belo laço de cetim azul, depois se detém nos enfeites de biscuit e consegue desgrudá-los do papel sem causar nenhum dano aos enfeites e muito menos aos dedos delicados. Vai colocando tudo nas mãos de dona Edite que sentada do seu lado observa esta sua tarefa com ansiedade.

Fernanda não quer rasgar o papel e delicadamente se detém na parte do papel colada com durex e vai desgrudando com paciência até tirá-lo por completo sem danificá-lo.

"Se fosse eu já teria rasgado todo esse papel e já estaria engolindo grande parte dos chocolates!"- pensa Mario, admirando a paciência e delicadeza da jovem.

Dona Edite apanha o lindo papel vermelho e o dobra com cuidado. Para ela aquele papel e aqueles enfeites de biscuit eram coisa fina, nunca tinha visto igual e queria guardá-los para mostrar ao seu marido.

Com a caixa já desembrulhada, um delicioso aroma de chocolate invade a pequena sala.

Os garotos se mantêm em pé, não conseguem ficar sentados, tão ansiosos e impacientes que estão pedem que a irmã seja mais rápida na missão de abrir a caixa.

– Abra logo Nanda! Não aguento de curiosidade em saber o que tem aí dentro. - diz Felipe.

– É verdade Nanda abra de uma vez!- reforça Fabio.

Até dona Edite uma inveterada fã de doces, o que não desmente sua silhueta um pouco avantajada pelas gorgurinhas, sente a boca salivar e não se aguentando pede à jovem:

– Nanda, por favor! Este cheirinho tão bom já está me dando água na boca! Abra essa caixa logo minha filha!

Nanda sorri fazendo suspense propositadamente.

Mario se surpreende com o bom humor da jovem e acha toda aquela situação curiosa e inusitada.

Não imaginava que Nanda fosse brincalhona. Gostou daquele suspense provocado pela jovem, gostou também do seu jeito brincalhão com os irmãos e com a vizinha.

Se tivesse uma câmera à mão gostaria de registrar aquele momento para sempre.

“Admiro uma pessoa assim – reflete Mario – tem todos os motivos para ficar triste e se isolar do mundo, e está aí alegre, cativando a todos com o seu jeitinho meigo e brincalhão. Eu mesmo, se estivesse no lugar de Nanda acho que estaria em depressão e isolado de tudo e de todos, teria me entregado.”

Mario continua olhando para a jovem admirando-a ainda mais. “Nanda foi de um extremo a outro, como dizem foi do luto à luta. Ela é mesmo uma pessoa especial, como poucas.”- pensa ele encantando-se cada vez mais pela sua força de vontade e garra.

Por fim a missão de Fernanda termina e ao abrir a tampa da caixa todos se deparam com aquela maravilha: chocolates de tudo quanto é tamanho, formato e cor. Todos embrulhados em papéis alegres e coloridos.

– Seu Mario que coisa mais linda e apetitosa! – diz dona Edite, já lambendo os beiços, antevendo o gosto daquelas gostosuras.

– Eu quero um! – grita Felipe.

– Eu também quero! – completa Fabio.

– Calma, meninos! Há chocolates para todos! – fala Mario gostando de ver alegria e o entusiasmo deles.

Mario observa a reação de Nanda e repara que ela também está encantada, percebeu isso ao ver um leve sorriso que saia de seus lindos lábios rosados, enquanto manuseava os chocolates com delicadeza.

– Muito obrigada seu Mario. – fala Fernanda inesperadamente e ainda acrescenta - Meninos como se diz?

– Muito obrigado seu Mario- fala Felipe todo feliz.

– Obrigado seu Mario. Como descobriu que a gente gosta de chocolates? – pergunta Fabio ingenuamente.

Mario não se contém e solta uma gostosa gargalhada:

– Não sei não Fabio! Um passarinho deve ter me contado. – fala não conseguindo segurar a risada.

Todos riem do que o garoto falou e ainda mais da resposta de Mario.

– Eu também lhe agradeço. Nossa seu Mario! Aqui tem chocolates para um batalhão inteiro! – fala dona Edite admirada.

– Então vamos estabelecer o seguinte- fala Nanda, preocupada com a gulodice dos irmãos - Cada um pega um e assim será, um chocolate por dia, senão meninos vocês terão dor de barriga.

Eles obedecem prontamente. E a caixa se enche de mãozinhas ávidas por pegar o chocolate que achavam seria o mais gostoso, até dona Edite, não resistindo, pediu licença e foi enfiando sua mão gordinha na caixa de onde retirou um chocolate bem grandão.

Nanda educada, antes de pegar um para si, oferece primeiro ao Mario.

– Pegue seu Mario, por favor.

– Não obrigado. Eu trouxe pra vocês. – fala meio sem jeito.

– Pega seu Mario! Falam os dois garotos ao mesmo tempo já mostrando as bocas lambuzadas com o delicioso doce.

– Está uma delíchia! – Fabio tenta falar se atrapalhando com a boca cheia.

– Está bem, já que vocês insistem. - diz ele.

Mario sem alternativa pega um "menorzinho", pois quer que sobre muito para todos.

Somente depois é que Nanda pega um e saboreia vagarosamente, sentindo o delicioso sabor da guloseima.

Sendo observada por Mario, que fica atento a tudo, quer ver como ela tira o papel e saboreia o doce.

Depois que todos comeram um chocolate cada um, como Nanda havia sugerido, os meninos ficaram na sala conversando com Mario e Nanda e dona Edite se dirigiram a cozinha com a louça suja para lavá-las e colocar tudo em ordem.

Foi uma tarde gostosa e agradável.

Mario gostava cada vez mais daqueles meninos.

Eles lhe contaram o que tinha acontecido na escola, o que a professora ensinou de novo e até o que levaram de lanche.

Eram muito falantes e espertos. Tinham uma simpatia nata desta que a gente fica encantado logo que conhece.

Depois que dona Edite serviu o cafezinho, Mario agradeceu e se despediu de todos alegando que tinha um compromisso.

– Você vai voltar amanhã seu Mario?– perguntou-lhe Felipe.

– Volta seu Mario! –reforça Fabio.

Nanda fica incomodada com o pedido dos irmãos e fala:

– Meninos, o seu Mario tem os compromissos dele, não pode ficar vindo aqui todos os dias, entendam isso.

– Felipe e Fabio ficam desapontados, mas esperavam uma resposta vinda dos lábios do amigo.

Mario olhou aqueles rostinhos ansiosos querendo que a resposta fosse afirmativa, mas tinha mesmo muita coisa a resolver e ao mesmo tempo não queria desagradá-los e se saiu com a seguinte resposta:

– Meninos amanhã é sexta-feira eu não posso, mas – e olhando do lado percebeu que Nanda conversava com a dona Edite então abaixou a voz só para que eles escutassem – prometo que no sábado irei ver a apresentação da Nanda.

Os gêmeos já iam gritar de alegria, mas Mario colocou o indicador nos lábios, para que eles ficassem em silencio, os dois entenderam de imediato a sua mensagem e só sorriram para ele.

“Por isso é que gosto tanto destes pirralhos, são tão inteligentes e perspicazes!” – pensa Mario.

Os gêmeos abraçam Mario com vontade, não conseguindo segurar a felicidade que sentiam, pois iam ver o amigo no sábado. E ele sem saber por que fica enternecido com tanto carinho.

Mas bem lá no fundo do seu coração ele sabia o porquê dele se sentir assim tão comovido, era algo que ele queria esconder de todos até dele mesmo.

Nanda agradece mais uma vez pelos chocolates.

– Obrigada seu Mario. Não sabe como foi importante para eles.

“E para você? Foi importante?” – Mario fica tentado a perguntar, mas fica calado e simplesmente aperta a mão que a jovem lhe estende.

Novamente aquela corrente elétrica percorre o corpo da jovem e tenta tirar a mão rapidamente, mas Mario a detém mais um pouco olhando o acanhamento dela.

Surpresa Nanda sente o toque cálido, mas firme da mão de Mario junto a sua. E por sua vez Mario sente a doçura e delicadeza da mão da moça que fica constrangida. Logo ele, também um tanto sem jeito separa sua mão da dela.

– Não há o que agradecer, fiz de coração. - diz ele calmamente deixando a jovem sem palavras.

Por fim Fernanda, Felipe e Fabio despedem de dona Edite com um beijo. Ela fica observando-os até entrarem em sua casa.

Mario também os observa acenando para os gêmeos que os olham com um jeitinho sapeca daqueles que estavam combinados em algum plano.

Assim que eles entram Mario agradece muito a boa senhora pelo almoço:

–Obrigado dona Edite, pude comprovar que a senhora cozinha muito bem. - fala Mario lhe estendendo a mão.

Dona Edite fica toda encabulada e feliz, reforçando a sua opinião sobre aquele homem muito gentil e cavalheiro. Ela retribui ao cumprimento e lhe diz:

– Que nada seu Mario é uma comidinha tão simples, eu é que agradeço pelos chocolates e ainda mais pelo carinho que tem pelos meninos e pela Nanda, o senhor não sabe o bem que está fazendo.

Após a boa senhora entrar em sua casa também

Mario sai para a rua refletindo sobre o que acabou de escutar.

“Aquela pequena família era composta também por este casal tão simpático e bondoso dona Edite e seu Alfredo. Sabia que faziam o papel de pais e avós, de Nanda e dos pequenos. Era uma linda e forte amizade, muito mais do que se tivessem laços de sangue. Se eu tivesse tido pessoas assim tão queridas talvez não fosse esse homem solitário e no fundo infeliz.”

Mario se encontra tão absorto em seu pensamentos que se assusta ao ouvir uma buzina logo atrás dele.

Olha sobressaltado em direção àquele som e se dá conta de um corsa azul ano 2000 parado logo atrás dele e apertando os olhos vê um senhor de boina marrom. Logo se lembra, é o seu Alfredo!

– Olá seu Alfredo! Boa tarde, como vai o senhor?

O homem abre a boca num imenso sorriso e o saúda todo feliz:

– Boa tarde meu rapaz! Eu vou bem. Pela graça de Deus e o senhor?

– Eu também seu Alfredo. Acabo de vir da sua casa onde almocei com os garotos e a sua esposa. O senhor deve passar bem não é, pois a sua esposa cozinha muito bem.

Seu Alfredo fica satisfeito com esse comentário e passando a mão em sua na barriguinha proeminente confirma:

–Tem razão seu Mario, a minha Edite sempre foi uma cozinheira de mão cheia. Olha só o estrago.

Mario olha para a barriga do velho senhor e dá uma gostosa gargalhada.

– Bem, onde o senhor vai? Se não se incomoda com a pergunta. – questiona seu Alfredo.

– Ah, seu Alfredo eu estava justamente procurando um táxi que me levasse à zona leste.

Seu Alfredo fica contente e lhe diz:

– Pois então já encontrou. Suba meu rapaz.

Mario mais que depressa entra no carro.

– Olha seu Alfredo hoje eu vou para a parte industrial. O senhor conhece a Ecomoda?

– Já ouvi falar, mas nunca fui lá, o senhor vai me indicando o caminho.

Seu Alfredo e Mario seguem conversando animadamente e quando Mario se dá conta já estão na porta da Ecomoda.


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Notas finais do capítulo

Aguardem os próximos capítulos.