Abrindo os Olhos de Mário Calderón escrita por Wanda Filocreao


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal, estou postando mais um capítulo da fanfic, espero que gostem e se possível comentem.



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O ponteiro do relógio não para e o dia transcorre rapidamente na Ecomoda.

Betty e Armando atenderam ao gerente do banco e em seguida alguns fornecedores.

Como a empresa estava se expandindo cada vez mais, vieram também vários clientes de cidades vizinhas.

Todos queriam conhecer as novas ideias da presidente da Ecomoda que tanto sucesso estava fazendo e por conseguinte ampliando as vendas.

Armando estava muito orgulhoso de sua Betty. Ela foi a melhor presidente que a empresa teve. Melhor ainda que seu pai o senhor Roberto.

O progresso era visto por todos e todos admiravam a inteligência de Beatriz Pinzón Solano, a moça humilde que fora contratada a princípio como uma simples secretária e soubera reverter a situação. Tornando-se uma pessoa indispensável para a Ecomoda.

Betty era a alma da empresa!

E no transcorrer do dia , não pararam um só minuto.

Foi um dia muito puxado, cheio de reuniões e negociações muito produtivas para a Ecomoda. Até o almoço foi rápido e com empresários para resolverem vários assuntos da empresa.

Ao final do dia estavam cansados mas felizes com as negociações feitas.

Assim que olharam o relógio notaram que o dia havia se acabado e se deram conta que nem tiveram tempo de se sentar as sós e terem uma conversa sobre a inesperada visita de Timóteo Rodriguez de Castilho, ou vulgarmente Tito, como ele mesmo queria que o chamassem.

O bonitão de lindos e enigmáticos olhos verdes esmeralda, que com a sua presença imponente e elegante havia provocado curiosidade, arrepios e apreensão em Mariana.

Betty também ficara intrigada com a presença daquele estranho na empresa. E após a leitura de cartas ficara ansiosa em desvendar o mistério da presença dele ali.

“O que teria vindo fazer na Ecomoda? O que estaria procurando? Ou melhor, quem estaria procurando?– estes pensamentos rodeavam a mente das duas jovens durante o transcorrer do dia.

Armando e Betty combinaram então de jantarem no Le Noir e assim terem um momento para conversar e ao mesmo tempo terem uma noite romântica a sós.

Beatriz sabendo da preocupação de seu pai, o seu Hermes, telefona pra casa e lhe avisa que vai demorar um pouco pois irá jantar com o Armando.

Seu pai por sua vez a enche de recomendações e lhe diz para chegar às 10 horas em casa, pois esse é o horário que uma moça de família deve retornar de um compromisso com o namorado e ainda acrescenta mais alguns conselhos.

Armando sorri ao escutar a conversa de Betty com o pai, já estava se acostumando às regras do seu futuro sogro e não mais se importava. O que importava é ter a sua Betty ao seu lado, nem que fosse por poucas horas.

Que mudança estava se passando com o nosso Armando Mendoza!

Uma mudança para melhor, diga-se de passagem.

Armando nunca se sentira tão tranquilo e feliz como estava agora.

Se sentia seguro ao lado da pessoa que mais amava na vida. Beatriz Pinzón Solano, a sua Betty.

Tanto que uma ideia remoia em sua mente a vários dias. Iria pedir a mão de Betty em casamento e seria hoje a noite no jantar no Le Noir!

Dependendo da resposta, que achava que seria afirmativa, gostaria de marcar um dia para fazer o pedido aos pais da jovem.

Armando estava ao mesmo tempo feliz e ansioso. Descobrira já a algum tempo que não conseguia viver sem a sua Betty e nada mais natural que se casasse com ela e juntos formassem uma família.

Estava seguro e certo do que queria. Passar os dias e as noites ao lado de Beatriz Pinzón Solano, o grande amor da sua vida, a mulher que conquistou o seu coração!

Já eram quase 18 horas. Armando, na sala da presidência, pacientemente espera Betty acabar de falar com o seu Hermes.

As meninas do quartel já estavam prontas para deixar a empresa, após um dia exaustivo de trabalho.

Descem até a recepção e vão ter com a Mariana para irem embora.

Esta quando as vê tenta disfarçar a ansiedade que invade o seu coração.

Não lhes contou que Tito a convidara para sair e a estaria esperando ao final do expediente.

Não gostaria que elas soubessem que concordara em sair com o Tito. Não estava preparada para ver a surpresa e os diversos comentários de protesto que com certeza elas fariam se soubessem dos seus planos.

–Vamos Mariana, pegue a sua bolsa. – fala Bertha.

–Você já está pronta?- lhe pergunta Áurea Maria.

–Ainda está pensando no bonitão do Tito?- indaga Sandra.

Mariana lhes dá um sorriso sem graça se endireitando na cadeira.

–Podem ir garotas. Eu... eu ... tenho algo a ... resolver – explica-lhes a recepcionista meio sem jeito tentando firmar a voz que sai meio insegura.

–Você não vem com a gente?- pergunta-lhe Bertha.

–Mas como? – quer saber Sandra.

–O que tem para resolver?- questiona Sofia muito curiosa.

–Será que você tem um encontro com alguém e não quer falar pra gente? –comenta sorrindo a indiscreta Áurea Maria.

Inesita como sempre a mais ponderada do grupo, percebendo o jeito nervoso e inquieto de Mariana vem ao seu socorro.

–Meninas! Deixem a Mariana em paz! - Não a torturem com tantas perguntas! Não veem que ela está cansada?

–Então é mais um motivo para ir embora conosco. –retruca Bertha - Hoje o dia não foi bom para você não é mesmo Mariana? –pergunta-lhe.

– Você ficou muito mexida depois da visita daquele bonitão de olhos verdes. Não ficou? – fala Sandra olhando a amiga.

–Ele cismou com você! – acrescenta Sofia.

–Que sorte a sua!- suspira Áurea Maria e depois acrescenta desdenhosa- Bonito, mas misterioso, com um astral lá embaixo.

Mariana não sabe o que falar. Tantas perguntas a deixaram tonta e mais nervosa ainda. Não consegue falar nada. Fica calada escutando tudo de cabeça baixa.

Inesita percebe o estado da amiga e mais uma vez a socorre:

–Parem meninas! –fala com energia– Vocês estão deixando-a nervosa! Não estão vendo? –diz tentando fazê-las refletir um pouco.

Todas param de repente e olham para o rosto da bela recepcionista e notam que a moça outrora tão alegre e faladeira esta quieta e com os olhos marejados de lágrimas, lágrimas que tenta a todo custo disfarçar.

Ficam penalizadas ao ver a amiga daquela maneira e seguindo o conselho de Inesita param de bombardeá-la com perguntas tolas.

Se achegam a ela e uma por uma a abraçam com carinho e lhe desejam uma boa noite.

E em silêncio saem uma a uma da recepção.

Assim que o quartel deixa a empresa, Mariana se recompõe. Com as mãos trêmulas pega um espelhinho em sua bolsa e observa sua imagem ali refletida enquanto limpa as lágrimas. Percebe nitidamente que não tem mais aquele brilho de alegria no olhar, tão característico de sua personalidade. Em seu lugar ali estava refletida uma outra mulher. Uma mulher triste e angustiada.

–Mariana, você ainda não foi?

Mariana se assusta ao ouvir a voz de Betty que surge de repente de mãos dadas com Armando.

–Só estou acabando de me arrumar e logo vou sair. – responde-lhe a recepcionista.

Betty estranha ao vê-la sozinha, pois estava sempre junto das companheiras do quartel. Mas não tece nenhum comentário não querendo se intrometer em sua vida.

Se despede com um sorriso.

–Então boa noite e até amanhã! – fala por fim.

–Boa Noite Mariana! – cumprimenta também Armando Mendoza.

–Boa Noite doutor Armando e boa noite Betty! – retribui a jovem recepcionista.

Assim que os dois saem, Mariana olha para o relógio. Eram seis horas em ponto.

“O Tito já deve estar aí fora me esperando. Quem sabe ele desistiu e não vem. - reflete esperançosa.

Pega a sua bolsa, guarda o espelho e o lencinho com o qual limpou as lágrimas e decidida dá a volta pelo balcão da recepção e sai.

Caminha lentamente até a porta de saída da empresa. Parecia que carregava um peso enorme nas costas.

–Até amanhã Mariana! – escuta o cumprimento do segurança, o Wilson.

–Até amanhã! –responde sem olhar para ele, preocupada procurando a figura alta e imponente que conhecera horas atrás.

Aliviada não vê ninguém e mais segura empina o corpo e começa a caminhar pela calçada em direção ao ponto de ônibus.

“Graças a Deus ele não veio!” – pensa aliviada.

Este pensamento não dura um segundo sequer ao escutar o barulho de um carro freando bem ao lado dela. Em seguida vê descer do veículo aquele moreno alto e bonito que a deixou zonza o dia todo. Ele lhe sorri tranquilo com os dentes brancos como o mais puro marfim.

A vontade de Mariana é sair correndo dali.

Mas novamente vem em sua mente os dizeres da leitura de cartas:

“Cuidado com a atitude que você tomar, pois poderá por tudo a perder se não souber usar de sabedoria. Afastá-lo não é a solução, mas sim aproximá-lo.”

Mariana fica parada feito uma estátua enquanto o manequim ambulante se aproxima.

–Então você não ia me esperar, não é mesmo?– fala o jovem pegando em sua mão e apertando-a entre as suas sorrindo-lhe sedutoramente.

Mariana fica sem ação e olha pra aqueles incríveis olhos verdes esmeralda e sente-se impotente.

De repente devido a tanta tensão, a jovem cambaleia.

–O que foi Mariana? Não está se sentindo bem? – pergunta-lhe Tito preocupado apoiando-a com os braços para que não caísse.

A jovem consegue se recompor e se afastando lhe fala:

–Não foi nada Tito. Acho que estou meio tonta, nem almocei hoje. – dá uma desculpa.

Na verdade nem havia almoçado mesmo. Estava tão angustiada com a expectativa do encontro com aquele jovem sedutor que não conseguiu engolir nada, quando foi com as meninas do quartel almoçar no Correntaço.

Aquele dia lhe trouxera tantas emoções antes nunca sentidas que ficou sem apetite.

–Venha Mariana que te ajudo a entrar no meu carro. – fala Tito voltando a segurar em seu braço e ajudando-a.

Sem outra alternativa, a jovem aceita a sua ajuda.

Assim que a viu confortavelmente instalada em seu veículo, Tito dá a volta pelo carro e senta-se ao volante.

Se sentindo dono da situação Tito observa a jovem sentada ao seu lado e não sabe o porquê mas uma onda de ternura invade seu ser.

–Onde você gostaria de jantar? – indaga ainda mostrando preocupação em relação a ela.

Mariana se surpreende pois não esperava tanta atenção, ainda mais de um homem como aquele.

–Não estou me sentindo muito bem. – lhe responde – Se puder fazer o favor de me levar para casa, eu agradeceria muito.

–Não senhorita. – ele lhe responde – Primeiro a levarei para jantar e depois sim a levo em sua casa. Que tal irmos ao Restaurante Almirante Padilha, você conhece?

A jovem faz um movimento de negação com a cabeça e permanece quieta.

“O que será que ele quer de mim? Será alguma informação sobre a empresa? Mas porque eu? Uma simples recepcionista.”- medita analisando-o enquanto ele dirige.

“Alto, elegante, bonito, com olhos verdes esmeralda esse cara possui uma bela fachada, mas a mim não engana, por trás de tanta beleza e gentileza há algo que não consigo decifrar, algo que me deixa muito inquieta, como se fosse uma nuvem negra ofuscando o brilho do sol...” continua refletindo enquanto o observa disfarçadamente.

“Por que será que ela me atrai tanto? – se pergunta o manequim ambulante – O que esta jovem tem que me hipnotiza? Gosto de estar com ela, sua presença é como se fosse uma luz iluminando a minha alma.”

Mariana e Tito permanecem calados durante todo o trajeto. Cada qual com seus pensamentos mais secretos.

Enquanto isso em seu apartamento Mario Calderón está assobiando todo feliz.

“Hoje será um dia muito importante para mim! Vou jantar na casa de seu Alfredo e dona Edite e pedir permissão para namorar a Nanda! – reflete sem acreditar – Ela também gosta de mim! A minha linda Fernanda!”- pensa com alegria.

Calderón havia saído durante a tarde para comprar algumas coisas pra o evento.

Passara na padaria de outro dia e comprara novamente uma enorme caixa com os mais variados chocolates para os gêmeos.

Do jeito que eles adoravam aquele doce, tinha certeza que de que haviam devorado tudo, auxiliados pela bondosa dona Edite, que como pode comprovar também amava aquelas guloseimas.

Passara na floricultura e compra dois lindos buquês de flores, um para dona Edite e outro para a Nanda.

Finalmente comprara um litro de vinho, dos bons para o simpático seu Alfredo. Afinal eles é que iriam aprovar ou não o seu pedido de namoro com a Nanda. Tinha certeza que eles aprovariam, pois assim como ele haviam se simpatizado mutuamente.

Mario não cabia em si de tão contente.

Aquela noite marcaria uma nova etapa em sua vida.

Uma vida antes solitária, sem alegrias e esperança, numa vida repleta de amor e de sonhos.

Naquele momento como se fosse um flash, surge em sua mente aquele quadro tão lindo que ficou marcado em seu coração desde quando conheceu Fernanda e sua pequena família: Nanda abraçando os irmãos gêmeos.

Mario sorri feliz, evidenciando as duas covinhas em seu rosto. Acreditava firmemente que daquele dia em diante mais alguém faria parte daquele lindo quadro.

Aliás não via a hora de fazer parte daquela linda família.


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Notas finais do capítulo

Aguardem os próximos capítulos.