Abrindo os Olhos de Mário Calderón escrita por Wanda Filocreao


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal, estou postando mais um capítulo da fanfic.
Espero que gostem e se possível comentem.



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Assim que todas as meninas do quartel deixaram a sala da presidência, Betty fica sozinha com seus pensamentos.

Sua cabeça estava a mil por hora. Tantas divagações após a leitura de cartas da Mariana! Tantas preocupações!

Olha para o relógio de pulso e preocupada se dá conta que já se passou uma hora e nada do Armando vir ter com ela.

“Nossa faz uma hora que Armando está em sua sala conversando com o tal de Tito! – reflete ansiosa - O que será que aquele sujeito está falando com o meu Armando? Será que com sua lábia, ele o está enganando e tentando tirar algum proveito?” - pensa angustiada.

Inquieta telefona para Aurea Maria:

–Aurea Maria, por favor, o Armando já saiu de sua sala?

–Não Betty, ele ainda permanece lá...mas... espera um pouco... eles estão acabando de sair da sala do doutor Armando. Quer que lhe dê algum recado? – pergunta a atenciosa secretária.

–Não... não... pode deixar Aurea Maria, eu creio que logo ele virá conversar comigo... – diz meio indecisa – E o gerente do banco já chegou? – pergunta tentando desviar-se de seus pensamentos e também para não preocupar a secretária.

–Ainda não Betty. – responde a moça -Mas assim que chegar eu lhe aviso.

–Muito obrigada Aurea Maria. – Betty finaliza a conversa.

Assim que coloca o fone no gancho escuta o barulho de vozes, nota elas veem em direção a sua sala.

Uma onda de nervosismo e inquietação se apodera da jovem presidente da Ecomoda. Não sabe porque, mas seu coração parece querer saltar de seu peito.

A porta se abre e entram os dois: Armando e Tito.

O camarada olha para ela, com aqueles incríveis olhos verde esmeralda parecendo querer decifrar os seus pensamentos.

Instintivamente, sem conseguir manter o olhar do rapaz, Betty abaixa a cabeça e assim não percebe o sorriso de satisfação nos lábios de Tito.

–Meu amor – começa Armando sem perceber a reação dela e muito menos a dele – O Tito já está indo embora e gostaria de se despedir de você.

Betty se levanta imediatamente e procurando disfarçar seu nervosismo, sorri para o manequim ambulante e estende-lhe a mão, procurando ser o mais gentil possível:

–Muito obrigada pela visita. O senhor gostou da nossa empresa?- consegue falar.

Tito segura forte a mão da presidenta, sob os olhos atentos de Armando Mendoza e lhe responde com um sorriso enigmático:

–Gostei muito, doutora Pinzón. Tanto que pretendo em breve fazer outras visitas a esta empresa. Isto é se assim o permitirem, fala olhando para a jovem com aquele olhar sedutor.

Armando pigarreia, querendo chamar a atenção de Tito e ao mesmo tempo querendo que ele solte a mão de sua amada.

Tito sorri com um ar de triunfo nos lábios e solta a mão da linda empresária.

“Mas que homem mais ciumento e inseguro esse tal Armando Mendoza! Se não fosse o meu interesse pela Mariana eu tenho certeza que a Betty já estaria no papo!” – reflete orgulhoso e seguro de si.

–Meu amor – fala Armando se dirigindo a Betty, puxando-a para si e lhe dando um beijo daqueles de tirar o fôlego, tudo isso para que não ficasse qualquer dúvida de quem era o dono dela, depois a solta com carinho e acrescenta, olhando com carinho:

–Meu amor,vou acompanhar o Tito até a porta de saída.

Sendo pega de surpresa, com aquele beijo, tão arrebatador, e na frente daquele estranho, Betty fica logo vermelha e envergonhada e mal consegue lhe responder:

–Si...Sim...meu amor. Eu te espero aqui. - consegue balbuciar.

Assim que os dois saem, Betty mais tranquila se recompondo depois daquele beijo, que a fez subir e descer do céu, sorri, recordando-se de como Armando Mendoza havia mudado.

“É, o amor faz milagres! Jamais ele faria isso se não me amasse tanto, como eu o amo! – continua com um lindo sorriso nos lábios – E o Armando foi o meu milagre!”

Ao passar pelo corredor da empresa, Tito cumprimenta todo gentil e sorridente, as meninas do quartel, que agora, ressabiadas, lhe dão um sorriso meio sem jeito.

–Até mais meninas! Prazer em conhecê-las! Em breve quero voltar a vê-las. – Tito vai despejando suas gentilezas por onde passa.

–Claro, claro. – fala cada uma das meninas, um tanto sem graça, sem esboçar qualquer outra reação.

Até Armando se surpreende com a mudança de comportamento delas.

“O que terá acontecido? – medita com seus botões - Cadê aquele entusiasmo de antes?”- fica pensativo, olhando as meninas, todas meio sem jeito, tentando evitar o visitante.

Tito também fica surpreso, com a mudança drástica no comportamento delas, mas não liga, pois o seu interesse está ali logo na sua frente, na recepção, onde já vê assim que desce do elevador, a linda Mariana, atendendo ao telefone.

“Que bonita! Mariana tem um tipo de beleza exótico! – sorri ao vê-la – Parece aquela modelo famosa... quem mesmo? Ah! Já sei a Naomi Campibel! Não, mas a Mariana é mais bonita!” – conclui em seus pensamentos, fixando ainda mais seus olhos verdes esmeralda na bela recepcionista.

Tito se adianta a frente de Armando e com passos rápidos chega até o balcão da recepção e pega novamente em uma das mãos da moça.

–A que horas termina o seu expediente? – pergunta-lhe Tito, não se importando com Armando que o observa muito atento.

Mariana pega de surpresa, e sem jeito, tenta se desvencilhar das mãos daquele homem, mas imediatamente surge a leitura de cartas em sua mente:

“Cuidado com a atitude que você tomar, pois poderá por tudo a perder se não souber usar de sabedoria. Afastá-lo não é a solução, mas sim aproximá-lo.”

Tenta forçar um sorriso e lhe responde olhando fixamente em seus olhos:

–Eu.. eu saio às 18 horas. – gagueja Mariana – Isto é se não tiver nenhum trabalho mais urgente. – complementa olhando para Armando Mendoza.

O empresário se surpreende com a resposta da moça.

“Será que a Mariana está interessada neste sujeito? – se pergunta – Bom se está não é da minha conta! Ela já é bem grandinha, para tomar contar de sua vida. Já tenho muitas coisas com que me preocupar.” – conclui o empresário, se dirigindo ao visitante.

–Bem se você me dá licença - fala olhando para Tito – Tenho muito trabalho a fazer – estende a sua mão ao rapaz, que o cumprimenta imediatamente com um "Muito obrigado" e assim que Armando os deixa a sós, Tito pega novamente nas mãos da jovem e lhe fala com a voz sedutora:

–Então eu venho lhe buscar na hora da saída. – fala sorrindo para a jovem – Tudo bem?

Mariana lhe dá um sorriso forçado, faz um sinal afirmativo com a cabeça e fala numa voz sumida, que Tito custou a ouvir:

–Tudo bem, Tito. Nos vemos após as 18 horas.

O rapaz fica muito feliz, dá um lindo sorriso para a recepcionista com seus dentes brancos como marfim e deixa a recepção.

“Eu sou mesmo o cara! Ela gamou! Minha linda africana está aos meus pés!” – sai da empresa com o coração alegre e satisfeito, antevendo a hora em se encontrará novamente com Mariana e os doces momentos que terá com ela.

Enquanto isso, do outro lado da cidade, na casa de dona Edite as coisas estão agitadas, mas sob controle.

A boa senhora arregaçou as mangas e auxiliada por seu esposo, o seu Alfredo, começou cedo as providências para o preparo do jantar.

O jantar onde Mario Calderón pedirá permissão para namorar a Nanda. A jovem vizinha tão querida e amada, como uma filha, a filha que eles nunca tiveram.

Dona Edite pediu que o seu esposo fosse ao mercado, com uma enorme lista de compras, não queria que faltasse nada para a grande ocasião.

“Tenho que me adiantar, pois a Nanda só volta de tardezinha e os meninos voltam da escola lá pelas duas horas da tarde.” – reflete a boa senhora enquanto vai limpando e espanando os móveis da casa.

“Quero que tudo fique limpinho e em ordem. A minha menina merece.” – sorrindo continua trabalhando na limpeza da casa.

“Assim que o Alfredo chegar com os ingredientes vou montar a lasanha, deixar na geladeira e depois uma hora antes do jantar, coloco no forno. –segue pensando em tudo o que teria que fazer- Tenho certeza que o seu Mario vai gostar desta receita de família. Lasanha ao molho com leite.” – sorri com satisfação.

“Como são as coisas! Minha Nanda se ajeitando com um homem bom e distinto como o seu Mario. – pensa com carinho – Ela merece, merece ser muito feliz. E os meninos então? Eles adoram o seu Mario! Desde o primeiro instante percebi o quanto se deram bem. Eles devem estar radiantes, pois a Fernanda deve ter lhes contado hoje cedo, antes de irem para a escola.” – reflete contente e ao mesmo tempo cuidando dos seus afazeres.

“A lasanha, uma bela salada, suco de maracujá....- neste instante ri alto - A Nanda e o seu Mario vão precisar!”- continua rindo sozinha, dona Edite, enquanto vai e amadurecendo as caraminholas em sua mente fértil.

Enquanto isso em seu trabalho Nanda não consegue tirar da cabeça a reação de seus irmãos, quando lhes contou sobre o seu relacionamento com o Mario Calderón.

Os meninos pularam de alegria, a abraçaram e não paravam de fazer perguntas:

–Ele vai ser como nosso pai? – fala Fabio não conseguindo segurar a emoção.

–Mas um pai e ao mesmo tempo nosso amigo. – complementa Felipe.

–Ele vai morar aqui com a gente? – nova pergunta de Felipe.

–Ou nós vamos morar com ele? – questiona Fabio.

Fernanda nem tinha tempo de responder e lá vinham novas perguntas. Ficou tão atarantada que por fim resolveu não responder e sim esperar que os gêmeos se acalmassem.

Assim que Fabio e Felipe notaram o silencio da irmã, se aconchegaram a ela e cada um pegou em uma de suas mãos e com cuidado a levaram até o sofá.

–Nanda – falou Felipe com carinho – Senta aqui e explica tido direitinho.

–Isso – complementou Fabio - nos conte com calma tudo o que perguntamos.

Nanda procurou ser o mais clara possível. Explicou para aquelas duas crianças tão amadas que ela e o seu Mario se gostavam sim e iam começar a namorar e com o tempo veriam se tinham mesmo afinidades para dar um passo tão importante em suas vidas como era o casamento.

Sorrindo Nanda se recordava dos comentários dos dois após a explicação.

–Vai sair casamento sim! – dizia um.

– Ele gosta muito de você! – complementava o outro.

E mais uma torrente de comentários, que a deixaram zonza e atarantada.

Por fim teve que mostrar um pouco de energia e falar com firmeza:

–Bem meninos, a vida continua! Hoje é dia de escola para vocês e eu tenho que ir ao trabalho. Vamos nos arrumar.

Após alguns protestos, eles viram que não tinha desculpa a não ser obedecer a irmã e então trataram de se arrumar, tomar café, pegarem as mochilas com o material escolar e saírem com ela para esperar a perua em frente ao portão da pequena residência.

Viram dona Edite e seu Alfredo no portão da casa vizinha, os cumprimentaram e engataram uma conversa animada e muito alegre, até a chegada da perua escolar.

Agora em seu trabalho, recordando de todos os acontecimentos, Nanda sorri com ternura e se sente uma verdadeira felizarda por estar rodeada de pessoas que a amam e que ela ama.

“Deus foi muito bom para mim! Me deu dois irmãos que amo demais, como se fossem meus filhos mesmo! Amigos bons e sinceros como dona Edite e seu Alfredo, com quem posso contar em todos os momentos. Amigos que amo como se fossem meus pais. E agora Deus me presenteou com um homem maravilhoso, como o Mario Calderón, que me ama e me aceita assim como sou, com minhas limitações devido a deficiência visual e é esse homem a quem amo muitíssimo, que quer ter um relacionamento sério comigo. Deus permitiu que eu voltasse a amar novamente e esquecesse o meu passado, por isso sou muito grata a Ele.”- reflete a jovem fazendo uma pequena oração de agradecimento a Deus.

“Só tenho a agradecer! Deus foi maravilhoso, colocando essas pessoas em minha vida! Vou fazer de tudo para corresponder ao carinho e amor deles para comigo.”- reflete a jovem, com os olhos marejados de lágrimas.

“Obrigada meu Deus! Sou a mulher mais feliz do mundo!”


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Notas finais do capítulo

Aguardem os próximos capítulos.



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