Dentro de um filme escrita por G N Ferreira


Capítulo 18
A maçã


Notas iniciais do capítulo

Bom, como tinha prometido, mais um capítulo novo. Obrigada pelos comentários!! Recomendem a história!! Espero que gostem!



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O tempo passara. Já fazia mais de seis meses que havia casado. Eu já havia feito duas visitas rápidas ao meu mundo para fazer alguns telefonemas e deixar minha mãe e amigos despreocupados. Eu ainda não havia conseguido contar a eles sobre minha situação. Loki não deixara que ficasse tempo o suficiente em meu mundo, pois algumas horas lá eram meses aqui.

Loki começara a ajudar Thor na administração de Asgard e cada vez mais parecia ganhar a confiança do irmão. Thor ainda sentia falta de Jane, mas com a ajuda de Loki, podia visitá-la com frequência.

Resolvi procurar aprender mais sobre meu novo lar e me tornar mais útil a Asgard. Comecei a ocupar meus dias entre ir para a biblioteca estudar e entre aprender técnicas de luta. Eu era humana, não tinha poderes mágicos, então tinha que aprender a me defender de outras formas. Loki era quem me treinava na maioria das vezes. Quando não podia, era Sif, que agora começara a simpatizar comigo. Também começara a aprender a andar a cavalo, o que se mostrou extremamente difícil para mim, uma vez que eu não me dava muito bem com animais.

Loki voltara a frequentar a biblioteca e sempre retornava tarde para o quarto, mas nunca me dizia sobre o que tanto pesquisava há meses. Em uma dessas noites resolvi procurá-lo na biblioteca. Ao entrar na biblioteca, eu o vi sentado em uma mesa, com alguns livros sobre ela.

– Quando vai me dizer o que tanto procura? - perguntei. Acabei assustando-o.

– Eu já disse que não é nada importante. São assuntos de Asgard. - respondeu vagamente.

– Se não fosse importante, você não estaria aqui a essa hora. E assuntos de Asgard me interessam, afinal vivo aqui, não? - perguntei em tom de ironia – O que está tentando esconder de mim?

– Nada.. Façamos o seguinte, vamos nos deitar e amanhã eu lhe explico o que estou procurando. – disse se levantando e vindo até mim. Passou a mão por minha cintura e me conduziu até a porta.

Mesmo contrariada, concordei com ele e fomos para o quarto. Na manhã seguinte ao levantar, descobri que ele havia saído bem cedo sem dizer aonde iria. Tive um mau pressentimento, meu estômago embrulhou, nem consegui tocar no café da manhã. Com o passar do dia, aquela sensação de que algo ruim estava acontecendo só foi se confirmando. Chegara à noite e Loki não retornara. Resolvi dar uma olhada nos livros que tanto ele lia na biblioteca. Ele não os havia guardado, estavam do mesmo jeito que ele deixara. Um dos livros, o único aberto, era um livro familiar a mim. O livro que falava sobre Iduna, a guardiã das maçãs do rejuvenescimento.

Ainda na mesma noite, procurei por Thor e mostrei o livro. Thor pareceu bastante preocupado.

– Acho que sei onde ele foi. Loki foi até Jotunheim, atrás da maçã do rejuvenescimento. - disse Thor franzindo o cenho.

Ao ouvir o nome Jotunheim senti um arrepio. Lembrava que Loki havia matado o rei deles, Laufey, o seu verdadeiro pai. Loki também tentara dizimar a raça inteira, mas foi detido por Thor. Sabia que a vida de Loki corria perigo.

Thor me explicou que talvez Loki tivesse ido atrás de uma lendária maçã que diziam ser a fonte da longevidade dos deuses de Asgard, uma maçã que poderia transformar um ser comum em um deus. Thor disse que sempre pensou que isso era mais uma história boba que sua mãe contava para eles quando criança. Ele jamais acreditara que tal lenda seria real.

Agora tudo fazia sentido, ele estivera procurando uma forma de prolongar a minha vida, de me tornar igual a ele. Eu era plenamente consciente de que, o fato de minha vida ser efêmera, sempre foi visto como um problema para Loki. Eu ainda tinha vivo em minha mente o que ele falou a caminho do mundo sombrio sobre a fragilidade da vida de Jane.

Muito relutante, Thor aceitou que eu fosse na expedição com ele, Fandrall, Volstagg e Sif. Fui vestida com uma roupa de couro em preto e verde com detalhes dourado. Eu já havia adotado de uma vez as cores de Loki. Fui armada com uma lança e uma adaga, armas com as quais eu havia aprendido lutar. Fomos até Heimdall e em seguida partimos para Jotunheim.

Jotunheim era muito frio e parecia abandonado. Seguimos caminhando entre algumas ruínas, em direção ao local que indicava no livro onde estaria a maçã. A maçã estaria em uma caixa de freixos guardada sobre a estátua de Iduna, no palácio do rei de Jotunheim. Ao nos aproximarmos da entrada do palácio, encontramos alguns gigantes mortos. Senti novamente meu estômago embrulhar, uma ânsia apoderou-se me mim.

O palácio parecia abandonado. Aquilo tudo parecia muito suspeito, Thor nos pediu cuidado e seguiu indo na frente do grupo. Ao chegarmos ao salão imperial, onde estava a estátua de Iduna, fiquei chocada. Havia mais corpos no chão e avistei Loki pendurado em uma estalagmite. Estava desmaiado e muito machucado. Ao vê-lo naquela situação não pensei em mais nada, saí correndo em sua direção, senti que meu coração ia explodir. Thor tentou me agarrar, mas não me alcançou a tempo, senti que tinha puxado alguns fios de meu cabelo na tentativa.

– Isso é uma armadilha! – ouvi Thor gritar ao fundo.

Eu não me importava. Eu tinha que chegar a Loki e ver se ele estava vivo. Antes que eu pudesse alcança-lo senti algo me puxar pela cintura, momentos antes de um gigante de gelo surgir à minha frente.

Thor conseguira me alcançar e me agarrara. Em seguida jogou seu Mjölnir em direção ao gigante que havia surgido em nossa frente. O gigante desviou do martelo e este atingiu a estalagmite na qual Loki estava pendurado, derrubando-a e fazendo-o cair no chão. Thor e os demais começaram a lutar com outros gigantes que surgiam de todos os lados.

Saí deslizando entre as pernas de um deles e com a lança me defendi de outro, depois segui me esquivando até alcançar o corpo de Loki. Encostei meu ouvido em seu peito, pude ouvir seu coração e sentir que ainda respirava, fiquei aliviada. Enquanto tentava acordá-lo um outro gigante apareceu à minha frente.

– Então vocês invadem nossas terras para buscar esse assassino e regicida! Ele entrou em nossas terras feito um animal traiçoeiro, mas desta vez não o deixaremos escapar! – gritou para mim.

Joguei minha adaga nele e ele desviou. Tentei atacá-lo em seguida com a lança, mas ele a agarrou me erguendo no ar. Fiquei pendurada. Quem eu queria enganar? A minha força humana jamais seria suficiente para atacar qualquer gigante, mesmo com todo o treinamento que eu já havia tido.

Soltei a lança e ele a apontou para Loki. Desesperada, pulei sobre Loki e esperei pelo golpe. Ouvi um barulho e vi a lança cair no chão. Volstagg desarmara o gigante. Loki abriu os olhos e me fitou chocado.

– O que faz aqui? Você está louca? – perguntou me sacudindo pelos ombros.

– É você quem está louco! – respondi gritando – Não deveria ter vindo até aqui!

Loki levantou-se e eu juntei minha lança. Apareceram mais três gigantes ao seu redor. Um deles parecia maior, e olhava para Loki com fúria em seus olhos.

– Você tem algo que me pertence, filho de Odin! – gritou para Loki.

– Eu não tenho nada que lhe pertença, Tjazi! – retrucou Loki lutando com dois gigantes.

– Se você assim deseja, eu também pegarei algo que lhe pertença. – disse Tjazi virando-se para minha direção.

Eu acabara de escapar de um gigante quando Tjazi se aproximou de mim e arrancou a lança de minhas mãos. Ele segurava uma espécie de espada de gelo e apontou para mim. Temi pelo pior, estava sem minha adaga e agora sem minha lança.

– Fique longe dela! – ouvi Loki gritar.

De repente senti uma fraqueza, tudo escureceu. Em seguida senti algo me empurrar e fui lançada ao chão. Ao abrir os olhos vi que era Loki e que ele estava ferido no braço. Ele que me empurrara e recebera de raspão o golpe de Tjazi. Loki levantou-se e começou a lutar com o gigante, usando suas ilusões e sua adaga. Corri para juntar minha lança. Tjazi agarrou o braço de Loki e sorriu.

– Eu sou também sou de Jotunheim. O seu toque em nada me afeta. – disse Loki sorrindo ao ver o próprio braço começar a ficar azul. Em seguida cortou o braço de Tjazi com sua adaga.

Loki olhou para mim e para a minha lança e eu a atirei para ele. Loki sorriu para Tjazi que gritava segurando o braço cortado.

– Aqui está o que é seu! - disse Loki cravando a lança no peito de Tjazi, matando-o.

– Vamos logo! Temos que partir antes que mais gigantes cheguem! – gritou Thor.

Loki e eu corremos em direção a Thor, Fandral, Volstagg e Sif. Thor chamou por Heimdall e retornamos à Asgard. Todos estavam furiosos com Loki, principalmente Thor e eu. Fomos Thor, Loki e eu para o salão do trono, tentar esclarecer o ocorrido.

– Você está louco? Ir sozinho até Jotunheim depois de tudo o que você havia feito? – rosnou Thor.

Loki ignorou as perguntas de Thor, aproximou-se de mim e tirou de dentro de um de seus bolsos uma pequena bolinha vermelha e brilhante. Pegou a minha mão e colocou a bolinha que parecia ser feita de vidro.

– Coma. – disse Loki sorrindo para mim.

– Você conseguiu... – ouvi Thor murmurar.

Peguei a bola e coloquei diante dos olhos e finalmente reparei que ela tinha o formato de uma maçã. Olhei para Loki e vi a ansiedade em seus olhos, parecia suplicar para que eu a comesse. Ponderei por um instante, mas em seguida coloquei na boca. Era extremamente doce, parecia ser feita de açúcar puro, porém rapidamente se dissolveu em minha boca. Loki olhava para mim sorridente. Subitamente senti novamente uma tontura, tudo começou a escurecer. Vi Loki olhar desesperado para mim e tudo apagar.


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Notas finais do capítulo

Bom, a lenda da maçã existe mesmo na mitologia. Iduna era a responsável por guardar as maçãs da longevidade. Na mitologia a maçã é responsável pela longevidade dos deuses, ele não são imortais, mas vivem muito tempo e envelhecem lentamente graças a essas maçãs. Há um conto no qual Loki sequestra Iduna e a entrega a Tjazi, cumprindo uma promessa feita, depois foi obrigado a resgatá-la. As maçãs também aparecem nos quadrinhos, mas são maçãs douradas.