Dentro de um filme escrita por G N Ferreira


Capítulo 19
O passado às vezes volta


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários!!! Escrevi esse capítulo com carinho! Espero que gostem!



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Acordei em nosso quarto, sentia-me muito bem. Levantei-me e sentei na cama, tentando lembrar o que tinha ocorrido. Loki entrou no quarto, ele era todo sorrisos. Ele ainda estava machucado, com uma faixa em um dos braços e alguns hematomas no rosto. Eu sentia pena, mas ao vê-lo sorrindo, fingindo que nada havia acontecido, senti meu sangue ferver.

– Você estava louco? Ir para Jotunheim sozinho, sem me contar nada! – gritei me levantando da cama e indo em direção a ele.

Ele me olhou um pouco chocado, mas em seguida voltou a sorri cinicamente. A fúria em mim só aumentava ao vê-lo voltar a sorrir.

– Acalme-se, isso pode não fazer bem a você e.. – começou a falar calmamente.

– Me acalmar? – gritei empurrando Loki com força.

Loki foi lançado ao chão. Fiquei chocada. Minha força nem o moveria do lugar, eles eram inacreditavelmente mais fortes que os humanos. Não entendi como havia conseguido derrubá-lo.

– Eu.. – fiz uma pausa tentando entender o que tinha ocorrido - Como fiz isso? – murmurei em choque para Loki.

– A maçã funcionou. – respondeu calmamente Loki, levantando-se – Agora você é como nós. – disse sorrindo.

Fiquei boquiaberta. A maçã realmente funcionara? Loki não me veria morrer cedo? Eu não era mais uma humana frágil. Continuaria a ser mortal, mas era mais forte e resistente. Deixei escapar um sorriso largo e olhei novamente para Loki.

– Agora posso bater em você. – falei sorrindo cinicamente para Loki.

– Er.. Sim. - ponderou meio assustado - Pode sim, mas terá que esperar alguns meses. Se quiser também posso lhe ensinar as minhas técnicas de ilusão, quando puder voltar a lutar. – disse Loki sorrindo de volta para mim.

– Alguns meses? Por quê? – perguntei em dúvida.

– Agora você precisa descansar. – respondeu calmamente pegando a minha mão.

– Por causa de um desmaio causado por uma maçã mágica tenho que ficar meses descansando? - perguntei meio irritada.

– Você não desmaiou por causa da maçã. – fez uma pausa e franziu o cenho – Você está grávida. - disse abrindo sorriso tímido.

– Grávida? – murmurei em choque.

Agora fazia sentindo os enjoos que vinha sentindo, a vertigem que senti durante a luta contra Tjazi e o desmaio após comer a maçã. Eu estava grávida e tinha arriscado perder nosso filho durante a batalha contra os gigantes. Senti minhas pernas tremerem. Loki olhou preocupado para mim.

– Er.. Aredhel? Você está bem? Não ficou feliz com a notícia? - perguntou meio triste.

– Claro que fiquei feliz. – respondi rapidamente saindo de meu devaneio. - Eu só estava pensando que além de quase ter perdido você lá em Jotunheim, poderia ter perdido nosso filho. - falei tristemente.

– Acalme-se. Está tudo bem agora. Eu estou aqui, você está bem e nosso filho também. - disse me abraçando com carinho.

– Loki, você já pensou que talvez o que você fez em Jotunheim tenha graves consequências? - perguntei preocupada – Você foi inconsequente, pode ter colocado tudo o que seu pai e Thor fizeram a perder. - conclui.

Loki deu um suspiro e ficou com um semblante sombrio. Agora meus medos retornavam e estavam cada vez maiores. Temia por Asgard, por Loki e, agora, por nosso filho.



Os meses seguintes passaram voando e sem incidentes. Dei a luz a um menino lindo de cabelos pretos e olhos azuis, como os do pai, ao qual demos o nome de Váli. Loki e eu estávamos muito felizes e Loki mostrou ser um pai muito amável com o filho. Thor ficou muito feliz em ter um sobrinho. A esta altura eu já não acreditava que haveria uma retaliação por parte dos gigantes.

Thor perdoara a inconsequência de Loki e estava cada vez mais inclinado em deixar a administração de Asgard em suas mãos. Thor sofria cada vez mais com a separação de Jane e preocupava-se com Midgard, da qual chegaram notícias de que alguns Avengers tiveram problemas com novos inimigos. Lembro-me de ter ficado preocupada, pois os filmes continuavam a se concretizar.

Eu voltara a treinar com Loki, que agora estava me ensinando suas técnicas de ilusão, tal qual, Frigga o tinha ensinado. Não estava sendo fácil, mas eu amava a ideia. Thor e os demais não gostaram muito de ter outra pessoa “pregando peças” na família. Confesso que parecia que eu havia nascido para aquilo. Eu achava hilário ver as pessoas caindo em minhas travessuras.

Nesse tempo que passou finalmente consegui explicar à minha família a situação toda, eles inclusive vieram a Asgard algumas vezes. Em virtude da diferença na passagem de tempo entre meu mundo e Asgard, era mais conveniente que eles viessem me visitar do que me deslocar até lá. Sendo assim, minha família logo aprendeu a viajar entre os dois mundos com a água do lago mágico.

Meus pais ficaram surpresos ao saberem que eu já havia casado. Minha mãe, inclusive, ficou muito magoada de não ter participado desse momento, mas os dois ficaram muito felizes ao saber que já eram avós. Meu pai e meu irmão eram quem mais mimavam Váli. Aprendi também que, às vezes, talvez não tenhamos tempo de resolver nossas pendências com quem amamos, então era perda de tempo ficar remoendo coisas do passado.

Tudo parecia estar na mais completa paz, mas às vezes é preciso pagar certas dívidas.



Era noite quando soaram os alarmes da cidade. Asgard estava sobre ataque. Do lado de fora avistamos gigantes de gelo aos montes invadindo o palácio. Reunimo-nos, Thor, Loki, Sif, Fandral, Volstagg e eu a fim de traçar um plano para combatermos os invasores. Depois do combinado nos separamos.

Eu não conseguia entender como os gigantes haviam chegado à Asgard e em tão grande número. Começamos a lutar com eles, quando ouvimos soar um novo alarme, o alarme da sala onde o Tesseract estava guardado. Loki, Thor e eu corremos para o local e, ao chegarmos, o Destroyer estava atacando alguns Chitauri. Olhei tudo aquilo chocada. O que estava acontecendo?

Havia uma luz roxa imensa no meio da sala e dela saía os Chitauri. No meio da confusão geral me espantei ao ver quem também havia vindo para Asgard: Other. Eu reconheci na hora o Other, o Chitauri, com quem Loki conversara mentalmente em Avengers. Ele passou pelo meio da confusão tranquilamente se dirigindo ao corredor. Eram tantos Chitauri e gigantes de gelo misturados, que nenhum de nós podia impedi-lo de seguir. Por um momento tive um mau pressentimento, senti meu coração apertar.

– Váli.. – murmurei em desespero.

Em seguida sai abrindo caminho para seguir o Other. Ele seguia em direção a uma das escadas que levavam aos andares superiores. Resolvi ir por outro caminho, tentando chegar ao quarto do bebê antes dele.

Ao chegar ao quarto de Váli corri para seu berço, mas logo em seguida ouvi uma voz falar comigo da porta do quarto. Virei-me para olhar.

– Ora, ora, ora. Eu jamais imaginei que teria tanta sorte. Eu só precisava de um de vocês dois. Muito melhor agora que posso escolher. – disse o Other.

Ele entrara no quarto junto com outros três Chitauri e mais quatro gigantes. Eu estava claramente em desvantagem. Senti minhas pernas tremerem, coloquei-me na frente do berço.

– É perda de tempo resistir. Viemos buscar o que nos pertence e deixar um recado para Loki. – falou Other me encarando.

Ele mandou os dois Chitauri me renderem. Peguei minha adaga e comecei a lutar com os três, quando finalmente iria ganhar do último deles, um punhal de gelo acertou minha mão fazendo minha adaga cair. O Other me agarrou, colocou um punhal encostado em meu pescoço e um dos gigantes de gelo se aproximou do berço com uma espada de gelo. O punhal estava tão apertado junto ao meu pescoço que senti cortar minha pele. Neste momento Loki entrou no quarto.

– Finalmente veio. Eu lhe avisei, Loki, que se não conseguíssemos o Tesseract, iriamos acha-lo onde quer que você estivesse. Vim buscar o Tesseract e seus parentes de gelo também vieram buscar o que pertence a eles, a Casket. – falou Other para Loki.

– Nem o Tesseract e nem a Casket estão aqui, estão no local pelo qual você chegou a Asgard. Não entendo o que pretende perdendo tempo com esta mulher. – respondeu Loki friamente.

– Não tente me enganar. Sei quem é esta mulher. Sei que esta é sua esposa e que o bebê é seu filho. Acontece, Loki, que antes de pegar o que queremos, viemos aqui lhe pagar uma dívida. Uma vez lhe perguntei se achava que sabia o que é dor. Eu disse que você iria implorar por algo tão doce quanto a dor quando nós o encontrássemos. Diga adeus ao que lhe é mais precioso. – rebateu Other sorrindo.

Vi a ira refletida nos olhos de Loki. Other sabia sobre mim e sobre nosso filho. Ele havia planejado tudo. Ele iria matar Váli e eu diante de Loki.




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Notas finais do capítulo

Aredhel estava certa em relação ao pessimismo. =D E agora como isso termina?

*Notas:
— Eu sei que a história da maçã dar a ela a força e resistência de um deus é meio boba, mas era necessário que a Aredhel deixasse de ser tão frágil. Primeiro, porque ela não viveria muito e, segundo, porque sem isso ela não poderia participar das próximas aventuras, sem poderes ela não teria muita serventia nas batalhas. E Loki não a deixaria se arriscar, né?

— Other é o cara com quem Loki conversa mentalmente em Avengers. Ele realmente fez ameaças a Loki, caso ele não conseguisse o Tesseract.

— Váli é o nome de um dos filhos de Loki na mitologia.