Aleatório é quase um sinônimo de Gintama escrita por Isa


Capítulo 8
Você pode disfarçar, mas é impossível ficar neutro quando a pessoa que você ama corre perigo.


Notas iniciais do capítulo

Iae terráqueos! Como eu comentei terça, esse capítulo é OkiKagu, e até eu fiquei chocada com o tamanho dele. Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/456424/chapter/8

“Realmente, a cara daquela garota quando eu arremessei você foi muito hilária.” Dois adolescentes conversavam tranquilamente, depois de terem passado várias horas destruindo a cidade.

“Você não me arremessou pirralha inútil, eu apenas deixei você fazer isso pra poder executar um dos meus planos geniais, não espero que uma chinesinha idiota entenda isso. Mas concordo, a cara daquela vadia foi bem engraçada.”

“E você, vai passar o dia inteiro vagabundando mesmo? Nossa, pobres dos cidadãos que não conseguem se defender sozinhos, ter que depender de uma policia incompetente como essa.”

“Se eles querem proteção que comprem uma arma ou coisa do tipo. E não quero levar lição de moral de alguém que é quase tão preguiçosa quanto Danna.” Caso ainda haja alguma dúvida, os tais adolescentes eram Okita e Kagura. No meio da “conversa” deles, uma viatura do Shinsengumi parou bem perto.

“Sougo! Nós estamos indo almoçar, quer vir com a gente?” Kondo gritou, enquanto Hijikata apenas suspirou. Comer perto de Sougo era garantia de que algo mortal seria posto na sua comida.

“Vou sim, só um minuto. Bem, nos vemos depois para eu te dar outra surra, china girl.” Okita se despediu e entrou no carro.

“Sougo, eu recebi um monte de queixas hoje sobre destruição da cidade e perturbação da ordem publica. Sinceramente, se as linhas de emergência ficarem congestionadas por pessoas reclamando de você e da china girl, como diabos vamos fazer nosso trabalho?” Hijikata reclamou.

“Tsc. Você é o único no Shinsengumi que se importa em trabalhar. Se está tão irritado eu tenho certeza que pular de uma ponte resolveria todos os problemas, posso até te emprestar uma pedra pra amarrar no pescoço se quiser. Nem precisa me devolver, vai ser um presente de despedida.”

“ORA SEU...”

“Calminha Toushi, não precisa ficar tão bravo só porque o Sougo e a namorada dele estavam brincando.” Um silêncio assustador assumiu o carro por um dois segundos, até Sougo sacar a bazuca e atirar no acelerador fazendo o veiculo parar e ficar cheio de fumaça.

“QUAL O PROBLEMA SOUGO? TEM ALGUM MEBRO DO JOUI DENTRO DO CARRO?” O gorila perguntou.

“Kondo-san, de onde diabos tirou essa ideia maluca que a china girl é minha namorada?”

“E não é?? Você está me dizendo que esse tempo todo a china-san nunca foi sua namorada?”

“Só se eu virasse M e decidisse arruinar minha vida de vez. Bem, agora que o carro está destruído, acho que vou almoçar andando mesmo.” Okita falou e saiu do automóvel, andando em direção a uma barraca de dangos. O que Kondo tinha falado havia o deixado meio pensativo. Era ridículo pensar que ele e a china girl eram namorados ou qualquer coisa do tipo. Mas agora que tinha pensado nisso, alguma coisa dentro da cabeça do sádico perguntou: E o que você sente por ela?

Sougo refletiu sobre aquilo enquanto sentava numa das cadeiras cobertas com guarda-chuva e fazia o pedido. Realmente não odiava a china girl, na verdade, até admirava um pouco ela. Podia se dizer que eram amigos? Não, não sabia ao certo.

“Okita Sougo?” Uma voz tirou o policial de seus pensamentos. Ela pertencia a um homem usando chapéu de palha, que tinha sentado ao lado de Okita. “Eu tenho uma proposta para você. Entregue-se pacificamente e eu lhe permitirei morrer de forma honrada.” Foi só terminar essas palavras e o homem já estava no chão, com Sougo pisando na sua cabeça.

“Eh... Quem você pensa que é para me dar ordens seu lixo?” O rapaz falou com um tom sádico.

“Alguém que pode machucar muito uma pessoa que você gosta muito. Aquela linda mocinha ruiva que estava com você mais cedo.” O tal cara falou, tentando manter a compostura mesmo estando naquela posição.

“Você está me ameaçando usando a china girl? Socorro, eu vou ter uma crise de riso! Mesmo que eu me importasse com aquela pirralha, um idiota como você ou qualquer um que seja seu aliado levaria uma surra só por interromper aquela garota assustadora. Cara sua tentativa de me assustar foi tão patética que eu nem vou ter o trabalho de te prender.” Sougo sinalizou para o dono da barraca cancelando o pedido e foi embora.

“Não nos subestime Okita Sougo. Acha que não sabemos que sua amiguinha é uma Yato? Como estou com muito tempo e quero ver sua cara de pavor depois disso, vou contar uma historinha. Os Harusame tem um esquadrão apenas composto de integrantes do clã Yato. Há algum tempo atrás um grupo de mafiosos tentou atacar esse esquadrão, e para isso criaram armas especiais que são capazes de matar um Yato com um único tiro. Eles perderam feio, mas antes nós conseguimos uma dessas armas. Não entendo muito dessas coisas, mas se essa arma é capaz de matar aqueles Yatos adultos e sanguinários que trabalham nos Harusame, deve ser o suficiente pra pulverizar sua amiga não é?” Okita apenas se distanciou, mas pela falta de alguma piadinha irônica, o homem percebeu que tinha concluído seu objetivo. “Hoje a noite, dirija-se ao terreno abandonado perto das docas. Sem gracinhas e sem seus amiguinhos do Shinsengumi. Se não aparecer vamos entender que realmente não está nem ai pra garota e terminamos o serviço.”

–------------------------------------------------x---------------------------------------

“HEIN? VOCE ESTÁ MALUCO SOUGO? ISSO É UMA EMBOSCADA!” Kondo gritou, enquanto ele e Hijikata observavam o capitão, que não falava quase nada e estava com uma cara séria. Ele sabia muito bem que se saísse de madrugada sozinho, isso chamaria atenção de alguém, e acabaria sendo seguido. Por isso inventou que uma gangue forte tinha o desafiado a prender todos eles ou algo assim. Era uma mentira meio ridícula, mas considerando que Okita era um sádico e que odiava quando os outros desafiavam sua honra ou coisa do tipo, podia funcionar.

“Kondo-san, eu só comentei isso com vocês para que não me seguissem. Eles desafiaram a minha honra de samurai, você devia entender que eu não vou voltar atrás.”

“MAS SOUGO...”

“Oy ladrões de impostos, que barulho insuportável é esse?” Uma garota de olhos azuis e cabelos ruivos apareceu na porta.

“China... O que faz aqui?”

“Nossa que falta de educação. Você esqueceu essa sua coisa idiota, e eu como uma adorável garota vim devolver.” Kagura jogou a mascara de dormir para Sougo e entrou na sala. “E então, o que estão aprontando?”

“CHINA-SAN, NOS AJUDE A COLOCAR ALGUM JUIZO NA CABEÇA DO SOUGO, ELE...”

“Kondo-san, essa pirralha não precisa saber de nada do que acontece na minha vida.” Sougo falou friamente. Conhecia muito bem a Yato, se ela soubesse da história falsa, ia juntar dois e dois e descobrir que era uma mentira. Tinha sido sempre assim com eles. Por algum motivo, ambos entendiam perfeitamente o que se passava na cabeça do outro, como naquela vez que e ruiva fingiu estar doente e ele foi o único a perceber. “Eu vou dar uma volta e depois vou direto resolver meus assuntos.” Okita começou a sair do lugar, mas uma mão pequena segurou seu pulso.

“Oy sádico, o que está acontecendo? Dá pra perceber que você se meteu em algum problema.” Kagura perguntou com uma expressão séria.

“Desde quando o que eu faço é da sua conta china?” Tinha que fazer ela desistir do assunto, nem que fosse preciso deixá-la furiosa com ele.

“CLARO QUE É DA MINHA CONTA, NÓS SOMOS AMI...”

“Nós não somos nada. Nunca fomos e nunca vamos ser.” Sougo falou com um sorriso sádico forçado, e Kagura ficou com uma cara chocada. “Não me diga que está surpresa com isso china girl. Ou pior, não me diga que pensou que eu gostasse de você ou que fossemos amigos ou algo assim? Que ridículo. Você sempre foi apenas um passatempo já que eu não tinha nada melhor para fazer.” O policial falou, e se soltou do aperto da ruiva, indo embora de vez.

“China-san, está tudo bem? Olha, eu tenho certeza que o Sougo não falou aquilo pra valer, ele só estava...”

“AQUELE IDIOTA!” Kagura saiu da sala correndo.

“Eh? China-san? Pra onde você vai?”

“Não é obvio Kondo-san? Ela foi atrás do idiota do Sougo.”

“Mas...”

“Oy Gintoki. Você está ai não está?” Hijikata falou, e Gin-san apareceu na porta.

“Como você sabia Mayora? Eu vim acompanhando a Kagura, mas acabei nem participando da cena. Essa autora, sinceramente... Deixa pra lá, não to afim de outra bigorna na minha cabeça.”

“VOCÊS DOIS FICAM AI CONVERSANDO, MAS NÓS NÃO VAMOS AJUDAR O SOUGO?”

“Se fosse acontecer como ele disse, apenas uma briga idiota, talvez fossemos para colocar juízo na cabeça do pirralho, mas é obvio que esse não é o caso. Uma coisa da história dele era verdade, os tais caras desafiaram a honra dele. Não há um desafio maior para a honra de um homem do que ameaçar a pessoa que ele ama.”

“Você me chamou pra isso Hijikata-kun? Pra ouvir seu discursinho? Precisa tanto de atenção assim? Cara, você devia arrumar uma namorada...” Gintoki zombou.

“NÃO FOI POR ISSO SEU IDIOTA? VOCE TAMBÉM JÁ PERCEBEU NÃO FOI? POR MAIS QUE AQUELES DOIS PIRRALHOS BRIGUEM E DESTRUAM A CIDADE, TEM ALGO ALI MUITO MAIOR. Eu não sei sobre a pirralha, mas infelizmente conheço o Sougo há muito tempo, dá pra perceber que ele está completamente apaixonado pela china girl.”

“Ah, então quer dizer que eu estava meio certo mais cedo. Bem, se esse é o caso, não podemos fazer nada. O Sougo nunca nos perdoaria se nos metêssemos em algo assim. Espero que a china-san ajude ele com esse problema.”

“Não são os pirralhos que tem um problema. Numa situação dessas, eu estou com mais pena dos outros caras, que se meteram com aquela dupla assassina.” Gintoki falou.

–------------------------------------------x-------------------------------

“Foi mal, china.” Sougo murmurou pra si mesmo enquanto se dirigia ao lugar do tal encontro. Aquela cara de choque que tinha visto nunca ia sair da sua mente, mas era o único jeito. Alguma coisa muito forte dentro dele dizia que precisava proteger Kagura sempre, não importa o que isso custasse. Talvez não sobrevivesse ao que ia acontecer. Não sabia quem estava indo enfrentar, mas se essas pessoas tinham conexões para conseguir a tal arma contra Yatos, podiam ser bem perigosos. Logo que pôs os pés no terreno abandonado, Okita se deparou com um bando de centenas de pessoas, a maioria usava espadas, mas pelo menos 30 tinham armas de fogo.

“Nossa eu costumo ser atacado com frequência, mas vocês são o grupo mais criativo até hoje. Parabéns, o troféu irá chegar pelo correio em três dias úteis.” O sádico falou sarcasticamente.

“Parece que tomou a decisão certa Okita Sougo. Nós vamos eliminar os três lideres do Shinsengumi, e por sorte, conseguimos alguma coisa para te convencer a obedecer.” O mesmo homem que estava na loja de dangos antes parecia ser o líder do bando. “Sinta-se honrado, eu reuni todos os membros da nossa facção só para assistir sua morte.”

“Cara, porque vocês vilões de quinta tem a mania irritante de explicar os planos? Eu não me lembro de ter perguntado nada disso. E quanto a essa coisa de morrer, ainda não decidi direito. Quero dizer, se eu matar todos vocês aqui não preciso me preocupar com nada certo?” Okita disse, e ao mesmo tempo sacou a espada, enquanto dez homens já partiam para cima dele.

“Já prevíamos que não fosse concordar pacificamente com os termos do acordo, mas não pense que vai ser tão simples se livrar de nós.”

Pouco a pouco, Okita ia conseguindo derrubar os atacantes, distribuindo golpes fatais com sua espada sem nem pensar duas vezes. Porém, ele estava percebendo que as coisas ficavam cada vez mais complicadas. Depois de dezenas de inimigos cortados seu corpo estava ficando fraco, e era ainda mais cansativo desviar dos tiros. Seja lá quem fosses os malditos que estavam atirando tinham tido a inteligência de ficar fora do campo de visão do capitão do Shinsengumi. Apesar disso, Sougo estava com um pouco de vantagem, até que sentiu alguém se aproximando por trás.

“Tsc, não vai dar tempo.” Era verdade. Estava tentando lidar com três caras bem mais fortes e habilidosos que os outros, e não conseguiria se livrar deles antes do outro atacante cortar sua cabeça. O rapaz esperou a espada cortando seu pescoço, só que apenas ouviu o barulho de um chute, viu uma pessoa inconsciente cair e a ponta de um guarda chuva encostar no chão.

“Chi...na?” A curiosidade fez com que Sougo destruísse os três inimigos ao mesmo tempo, puxasse Kagura pelo braço e corresse até uma distância onde poderiam falar por pelo menos alguns instantes. Estavam atrás de um pedaço quebrado de prédio, de uma das construções antigas que haviam naquele terreno.

“Nossa, estamos repetindo a mesma história de antes?” Kagura falou ironicamente, lembrando do incidente de Rokkaku.

“O que está fazendo aqui china girl?”

“Salvando sua pele, não é obvio?”

“A única coisa que está obvia aqui é que você tem problemas de audição. Eu deixei bem claro lá no Shinsengumi, nós dois não somos absolutamente nada e....” Seja lá que ofensa Sougo fosse falar, ela ficou presa na garganta quando o policial sentiu o lado direito do seu rosto arder. Tinha levado um tapa de Kagura?

“Você realmente é um péssimo mentiroso, seu sádico idiota. Achou mesmo que fosse me enrolar com aquele draminha? Agora, antes que aqueles bastardos nos encontrem você vai me contar, porque está aqui?”

“Isso eu posso te contar garotinha.” O líder da facção apareceu, junto com o resto dos homens. Okita e Kagura foram pegos de surpresa, e o homem aproveitou a situação para segurar a Yato e apontar uma arma para a cabeça dela. A primeira vista, parecia um revolver futurístico, mas Sougo sabia exatamente do que se tratava.

“Eu sugiro que não se mexa garotinha.”

“Você acha mesmo que uma arminha ridícula vai me assustar? Não enche o saco e tire suas mãos de mim, seu velho pervertido.” Kagura reclamou.

“Fique quieta china.” A voz fria e séria de Okita realmente deixou a ruiva preocupada. Que mudança de atitude era aquela?

“Bem mocinha, já que vocês dois vão morrer mesmo, acho que posso te contar o motivo do seu “amigo” ter vindo aqui.”

“Ótimo, papo chato de vilão clichê. Mas como eu estou curiosa, pode falar.”

“Que língua afiada, já entendi porque você gosta tanto dela Okita-san. Gosta tanto que veio pra essa emboscada só para proteger essa garota. Está vendo essa arma mocinha? Ela é capaz de matar um Yato com apenas um tiro. Nosso amigo policial ali está aqui hoje para impedir que usássemos ela em você. Muito heróico não acha?”

“Pare...” Kagura murmurou.

“O que?”

“PARE DE ME FAZER PARECER UMA INUTIL INDEFESA, SEU MALDITO BASTARDO!” A Yato quase transformou os ossos da mão do homem em farofa, junto com a arma, que caiu no chão reduzida a pedaços. “Tsc. Isso é mesmo capaz de matar um Yato? Não conseguiu nem resistir a um apertãozinho de nada.” Kagura falou ironicamente, e deu um chute no líder da facção.

“Tsc, você não tem jeito mesmo china.” Okita disse com um sorriso sádico.

–--------------------------------------------------x--------------------------------------------

Meia hora depois, todos os membros da facção estavam caídos no chão, inconscientes ou mortos, e os dois adolescentes andavam pelas ruas já desertas de Edo com as roupas sujas de sangue.

“Ah, ah, Hijikata-san que cuide daquela bagunça, depois disso eu vou tirar umas férias.”

“E eu devia ganhar um premio por ajudar um certo policial idiota com o trabalho dele.”

“Sonhe com isso china.” Kagura ficou quieta por algum tempo, e depois acertou Sougo com um murro.

“O QUE DIABOS FOI ISSO SUA PIRRALHA MALDITA?”

“Antes você só levou um tapa, aquilo não foi o suficiente. Posso saber o motivo de ter tentado esconder um assunto que mexia com algo sobre a minha vida?”

“Eu só queria proteger você...” Okita deixou escapar. O cansaço extremo estava fazendo ele falar demais.

“Você é realmente um idiota...” Kagura se aproximou de Sougo e o envolveu num abraço desajeitado, que foi imediatamente retribuído.

“Ei china.” O sádico falou, fazendo com que a ruiva levantasse a cabeça, e aproveitou a chance para lhe dar um beijo delicado que durou alguns minutos.

“Seria muito mais fácil se você tivesse me falado isso antes sádico...”

“Eu nunca gostei do jeito fácil, china girl...”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até terça feira, se tiverem sugestões pra capitulos sintam-se a vontade para dizer!