“Oy pirralha, o que diabos pensa que esta fazendo?” Gintoki perguntou a Lumina, que tinha sentado no sofá e voltado a observar o show das Diamond Perfume.

“Do que está falando?” A garota perguntou preguiçosamente.

“Nós terminamos o capitulo anterior prestes a começar uma luta. Agora devíamos estar no meio de uma batalha sanguinária enquanto conversamos, você sabe.” O samurai explicou.

“Ah, mas eu realmente não gosto de lutar. Com a Harusame-chan eu até perdi meu laço favorito. Se quiser saber o motivo de eu estar aqui, Lumina-chan te conta, só não quero lutar. Que tal?”

“Ehh... Pra ser sincero eu também não quero lutar, só estava tentando parecer legal para recuperar meu lugar de protagonista. É difícil isso tudo, que droga eu só queria beber e comer de graça um pouco.”

“Tudo bem, tudo bem, Lumina-chan não vai te dar trabalho. Agora diga, o que quer saber?”

“Pra inicio de conversa, como você fez tudo isso e pra que?” Perguntou Gintoki, tirando do nada um bloco de anotações e um chapéu de repórter.

“Pra que? Bem, Lumina-chan sempre amou teatro, e um dia encontrei o grande diamante rosa.” Lumina apontou para seu bastão. “Me explicaram o motivo dele conseguir fazer isso, mas Lumina-chan não dá muita atenção a detalhes inúteis então eu só sei que o diamante rosa faz as personalidades das pessoas se alterarem por uma única noite de acordo com as roupas que elas estão usando.”

“Então, o que os leitores querem saber é... Pra quem você trabalha?” Gintoki se aproximou para acrescentar drama na cena.

“Pra ninguém. Eu simplesmente gosto de ver peças de teatro realísticas. É tão estranho assim?” Lumina questionou com um sorriso inocente.

“É QUANDO VOCE USA UM DIAMANTE ESQUISITO PARA HIOPNOTIZAR OU SEI LÁ O QUE! E ACHA MESMO QUE VAI ME ENGANAR COM ESSE PAPINHO? VOCE MESMA DISSE QUE LUTOU COM ALGUÉM DOS HARUSAME E TODOS ESTAVAM MORTOS NO FIM DA FESTA!”

“Ah, aquilo? Bem, antigamente eu não tinha muito dinheiro, então fazia alguns trabalhos para grupos criminosos. Eles montavam uma festa tematizada e convidavam os inimigos para eles acabarem se matando sozinhos. Numa dessas festas a Harusame-chan percebeu o que estava acontecendo e veio atrás de mim. Nós duas lutamos a noite toda apenas por diversão, porque ela não dava a mínima para os caras que estavam se matando lá dentro. Mas essas coisas ilegais são trabalhosas demais, então parei logo que cresci um pouco.”

“Então... Basicamente você não é uma vilã?”

“Sei lá, o que você acha? Eu nunca matei ninguém com minhas próprias mãos nem mandei ninguém fazer algo assim. Por outro lado eu deixo que o diamante me divirta usando a vida das pessoas quase todas as noites. Então fique a vontade, pode decidir se eu sou boa ou má. Para uma apreciadora de teatro o bem e o mal são apenas divisões de elenco.”

“Ah cara, não comece a falar coisas difíceis e filosóficas de uma hora pra outra, os leitores vão ficar confusos e não conseguirão entender seu personagem.”

“Haha, você é realmente interessante shinigami samurai-kun.”

“Por hora, só faça aquela coisa toda lá embaixo parar e não precisamos de uma luta inútil.”

“Sinto muito, mas é impossível. Uma vez que a peça continua, eu não a paro.”

“Então eu mesmo terei que fazer isso. Não to nem ai para seu gosto por teatro, mas se as coisas continuarem aquele príncipe desgraçado vai tentar fazer coisas indecentes com a princesa pirralha, e eu que vou ter que aguentar o rei dos carecas querendo arrancar meu pescoço.” Falou Gintoki, se dirigindo a porta.

“Se é assim, não tenho escolha. Por mais que eu odeie lutar, vou ser obrigada a sujar esse belo camarote com seu sangue.” Lumina disse, sacando novamente sua espada.

“Vamos ver quem vai virar pintura de parede.” Naquele momento, não dava para saber com exatidão quem tinha o sorriso mais sádico no rosto.

“Pelo visto vai conseguir sua luta para recuperar popularidade. Só não garanto que vá sobreviver para apreciar isso.” Com um movimento rápido, Lumina se aproximou de Gintoki, e ambos cruzaram espadas.

“Até que você não é tão ruim nisso garota.” O líder do Yorozuya falou, ainda medindo forças com a mais nova.

“Digo o mesmo.” Era óbvio que um dos dois estava prestes a continuar a sequência de golpes.

“GIN-SAN AS COISAS LÁ EMBAIXO JÁ VOLTARAM AO NORMAL!” Shinpachi entrou no camarote gritando, e quase foi assassinado instantaneamente pelo samurai de cabelos prateados.

“Oy, o que pensa que está fazendo, seu virgem? Depois de tanto tempo para começar a batalha você chega para estragar?” Enquanto Gin-san erguia o apoiador de óculos pelo kimono, Lumina embainhou a espada e pegou seu bastão, começando a descer as escadas.

“Ei garota, pra onde está indo?” Shinpachi perguntou.

“Como assim? Lumina-chan vai dar uma olhadinha nos bastidores agora que os atores não estão mais tão absorvidos em seus personagens, e depois eu vou embora.” Lumina desceu as escadas cantarolando, e logo depois os dois samurais fizeram o mesmo.

“Ai minha cabeça... Droga que maldita ressaca é essa? Nem me lembro de ter tirado fotos do Sou-chan e da Kagura-chan.” Fuyumi reclamou, levantando do chão do palco.

“Fuyumi-san, você está bem?”

“Sim, sim, Megane-chan, só devo ter bebido demais.”

“HARUSAME-CHAAAAAAAAN!” Uma mancha colorida pulou nas costas da Yato.

“Lumina? O que diabos está fazendo aqui?”

“Eh, não nos víamos por tanto tempo e é assim que você me cumprimenta?”

“E não me chame mais por esse apelido, eu não trabalho pros Harusame a muito tempo.”

“E eu não trabalho mais e ponto.”

“Então quer dizer que a tal Harusame que essa ai falou era a Yato maluca?” Gintoki falou.

“Ah droga, o que aconteceu? Parece até que o Gin-chan bebeu e a ressaca dele veio pra mim.” Kagura apareceu, com o cabelo bagunçado e esfregando os olhos.

“Kagura-chan, onde está seu sapato?” Perguntou Shinpachi, apontando para um dos pés da ruiva, que estava descalço.

“Que droga, essa roupa está apertando cada centímetro do meu sadismo. E eu não lembro de ter bebido o suficiente para não lembrar o motivo da minha boca estar com gosto daquela coisa nojenta que a china girl vive comendo. E porque diabos tem um sapato no meu bolso?”

“AH SOU-CHAN KAGURA-CHAN, VOCÊS REALMENTE VIRARAM UM CASAL DAS HISTÓRIAS!” Fuyumi gritou, com os olhos brilhando. “MEU PLANO DEU CERTO NOVAMENTE!”

“AH Harusame-chan, foi você que criou essas fantasias perfeitas! Eu amei!”

“Não ficaram uma graça?”

“Eu sinceramente não esperava menos da minha única oponente. Vestir um casal obviamente perfeito numa relação de amor e ódio com roupas como essa é mais do que lindo.”

“Se quiser eu posso te mostrar as outras fotos que eu tenho deles!”

“Bem, eu tenho uma passagem marcada, mas acho que ainda tem algum tempo sobrando. Vamos lá!” As duas fangirls saíram da festa, conversando e rindo.

“Elas eram mesmo inimigas?” Shinpachi questionou.