“Eu não consigo dormir.” E mais uma vez, Kagura estava naquela situação. Saiu de seu armário, acendeu as luzes do Yorozuya e começou a bater nas coisas. Shinpachi e Gintoki tinham caído no sono no sofá, assistindo algum programa aleatório, mas acordaram em alerta quando ouviram aquele escândalo.

“Kagura-chan, o que aconteceu?” O óculos perguntou, preocupado.

“Eu não consigo dormir.” Kagura respondeu, com uma voz mecânica.

“NÃO NÃO NÃO! NÓS NÃO VAMOS FAZER UMA REPRISE DE EPISÓDIO, SUA PIRRALHA!” Gintoki reclamou, segurando a Yato pela gola do pijama. “Se apresse e diga o que diabos quer fazer.”

“DORMIR!” Kagura acertou um murro no nariz de seu tutor, fazendo ele a soltar. Os dois entraram numa briga violenta, até que Shinpachi os interrompeu.

“Ei, fazer isso não vai ajudar ninguém! Kagura-chan, ainda não é muito tarde, então porque não vamos até a casa da Fuyumi-san? Dar uma volta pode te ajudar a dormir.”

“Boa ideia Megane! Quando eu era pequena, a Nee-chan costumava me ajudar quando eu tinha insônia, ela pode lembrar o que faz meu cérebro desligar. Vamos logo!” A chinesa arrastou os dois samurais apressadamente, não dando a mínima para o fato de estar de pijamas e com o cabelo bagunçado.

“Espero que aquela louca ainda continue no mesmo endereço...” Gintoki comentou, antes de pegar sua scooter.

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“Hein? Kagura-chan o que faz aqui a essa hora?” Uma Yato atendeu a porta, dando de cara com o trio Yorozuya. Ela usava apenas sua roupa de baixo e um casaco do Shinsengumi, e claramente ainda estava meio bêbada.

“Nee-chan, eu não consigo dormir, posso ficar aqui por hoje?”

“Claro, mas vou logo avisando que o apartamento está meio cheio...”

“Nee-san, é melhor que não esteja tentando fugir!” Okita apareceu atrás de Fuyumi, com sua máscara de dormir e apenas usando a calça do uniforme.

“QUE TIPO DE COISA INDECENTE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?” Shinpachi gritou alto o suficiente para acordar o prédio inteiro.

“Eh, que tipo de mente nojenta e pervertida é essa, seu protozoário usando óculos? O Shinsengumi recebeu uma denúncia que três mulheres bêbadas estavam correndo pela cidade. Quando cheguei no lugar encontrei aquelas 2 ninjas e a Nee-san, sendo que certa pessoa estava no meio da rua quase sem roupas. Pra garantir que essa ai não fosse aprontar de novo, resolvi dormir aqui, mas a stalker do Danna jogou uma garrafa de saquê em mim, e minha blusa ficou encharcada.” O sádico explicou.

“Megane-chan, você deveria tratar essa sua cabecinha pervertida. Se eu quisesse ter um encontro duplo e apresentar o Sou-chan a alguma menina, é obvio que eu convidaria a Kagura-chan. Agora, vocês três, podem entrar, fiquem a vontade!” Todos sentaram na sala, enquanto Kagura se aninhava no sofá com um cobertor que já estava lá e Fuyumi ia até o quarto pegar alguma coisa pra vestir.

“Oy Souchirou-kun...” Gintoki sussurrou. “Eu nunca percebi que sua tia tinha peitos tão grandes. Sério, como ela disfarça essas coisas enormes naqueles vestidos floridos?”

“Danna, se falar algo assim de novo eu te prendo por assédio sexual.” Disse Sougo, com uma enorme aura negra.

“Se fosse assim, você já deveria estar preso, seu sádico pervertido.” Kagura comentou, se enroscando mais ainda no lençol.

“Do que está falando, vadia chinesa?”

“Do seu passatempo desprezível de me assediar.”

“Hehhh, eu sei que você adora china.” Okita provocou, sentando ao lado da ruiva. “E devolva meu lençol, ok?”

“Ah, vocês já estão brigando de novo? Logo agora que eu achei uma coisa tão interessante...” Fuyumi voltou para a sala, usando um pijama preto e carregando uma caixa.

“O que é isso? Algum tipo de droga que vai fazer essa pirralha dormir para eu poder voltar para o conforto do meu futon?” Gintoki perguntou.

“Não. São álbuns de fotos antigos! Mais especificamente “OS GRANDES REGISTROS DA FUYUMI-SAMA SOBRE SEUS ADORÁVEIS SOU-CHAN E KAGURA-CHAN!”

“Seria um pouco menos assustador se não tivesse realmente isso escrito nas capas.” Shinpachi comentou.

“Isso deve te distrair um pouco Kagura-chan. Vou preparar alguma coisa pra bebermos.” A Yato mais velha se dirigiu a cozinha, sendo seguida por Okita.

“Nee-san, não tente me enganar, eu sei que deve ter bebida escondida por aqui em algum lugar.”

“Sou-chan, você é tão chato. AYAME-CHAAAN VOCÊ TERMINOU DE TOMAR BANHO??”

“Sim, obrigada por me emprestar o pijama.” Sa-chan apareceu na entrada da cozinha, usando uma blusa grande demais, que nela ficava um vestido.

“O que essa stalker maluca está fazendo aqui?” Gintoki perguntou, enquanto a kunoichi já estava lhe agarrando pela cintura.

“Eu consegui despachar aquela loira pra Yoshiwara, mas como não sabia o endereço dessa ai, acabei arrastando ela pra cá junto com a Nee-san.”

“Traduzindo, o Sou-chan ama acabar com a diversão de todo mundo.” Disse Fuyumi com uma cara irritada, enquanto sentava ao lado de Kagura bebendo um copo de chá. “E o que você tanto olha nesse álbum Kagura-chan?”

“É que esse garotinho é tão fofo! Quem é?” Explicou a Yato mais nova, apontando uma das fotos.

“Hehe, sério que você gostou? E se eu te dissesse que ele é muito mais bonito agora? Tenho certeza de que ele também te acharia linda.” A morena falou com um sorriso maldoso, atraindo a atenção de certo policial, que quase correu da cozinha para entender melhor a conversa.

“Nee-san, eu não sabia que tinha fotos de outras pessoas além de nós.” Okita falou, desconfiado.

“E não tenho.” Fuyumi respondeu simplesmente, aproveitando a chance para empurrar Sougo e obrigá-lo a sentar do lado de Kagura. “Essas fotos são suas Sou-chan, por isso eu disse aquilo.”

“Tsc, como se eu fosse achar a china girl bonita.”

“Sougo, como policial você não deveria omitir a verdade desse jeito. Quer cometer seppuku?” Hijikata e Kondo apareceram na porta, sentando no chão com o resto do grupo. “Posso saber porque não voltou para o Shinsengumi depois de cumprir seu trabalho?”

“Porque eu ainda não terminei Hijibaka-san. Estou vigiando essas malucas e impedindo elas de causarem mais problemas, devia até receber hora extra. E não chegue logo falando coisas irritantes, é obvio que eu não iria achar essa pirralha sem peitos bonita.”

“Sougo, isso é muito feio. Você fala essas coisas sobre a china-san mesmo sonhando com...” Antes que Kondo terminasse, Okita nocauteou o gorila com uma garrafa de suco.

“Como vocês sabem disso?” O sádico perguntou, envergonhado.

“Você fala dormindo moleque. Todos do Shinsengumi já ouviram suas fantasias noturnas.” O que Hijikata disse fez Sougo ficar completamente vermelho.

“Sou-chan, você continua falando dormindo? Onde eu guardei meu gravador mesmo?”

“Nee-san!”

“O que? Kagura-chan você também quer... Ué, ela dormiu.” Fuyumi falou, apontando pra Yato que havia caído num sono tranquilo sentada no sofá, abraçando o lençol que tinha roubado de Okita. “Sou-chan, seja bonzinho e leve ela pro meu quarto, sim?”

“Não estou a fim de levantar daqui.”

“Faça isso ou eu vou obrigar o Mayo-chan a contar todos os seus sonhos desde que eu fui embora.”

“SIM NEE-SAN!” Sem precisar de nenhum encorajamento, Sougo saiu correndo segurando a Yato adormecida no colo, tentando não perceber o quão adorável ela parecia com aquele rosto.

“Agora que o estraga prazeres já foi...” Fuyumi abriu um compartimento secreto no teto, que estava cheio de bebidas.

“Vejo que usou o que eu te ensinei sobre esconderijos Fuyumi-chan.” Sa-chan comentou.

“Pessoal, isso é mesmo uma boa ideia?” Shinpachi tentou argumentar, mas Gintoki lhe deixou inconsciente com sua bokuto.

“Olha só, o Patsuan também dormiu. Agora que as crianças já foram, me passa uma dessas garrafas já que perdi o sono.”

“ESSE É O ESPIRITO BAKA GIN-CHAN!”

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Gintoki acordou com a cabeça dolorida. Depois de fazer uma stalker adormecida que lhe agarrava feito um bicho de pelúcia sair de cima dele, finalmente o samurai conseguiu levantar. Shinpachi continuava nocauteado no chão, ao lado de Kondo e Hijikata, então ele decidiu ir buscar Kagura no quarto, já que o trio Yorozuya tinha um trabalho. Logo que entrou no cômodo, um guarda-chuva foi encostado em sua cabeça.

“Faça qualquer movimento brusco e eu te deixo em pedaços.” Uma voz sádica ameaçou.

“O que está fazendo, Yato maluca?”

“Olha ali.” Fuyumi apontou para o futon, onde dois rivais dormiam abraçados tranquilamente. “Hehe, eles são tão bonitinhos. Vou tirar o máximo de fotos que eu puder antes deles acordarem, e começar a terceira edição dos meus álbuns: OS REGISTROS DA FUYUMI-SAMA SOBRE O ADORÁVEL CASAL SOU-CHAN E KAGURA-CHAN!”

“Mas eu preciso dessa pirralha para o trabalho que vamos fazer.”

“Gin-chaaaan...” Fuyumi segurou o samurai pela gola da camisa como uma boneca de pano, foi até a porta, e o jogou escada a baixo. “Uma cortesia minha. Já que não dormiu ontem a noite, tenho certeza que esse”remedinho” vai te fazer descansar. Bye bye!”