“Você é realmente um cliente?” Gintoki perguntou a um homem de paletó, enquanto Shinpachi servia chá a ele.

“Gin-san não seja rude! Sinto muito por ele.” O óculos se desculpou, enquanto os outros dois membros do Yorozuya encaravam o homem sem nem disfarçar.

“Eu só quero garantir. Normalmente, quando pegamos pedidos de pessoas ricas, acabamos nos metendo numa confusão gigantesca. E então, o que você quer? Não vamos pegar nenhum bicho espacial estranho, nem espionar alguma autoridade ou nada do tipo.” O samurai de cabelos prateados falou.

“E SE FIZER QUALQUER OFERTA ESTRANHA OU PERVERTIDA VAMOS QUEBRAR SUA CARA, MALDITO!” Kagura completou.

“PORQUE DIABOS VOCÊS DOIS ESTÃO AMEAÇANDO O CLIENTE?”

“Eh... Eu não tenho nenhum pedido perigoso... É que semana que vem é o aniversário do meu filho, e ele ama muito histórias de super heróis. Então eu pensei em dar de presente um filme desse tipo feito exclusivamente para ele.” Explicou o cliente.

“Então você quer que a gente faça um filme?”

“Isso mesmo Sakata-san. Minha empresa vai fornecer tudo que precisarem, cenários, figurinos e coisas do tipo. Vocês só tem que criar a história e atuar nela. Aqui está o pagamento e o endereço do estúdio que podem usar, agora se me dão licença, tenho uma reunião importante.” Logo que o cliente saiu do Yorozuya, Gintoki pegou o envelope do pagamento.

“Nossa, esse dinheiro dá para comprar um estoque para o mês inteiro de leite de morango, e ainda sobra pra ir no pachinko. E isso depois de dividir entre nós três.”

“Mas será que foi uma ideia boa aceitarmos? Quero dizer, nenhum de nós entende nada de super heróis, ou de como fazer um filme.”

“Essa é a parte mais fácil, meu caro Megane-chan!” Fuyumi apareceu do nada, segurando um travesseiro enorme.

“DESDE QUANDO VOCE ESTÁ AQUI, SUA YATO MALUCA?”

“Desde cedo, eu estava dormindo no seu quarto Baka Gin-chan.”

“Fuyumi-san, você não tinha alugado um apartamento?”

“E aluguei, mas aquele lugar é uma droga. Meus vizinhos são barulhentos, e acho que eles gostam muito de programas de ação, porque vivo ouvindo golpes de espada, gritos desesperados e tiros.” A mulher explicou, enquanto se jogava no sofá.

“EM QUE RAIO DE LUGAR VOCE ESTÁ MORANDO? E COMO ALGUÉM QUE TRABALHAVA NOS HARUSAME PODE NÃO RECONHECER AS COISAS ESTRANHAS QUE ESTÁ OUVINDO?”

“Megane-chan, eu agradeceria se não gritasse tanto... A Kagura-chan explicou que você precisa disso para se destacar, mas mesmo assim é meio irritante.”

“Mas Onee-chan, o que você tinha dito antes? Você sabe fazer um filme de super heróis?” Kagura perguntou, enquanto comia uma tigela enorme de arroz.

“Claro que sim. Desenhos de super heróis não são diferentes de animes, só precisamos de alguns personagens básicos e uma história pré-determinada para fazer um sucesso. Com algumas alterações, vocês três já vão servir para serem o grupo principal de heróis. Só precisamos de mais uma garota...” Fuyumi subiu na mesa do Yorozuya, e deu algumas batidas no teto, onde logo se formou a porta de um alçapão secreto.

“Alguém chamou?” Sa-chan colocou a cabeça para fora da abertura.

“Ayame-chan, você pode nos ajudar com isso?”

“Claro, eu faço qualquer coisa pelo meu Gin-san!”

“PORQUE ESSAS DUAS ESTÃO AGINDO COMO SE ESSA CENA FOSSE NORMAL? E SA-CHAN-SAN, PARE DE INVADIR NOSSA CASA, POR FAVOR!” O óculos reclamou.

“Enfim, eu serei a narradora. Agora, só vão fazendo o que eu disser durante a filmagem. Vamos logo pro estúdio, no caminho podemos achar alguém para ser o vilão.”

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Em um segundo, as luzes estavam apagadas, deixando o lugar na mais completa escuridão. Aos poucos, enquanto a iluminação aumentava, um cenário urbano surgia junto com a voz da narradora.

“A avançada megalópole chamada Edo. Um lugar agradável e feliz a primeira vista, mas que escondia segredos bastante assustadores em suas profundezas. E para evitar que essas terríveis ameaças machucassem os cidadãos de bem, quatro heróis, usando poderes que ganharam por sua honra e coragem, decidiram defender sua cidade.”

“Fuyumi-san, essa narração não está meio clichê? Esqueça o meio, isso ficou o rei dos clichês.” Disse Shinpachi, usando uma roupa azul com um oito no peito, e uma capa preta.

“EU NÃO SOU FUYUMI, SOU A NARRADORA-SAMA! AGORA CONTINUE O ROTEIRO SUPER-VIRGEM!”

“E QUE RAIO DE NOME DE SUPER HERÓI É ESSE?”

“Calma ai Patsuan, estamos fazendo isso pelo pagamento... Quero dizer pela justiça. Não é, Punch Eater-chan?” Gintoki e Kagura apareceram. O samurai usava uma roupa de shinigami prateada com uma capa, e a chinesa um cosplay de Chun-Li.

“MAL COMEÇAMOS E VOCÊS JÁ ESTÃO PLAGIANDO OUTRAS COISAS! E QUE RAIO DE NOME É PUNCH EATER?”

“A NARRADORA-SAMA AQUI USOU UM GERADOR DE NOMES DE DUPER HERÓI, NÃO FICOU INCRIVEL? E-Enfim, num dia normal, o time de super heróis Yorozuya recebeu uma ligação de sua cientista ajudante.

“Gin-sa... É... Quero dizer, Sugar Master, temos um problema!” Sa-chan falou, sentada do lado de Fuyumi, enquanto a Yato mostrava uma placa com “Finja que está falando com sua pulseira comunicadora.”

“O que foi stalker?” O samurai perguntou, enquanto se questionava como diabos aquela coisa tinha ido parar no seu braço.

“De acordo com minhas informações, o Terrorista-Duo e o Vagabundo uniram forças e estão atacando o centro da cidade! Se não correrem, milhares vão ficar feridos!”

“Tá, tá, vai lá polir suas algemas e não fica histérica. Ahh droga, porque precisamos ir fazer isso? Quem liga para a vida de um monte de pessoas imaginárias?”

“E FINALMENTE, SUGAR MASTER LEMBROU O QUANTO ESTAVA EM JOGO CASO A SEQUÊNCIA DE EVENTOS DAQUELE DIA NÃO SE REALIZASSE, E O CORAJOSO TRIO SE DIRIGIU AO ENCONTRO DOS VILÕES.”

“Certo, bêbada fangirl, não precisa me lembrar.” Gintoki reclamou, enquanto as luzes se apagavam e o cenário mudava.

“HAHAHAHA! USANDO MEUS PODERES VOCÊS SERÃO TÃO MADAOS QUANTO EU!” Um óculos escuro usando um humano que vestia um terno velho e cuecas enquanto voava.

“Oy, oy, que droga de vilão sem graça é esse? Não podíamos ter arranjado algo melhor?” Kagura perguntou, quebrando o cenário para fazer um banco enquanto comia sukonbu.

“Só falta o outro vilão ser mais um inútil...”

“INUTIL JANAI, DUO-TERRORIST DAAAAAA!” Katsura e Elizabeth apareceram em cima de um prédio, usando máscaras de esqui.

“Legal, parece que meu super poder é o de prever o futuro.” Gintoki falou, falsamente surpreso.

“PARECE QUE MEU PARCEIRO FINALMENTE CHEGOU!” O Madao disse, enquanto ambos se aproximavam do Yorozuya.

“O QUE VÃO FAZER AGORA HERÓIS? MUAHAHAHA! OBSERVEM NOSSO ATAQUE FINAL, O....” Antes que o terrorista terminasse, Gintoki e Kagura nocautearam ele e Hasegawa com um único chute.

“E a cidade foi salva.” A dupla do Yorozuya constatou, com caras entediadas.

“Agora vamos pirralhos, eu quero tirar essa roupa apertada e beber alguma coisa.”

“E eu estou faminta.”

“GIN-SAAAAAN ESPERE POR MIIIM”

“KAGURAA-CHAAAAN, PORQUE NÃO VAMOS BUSCAR O SOU-CHAN E COMEMOS ALGUMA COISA?”

“É... Nós vamos mesmo deixar esses dois aqui?” Perguntou Shinpachi, se referindo aos dois homens caídos, mas acabou seguindo o resto do grupo.

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“Sinceramente... Que droga de filme é esse pai?” Um garoto mais do que traumatizado perguntou, enquanto seu pai pensava apenas em uma coisa:

“Aquele Yorozuya definitivamente vai devolver meu dinheiro.”