“Eh... Eu acho que é aqui.” Okita falou para si mesmo, olhando mais uma vez a carta na sua mão. Tinha recebido aquela coisa estranha no Shinsengumi alguns dias antes.

“Caro Okita Sougo, informamos que está sendo solicitada sua presença numa reunião de elenco para discutir alguns pontos. É obrigatório comparecer. Informações de horário e localização estão a seguir.”

Normalmente Sougo não era o tipo de pessoa que obedeceria uma coisa desse tipo, mas naquela vez sua curiosidade foi mais forte, e lá estava ele, na frente do que parecia ser um prédio cheio de escritórios. Encontrou a sala informada na carta e abriu a porta, se deparando com uma inusitada situação: Numa enorme sala de reuniões estavam apenas um rapaz de cabelos alaranjados e usando roupas chinesas, acompanhado de alguém que o sádico já tinha visto antes.

“Tsc, uma emboscada? Parece que esse dia acabou de ficar mais interessante. Se eu levar sua cabeça o Hijikata-san vai ser obrigado a me dar um ano de férias, então que tal nós brincarmos um pouco... Takasugi Shinsuke?” Okita falou com um sorriso sádico, sacando sua espada.

“Takkun, esse garoto não é um daqueles policiais que você me falou? Ele parece interessante, posso matá-lo?” Kamui pulou da mesa de onde estava sentado e puxou o guarda-chuva.

“Fique a vontade. Eu soube desde o inicio que essas cartas ridículas eram uma armadilha, mas matar um moleque atrevido que se acha no direito de carregar uma espada não é nada interessante.” O sangue estava prestes a ser espalhado na sala de conferências, quando uma quarta pessoa abriu a porta. Se tratava de uma mulher alta com cabelos loiros presos num coque e roupa social, que carregava uma bandeja com bebidas.

“Ah, vejo que todos os componentes dessa reunião já estão presentes. Muito prazer, eu sou Asami, chefe do departamento de marketing.” A mulher cumprimentou educadamente.

“Oy, foi você que mandou essa carta. Uma denúncia anônima seria mais eficaz que uma carta se queria entregar a cabeça de terroristas.” Sougo falou, enquanto ainda encarava Takasugi e Kamui.

“Okita Sougo-san, Takasugi Shinsuke-san, Kamui-san. Acho que entenderam errado o motivo de estarem aqui. Bem, irei explicar: Os três são personagens bastante populares entre as fangirls, e juntando uma série de fatores eu resolvi promover um pequeno encontro de elenco. Apenas conversem, pesquisem coisas na internet, enfim, façam algo divertido para aumentarmos ainda mais a audiência. Nem preciso falar que não podem se matar.”

“Yare, yare, parece que temos uma mocinha faladora por aqui.” Kamui estalou os dedos das mãos se preparando para lutar, mas as armas de todos desapareceram.

“Sugiro que não tentem nada tão estúpido quanto me atacar ou desobedecer meus conselhos.” Fora do prédio, o céu ficou negro e cheio de relâmpagos. “Eu sou algo muito pior que qualquer um dos três.... Uma executiva. Meu departamento decide o que vai melhorar as vendas, então com algumas palavras certas posso fazer vocês terem uma morte tragicamente bela. Tenham uma boa tarde!” Asami saiu da sala, e pela primeira e talvez única vez alguém foi capaz de deixar os três maiores sádicos de Gintama meio apavorados.

“Tsc, parece que não temos escolha. Então, o que dois caras com penteados extremamente femininos fazem para se divertir?”

“E como um moleque com cara de menina foi criado para falar com os outros desse jeito?” Kamui respondeu.

“Já que não tem armas vão começar com discussões infantis? Tsc Kamui, essa sua personalidade maluca pode ser bem problemática.” Takasugi falou, se concentrando mais em fumar, tanto que nem percebeu que os outros dois tinham ligado um computador e colocado duas cadeiras em volta dele.

“Ah, já fazia um tempo que eu não usava a internet. A velocidade aqui na Terra é realmente péssima.”

“Eu tenho que concordar seja lá qual for o seu nome, mas a internet é um ótimo lugar para divulgar coisas destruindo a imagem do Hijikata-san...”

“Vamos começar pesquisando.... Já sei.” Por alguns segundos foram ouvidos apenas barulhos de teclas sendo apertadas, e logo depois várias risadas.

“Pffff, além de emo esse cara tem o fetiche mais esquisito que eu já vi. Formaria um casal adorável com o Hijikata-san.”

“Takkun, você nunca me contou que fazia coisas tão divertidas!” Movido pela curiosidade, Takasugi se juntou aos outros dois, apenas para dar de cara com uma porção de imagens bastante esquisitas dele mesmo (a maioria envolvendo yakult).

“Como esses fãs perturbados descobriram que eu gosto de Yakult?”

“O samurai-san e aqueles outros dois revelaram num capitulo de algum tempo atrás.” Kamui explicou, sem tirar os olhos da tela.

“Como diabos você sabe disso?”

“Eu leio algumas edições do mangá quando não estou me divertindo matando alguém. Ah, depois dessas coisas tão engraçadas sobre o Takkun, eu quero ver o que falam de mim.” Uma mudança de letras e logo uma porção de imagens diferentes apareceu.

“Oy, porque a china girl está com você na maioria dessas imagens?”

“China girl? A garota nas fotos é minha adorável imoto-chan.”

“Você é irmão dela?” Okita perguntou, meio surpreso, mas logo depois percebendo que os dois realmente se pareciam muito.

“Ah, eu sabia que já tinha visto você antes.”

“Do que está falando emo do yakult?”

“Você é aquele pirralho que junto com a irmã desse ai destruiu todos os robôs do festival a muito tempo atrás. Foi bastante divertido de assistir, apesar de ter atrapalhado meu plano.”

“Tá, tá, parem de lembrar de coisas que aconteceram há vários capítulos atrás. Vamos ver o que a internet fala do Okita-chan.”

“Oy, oy, quem diabos você pensa que é pra me chamar de Okita-chan, seu Sis-Con?” Sougo falou ao mesmo tempo que Kamui apertava Enter, e percebeu que se o que tivesse dito fosse verdade, iam conseguir dar um jeito de ter uma briga mortal mesmo sendo impossível no território da assustadora diretora de marketing.

“O-ki-ta-chan, parece que o único aqui a ter um complexo com minha irmã é vo-cê.”

“Tsc, isso é coisa das fangirls malucas. E bem que seria até interessante ter alguma coisa com aquela pirralha. O que acha de sermos da mesma família Kamui-chan?”

“Divertido, muito divertido! Pela primeira vez na minha vida eu ia me interessar em reuniões de família... Se você não morresse na nossa primeira luta.”

“Você é mesmo confiante, não é? Vamos ver para onde vai essa confiança toda se eu cortar essa trancinha adorável junto com sua cabeça.”

“Interessante. Takkun, porque não contrata esse garoto para trabalhar no Kihetai? Nós três nos divertiríamos bastante destruindo esse planeta dos samurais.”

“Infelizmente vou ter que recusar a oferta, tenho que continuar no Shinsengumi se quiser ver a morte do Hijikata-san de camarote.”

“Vejo que estão se dando bem.” Asami entrou na sala e observou as três pessoas. “Espero que fiquem felizes sabendo que eu já tenho tudo que preciso para o especial.”

“Então diretora-san, pode devolver nossas armas? Eu e o Okita-chan temos negócios de família para tratar.”

“Ah, sinto muito, vou mandar vocês de volta agora mesmo.” Num instante, o trio desapareceu completamente da sala, e Asami pegou um telefone. “Pronto, quase tudo terminado. Agora é só pegar as reações deles após acordar e teremos nosso especial. É, quem sabe dessa vez podemos ter uma alta gigantesca na popularidade? Vamos esperar para ver.”