Aleatório é quase um sinônimo de Gintama escrita por Isa


Capítulo 10
Os filhos dos professores sempre acabam tendo problemas por causa disso


Notas iniciais do capítulo

Iae Minna-san! Bem, eu vou logo avisando que nesse capitulo eu ultrapassei os niveis de "viajar geral". Só que eu sempre fiquei muito irritada por não se falar nada do passado dessa pessoa (no vou estragar o capitulo dizendo quem é).



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“Papai, papai! Eu senti tantas saudades!” Uma garotinha gritava enquanto abraçava um homem adulto.

“Desculpe querida.” O homem se limitou a dizer. Sorria como sempre fazia, mas havia algo por trás daquilo.

“Está tudo bem, não se preocupe! Dessa vez você vai ficar aqui por muito tempo?”

“Na verdade... Nós precisamos conversar. Espero que você me entenda A...

O barulho do telefone celular tocando fez a moça acordar, seus olhos cheios de lágrimas.

“O que foi?” Ela perguntou, vendo o número conhecido na tela.

“A pessoa que te contratou quer confirmar o trabalho de amanhã.”

“Está tudo certo. Preciso desligar agora, estou ocupada.” A garota mentiu e olhou o teto do quarto de hotel que estava, abraçando um travesseiro.

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“Gin-san, você não vai levantar?” O barulho da porta sendo aberta e a voz do rapaz de óculos atingiram os ouvidos do samurai de cabelos prateados, que na verdade, estava acordado desde a noite anterior.

“Só um minuto.” Shinpachi estranhou a resposta simples e a falta de travesseiros sendo jogados na sua cara, mas preferiu não comentar.

Gintoki ficou alguns instantes sentado no futon, tentando não pensar em nada e se manter calmo. Mas era simplesmente impossível fazer isso naquele dia. Mais um ano tinha se passado desde a morte de seu amado Sensei.

O samurai trocou suas roupas de dormir pelo tradicional kimono branco com detalhes azuis e seguiu para a sala do Yorozuya, onde os outros dois membros tomavam café tranquilamente. Aquela era uma das situações onde ele era mais grato que o normal por ter Shinpachi e Kagura na sua vida. Graças aqueles dois ele conseguia suportar a dor daquele dia mais facilmente.

“Gin-chan tome logo café, nós precisamos ir fazer algumas compras.” Kagura falou, entregando uma tigela de arroz a Gintoki.

“Do que está falando Kagura?”

“Você se esqueceu seu samurai inútil? Nós finalmente concluímos um trabalho ontem e por isso temos dinheiro.” A Yato falou.

“Ah claro, tanto faz.”

“Gin-san, você está bem?”

“Só estou de ressaca... É, bebi demais ontem.” Os dois adolescentes se olharam, sabendo que aquilo era claramente uma mentira. Gintoki tinha chegado bem cedo na noite anterior, e não parecia estar bêbado. Mesmo assim, Shinpachi e Kagura preferiram não falar nada.

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“Filha, você já terminou de arrumar suas malas?”

“Sim senhora... Mamãe, porque nós temos que ir embora? Eu gosto muito daqui, mesmo não tendo muitos amigos... Além do mais... Se estamos indo quer dizer que o papai não vem, certo?”

“Eu não sei querida... Por hora, só se preocupe em terminar de organizar suas coisas, tudo bem?” A mulher saiu do quarto de sua filha antes que as lágrimas ficassem aparentes.

“Eu realmente devia sair um pouco de casa. Ficar lembrando essas coisas vai só piorar tudo.”

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“Gin-san, porque não vai comprar sua Jump? Nós terminamos de fazer as compras.” Shinpachi falou, enquanto escolhia algumas verduras. Desde que tinham saído, ele e Kagura tentavam ao máximo alegrar o amigo, mesmo sem saber o motivo daquela tristeza.

“Ei, não é a Sa-chan ali? SA-CHAN!” Kagura gritou, avistando a kunoichi que carregava uma pequena sacola.

“Oi pessoal, como estão? Gin-san que carinha triste é essa? Aconteceu alguma coisa? Sua Sa-chan aqui pode fazer algo pra te animar?” Sarutobi abraçou Gintoki, surpreendentemente não sendo jogada pra longe.

“Você não pode falar dele Sa-chan-san, também está com olheiras enormes.” O samurai óculos falou, apontando para os olhos inchados a o rosto pálido da ninja.

“Ah... Você sabe, eu trabalho de noite... N-Não tenho dormido muito, só isso! B-Bem agora eu tenho que ir! Até outra hora!” Sa-chan saiu correndo, quase derrubando várias pessoas no caminho.

“O que será que aconteceu com a Sa-chan? Gin-chan você fez alguma coisa não foi? Como minha Mami dizia, esses homens inúteis só fazem mal as mulheres.”

“Eu não fiz nada sua pirralha! Aquela stalker é só meio maluca mesmo.”

“Mesmo assim, devíamos ir dar uma olhada nela...” Shinpachi falou.

“Tudo bem.” Gintoki respondeu. Iria querer saber sobre isso. Por mais que parecesse desinteressado, o samurai sempre se preocupava com todos os amigos dele, e a ninja stalker maluca não era uma exceção. Além do mais, qualquer coisa seria melhor do que voltar pra o Yorozuya e ficar preso nas próprias dores.

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“Mamãe eu estou tão feliz! Depois desses meses todos finalmente vamos ver o papai de novo, será que ele anda comendo direitinho?”

“Espero que sim querida. Aquele ali não é um dos alunos dele?”

“SIM EU CONHEÇO ELE! OIII QUANTO TEMP...”

“Vocês duas?”

“Viemos fazer uma surpresa pro papai! Onde ele está?”

“Então ainda não sabem...”

DING DONG! O barulho da campainha acordou a moça, que foi correndo abrir a porta.

“Yorozuya?”

“Desculpe o incomodo, podemos entrar Sa-chan-san?” Shinpachi perguntou.

“Claro, fiquem a vontade! Mas eu não entendo, aconteceu alguma coisa? GIN-SAN NÃO ME DIGA QUE SENTIU MINHA FALTA!”

“Não é isso, sua perturbada! O Shinpachi achou que tivesse alguma coisa de errado com você então viemos checar.”

“Ah, foi por isso? Eu sinto muito por deixar vocês preocupados pessoal, é só que hoje... É um dia muito difícil pra mim?”

“Porque Sa-chan? Alguém escondeu suas coisas S-M?”

“Não Kagura-chan. É só que... Hoje é o aniversário do dia em que meu pai morreu.” Sarutobi de repente assumiu um ar deprimido e sério. “Porque vocês não tomam um chá comigo? Já que se deram ao trabalho de vir aqui é o mínimo que eu posso fazer.” Sa-chan apontou para uma sala no quarto de hotel, e os integrantes do Yorozuya a seguiram. No cômodo havia um kotatsu, algumas cadeiras e um altar, com alguns incensos ainda queimando e uma espada.

“Gin-san aconteceu alguma coisa? Você não quer chá? Eu posso conseguir algum leite de morango ou parfait se preferir.” A ninja míope estranhou o fato do samurai ter parado na porta da sala.

“Aquela espada... Onde você conseguiu?”

“Aquilo? Ah, é uma lembrança do meu pai. Era uma das poucas que ele usou durante a vida, e por sorte essa ficou com minha mãe.”

“Seu pai era um samurai Sa-chan-san?”

“Sim. Meu pai era um homem muito bom, cuidava de vários garotos e ensinava a eles como serem pessoas dignas. Só que por causa disso o governo foi atrás dele e o prendeu.”

“O nome.” A voz de Gintoki soou rouca e séria, muito diferente do normal.

“Do que está falando Gin-san.”

“Qual era o nome do seu pai?”

“Yoshida Shouyou. Depois que fomos embora minha mãe preferiu que usássemos o sobrenome da família dela. Mas porque...” Era impossível continuar a pergunta, Gintoki havia saído correndo do quarto de hotel.

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Katsura encarava uma tigela fumegante de ramen, observando discretamente Ikumatsu cortar alguns ingredientes. Não tinha conseguido ficar sozinho e resolveu inventar uma desculpa para ficar algum tempo no restaurante da loira. Tudo parecia calmo, até Gintoki entrar correndo no restaurante e puxar o terrorista pelos pés até bem longe dali.

“PRA QUE FOI ISSO GINTOKI?”

“Zura... O Shouyou-sensei tinha uma filha.”

“Como você descobriu isso?” Katsura perguntou.

“VOCE JÁ SABIA?”

“Eu descobri por acidente. Um dia eu estava procurando o Takasugi e vi o sensei falando com uma mulher, então fiquei curioso e segui os dois. Pelo que eu sei, ele amava muito a mulher e a filha, mas como sabia que o governo estava atrás dele preferia ficar longe delas. Ele acabou me pegando espiando e às vezes eu ia lá brincar com a garotinha, já que ela nunca saia de casa. Depois de algum tempo o sensei pediu pra elas se mudarem pra longe, e quando as duas voltaram ele já tinha sido pego...”

“ENTÃO PORQUE NUNCA ME CONTOU SOBRE ISSO? EU TIVE QUE SABER POR CAUSA DE UMA COINCIDENCIA DE TER ENCONTRADO A SA-CHAN NESSE DIA.”

“O que a Sa-san tem a ver com isso?”

“ELA É A FILHA DO SHOUYOU-SENSEI SEU IDIOTA! VOCÊ TEM PROBLEMAS NA CABEÇA ZURA?”

“Zura janai, Katsura da! E isso é impossível. O nome da garotinha era Aya-chan, e ela não usava óculos nem nada.”

“VOCE TEM TODA ESSA CISMA COM NOMES E NÃO SABE QUE O NOME DELA É SARUTOBI AYAME? Cara, você realmente tem problemas na cabeça.”

“Então... Você é o Kota-kun de antes? O que ia brincar comigo e o que me contou que o Bakufu tinha pego meu pai?” Os dois não tinham percebido antes que Sa-chan estava ouvindo a conversa.

“Sa-chan.... Zura! Pode voltar pro restaurante da Ikumatsu.”

“Mas Gintoki...”

“Está tudo bem Katsura-san, pode ir, na verdade eu também já estou voltando pra casa.”

“Certo então. Até outra hora Gintoki. E eu sinto muito por tudo que aconteceu Sa-san... Não, Aya-chan.” O terrorista foi embora sem falar mais nada.

“Bem Gin-san, eu já vou também, fiquei preocupada com você e acabei deixando a Kagura-chan e o Shinpachi-kun sozinhos. Nos vemos pelo Yorozuya.” A kunoichi também estava pronta para pegar o caminho de volta, mas Gintoki segurou seu braço.

“Espera! Você não vai falar nada sobre isso tudo?”

“O que eu teria pra falar? Eu já sabia de tudo sobre o meu pai, só foi meio surpreendente saber que você e o Katsura-san eram alunos dele.”

“Você nunca sentiu raiva de nós, os alunos do Shouyou-sensei?”

“Sinceramente, no começo sim. Eu sempre pensava que era injusto vocês sempre terem a atenção do meu pai e poderem aprender tanto com ele enquanto eu ficava trancada em casa. Mas, não sei, eu amadureci depois. Percebi o quanto aquilo tudo era importante pra ele, e consegui aceitar.”

“O que aconteceu com você depois que foi embora?”

“Eu acabei conhecendo o pai do Zenzou e comecei a trinar para ser uma ninja. Mas isso é meio vergonhoso... Mesmo sabendo que o Bakufu foi quem levou meu pai, eu acabei trabalhando no Oniwabanshuu. Gin-san, eu só tenho uma pergunta pra fazer, depois eu só quero que tudo entre nós volte a ser exatamente como era antes. Não quero que sinta pena de mim nem nada desse tipo.”

“O que você quer saber?”

“Vocês receberam noticias do meu pai depois que ele foi levado?” Gintoki hesitou um pouco, mas acabou se convencendo a contar a verdade.

“Sim... Quando estávamos na guerra nos... Nos mandaram a cabeça dele...”As imagens daquele dia fizeram o samurai se segurar em alguma coisa pra não cair.

“Entendo... Por um lado eu fico feliz em saber disso. Um lado de mim sempre soube que ele já estava morto, que o Bakufu nunca teria deixado ele viver... Mas... Meu coração insistia em esperar que um dia ele voltasse... Obrigada Gin-san.” Sa-chan foi embora, sem dizer mais nada.

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No outro dia...

“GIN-SAAAAAAAN! VOCE PODE FAZER O QUE QUISER MAS NÓS VAMOS FICAR JUNTOS PRA SEMPRE!”

“E O QUE DIABOS ISSO TEM A VER COM COLOCAR CAMERAS NO MEU BANHEIRO, SUA STALKER MALUCA?”

“ISSO, ME XINGUE MAIS!” Shinpachi abriu a porta, se deparando com a clássica cena de Gintoki tentando arremessar Sa-chan por uma janela. Mas dessa vez ele sorriu. Depois daquela aura de depressão no dia anterior, era ótimo que os dois houvessem voltado ao normal.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Até semana que vem!



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