Pov. Kath

Acordei feliz.

Mais do que feliz. Ah sei lá, só sei que acordei antes do despertador tocar. O que é um bom sinal. Eu acho. Estava sentada na cama, e pensando em tudo que houve ontem no parque, o medo do Josh de montanhas russas, depois o meu...Tá eu posso cortar essa parte e pular para a do pier. Ah o pier. Eu...

O meu celular apitou uma musiquinha chata, avisando que uma mensagem chegou, aliás, porque eu coloquei essa música? Odeio ela! Mas não interessa, peguei-o da mesinha e fui ver de quem era, e para minha surpresa era o Josh. Sim, o próprio!

" Hey, Kath! Bem, primeiro, Bom-dia. E não, não vou faltar hoje, (imagino seu ataque de loucura na escola kkk) só mandei essa mensagem pra te avisar que vou chegar ai no horário de sempre, não se atrase ok?
Beijos - xx Josh!"

Ah, estou feliz mais ainda, se é possível. Entrei no banheiro cantarolando qualquer coisa, tomei um bom banho, lavei meus cabelos, enfim, fiz tudo para melhorar meu dia! Sai do banho, me vesti com uma roupa bem legal, e fiz uma maquiagem leve, apenas para eu não sair com uma cara de doente, um pouco de blush pra dar saúde como diz a Cyn, uma sombra rosa claro, um pouco de rímel, do transparente, eu prefiro esse porque é bem capaz de eu sair como uma morta viva com rímel preto por todo o rosto. E para finalizar: um batom rosa um pouco escuro, médio pra falar a verdade. Deixei meus cabelos soltos mesmo, e coloquei uma tiara bem lindinha que ganhei da minha prima.

Me olhei no espelho, e sorri com o resultado.

Minha mãe se esgoelava lá em baixo, mas apenas sorri mais, desci me achando uma modelo. Eu realmente me sentia linda. E é isso que importa certo?

– Finalmente né? Pensei que tivesse morrido no quarto. E como minha princesinha está linda! - falou assim que desci e apareci na porta da cozinha, ela estava comendo já.

Obrigada por me esperar, mãe.

– Bom dia para a senhora também, né? - ironizei sentado ao seu lado e pegando um copo de suco de uva. Ai amo suco de uva.

– Bom dia filha! Mas vai para a escola tão arrumadinha assim? Tem certeza que não vai fugir pra outro lugar? - brincou e eu ri.

– Ai mãe! Mas me diz, tem noticias do papai? Quando ele volta? - perguntei tudo de uma vez. Estou com saudades do meu pai, quero que ele volte logo.

– Ah filha, sabe que seu pai precisa se recuperar bem antes de voltar. O acidente foi grave. - disse carinhosa. - Mas eu tenho certeza que ele voltará quando menos imaginarmos.

– Ok então. - foi só o que eu disse e voltamos a tomar o café.

Conversamos muito, principalmente sobre besteiras. Terminamos de comer, e eu fui arrumar minha - bagunçada - mochila. E eu estava na sala, tentando assistir algum desenho bobo que passava pela manhã e encaixar o livro de quimíca em algum lugar, quando ouço uma buzina do lado de fora. Meu coração pulou na hora. Eu desliguei a TV e despedi-me de minha mãe, na base do grito, mas me despedi. Não consegui colocar o livro dentro da bolsa, por isso, o levei na mão, iria colocar na bolsa do Josh. A buzina tocou pela segunda vez e eu corri porta a fora.

Ele? Estava lindo como sempre. Qual macumba ele faz hein? Tanta beleza chega a ser irritante!

– Muito pontual. - ironizou assim que me aproximei.

– Ah claro, porque dar bom dia doí né? - ironizei também rolando os olhos e indo direto para a mochila dele.

– Ei! O que vai fazer? - perguntou olhando direto pra sua mochila em minhas mãos.

– Colocando meu livro dentro da sua bolsa. O que mais? - falei como se fosse óbvio e ele rolou os olhos.

– Sabe, acho que você me usa demais. Coitado de mim. - dramatizou ainda em cima da moto. Seria muita maldade desejar que ele caia?

– Seu exagerado! - ri e ele me ajudou a subir na moto, pensei que ele iria dar a partida, mas ele não deu. - O que foi? Não me diga que acabou a gasolina e vamos ter que ir a pé. - comecei a me desesperar. Sim, sou muito preguiçosa, fazer o que?

– Não, de onde tira essas ideias? - perguntou virando-se um pouco.

– Sei lá. - dei de ombros e ele riu.

– Mas não é isso. Bem...Err...Eu quero te dar seu presente. - ele sorriu um pouco vermelho. Aposto que meus olhos brilharam com a palavra presente.

– Presente? Você vai me dar um presente? Porque? - perguntei tentando fitar seus olhos, mas ele estava de lado, só dava pra ver um pouco do seu perfil.

– Ora, pelo seu aniversário né? - falou com um sorriso grande.

– Aniversário? Josh! Não precisava, sério! Você me levou pra um passeio incrível ontem, eu amei. Não precisava de verdade. - alô? Sou eu mesmo? Recusando presente? O que esse moleque fez comigo?

– Ok, se não quer...

– NÃO! Me dá! Quer dizer...Eu aceito com prazer. - fiz uma carinha amigável e ele gargalhou.

– Ok ok, sei que ama ganhar presentes. Pega no segundo bolso da minha mochila. Espero que você goste. - disse e se virou de volta.

A primeira coisa que fiz foi abrir todos os bolsos de uma vez, mas, na realidades, estava no segundo mesmo. Eu o abri e tinha uma caixinha cinza, com um pequeno lacinho bem feito. Não foi ele que fez. Eu a abri e meu queixo foi lá pro chão, era uma correntinha dourada com um lindo coração, e todo enfeitado. Era...Perfeito.

– O que achou? - perguntou por cima dos ombros.

– Seu idiota! É LINDO!! - gritei , com certeza no seu ouvido, e o abracei por trás, era a única maneira de abraça-lo mesmo.

– Que bom que gostou, achei que combinaria bastante com você. - pude notar ele corar um pouco. Oh porque? Porque ele tem que ser tão fofo mesmo vermelho que nem tomate?

– Nem sei o que dizer. Obrigada. Obrigada mesmo! - falei ainda abraçada a ele, inalando aquele cheiro bom, era amadeirado, eu acho.

– Você merece. Bem, vamos pra escola? - disse eu assenti, colocando sua bolsa numa especie de porta-malas que tinha na moto. Imagino quanto custou, digo, a moto.

Ele acelerou e eu já estava acostumada, não tinha mais vontade de bater nele, ok só um pouco. Principalmente quando ele faz aquelas curvas, Argh!

(...)

Chegamos na escola bem rápido, queríamos sempre chegar na escola uns minutos antes, apenas para...Hum...Ter um tempo a sós. Entramos no pátio e todos olharam direto pra mim, ou nós, eu já estava acostumada. Acostumada com os olhos de inveja da Meredith, das gêmeas que não sei o nome, e de 99,9 % das garotas da escola, também já estou acostumada em ser sempre marcada na Queimada.

Isso é sério. Sempre tentam me acertar! E...

– Tudo bem? - ele sussurrou quando nos sentamos em uma mesa, um pouco afastada das outras.

– Ahn? Estou, estou. - falei saindo dos meus pensamentos realísticos da semana passada.

– Em que estava pensando? - perguntou me olhando, eu ri involuntariamente.

– Em como as garotas daqui são...Invejosas. - falei por fim, dando uma olhada ao redor e recebendo olhares assustadores.

– Como assim? - ele riu ainda me fitando.

– Bem, vejamos - comecei a listar e ele apenas ria. - Elas me olham como se eu fosse um ratinho e elas leões...

– Na verdade, são leoas e... - me interrompeu, e eu o olhei com o meu pior olhar mortal do mal. - Tá, foi mal, continua aí.

– Valeu né? - tentei ficar séria, mas acabei rindo. - Já falei sobre eu ser um ratinho e tals certo? - ele assentiu e eu sorri. - Bem, nas queimadas, elas tentam arrancar meu couro, cabelo, olhos, figado, coração, e rins. - ele riu alto dessa vez. - E...Elas estão querendo pular no meu pescoço agora, apenas por estar conversando com você. - disse bufando e ele riu mais.

– Bem, se elas querem pular no seu pescoço por apenas falar comigo, imagina o que farão se eu fizer isso.

Falou e segundos depois - não me perguntem como ele fez isso– estava com os lábios selados ao meu. Foi um beijo bom e curto.

– O que você fez? Agora é que eu vou ser linchada! - dramatizei e ele riu me abraçando de lado.

– Boba. - sussurrou no meu ouvido, e eu me arrepiei toda.

– Apenas realista, Sr. Fanny! - falei baixo, mas alto o bastante para ele ouvir.

Ele iria rebater se o sinal não tivesse tocado. Ele apenas me chamou para ir pra sala, e nós fomos.

(...)

As aulas não podiam ter sido mais entediantes. Bem, o fim das aulas finalmente chegou, e eu estava pronta para voltar pra casa e talvez dormir mais, ou comer nutella. Essa é uma boa opção. Mas o Josh, disse que tinha que me mostrar algo no pátio de trás, sim, a escola tem 2 pátios, um na frente, e outro meio que nos fundos. Quando eu cheguei lá vi algumas pessoas, mas, ainda sem saber o motivo, ele fala.

– Posso te fazer uma pergunta? - ele sussurrou, pensei em fazer uma pequena brincadeira, mas desisti.

– Hum...Tudo bem. Pode fazer.

– Namora comigo?

Nesse momento, senti tudo parar! O que ele disse?