Pov. Kath

Depois da conversa muito estressante (e reveladora) com a Cynthia, conversamos mais sobre outras coisas, que não incluíssem as palavras "amo" e "Josh". Ela me disse como guardar e organizar as roupas corretamente no armario. Já dá pra imaginar que eu dormi legal né? Mas enfim, deu a hora de voltar, me despedi da Cyn e fui floresta a fora, basicamente correndo perigo de me perder ou ser atacada pelo Slander-man, a Cynthia me contou essa historia hoje, eu preciso falar que fiquei morrendo de medo? Eu sou muito medrosa, tipo, muito mesmo. Assisti o filme Atividade paranormal e não dormi direito por duas semanas, imaginando os fantasmas ou sabe-se-lá o que puxar o meu pé. Me chamem de infatil ou coisa do tipo. Não ligo. Mas na frente dos outros eu só finjo rir e achar graça, quando na verdade eu estou orando mentalmente para nada vir me pegar a noite.

Andei devagar pela floresta, evitando ir para as partes mais escuras, quando trombo com alguém e logo solto um grito,

– É Slender-man. Oh céus, eu sou tão nova, não me mate! - foi a primeira coisa que consegui falar até ouvir uma risada.

– Calma, Kath! Sou eu. - falou o Zack sorrindo. Com certeza da minha cena patética e assustada.

– Ah, Zack, que susto garoto! - lhe dei um tapa de leve.

– A Cynthia te contou a historia do Slander-man, né? - falou com um sorriso sapeca.

– É! Ela sabe como contar, e olha que não fico assustada fácil! - falei, ou melhor, menti.

Eu me assustei até com a historia do motoqueiro fantasma, serio, podem rir, mas sempre que alguém falava: vamos fazer um acordo? Eu achava logo que era o diabo, querendo levar minha alma.

– Ela sabe sim.

– Mas já tá voltando? Pensei que fosse ficar mais tempo com o Josh.

– É, ele tá com um pouco de mau-humor então achei melhor voltar e ele tá um pouco...Err...Confuso, acho melhor você conversar come ele. - sorriu e eu retribui. – E para não se perder, a sua cabana fica pra lá! - apontou, para um lugar mais a frente.

– Obrigada. Vou indo, não quero que ele apronte nada na minha ausência. - brinquei.

– Ok, tchau, Kath. - despediu-se e eu andei floresta a fora.

Cada barulhinho eu dava um pulo, alguém tem que me dá um chá de realidade e coragem, eu acho que vou precisar encontrar o mágico de Oz. Pensamentos alegres, coelhinhos, gatinhos, pandas gordos e fofos brincando, crianças felizes, My little Pony, arco-íris, beijar o Josh, e...Ei! Isso não é um pensamento alegre, talvez um pouquinho. Mas ESQUEÇA os pensamentos felizes, vou na marra! Se algum vampiro, lobisomem, Slander-man quiser me devorar...Eu fujo!

Caminhei rápido, bendita hora que eu quis saber quem era o Slander-man, eu poderia ter dito que já conhecia ou que não me interessava, mas nãããão eu tinha que dizer: claro Cynthia, por favor me fale sobre esse tal Slander-man e sua maravilhosa historia.
Burra! Burra! Porque eu não percebi que não teria um cara magrelo que caça pessoas na...Floresta e eu tô numa floresta! Calma, isso é historia.

Mesmo sendo historia corri mais e mais rápido, quando finalmente cheguei na cabana, abri a porta e fechei na velocidade da luz, encontro uma cena bem...Incomum, o Josh estava jogado no sofá grande de costas para a porta, acariciando a cabeça do Toby enquanto ele dormia no chão. Ele escutou o barulho da porta, eu acho, e falou:

– Kath? É você? - perguntou ainda deitado, eu já estava prestes a dar um susto nele. Droga!

– Sim, o que tá fazendo? Parece deprimido. - falei entrando no seu campo de visão.

– Eu não estou fazendo nada, e não estou deprimido, só pensando. - falou ainda no mesmo tom chato.

– O Zack me disse que você tava meio...Confuso, ele me mandou conversar com você, então...?

– Não preciso conversar, só pensar. Pode ir tomar banho, vai, vai. - fez sinal com as mãos para que eu subisse.

– Ah ok! Mas se quiser conversar...

– Já entendi, eu te chamo, pode ir. Não preciso. - disse com os olhos fechados.

Eu suspirei e subi as escadas, fui no meu quarto, peguei as roupas e fui para o banheiro, me despi e entrei no chuveiro quentinho, fechei os olhos para passar shampoo e vi a Samara, o Slander-man e tudo que é coisa ruim, gente desde quando eu fiquei tão medrosa?

Desde que nasceu, gênia!!

Bem, eu fiquei pensando no que a Cynthia me disse, não sobre o Slen...Vocês não se cansam de eu repetir esse nome não? Bem, eu pensei. E se eu amar mesmo o Josh e tentar me enganar? E se eu...

– Aiii cacilda! Que frio! - reclamei com o chuveiro quando a agua ficou gelada...De...Repente. Não é nada, não é nada! Me conti para não pensar que foi atividade paranormal.

Sai de lá e fui me vestir, esqueci as roupas na cama, mas que porcaria! Andei com os pés molhados mesmo (se eu cair agora, vou ser o maior exemplo de lerdeza do mundo) (N/Autoras: Você já é querida!) (N/Kath: Shh me deixem narrar!)

Enfim, como eu sou burra e não aprendo com meus erros, e fui até o quarto e não caí! Yeah! Só escorreguei. Duas vezes, mas quem liga?

Entrei no quarto e me tranquei, me vesti com calma, mas estava morta de fome, (aff novidade) Shh consciência! Mas eu me troquei,me perfumei, passei até um gloss. Não é por nenhum motivo especial. Juro! Mas como a sorte sorriu para mim hoje a porta emperra. Tem tres coisas que pensei.

1°: eu sou muito fraca.

2° ela está trancada ou emperrada.

3° o Slander-man, Samara. motoqueiro fantasma, vampiros, lobisomens, e os fantasmas que você tem medo que puxem seu pé a noite quando coloca eles para fora da cama (admita que um dia você já ficou paranoico com isso), estão querendo sugar minha alma linda e maravilhosa.

Bem com certeza as duas primeiras são mais racionais, mas como sou medrosa fiquei acreditando na terceira. Eu comecei a tentar abrir a porta soquei e machuquei minha mão, serio, machucou mesmo tá sangrando um pouco, mas não ligo pra isso.

A SAMARA QUER ME LEVAR PRO POÇO!!!

Tipo eu já tô no fundo do poço por provavelmente gostar do Josh então, não tem muita diferença. Mas eu quero comer! To com fome!!

– Aaaaaaaaaaaaaaah!! JOSH! JOSH! - gritei, mas só ouvi um "o que é?" baixo. To apelando eu sei, mas eu não deveria mesmo ter escutado aquela historia.

– JOSH!! ACUDA!! ME SALVA EU TO PRESA!! SOCORROOOOOOOOOOOOO!! - gritei o mais alto que podia, nem eu mesma aguentei, continuei tentando socar a porta. O que foi uma péssima ideia minha mão ficou pior ainda mais que porta do mal, minha mão ficou toda arranhada e alguns cortes superficiais.

Ainda bem que eu não tenho pavor de sangue, tipo, eu tenho sangue pelo corpo inteiro vou ter pavor de que? Mas não é hora de discutir comigo mesma.
Eu ouvi passos. Que sejam do Josh não da morte. Que sejam do Josh e não da...

– Kath?!

– MORTE!! - gritei sem querer.

– Kath? O que foi? Tá tudo bem? - perguntou, serio, nessa hora eu tive vontade de dizer: ah claro só gritei socorro pra ver se minha vó vinha me trazer biscoitos.

– Não, eu to presa e a Samara quer me pegar! - já disse que sou paranoica? Preciso?

– Espera você tá presa? - não sr. Óbvio!

– Siim!! Me tira daqui!! - já to passando do meu limite.

– Ok, calma. Eu vou arrombar vai pra trás.

– Já estou do outro lado do quarto! - me invejem sou rápida.

– Tá. - aposto que ele revirou os olhos.

Eu escutei uma batida na porta e pensei: se ele não conseguir de primeira vou rir muito dele.

BAM!!

Ele. Chutou. A. Porta. E. Arrombou. De. PRIMEIRA!

Eu no meu estado aterrorizada e com a historia do Slander-man na cabeça corro e o abraço. Loucura né?

– Aii obrigada Josh! Obrigada! - ele não retribui meu abraço repentino na hora, mas depois, eu estava abraçada a sua cintura, ele é meio alto pra mim, mas logo retribuiu e fez carinho nos meus cabelos.

Aaah ~treme toda ~ como eu amo isso. Carinho no cabelo tá.

– Mas você tá bem? - perguntou doce.

– Aham... - falei me soltando do abraço quando sinto uma dor na mão. – Aii caramba! - fiz uma careta lembrando do meu punho detonado. Como vou socar a Meredith?

– Que foi? - falou, espera! Isso é...Preocupação?

– Eu me arranhei um pouco. - menti mostrando meu punho.

– Um pouco?! Kath! Vem vamos enfaixar isso ai. - me arrastou.

– Calma! - tentei falar. Amo quando ficam preocupados comigo.

Chegamos na sala e ele me fez sentar e esperar, meu punho tava pior, tava vermelho e meio inchado, latejava e estava sangrando mais. Caramba, porque eu fui nascer tão burra? Ele voltou com uma caixinha de primeiros socorros.

Tinha isso aqui?

– Onde achou isso? - perguntei apontando pra caixa e ele riu.

– No banheiro. Nunca viu? - riu e eu rolei os olhos.

Ele procurava algo lá dentro, quando me olhou com uma cara...

– Olha talvez isso vá doer...

– Então nem bote! - falei, detesto remédios que ardem e que dizem que tem aroma de morango, mas a verdade é que só tem aroma mesmo e... – Aiiiiiiiiiii!! JOSH SEU MALDITO!! - gritei.

– Hahaha, calma, viu nem doeu tanto. - zombou.

– Claro. Deixa eu abrir um buraco na sua cabeça e meter álcool!

– Isso não é álcool é...

– Não me interessa! Ai ai. - reclamei segurando o punho que ele logo pegou e começou a enfaixar com cuidado.

Eu não reclamei, eu estava sentido o sangue parar de escorrer da minha mão para ir para minhas bochechas, ele não me olhava, estava concentrado no machucado que a lerda aqui fez.

Depois dele terminar, nós comemos e fomos para a sala, e ficamos lá o resto da noite, acabei dormindo no colo dele (não pensem malícia, hein!!) e ele fazendo carinho nos meus cabelos. Já disse o quanto amo isso?

Provavelmente.

Só sei que depois disso, fiz um resumo e descobri uma coisa...

Nunca soque uma porta!