Pov. Kath

Depois de muito persuadir o Toby, ele finalmente parou de me perseguir, tive que trocar de roupa porque a outra estava com marcas de pata de cachorro. Poderia dizer que eram as mãos do Josh, é isso seria bem convincente. Mas não importa, voltei ao meu quarto e me troquei, coloquei uma blusa com uma cruz que eu nunca havia usado, um shorts – não sei porque tava um frio do caramba – azul marinho, uma bota com um leve salto, ser baixinha é uma droga! Arrumei meus cabelos de todo jeito possivel e no final deixei-os solto e estava pronta. Desci e ele já tava me esperando, usava uma camisa xadrez azul e por dentro uma camisa cinza, seus cabelos caiam meio molhados no rosto e deixavam os olhos azuis acinzentados bem destacados, uma calça meio surrada preta e um Chuck Taylors cinza.

– Vamos? - perguntou com sua voz roucamente sexy. Jura que eu pensei isso?

– Sim, deixa só eu pegar algo pra comer no caminho. - droga estraguei o clima. Mas que clima? Eu pirei.

– Anda logo saco sem fundo. - ri.

– Nem vem porque eu sei que você vai querer também! - retruquei.

– Ok me pegou Sherlock! - voltamos a rir.

Voltei a porta com duas maçãs e ele pegou uma e mordeu, saímos conversando sobre as maiores besteiras que já foram inventadas. O Josh podia ser bem legal quando queria, andamos devagar, e eu com minha ideia de gênio, de vir com esse short e com essa regata, me fizeram tremer de tanto frio. Eu queria estar jogada em um sofá com uma manta quentinha e tomando chocolate quente, mas nããããoo, eu tinha que estar indo para uma festa ridícula, onde com certeza eu vou pagar o maior mico. Minha vida é demais.

****

Chegamos até que bem rápido. Que mentira fomos os últimos a chegar, tudo por culpa do imbecil do Josh que ficou meia hora escolhendo que tipo de laço dava no sapato, juro que estava prestes a fazer ele engolir o cadarço com sapato e tudo. Mas tudo acabou bem, nos chegamos atrasados e todos vieram com piadinhas ridículas sobre estarmos juntos. O lugar estava bem bonito, uma fogueira no meio, varias pessoas sentadas em troncos, marshmallows pra tudo que é lugar, não preciso nem dizer que fiquei com agua na boca com a ultima parte né, umas luzinhas para iluminar melhor e o melhor de tudo. Uma mesa cheia de comida de acampamento como: sanduíches, refrigerantes, doces, bolos, alguns cereais, frutas e tinha até pizza. PIZZA!

Sentamos nos únicos lugares que tinham, eu fiquei de frente para a vaca ruiva – conhecida por Meredith – e para a Cynthia, Josh ficou perto do Zack, e eu do lado de desconhecidos malucos da minha sala.

– Gente! - gritou uma tal de Anna, eu acho. – A primeira coisa que vamos fazer aqui é...VERDADE OU DESAFIO!! - o povo maluco, drogado dessa escola tem o que na cabeça? Vento?

Eu simplesmente gelei no lugar, as pessoas – as garotas para ser exata – cochichavam perto de mim algo do tipo: espero que eu possa beijar o Josh, ele é tão gato! Ou: se ele não estivesse namorando aquela esquisita loira, eu não reclamaria de ficar na mesma cabana que ele. Que nojo! Elas se drogaram ou o que? Eu não sou esquisita! E ah, não namoro o babaca do Josh.

– Quem vai ser a primeira ou primeiro a girar a garrafa? - falou Anna com um sorriso dos mais maliciosos nos lábios.

Todos gritaram loucos, qual é? Me ajudem a não tacar vocês nessa fogueira. Bem, todos ficaram quietos quando a garrafa girava na terra, – não sei como girava, mas girava– , eu estava feliz aquela coisa que faz as pessoas passarem o pior momento de suas vidas ainda não tinha parado em mim, nem em alguém que queira fazer algo a mim. A não ser a lambisgoia de cabelo falso. Mas ela não era exatamente um problema, não naquele momento. Quando a garrafa de vidro ou plástico imitando vidro, parou em mim e na Cynthia, senti uma pontada de alivio por saber que era minha melhor amiga. E ela nunca ousaria me fazer mal correto?

Só Deus sabe o quão enganada e iludida eu sou.

– E ai Katheriny? Verdade ou Desafio? - sabe aquele tom sinistro de quando um vilão captura a mocinha e faz herói escolher entre ela e a cidade, mesmo sabendo que ele vai destruir os dois. E era exatamente esse tom sinistro que minha futura ex-melhor amiga usava nesse inocente "verdade ou desafio".

– Eu...an...- droga! Pensa Kath, se você escolher verdade ela vai te fazer contar algo MUITO humilhante da sua deprimente - e carregada de micos– vida, maaaaaass, se eu escolher desafio vou fazer uma coisa mais humilhante ainda. Merda!

– Escolhe logo Katheriny! - me apressou e eu como uma idiota que sou escolhi...

– Desafio! - me matem com bazuca. Eu preciso morrer.

– Certo! Seu desafio será...- odeio infinitamente quando ela faz suspense, principalmente com esse sorriso macabro no rosto. – Beijar o Josh Fenny!

Merda!

Eu engasguei com a minha saliva e a vaca ruiva também, pelo menos em algo estavamos de acordo. Eca!

– Eu...vou...ter...ter...que O QUE?! - falei recuperando o ar perdido.

– Isso mesmo, e não é qualquer beijinho mixuruca não ok? - fiz uma expressão confusa, ela entendeu, rolou os olhos e continuou – Vai ter que no mínimo ser assim. Ela simplesmente agarrou o loiro gato do Zack – gente! Alguém me de um tiro, acho que gosto do namorado da minha melhor amiga. Droga dupla! – e o beijou, não um beijo normal, um beijo bem nojento e melado dos cinemas daqueles filmes agua e açucar que as vacas como a Meredith assistem. – Anda Katheriny, não temos a noite toda! - me apressou limpando os cantos da boca de um batom que nem estava borrado.

Eu como uma idiota me levantei e caminhei devagar até onde o moreno estava na sua maior cara de tédio. O imbecil podia pelo menos mostrar um pouco de interesse, por que tipo era meu primeiro beijo. Merda! Vergonhoso, mas é verdade. Eu tive um namorado sim, mas ele era totalmente nerd e covarde. Os pais dele me detestavam, e não deixavam ele me namorar, quem dera beijar. Tudo que conseguia dele eram miseros selinhos que, mal podem se considerar na categoria BEIJO. Depois dele eu não namorei mais ninguém, isso mesmo estou na seca desde então.

No caminho pensei em varias possibilidades de escapar:

1°: eu poderia sair correndo pela floresta até encontrar um abismo e me jogar de lá!

2°: eu poderia me jogar no chão bater a cabeça e fingir que morri, quando estivesse no túmulo, sairia de lá e cavaria para fora. Depois viveria minha vida como uma fugitiva na Espanha? Mesmo não sabendo falar espanhol.

3°: me jogar no chão e fingir que torci o tornozelo e teria que amputar?

4°: mandar a Meredith jogar uma pedra bem grande na minha cabeça para me fazer sangrar até a morte? (eu sei que ela teria o maior prazer de fazer isso)

5°: me jogar nessa fogueira e morrer com meu corpo carbonizado.

Todas as opções me agradaram, mas era tarde demais. Eu já estava de frente para o meu desafio. Ele não falou nada. Mas eu, estava tremendo, não só de frio, mas de ansiedade, meu coração parecia que iria sair do meu peito rasgando a pele – eu sei dramática – , e o desgraçado agia como se fosse a coisa mais normal do mundo, nisso eu até entendo, mas não precisa jogar na minha cara lavada. Eu tentei ignorar a multidão de olhos que estavam sobre nós e me concentrar no momento.

Ele segurou minha cintura me puxando para perto, eu cambaleei uns dois passos para frente – Céus, que patético – , ele colocou a outra mão na minha nuca, ele se aproximou de mim, enquanto eu ficava feito uma boba parada e sem reação. Ele vinha se aproximando mais e mais, estava com os olhos fechados, e só o simples fato de encostar nos meus lábios me fez dar – ou tentar – dar um passo para trás eu via em filmes bestas que minhas amigas ma faziam assistir, o que os garotos fazem depois dos beijos e não gostei, mas o mesmo me segurou com mais força e entreabriu os olhos azuis acinzentados.

– Calma tá, não vou fazer nada demais, é só um beijo.

Por incrível que pareça, aquela palavras me acalmaram muito, eu relaxei e fechei meus olhos e ele fez o mesmo, se aproximou e tocou novamente meus lábios, mas dessa vez eu não recuei e ele continuou, seus lábios quentes me fizeram esquecer no frio que beirava o Polo Norte, eu encaixei meus lábios nos seus e ele pediu passagem e eu como uma mera mortal que sou dei, sua língua explorava cada canto da minha boca e tinha um gosto de menta com marshmallows, engraçado mais o gosto era muito bom, seu beijo era calmo e sem pressa, tudo vinha devagar, nossos lábios pareciam se encaixar perfeitamente um no outro e eu juro que, não queria parar aquilo. Sinceramente nunca imaginei meu primeiro beijo com o garoto que eu mais odeio – ou odiava– num acampamento, e ainda mais num jogo besta de verdade ou desafio. Suas mão deslizavam livres pelas minhas costas e as minhas meio que relutantes foram ao encotro da sua nuca e acariciaram seus cabelos macios – os meus não são assim, não naturalmente – e puxando-os levemente, não sei que espírito da Meredith me possuiu mais eu to amando!

Mas como somos humanos – aaaaaah– tivemos que nos separar, mas não sem antes um engraçadinho que vai perder a boca falar:

– Porque não terminam isso na cabana?

Sai dali mais corada que nunca, mas pode ter certeza que eu amei meu primeiro beijo.

Posso me matar agora?

Pov. Josh

Meu.Deus.Do.Céu. Eu beijei mesmo a Katheriny Sween? Jura? E ela não me deu nenhum chute ou soco por isso? Porque eu estou tão feliz mesmo? Eu não sei, não deveria estar feliz. É, eu não estou feliz foi como beijar qualquer outra garota.

Não foi cara e você sabe disso!

Maldita consciência que não cala a boca! Ok, eu admito que talvez tenha sido um pouquinho de nada, legalzinho.

Mentiroso!

Ótimo agora a minha consciência me xinga, eu preciso realmente me tratar. O gosto da boca dela ainda tá na minha boca, ela tinha gosto de morango. É serio! Morango. E era bom, muito bom. Cara eu preciso mesmo me tratar, eu gostei de beijar a Kath? Haha não! Mas acho melhor voltar para o jogo. Enfim, não teve nada de interessante no jogo - tirando os micos que as pessoas tinham que contar–, até que a garrafa parou exatamente na Meredith e na Kath, haha isso vai ser divertido.

– E ai Kath querida? Verdade ou Desafio? - a ruiva com um tom sombrio, não vinha coisa boa.

– É...Desafio? - fez uma cara assustada.

– Você que pediu! - Meredith deu uma olhada em volta e sorriu diabolicamente – Então seu desafio será beijar ou o Zack, por quem você tem uma quedinha...- riu e Katheriny a cortou.

– É mentira! Eu não tenho uma queda pelo Zack! - falou revoltada, mas eu sei que ela tem. Não sei o que ela vê, mas ela tem.

– Não me interrompa! - ordenou e continuou – Ou o Josh! - haha essa eu quero...ESPERA! Eu?! Como assim?

– Como assim beijar o Josh e o Zack?! - tirou as perguntas da minha boca.

– Não são os dois! Terá que escolher o Zack - piscou para a Kath, e continuou. – Ou o Josh que você odeia.

– Droga! - sussurrou.

– Os dois venham aqui, a Kath vai escolher! - ela ordenou com cara de poucos amigos, a mesma cara que a Cynthia fazia ao ver seu namorado levantando e indo para a frente da loira. – Agora escolha! - falou Meredith num tom quase assombroso.

– Eu preciso mesmo? - ela quase implorou, mas a ruiva só riu. A Kath respirou fundo e andou devagar, eu estava ao lado do Zack que parecia estar nervoso, com certeza a Cythia armaria um barraco se ela escolhesse o Zack, ela andava olhando para a morena que estava quase entrando em desespero e a Kath a olhava quase pedindo desculpas, ela até podia me escolher, mas com certeza absoluta ela nunca me escolheria por que ela me odeia e...Meus pensamentos foram interrompidos quando eu vejo quem ela escolheu.

Ela escolheu o...