PET - 3ª Temporada - Combate nas Sombras escrita por Kevin


Capítulo 23
Capítulo 23 - Ninguém nasce Mau


Notas iniciais do capítulo

Vamos nessa galera!
Hoje vocês conhecerão o passado de alguém... hehehe!



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Nas minhas primeiras lutas na Liga, sempre me perguntei se eram os pokemons que eram maus, ou se eles eram forçados a fazer tudo aquilo por causa de seus treinadores. As pessoas quase não comandavam os pokemons, mas eles tomavam ações que mais pareciam conscientes do que meramente instintivas ou reativas.

Tenho estudo bastante sobre as atuais formas das batalhas, aqui na Liga das Sombras o pokemon toma ações próprios sempre foi comum, mas nas batalhas oficiais, e legais, pelo mundo, o pokemon no máximo desvia por conta própria, porque não é besta de ficar levando golpes, o restante são ações recebidas. Pelo menos desde que a Estilo de Poder tem começado a atacar o mundo.

Sempre escutei que os pokemons eram bons. Algumas travessuras, agressividade própria da personalidade ou da espécie, as vezes até um bem perturbado, mas nunca literalmente mau. As raras exceções são aqueles que sofreram experiências e passam a odiar os humanos, ou qualquer coisa em sua volta.

Será que pokemons estão se tornando maus?

– Aquela Bayleef é sanguinária. - Comentou um dos clientes de Elisa.

Elisa passou a prestar atenção na conversa que estava acontecendo. Eles haviam partido da Cidade Portuária trinta minutos depois de Sebastian Green e John Tech terem perdido a batalha para a Bayleef e o Monferno recém-evoluído.

Navegando em um iate que possuía um capitão e dois marujos, antigos membros da Liga das Sombras conhecidos de Elisa que sairão junto a menina, para não dizer graças a ela, o grupo pretendia fazer em 25 horas o percurso que talvez levasse 30.

O grupo comentava a luta de Nivek contra a dupla e já temia ter de enfrenta-lo dentro da Torre de Batalha. Eles queriam o prêmio e tinham certeza que precisariam passar por ele, e no momento não entendiam porque ele ainda estava com o grupo. Desconheciam que Ganicus só revelaria o paradeiro de Dex se ele o vencesse.

O que mais chamava a atenção na conversa era o comportamento assassino de Bayleef e Monferno. Os dois pokemons pareciam prontos para fazer o que era preciso para sobreviver e impedir que seu adversário voltasse a ser um problema. Na realidade não eram adversários, eram realmente inimigos.

Briguentinha nunca me pareceu uma pokemon que mataria. Sempre me pareceu uma pokemon esforçada querendo mostrar o quão forte ela é. Não estive presente durante a luta e meus clientes presentes não tem essa visão analítica das coisas. O que será que Nivek disse a ela para que ela matasse aquele pokemon? Elisa lembrava-se de Bayleef sendo comandada por Kevin. A pokemon mais forte e interessante do time do jovem Maerd jamais pareceu capaz de matar outro pokemon. Ela não deixaria que as coisas seguissem por esse caminho. Ela não deixaria que Kevin seguisse por esse caminho.

Mas, Elisa não presenciou o combate no Ginásio da Folha em Celadon, onde Chickorita fazia qualquer coisa para enfrentar e ganhar de Vipleplume. O único naquele momento que sabia era Kevin, que estava na posição de Nivek. E o próprio estava com a mente bem movimentada com esse mesmo assunto.

– Precisamos conversar. - Elisa uniu-se a Nivek que descansava na parte interna do iate.

– Não estou para papo. - Disse Nivek deitado no sofá.

Elisa sorriu com a resposta sentando-se no meio do sofá empurrando-o para o canto. Nivek olhou para a moça pronto para jogá-la para longe, mas a fala seguinte dela o desarmou.

– Não está para papo. - Ela sorriu. - Deve ser por isso que seus pokemons também não estão. -

Pokemon Estilo de Treinador
3ª Temporada - Combate nas Sombras
Capítulo 23
Ninguém nasce Mau

– Todos estão esperando por alguém que nos encontre, veja nosso potencial, e traga o nosso melhor para fora. -

Nivek parecia pensativo ao dizer aquilo.

A conversa com Elisa aconteceu, Nivek querendo ou não. A mulher parecia ignorar que ela realmente iria ser atacada, em especial após um ou dois empurrões, que a fizeram cair do sofá. Conversar com Elisa deixava Nivek totalmente incomodado, pois ela o fazia pensar em seu passado e o quanto suas ações poderiam ser questionáveis, independente do motivo.

Após a fuga de Sebastian e John eles não chegaram a conversar sobre o ocorrido e aquele foi o inicio de toda a conversa. A evolução havia curado a Chinchar, agora Monferno, dando-lhe nova vida. Evidente que a sede e a fome do pokemon permaneceram. A tentativa de alimentá-lo não foi muito fácil, apesar de visivelmente reconhecer que eles o salvaram, não parecia querer fazer amizade com ninguém. Após deixa-lo se alimentar o recolheram para a pokebola dele para evitar grandes problemas até decidirem o que fazer com ele.

Todos ficaram surpresos com a questão da evolução tê-lo curado tão bem. Mas, Nivek parecia entender bem que aquilo era possível. Aquele foi um assunto que ele demorou-se explicando a Elisa. Mas, a mulher falou sobre o que a perturbava, o assassinato de Azulmarill em menos de 24 horas depois de Nivek ter chorado por ter matado Electrabuzz no último evento.

– Eu ordenei o enforcamento, queria matá-lo. Havia virado ele ou nós e isso você me fez entender bem. - Nivek parecia longe. - Eu sei que você sabe quem sou. Agradeço por estar tentando me manter lembrando quem sou. -

– Todos estão esperando por alguém que nos encontre, veja nosso potencial, e traga o nosso melhor para fora. - Elisa repetiu a frase que Kevin gostava tanto de dizer. Seu aprendizado mais valioso que incialmente servia para os pokemon, mas já estava externando-se para as pessoas e qualquer ser vivo.

– Mas, precisa parar. – Ele encarava a mulher. - As coisas que me fizeram ficar com esse ar amargurado e deprimido, com essa vontade de matar... - Ele parou. - ... Com essa habilidade de matar... -

Quanto mais Nivek falava mais o clima pesado se fazia em torno dele. A aura negra se manifestava junto à voz dolorosa. Todos do iate sentiam aquilo e pareciam saber que não deveriam interferir no que estivesse acontecendo.

– Isso está afetando seus pokemons. - Comentou Elisa.

– Por que acha que os deixei fora disso e só tenho pokemons que abraçariam o diabo a qualquer hora? - Questionou Nivek. - Pokemons que encontrei no meio do caminho. -

Elisa parou olhando por algum tempo. Ele já estava sentado em uma ponta do sofá e ela havia tomado a outra ponta. Encaravam-se durante a conversa como dificilmente teriam encarado outro durante tanto tempo.

– Talvez eu não tenha nada haver com isso, mas... - Elisa tentou falar, mas Nivek a impediu. Ele levantou um dedo pedindo um instante. Ela deu-lhe esses segundos e logo após suspirou, perdendo parte do sorriso. - Ok! Vamos evitar esse assunto. -

Elisa tinha uma ideia de que os pokemons estavam se tornando maus de alguma forma. Que os treinadores estavam os contaminando, mas aquilo era muito maior do que ela. Era algo para se pesquisar por anos e mesmo assim nunca realmente ter provas incontestáveis.

– Trazer o seu melhor para fora é o mesmo que instigá-los. - Comentou Nivek Surpreendendo Elisa que já havia desistido do assunto. - Eu quero matar a cada membro da Estilo de Poder, mas não sabia nem se eu teria coragem para tanto. Então não trouxe meus pokemons. - Nivek parecia tão intenso e visivelmente tentava conter suas lembranças. - Colocá-los para enfrentar a morte? Por algo que eu decidi fazer? Pedir algo além do que eles já fizeram até hoje? -

Elisa não deixava de conter um sorriso. Aquele era o Kevin. O garoto que a fez lutar por si mesma. Era a primeira vez que ela conversava com ele e não com Nivek. Ela achava que jmais aquilo poderia acontecer, ainda mais que a poucas horas atrás teve a prova de que Nivek jamais deixaria Kevin vir a tona.

– Pokemon é um ser vivo como qualquer humano. O ambiente em que vive o consome se ele não se adaptar ou o modifica, fazendo ser algo semelhante ao ambiente. - Nivek esticou três pokebolas. - Desprezo. Dor. Medo. Fúria. Tortura. Morte. Esses três viviam em um ciclo sombrio e se identificaram com este meu momento sombrio. Eles me instigam, eu os instigo. Estamos todos seguindo para algo que talvez não tenha volta. -

Elisa compreendeu que de alguma forma aqueles três pokemons que estavam naquelas pokebolas já haviam passado por tanta coisa ruim que passaram a apresentar aquelas características de assassinos.

– Ninguém nasce mau. - Disse Elisa.

– Ninguém. - Confirmou Nivek. - O mundo tornou esses três com essas características duras e frias. - Ele guardou as três pokebolas e pegou a de Bayleef. - Você acha que ela é diferente daqueles três? -

– Você e a Erika a treinaram com carinho. - Disse Elisa. - Ela é diferente. -

Nivek deu um sorriso debochado, segurando a gargalhada.

– Bayleef era comparada com um pokemon mais forte, o que a deixava sempre enciumada. Ela viu destruição e o terror ficando sozinha em um ambiente escuro por dias, vivendo ataques de todos os lados. - Sacudiu a pokebola na frente de Elisa. - Essa pokemon viu mortes, viveu medos, teve dores, tudo enquanto era pequena. Ela é forte e destemida e quer provar que é forte. Ela sempre lutou entre a vida e a morte contra a Estilo de Poder. - Nivek parou sorrindo debochadamente. - Acha que ela é diferente? Ela tem espirito e olhar de guerreira, olhar desafiador, olhar de quem não quer desistir e morrer. - Nivek Parou. - Assim como eu não queria desistir e morrer. Agora que eu quero sangue, acha que ela não enxerga isso nos meus olhos e concorda que é hora de ter sangue? Acha que ela apenas obedece cegamente? -

– Eu... - Elisa parou alguns instantes. - Se você não ordenasse... -

– É da personalidade dela, devido a tudo que ela viveu. - Diz Nivek. - Os pokemons são instigados. Todos os seres vivos são. É raro uma ser que viva de forma diferente ao que o ambiente o ensina. - Nivek guardou a pokebola de Bayleef. - Não é nisso que você acredita? -

Elisa balançou a cabeça. Ela acreditava naquilo como algo bom, como algo que trazia esperança. Mas, Nivek conseguia distorcer aquilo para algo não tão nobre. Na visão deles, tudo que estava tocado pela Liga das Sombras estaria corrompido e as pessoas daquela geração, graças a Estilo de Poder, muito provavelmente teria uma semente de desconfiança e crueldade dentro delas.

– Eu não sei o quanto Dex é perigoso. - Nivek arou levantando-se. - Mas, vocês dizem que ele é psicopata, ou sociopata, não lembro bem. - Nivek andava de um lado para o outro. - Mas, tenha certeza. Ele não sabe com quem está mexendo. Eu já bati em mais demônios do que ele pode ter visto. E antes de pegá-lo, vou bater em outro. -

Nivek estendeu a pokebola de Monferno para Elisa. Verde e robusta, parecendo antiga e bem surrada. Elisa observou as pokebolas e sentiu um calafrio. Ela não tinha parado para analisar a pokebola até aquele momento. Ela simplesmente acreditava que um acidente havia acontecido para Chinchar ficar naquela situação, mas a pokebola indicava algo diferente, seu dono certamente teria o abandonado em alto mar, afinal, ela já teria visto isso acontecer.

– Ganicus. - Elisa balbuciou. - Eu já o vi abandonar pokemons a própria sorte. Mas, para morrer desta forma.... - Elisa claramente estava abalada.

Elisa evitou falar que desconfiava que ele havia sido abandonado a mais de um mês. Era difícil acreditar que um pokemon de fogo sobreviveria tanto tempo sozinho a deriva. Além disso os olhos de Nivek estavam vibrando algo diferente.

– Dex quer ver meu demônio interior. Eu o darei massacrando todos os que eu enfrentar na Torre de Batalha, inclusive Ganicus. -

– O que? - Elisa assustou-se.

– Sinto muito pelas esperanças de seus clientes, mas quando esse evento terminar... - Nivek tinha a pokebola de Monferno nas mãos. - … Ganicus vai descobrir que Dex o deixou para morrer. -

Elisa ficou olhando-o sem saber o que dizer naquele momento. Ela não acreditava que ele Nivek pretendia matar Ganicus. Ganicus era um guerreiro sem igual e talvez fosse o mais forte dos gladiadores. O pior era saber que seus clientes estariam no fogo cruzado.

– Você não tem coragem para isso. - Disse Elisa.

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A sala de comando da Sociedade Caçadora de demônios estava bem agitada. Os membros voltavam vitoriosos de suas missões e preparavam-se para iniciar o plano de tentativa de captura ou isolamento das temíveis criaturas.

– Mewtwo, onde está meu irmão? -

Julia parecia bem impaciente naquele momento. Há dois dias havia chegado de sua missão e ninguém he dava noticias do irmão. No entanto, ao receber as informações do último caderno recuperado ela sabia que Mewtwo tinha noticias.

Saber que ele estava vivo não era o suficiente. A revolta e a dor que ele sentia eram compartilhadas por ela, mas eles eram diferentes em muita coisa. Julia aprendeu a lidar com aquelas pressões em sua cabeça a dor e a vontade de culpar alguém, afinal uma garotinha perdendo a mãe de forma precoce é trauma o suficiente para qualquer pessoa. Mas, Kevin não tinha essa habilidade e ela sabia disso, seus escândalos eram fruto de tudo o que ele poderia fazer se perdesse o rumo.

– Está com medo de seu irmão resolver adotar uma alcunha estranha, se vestir de negro e declarar guerra ao mundo? - Mewtwo questionou-a tentando fazê-la desistir de obter informações. - Não monitoro-os dessa forma. Você sabe, todos estamos por conta fora lá fora a não ser que surja um demônio em ataques descontrolados. -

– Ele é só uma criança que levou golpes muito duros nos últimos tempos. - Disse Julia parando um pouco para encarar o pokemon. - Tem pressão demais nas costas dele desde que passou na seleção de Gary. Ele está amadurecendo e aprendendo muita coisa, talvez seja o melhor da idade dele... mas ainda precisa de ajuda. -

– Cada um recebe missões conforme suas habilidades. Ele é um treinador que faz jornadas rápidas por locais perigosos de forma que fica fora do radar das pessoas e não levanta suspeita quando é visto ou identificado. - Mewtwo parou. - A pessoa perfeita para procurar os diários. Sabrina e suas habilidades psíquicas viajam para apagar a mente das pessoas quanto a existencia dos demônios. Diferente de você, uma perfeita treinadora de elite que consegue ler com perfeição seus adversários, chegando a parecer manipulados, atacando seus pontos vitais com muita precisão. Você nos deu a forma perfeita de trazer os demônios de volta para o que chamamos de ninho. -

Julia revirou os olhos. Ela tinha que admitir que cada um recebia missões de acordo com a suas habilidades, ou de acordo com a necessidade de falta de pessoas. Ela estava preocupada com a mente do irmão, mas não podia fazer nada, já que eles criaram essa situação quando tomaram a força o poder da Sociedade Secreta. Mas, era engraçado que todos os membros antigo ficavam a lutar incansavelmente contra o demônio.

– Quando tentamos fugir, já estamos exaustos. Quando tentamos uma armadilha esquecemos que nada os para. - Julia sorriu. - Ninguém tenta atraí-los para um local que não causem problemas e os deixar lá. - Julia levantou um dedo. - Nossa principal vantagem em cima deles é que eles não agem em equipe. Estão sempre sozinhos, as raras vezes que apareceram em grupo, Não interagem. Prendê-los todos em único lugar é perigoso, porque parece que a força deles aumenta, mas na verdade apenas criamos uma oportunidade de um atacar o outro em algum momento. -

– E isso ninguém percebeu. Apenas você por estar lendo seu adversário. - Mewtwo sorriu. - Sua habilidade nos leva longe, as do seu irmão também. Então confie nele. -

<><><><><><>

Eu me lembro como se tivesse acontecido há poucas horas. Corria alegre para o Centro Pokemon da minha cidade. Havia um Pesquisador Pokemon de verdade para realizar uma palestra e os 5 primeiros a chegarem receberiam pokemons iniciais e pokeagendas. Aquilo era um presentão de aniversário, ainda mais na época.

Assim que passei pela porta fui acertado na cabeça e tudo ficou escuro. Aquela certamente foi a primeira vez que desmaiei. Acordei em meio a gritos. Minha cabeça doía e o meu corpo encontrava-se em um chão sujo de terra. Fui me levantando aos poucos e os gritos foram ficando mais nítidos, em especial pude reparar que estava misturado a gargalhadas.

Existiam quatro crianças a minha volta, um garoto e três garotas que eu achava já tê-los visto nas proximidades da minha cidade, todas chorando assustadas e abraçadas. Fiquei em pé e senti a cabeça rodar. Estava em uma caverna e ela parecia ter grades na saída. Sacudi-as, mas não consegui sair. Já era noite e isso dificultava minha visão, mas próximo da fogueira eu via um homem gargalhando assistindo a algo que estava fora da minha visão.

– É a Joy! - Disse uma das meninas chorando. - Eles estão fazendo mal a ela há horas. -

Eu estava zonzo e acabei caindo sentado no chão. Demorei um pouco para entender o mal que estavam fazendo a ela. Naquela idade eu não tinha tanta malicia, mas a cara das meninas não era de um susto, mas de um medo do que aconteceria a elas.

Era um trio de bandidos. Disfarçavam-se de especialistas e saqueavam os centros pokemons, roubavam o que podiam dos jovens treinadores locais e sequestravam as crianças para fazer de tudo com elas. Mais tarde soube que eles eram veteranos de guerra e que na verdade estavam com mais parafusos soltos do que se podia imaginar.

Após a morte da Joy naquela noite eles tiraram o garoto, na noite seguinte e o colocaram para lutar, mano a mano, contra um furioso mightyena. O garoto durou dois minutos, pois o pokemon parecia querer se certificar de que ele não tinha nada para lhe causar dano, depois ele foi despedaçado durante parte da noite e uma das meninas retiradas. Tentamos impedir, mas crianças de dez anos contra homens de 40 anos treinados para guerra faziam o estrago de uma brisa suave.

Depois da noite do mightyena eles desapareceram. Uma noite e eles não apareceram nem para acender a fogueira. Crentes que eles haviam ido embora e nos deixado para morrer iniciamos uma tentativa de fuga. Após um dia inteiro nós três conseguíamos abrir um buraco no solo passando por de baixo das grades. Era noite, mas do lado de fora sabíamos exatamente onde estávamos em um zoológico abandonado. Aquilo explicava perfeitamente as grades na caverna, mais do que isso, nos dizia onde estávamos e para onde teríamos que ir atrás de ajuda.

Os caras voltaram antes que conseguíssemos dar mais de dois passos para longe da gruta. Soltaram o pokemon que usou um ataque de fogo, que eu sequer sabia que ele poderia usar, e acendeu a fogueira nos assustando. Um homem agarrou uma das garotas. Ela já estava fraca pela falta de água e comida então não ofereceu resistência. O segundo veio para cima de mim e o terceiro para cima da outra garota.

Eu tentei correr, mas o pokemon entrou em meu caminho agarrando minha perna. O cara que viria contra mim parou e se sentou para me ver lutar contra o pokemon as duas meninas foram capturadas. Enquanto uma era levada de volta para a cela, enquanto a outra já era levada para um canto tendo sua roupa arrancada. Mas, eu não podia fazer nada já que tinha algo mais perigoso para me preocupar.

Eu sabia que iria morrer com aquela praga presa com seus dentes no meu braço. Então fiz a única coisa que me pareceu ter efeito o suficiente para assustar aquela praga e fazê-la soltar-me. Joguei-me na fogueira.

O pokemon foi primeiro para o fogo, já que meu corpo foi contra o dele. Ele me saltou empurrando-me. Ele caiu direto na fogueira e eu fora.

O uivo de dor e susto daquele pokemon assustou ao três homens. A menina que era levada da cela, que já havia sido jogada dentro dela, correu para fora e olhou para a outra menina, completamente dominada e depois olhou para mim que me contorcia de dor devido a mordida. Eu a vi fiz sinal para ela correr, enquanto me levantei agarrando um pedaço de madeira em chamas e joguei na direção do homem que inicialmente iria atrás dela quando saísse de seu susto pelo pokemon ter levado a pior contra um garotinho, mesmo que momentaneame.

A menina fugiu enquanto o que quase foi acertado pela tocha vinha para cima de mim. No entanto, o que ria o impediu. O pokemon voltava querendo vingança pelas queimaduras. Os dois sentaram para assistir e até o homem que estava com a outra menina parou o que fazia.

Eu sangrava muito pelo braço e aquele pokemon desgraçado queria ver mais sangue. A menina poderia até conseguir ajuda, mas eu tinha certeza, ela não chegaria a tempo de me salvar. Joguei-me contra o pokemon fez o mesmo. Eu me agarrrei no pescoço dele, evitando as presas e tentava, sem forças, enforca-lo.

Ele sacudia-se como uma fera, eu gritava, sentindo a dor do meu braço e minha vida indo embora junto com meu sangue. Os três homens gritavam empolgados com a cena. E mais tarde eu viria a entender que humano nenhum enfrentava um pokemon de frente, do que dirá de mãos nuas.

Eu perdi os sentidos e quando acordei estava com o ferimento tratado, dentro de um carro, junto com os três homens que bebiam e riam. Demorei em entender o que estava acontecendo. Inicialmente achei que tudo tivesse sido um sonho e depois que tinha sido salvo, mas a verdade era que eu havia sido poupado.

– Não finja que dorme. Sei que acordou. - Disse um deles. - Não é qualquer um que aguenta cinco minutos em uma luta daquele jeito. Você tem fibra. Você será um de nós. -

Eu não conseguia dizer nada, mas eles me deixaram bem à vontade com a escolha.

– Porém, só quando matar mightyena com as próprias mãos. - Eles gargalhavam e eu tinha certeza, ou eu dava um jeito de matar aquele pokemon, ou ele me mataria. Não era uma opção.

A gritaria já impedia que Ganicus continuasse a se lembrar de seu passado. Sentado em sua cadeira de honra no evento da Torre de Batalha, a ultima luta da semifinal terminava de uma forma inesperada, um Nuzleaf havia deformado o rosto de Machoke. O sangue estava espalhado pelo chão de madeira e Nuzleaf gritava enfurecido chamando pelo seu próximo adversário.

Os três bandidos fizeram Ganicus ter a vida e as habilidades que ele tinha agora e como recompensa eles ganharam a morte. Ganicus os matou sem dó nem piedade assim que teve forças para enfrentá-los em uma batalha de verdade. Agora, aquilo já não importava mais. Ganicus gostava do que havia lhe acontecido. Ele era um guerreiro sem igual e depois de anos havia encontrado um adversário que chamava sua atenção.

Ele apareceu do nada, cheio de marra e pedindo por violência. Ameaçou Ganicus com tanta velocidade que ainda havia questionamentos sobre como ele fizera aquilo. Se mostrando um guerreiro de aura negra, chamou a atenção até do mais perigoso dos membros da Liga.

Ganicus queria enfrentar Nivek e parecia que estava a uma luta disso acontecer. Afinal ele pareceu com um Nuzleaf extremamente violento e letal. E após cada luta encarava Ganicus com uma sede de sangue como se Dex, aquele que era seu verdadeiro alvo, não existisse mais.

– Batalha final da Liga das Sombras. -

Ganicus observou Nivek posicionando-se já com Nuzleaf a sua frente enquanto o adversário claramente preocupado, tentava um sorriso maroto ao liberar um Magmar. Nuzleaf já havia triturado um pokemon de fogo anteriormente, mas Magmar não poderia ser tocado, o que era uma desvantagem já que Nuzleaf usava sempre combate físico.

– Comecem! -

Nivek levou a mão no bolso no mesmo momento trazendo algo em sua mão.

– Monstro do Pântano! Aterrorizar! - enquanto dizia aquelas estranhas palavras, o pokemon era tocado pelo estranho objeto que Nivek tinha em mãos, a pedra folha.

Um rugido colossal surgia fazendo todos recuarem temendo a criatura animalesca que surgia daquela evolução. O rugido mais parecia um ataque, pois sacudiu toda a Torre de Batalhas. Magmar desequilibrou-se, sando passos para trás e retornando para a pokebola, fugindo daquele monstruoso adversário para a surpresa de todos.


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Notas finais do capítulo

E aí?
O que acharam do Passado de Ganicus?



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