My Neko escrita por Beyond B Nat


Capítulo 9
Irmãos


Notas iniciais do capítulo

Uma coisinha "um pouco" engraçadinha: Shussan é o nome do protagonista de um quadrinho que estou a produzir e pra variar a aparência física é a mesma (cor dos olhos e do cabelo, altura não, kkk), mas o resto nada haver. Falta de criatividade minha? Reciclagem de personagens? A mesma pessoa em mundos paralelos? Talvez...

Enfim, que o capítulo comece!



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Hideki

Desisto! Não acho aquele gato em lugar nenhum... Já estava anoitecendo, não tinha como achá-lo mais, já que é inútil procurar um gato preto no escuro. Decidi voltar pra casa, aquele gato não é meu mesmo... Mas bem que eu queria entender porque minha alergia não age com aquele gato.

Cheguei em casa e então acendia a luz. Nesse momento levei um susto. Tinha um cara deitado no meu sofá! Mas que diabo?! Como ele entrou aqui?!

Meu corpo se moveu imediatamente na direção dele, então, de repente, ele abriu os seus olhos amarelos colocou a mão em meu pescoço e me prensou na parede. O movimento foi tão rápido que quase não consegui ver.

– O que tava pensando em fazer - disse o cara apertando as unhas em meu pescoço -, humano?

Sayo

– Nossa, Sayo, é assim que você reage quando me vê é?

– O que está fazendo aqui?

– Não aguento mais ficar em casa. Tá um inferno! Aliás, qual é a desses óculos? Comprou verde pra combinar com os olhos, hehe.

– Deixa de ser implicante.

Shussan tem cabelos vermelhos assim como os meus e seu olhos também são verdes. Ele é maior que eu, por isso ás vezes o chamo de nii-san (*como se refere a "irmão mais velho" no Japão), apesar de na verdade ELE ser o mais novo. Shussan tem 16 anos, eu 19.

– Ei? O que é isso se mexendo na sua mochila?

Xi! Ele o percebeu. Aoni então colocou a cabeça pra fora da mochila.

– Eh? Um gato? Você carrega essa coisa pro aí?

– Ele não é "coisa"!

– Que seja, é modo de dizer.

Por que o meu irmão adora me irritar, em? Tirei a mochila e tirei Aoni de dentro dela.

– Pra quê você arrumou outro gato?

– Ora, não simplesmente arrumei, eu o achei.

– Só deixe essa coisa longe de mim.

Aoni

Fiquei muito curioso com o que estava ouvindo, então decidi tirar ao menos a minha cabeça da mochila. Foi um pouco assustadora a cara que ele fez quando olhou pra mim. E me chamou de "coisa"? Que frieza... Tanta que me deixou com medo.

Não sei se é impressão minha ou se ele realmente estava de mal humor, mas daí ele disse "Só deixa essa coisa longe de mim." e eu me senti mal. Eu fiz algo errado? Por que ele não gosta de mim se ele mal me viu? Não me importo se a causa disso são minhas caudas, mas isso doeu.

– Já chega! Não fale isso, Shussan!

– Qual é o problema? Só por que você gosta desse bola de pelos não sou obrigado a gostar!

Sayo deu um tapa no rosto dele. Nossa! Perto do irmão Sayo-chan se transforma!

– Diga mais uma palavra que te expulso a pontapés!

Ele ficou calado. Apesar de ser meio arriscado eu quis me aproximar. Dá pra ver claramente que ele não disse tais palavras raciocinando, ele parecia mal, frustrado. Subi no braço do sofá e ele continuou imóvel, até que disse:

– Mamãe e papai me expulsaram de casa.

– An?

– Eles disseram "Se quer ser um vagabundo, então eu que não vou te sustentar!" Eu não tenho pra onde ir.

– Vagabundo? Por que eles disseram algo assim?

– Eu disse que queria largar os estudos pra virar mangaká, só isso.

– O q... Deixa pra lá. Olha, pode ficar aqui, mas não fale comigo nem do Aoni desse jeito, ok?

– Aoni?

– O gato.

– Ah... Nome estranho, sem ofensa, ha ha.

– Tá, vem Aoni. - Sayo me chamou.

Ela foi para o corredor e nós entramos em seu quarto. Ela trancou a porta.

– Desculpe pelo meu irmão. Ele não gosta de gatos, não tem nada a ver com você.

Mas por que ele não gosta de gatos? Pera, não posso falar nessa forma. Fui para trás da cama, me transformei então perguntei:

– Por quê?

– É meio complicado, nem eu sei direito, mas não fique chateado com ele. Ele não disse aquelas coisas por mal.

– Hum. E... Não vou poder mais ficar nessa forma, não é?

– Bem, não. Shussan não vai entender e com certeza vai ficar louco da vida, hu hu. É melhor você se manter na forma de gato enquanto ele estiver aqui.

– Ok.

Me levantei e me aproximei dela. Eu sei que Sayo cora quando me vê na forma humana sem roupa, mas eu precisava fazer isso. A abracei. Enquanto a envolvia em meus braços eu sentia o cheiro de seu cabelo. Era tá bom...

– Porque...

– Eu não vou poder te abraçar por um bom tempo. Gosto de te abraçar, Sayo-chan. Sinto como se pudesse te proteger de qualquer perigo.

– Você anda assistindo muito anime.

– Talvez...

Hideki

Eu não conseguia dizer nada, por um lado estava apavorado, por outro eu mal conseguia respirar. Ele sorriu com um tom leve de maldade e me soltou. Cai na chão e finalmente pude respirar.

– Ninguém mandou você me acordar. - ele falou se virando.

– Quem é você?

– Você é muito burro, em, humano.

Olhando bem, as roupas que ele estava usando eram minhas. A camisa preta, os jeans (ele rasgou!) e os tênis. Além disso, vi no topo de sua cabeça algo que pareciam orelhas de animal e, saindo por cima da calça vi um rabo com um anel de prata. Fora isso, seu dentes eram afiados e nas suas mãos suas unhas pareciam garras.

– O.. Gato preto...

– Bingo!

Ele se jogou em meu sofá e vi suas orelhas, rabo e garras sumirem.

– Lamento pelo susto, mas você me irritou.

– Por que você está aqui? O que você quer comigo?

– Com você? Nada. Só que a uns dias reparei que você gosta de uma certa garota e achei que seria útil usá-lo.

– Sayo?

– Hu, está sendo acolhido na casa dela o meu "irmãozinho". Ele é um bakeneko como eu, só que seu poder é mais forte por que ele possui duas caudas. Vocês, humanos, chamam o tipo dele de nekomata.

"Duas caudas"... Era aquele gato que vi Sayo brindando hoje.

– Aquela garota está em perigo. Meu irmãozinho é um assassino.

– Assassino?!

Sayo

Me aproximei do meu irmão. Ele estava deitado no sofá, olhando pro teto.

– Shussan, me explique melhor por que você tava querendo largar a escola.

– Por que eu quero ser mangaká! Eu falei isso!

– Isso é loucura! Por acaso você sabe criar histórias? Desenha bem?

– Olha isso.

Ele tirou de sua mochila uma pasta preta e me mostrou. Tinha uns textos escritos, alguns rabiscos e desenhos. Algumas páginas de mangá também. Nossa, ele desenha bem mesmo.

– Hum, a história parece boa.

– É, mas pra eu me dedicar totalmente não dá pra eu perder tempo estudando ou qualquer outra coisa. Não consigo me ver fazendo mais nada além de mangás.

– Também não é bem assim, você tem outros talentos, como matemática.

– Mas aí vou trabalhar com que com cálculos? Só tem emprego chato ligado a isso, e não quero ser um adulto chato! Além de que não quero desperdiçar minha criatividade...

– Hum... Olha, você não sabe se é realmente ISSO que você quer e se quiser mesmo, será que você dá conta? Já tentou mostrar sua obra pra uma editora pra eles dizerem o que acham?

– Não...

– Não largue tudo sem estar certo disso. Tentar quadrinhos é uma aposta, você não ganha todas as vezes e se não fizer uma obra que as pessoas gostem de ler acontece desde sua obrar ser cancelada ou até mesmo nem chegar a ser publicada.

– Eu sei...

– Olha, essa mangá aqui é shonnen, né? Que tal você tentar mostrar pra ShonenJump?

– A Jump?!

– Eles tem concursos de mangás todo ano, não é? Dependendo que o quanto sua obra for boa, isso independente da sua colocação no concurso, eles podem querer que você faça uma série.

– Ah! É mesmo!

– MAS, você não vai largar os estudos por causa disso! Você vai ter que me prometer que vai equilibrar um tempo pros estudos e outro pros mangás, ok?

– Hum... Tá...

Aoni

Fiquei no cantinho da sala vendo e ouvindo tudo. Me senti feliz por Sayo estar querendo ajudar o irmão. Ela é mesmo gentil.


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Notas finais do capítulo

Hum, prossegue-se mais uma vez um mistério ligado ao Aoni...

Não percam os próximos capítulos e feliz Páscoa! =D



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