My Neko escrita por Beyond B Nat


Capítulo 10
Susto


Notas iniciais do capítulo

Então, gente? Demorei? Sabem quem mais vai estar narrando nessa história? MINHA MÃE!!! (*tapa na cara)Brincadeira, Vai ser o gato preto e o Shussan, kkk ^^

Curtam o capítulo e depois comente, ok? ^^



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Hideki

Assassino? Ele disse assassino?! Como assim?!

– Hu hu, isso mesmo. Já que, obviamente, você gosta daquela humana, seria uma pena se meu irmãozinho fizesse alguma coisa com ela. Sempre termina do mesmo jeito....

– Sempre?

– Sim, "sempre" a mais de um século. Não espero que você entenda.

"A mais de um século"? Quanto tempo um nekomata vive?!

– O lance é o seguinte: Você se aproxima dela a afastando dele e eu cuido do resto.

– Como assim? O que você vai fazer?

– O que eu devia ter feito a muito tempo, mas isso não é da sua conta.

– Tá, hum... Como devo te chamar?

– Kuro, Black, Dark, Blecaute... Sei lá! Me dão esses tipos de nome só por que sou preto mesmo. Pra mim tanto faz.

– Te chamarei de Kuro então... - blabuciei, mas sei que ele ouviu - Mas não fique toda hora me chamando de humano, meu nome é Hideki!

– Ok... - ele se levantou do sofá - Agora, se não se importa, vou comer alguma coisa.

Ele seguiu pra minha cozinha. Que ótimo... Mas não tou nem preocupado por ter um vagabundo na minha casa, tou mais com a Sayo. Droga... Ela está em grande perigo, tenho que impedir aquele gato de duas caudas, seja lá o que ele pretende fazer.

Dia seguinte - Shussan

Estranha a sensação de estar bem, deitado naquela cama desconfortável... Acho que o meu sono era tanto que nem liguei pra isso. Acordei com nee-chan batendo na porta do quarto.

– Shussan, acorda! E por que você trancou essa porta?!

Por que eu quis! Me levantei e destranquei a porta, então Sayo a abriu.

– Vá se arrumar. Você pode estar no meu apartamento, mas ainda tem aula pra ir.

– Tá...

Fechei a droga da porta e fui revistar no minúsculo guarda-roupa onde tava o meu uniforme. Sim, por conta da umas vezes eu ter ido com muita frequência morar no apartamento da Sayo, acabou sendo preciso o meu uniforme estar aqui. Nunca esperava ter que vir aqui de novo desda última vez, que quando voltei parecia estar tudo bem.

Quem diria... Eu estava errado...

Vesti aquela calça preta, a camisa social branca, o paletó (também preto e com o logo do colégio), e enfim coloquei a gravata. Saí do quarto e segui pelo minúsculo corredor até a cozinha e me reparei com Sayo cozinhando não sei o que enquanto aquele gato estava em cima da mesa comendo uma mistura de arroz com... Acho que peixe.

– Psiu! Sai dái!

– Deixe ele quieto Shussan. Aoni não fez nada.

– Tá, desde quando você deixa bicho comer na mesa como se fosse gente? Isso é nojento.

– Não se incomode a toa. E eu já disse pra você não falar asssim.

– Tá, foi mal...

Me sentei e ela colocou um prato pra mim e outro pra ela. Comi rápido, apesar da minha falta de vontade, sei que ela vai encher o saco.

– Vou pra universidade logo, o seu ônibus para na parada lá na esquina daqui a 15 minutos. Não se atrase.

– Ok, ok, não precisa falar comigo como se você fosse mamãe.

Ela deu um peteleco na minha cabeça. Muito engraçado! Ela tem esse tipo de atitude só comigo, com os outros ela não tem, dá uma de tímida. Ha! Ha! Só eu conheço "a verdadeira Sayo"!

– Venha logo - ela se levantou - Não quero que você fique enrrolando.

– Já vou, já vou. - falei me levantando e colocando o meu prato na pia.

Sayo

Se eu não ficar pressionando Shussan, ele não faz nada. Acredito que é por conta da idade ele ficar querendo dar uma de rebelde, mas eu conheço ele a 16 anos. Ele se faz de malandro, de estar sempre da mal humor, mas sei bem como ele é.

Dei um último carinho em Aoni e deixei um pouco de comida e água pronta pra ele, já que ele, por segurança, não poderia se transformar. Então eu e Shussan descemos juntos pelo elevador.

Após sairmos do prédio, eu me despedi dele e fui para o outro lado da rua (pude ver o meu ônibus chegando) enquanto Shussan seguiu para a outra parada. Bom, ao menos espero que ele vá. Não que eu não confie nele, mas tem de se desconfiar, afinal, daria pra ele aproveitar que eu pego ônibus antes pra deixar de pegar o dele e matar aula em casa. Sei, pois ele já fez isso...

Aoni

Hum.... O que posso fazer agora? Não tem nada pra me distrair enquanto espero Sayo-chan e Shussan-kun voltarem. Olhei em volta pensativo, mas não me surgiu nenhuma ideia. Me deitei e comecei a lamber o meu pelo. Não tinha nada pra fazer mesmo.. De repente eu poderia dormir.

Mas, do nada, ouvi um barulho da porta. Olhei pra lá imediatamente, então ela se abriu e Shussan-kun entrou. An? Mas ele não tem aula? Será que ele esqueceu alguma coisa?

– Tadaima... Ei, você não vai falar pra Sayo disso, não é mesmo? Hu hu. - disse ele olhando pra mim e com cara de, não sei... malandro? - Claro que não.

Ele largou sua mochila no sofá e afrouxou a gravata. É definitivo: Ele está matando aula.

– Ai, ai... Pelas merdas de ontem, nem ferrando vou pra escola. - ele abre a mochila e pega um caderno e uma caneta - Bom, pelo menos por hoje.

Shussan-kun se deitou no sofá e começou a rabiscar no caderno. Quis ir mais pra perto pra ver o que ele tava fazendo. Parecia que ele tava desenhando, o caderno tinha folhas lisas, sem linhas.

Subi nas costas do sofá sem querer incomodá-lo e fiquei olhando. O que será que ele está desenhando?

Hideki

Sim, de novo eu estava no mesmo ônibus que Sayo, mas como eu poderi me aproximar dela? Se ao menos a parada que eu pego o ônibus fosse depois da dela... Eu poderia chegar e dizer "Com licença, esse lugar está vago?" Daria até pra eu puxar assunto depois... Tenho que arrumar um jeito, mas a parte de ela, aparentemente, ser meio tímida, pode me ser um obstáculo.

O tempo passou rápido e o ônibus chegou na universidade. Saí do meu lugar para sair do transporte, então, fora da ônibus, vi Sayo saindo. Eu poderia tentar me aproximar agora ou esperar um pouco? Eu estava um pouco nervoso...

Achei melhor adiar, deixar para o intervalo. Seria mais calmo e tranquilo, já que os conteúdos de arquitetura ocupariam a minha cabeça e eu não pensaria "Eu tenho que fazer isso para salvá-la! Aquele gato dela não é o que ela pensa que é, ele é do mal e pode mantá-la a qualquer momento!"

A encontrei depois das primeiras aulas. Sayo estava no mesmo lugar em que ela costuma ficar. Acho que ela gosta daquele local por que é tranquilo. Se eu o conhecesse antes, seria capaz de eu poder usá-lo para ficar e desenhar.

Sim, tive uma ideia! Me aproximei como quem não quisesse nada. Ela estava um pouco distraída ouvindo música, então não se incomodou, mas percebeu a minha presença quando me sentei ao seu lado, não muito próximo. Eu abri o meu sketchbook (caderno de esdoço) e folhei umas folhas antes de abrir onde estava em branco.

Parei para pensar no que eu poderia desenhar. Minha mente não estava inspirada, que droga! Parei e pensei, olhei as páginas anteriores... Então vi a carpa que desenhei antes. Decidi fazer outro desenho em estilo japonês, tal vez um tigre!

Comecei a fazer um leve esboço e já estava começando a dar forma ao desenho. Olhei por um segundo para Sayo e ela desviou seu olhar. Ops, ela tava curiosa olhando o meu desenho e ficou constrangida por eu olhá-la.

– Hum... Oi. - falei pra ela.

– O-oi...

– Desculpa, eu tava desenhando e acabei não podendo deixar de perceber que você tava olhando.

– Gomen...

– Ah... Não se desculpe. Não me incomodo que as pessoas olhem. Me chamo Okada Hideki, mas não tem problema em me chamar pelo meu primeiro nome, e você?

– Akemi Sayo.

– Prazer. - disse com um sorriso amigável no rosto.

Shussan

Ao contrário do que eu esperava, aquele gato não tava nem me enchendo o saco, nem dormindo como um completo fongado. Engraçado que por uns segundos parecia interessado no que eu tava desenhando, hehe. Isso é ridículo, claro que não.

Bom, eu tava fazendo um esboço do meu mangá, praticamente uso aquele caderno pra isso. É até melhor guardar esse tipo de coisa em caderno do que deixar em folhas soltas, ainda mais por que eu tava criando e não fazendo a obra pra valer.

Decidi dar uma pausa, já tava cansado e morto de fome. Deixei minhas coisas de lado e fui fazer um sanduiche. Após comer meu lanche, fui mexer no computador para assistir uns animes pendentes.

Pensando bem... Esse gato de duas caudas não me é estranho... É neko... Neko... Ou neko algumas coisa ou alguma coisa neko. Decidi pesquisar e não demorou muito.

Aoni

Shussan pareceu um pouco empolgado pesquisando alguma coisa, fiquei um pouco perto pra tentar descobrir o que era, mas não consegui ver direito. Até que ele falou:

– Ah... Achei, haha. Ei, Aoni, sei já como pode você ter essas duas caudas, mas olhando bem você parece um nekomata, hehe. Só faltava ter fogo nas suas patas, rabos e orelhas, hu hu.

Nekomata? Fogo? Fogo... Fogo... Arg! Minha cabeça começou a doer! Fogo! Tenho umas imagens de fogo na minha cabeça! Chamas pra todo lado! Para! Para! Eu quero que isso pare!!

Shussan

Do nada aquele gato começou a dar um miado estranho. Parecia quase um grito de agonia. Ele ficava todo encolhido, com se tivesse sofrendo, sendo torturado, sei lá. Meu Deus, o que eu faço?! Pera, pera, tem um petshop aqui perto, não tem? Deve ter um veterinário lá também!

Não pensei duas vezes, peguei meu celular, as chaves do apartamento e o gato e saí correndo. Mano... Sayo vai me matar...

Sayo

No começo fiquei um pouco envergonhada, mas até que Hideki-kun é gentil. Ele falou que era do curso de arquitetura e essas coisas, mas nuns momentos de "inspiração" ele sempre parava pra desenhar. Não falei tanta coisa de mim, eu mal o conhecia, mas ele não parecia nem um pouco incomodado com a minha timidez. Isso até que era bom.

Ele finalizou o desenho, então, acabei não resistindo em dizer:

– Puxa... Ficou bonito.

– Hu hu, obrigado.

De repente ouvi o meu celular tocar.

– Ai, me desculpa.

– Tudo bem.

Olhei quem era e estava alí o telefone do meu irmão. Estranho, por que ele tá me ligando?

– Moshi moshi.

– Sayo, não fique nervosa.

– O quê? Por quê?

– É... Do seu gato...

– An?!

Hideki

De repente Sayo pareceu nervosa. Será que aconteceu alguma coisa grave?

– Onde vocês estão? Hum, tá certo, eu já tou indo.

Ela desligou o celular. Não podia deixar de perguntar:

– Aconteceu alguma coisa?

– Sim, alguma coisa com o meu gato. Não se incomode muito com isso, desculpa, mas eu tenho que ir.

– Eu vou com você.

– Não precisa se incomodar.

– Eu insisto.

Ela cedeu, então fomos juntos embora.

Kuro

Apesar de estar os observando de longe, pude entender mais ou menos o diálogo entre eles. Então algo aconteceu com meu irmão? Deve ser um surto, eu odeio quando isso acontece com ele. Sempre um sofrimento acompanhado de minúsculos trechos de memória.

Tenho ódio disso! Ódio de que toda vez que "aquilo" acontece ele se esquecer de tudo! Inclusive de mim!

Shussan

Fiquei na sala de espera, aguardando o veterinário aparecer com o gato e dizer o que ele tinha ou Sayo chegar quase que surtando (o que vier primeiro). Dai vi minha irmã entrando com um cara. O quê? Desde quando ela tem namorado?

– Shussan! Cadê ele?

– Ele tá com o veterinário, daqui a pouco ele vai...

Antes que eu terminasse a frase ela me abraçou e começou a sussurrar de um jeito desesperado "Ai meu Deus, ai meu deus..." Cara, nunca vi Sayo tão mal assim.

Hideki

No momento que chegamos ne seção de veterinária do petshop, vi um cara ruivo, com os cabelos num tom de vermelho mais forte do que de Sayo, sentado num dos bancos de espera. No momento que entramos ele se levantou, então Sayo disse:

– Shussan! Cadê ele?

– Ele tá com o veterinário, daqui a pouco ele vai...

De repente, antes mesmo de ele terminar de falar, ela o abraçou como se a vida dela dependesse disso. Senti uma pequena dor ao ver essa cena. Eles são namorados?

Antes que eu pensasse mais alguma coisa, o veterinário chegou com o gato.

– Aoni!

Sayo largou o cara e foi direto para o gato e o pegou.

– Meu Deus, o que aconteceu?

– É... - o ruivo começou a falar - Tá ai, o gato de repente surtou do nada aí no desespero o levei até aqui.

– Bom, - o veterinário falou - examinei-o cuidadosamente e não encontrei nada de errado. Ele não teve nenhum estado de agressividade ou espuma na boca, não?

– Não, nunca teve. - Sayo respondeu

– Então não deve ser raiva. De qualquer jeito deve vaciná-lo para evitar isso e outras doenças. Você comprou esse gato em algum lugar, o adotou ou o encontrou na rua?

– O achei na rua.

– Hum, apesar disso a saúde dele está muito boa. Apareça depois para as vacinas, certo?

– Sim, sim. Obrigada.

Então nós saímos do petshop. Eu fiquei calado até que o ruivo falou.

– Sayo, quem é esse cara, seu namorado?

Ela bateu na cabeça dele.

– Não, é um amigo. E quem mandou você faltar aula, em, Akemi Shussan?!

Akemi?! Os dois têm o mesmo sobrenome?!

– Qual é?! Me agradeça, por que se eu não tivesse faltado o seu gato estaria sozinho, agoniando até, de repente, morrer! E como, lógico, minhas aulas acabam antes das suas, era capaz de sobrar pra mim!

– Hum, de qualquer jeito você tá queimado comigo, nii-san.

– Ha! Bem que eu queria ser o mais velho!

Agora entendi... Eles são irmãos. Por isso Sayo agiu daquela maneira tá diferente do normal dela. Um tanto infantil, pra ser sincero, mas era engraçado.

– Hideki - Sayo falou - Desculpa por ter feito você perder sua aula.

– Não, tudo bem. Eu posso pegar a matéria com um amigo amanhã. Bom, eu... Vou pra minha casa agora.

– Certo, até mais.

– Até.

Sayo

Depois que Hideki se virou e afastou-se um pouco, Shussan falou:

– Hum... "Até".

– Cala a boca.

– Tá, fico quieto, vou fingir que não senti nenhum tipo de "clima" aqui.

Shussan continuou andando e eu atrás dele. Meu irmão é um completo idiota! Mas ao menos, ele tem razão. Se ele não tivesse faltado, o Aoni poderia sofrer até não aguentar mais. Abracei o gatinho que estava em meus braços. Aconteceu de novo, ele sofreu de novo. Que droga! Não quero que ele sofra mais!


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