After The End escrita por Garota dos Livros


Capítulo 1
Capítulo Único - Always And Forever


Notas iniciais do capítulo

Hey! Como vão?
Minha primeira one-shot Scorpius & Rose, simplesmente os amo incondicionalmente, então escrever sobre eles é uma honra. Espero ter sido clara ao me expressar, além de ter feito-os da maneira adequada.

Capítulo único e curto, totalmente narrado por Scorpius Malfoy.

Espero que gostem.

Enjoy.



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Scorpius Malfoy

Poderia lhe descrever as diversas coisas que sentia naquele momento, porém nenhuma seria suficiente para fazê-lo por completo. Era medo misturado com prazer, acho que também se sentiria assim se estivesse em meu lugar. Tampouco poderia dizer que isso era completamente normal e que eu não estava à beira de com colapso nervoso, porém isso seria a mentira mais descabida que eu inventaria não só para você, e sim para mim mesmo.

Ela não poderia estar ali, era irreal e impossível. Mesmo que eu tivesse a certeza de vê-la ali, sentada na cadeira da nossa varanda, olhando diretamente para mim somente iluminada pela luz do luar, deixando que seus cabelos ruivos voassem com a brisa noturna. Ela estava assombrosamente bela, não que ela não fosse naturalmente exuberante, porém aquilo que eu estava vendo era completamente insano.

Scorpius!– sua voz doce fez-me arrepiar por completo, certamente ou estava louco ou sonhando.

Não que eu esteja infeliz por vê-la era maravilhoso, indescritível, porém assustador e arrebatador. Entenda no último mês eu vi a minha esposa ser esmagada por um monte de sucata sem poder lhe ajudar, apenas observar o seu sofrimento - que era também meu - diante dos meus olhos.

Fora um acidente, mesmo assim não diminui o quão terrível fora vê-la morrer. Nós dois tínhamos brigado por algo que agora não parecia tão importante valendo a vida de quem eu amei, e muito menos o sofrimento de todos aqui ao meu redor. Lembro-me de que apenas levantarmos a voz, mas não do que estávamos falando afinal não tinha mais tanta importância. Ela queria sumir e eu, sem pensar, disse a ela que sumisse de vez. Ela pegou o casaco com pressa, as chaves do nosso carro e saiu porta a fora. Imaginava que ela iria até lá fora e ficaria somente por isso, não pegaria o carro realmente em meio de uma tempestade de neve. Mas o meu peito apertou quando escutei o motor do carro grunhir, quando eu finalmente chegara lá fora era tarde demais. Ela já estava em disparada na rua coberta de gelo, no mínimo a 100km/h até o cruzamento; a mesma fez uma parada brusca e eu a acompanhava de longe correndo em sua direção. Outro carro surgiu do nada e bateu em seu carro prensando-o em um poste, fazendo com que a parte dianteira do motorista virar nada mais do que um pedaço de sucata esmagado. E foi assim que Rose Malfoy, ou Weasley se preferir, morreu. Poderia estar sonhando com isso ou ter sonhado com aquilo, mas ambos pareciam reais demais para serem sonhos, apesar de que ver a sua mulher morta na sua varanda não entra no quesito normal.

Você é real? – aquilo não soou tão idiota em minha cabeça. Era tão idiota quanto perguntar se um cego enxerga, mas eu tinha necessidade de fazer aquilo, mesmo que me fizesse parecer um retardado.

Você pode me ver?– ela falou com um tom de surpresa. Franzi o cenho.

Por que não poderia?– olhei-a estranhamente enquanto a mesma se levantava rapidamente da cadeira num pulo.

– Você pode me ver!– ela pulou e correu até mim, parando centímetros do meu corpo – Isso é maravilhosamente assombroso!– ela riu graciosamente e abraçou-me, porém nada senti.

Não posso senti-la– informei-a e escutei-a suspirar em meu peito.

Finalmente posso falar com você– disse num tom triste, porém bradando em alegria – O que irei fazer pode me tirar algumas horas e transformar em minutos, mas eu preciso fazer isso. Você sabe –não entendi nada que ela dissera, porém a vi fechar os olhos e abri-los novamente de uma forma ligeira que eu só pude sentir sua mão encontrar, de uma forma nada carinhosa, o meu rosto.

COMO ASSIM HEATHER FOI EXPLUSA DA ESCOLA, SEU IDIOTA?! SERÁ QUE NÃO PODE CUIDAR DA NOSSA FILHA DIREITO?– seu rosto estava coberto de fúria, nunca vira alguém ficar naquele vermelho intenso que a minha esposa – ou ex-esposa, não sei definir – ficava.

Desculpe, eu já consegui fazê-la ir para outra escola, paga, mas boa de qualquer forma...– comecei a explicar-me, mas fui interrompido por seus lábios juntos aos meus. Aproveitei cada toque e caricia que ela fazia em mim, até que me deparei agarrando o vento.

Tudo bem!– ela reapareceu na cama, de pernas cruzadas, como se nada tivesse acontecido.

Como você...?– não conseguia formular qualquer coisa. Ela simplesmente desapareceu dos meus braços e reapareceu em minha cama. Rosie deu um sorriso divertido. Suas orbes verdes agora cintilavam em um verde que eu nunca havia visto antes.

Oras, eu sou um fantasma, eu posso fazer o que eu quiser –disse-me zombeteira.

EntãoSra. Fantasma.O que faz aqui? –disse num tom de escarnio, cruzando os braços. Era impossível ela estar morta ou aqui, é só um sonho idiota.

Fazendo coisas de fantasmas– jogou-se sobre a minha cama – Procurando a minha paz– sorriu docemente.

Era estranho vê-la assim transbordando em alegria depois daquilo, aquele sorriso, aquela brincadeira em sua voz, tudo era totalmente irracional.

Qual seria sua paz, Sra. Fantasma?– ri. Eu não estava falando com o fantasma da minha mulher de fato não. Poderia ser mais uma das brincadeiras de Hugo, ele nunca gostara de mim mesmo, me fazer sofrer pela irmã dele deveria ser revigorante. Não daria esse gostinho.

– Sabe. Eu fiquei dois meses inteiros vagando por aqui pensando se eu estivesse morta, -gesticulou enquanto falava, aquilo era tão convincente que me assustava – o que eu definitivamente estou, mas não vamos entrar emdetalhes,o que eu iria querer antes de ir para o meu destino final, sabe se lá onde essa porcaria for– sentou-se na cama em um pulo, porém a mesma não se mexeu, parecia intacta aos movimentos dela, como se ela não existisse ali.

E a conclusão seria?– incentivei-a continuar, queria saber até onde Hugo iria com aquilo e como Hermione ficaria feliz ao ver que seu filho estava brincando com a imagem da irmã; morta.

– Dizer adeus– aquilo fora a gota d’água.

Okay. Hugo saia de onde está. Brincar com a imagem da sua irmã desse jeito, não é bom, é doentio –estava cansado das brincadeiras dele, mas brincar com a imagem da irmã? Isso passou dos limites.

– Hugo? Sério?– Rosie perguntou-me com uma voz de tédio – Acha mesmo que aquela ameba ambulante seria capaz de fazer qualquer coisa desse porte? Por favor! Nem eu conseguiria fazer isso– ignorei-a e continue procurando o projetor holográfico.

Reviste a casa inteira, não vai achar o que procura porque não tem, e você sabe disso– ela continuou. No fundo eu sabia, mas não queria acreditar que minha esposa era um fantasma.

– Okay, então eu só estou dormindo– deitei-me na cama, e quando estava prestes a fechar os olhos, senti um peso sobre mim.

– Saudades de ver você assim– a mesma voz angelical sussurrou em meu ouvido.

– Você não é real– disse a mim mesmo, ainda sem abrir os olhos.

Pense como quiser, mas eu tenho que dizer adeus e você tem que ficar acordado!– disse pulando sobre mim – Uh, alguém está excitado, bom saber que ainda o deixo assim –seus lábios envolveram os meus novamente e eu deixei-me levar, aquela malicia não era normal, mas eu não estava ligando muito para aquilo.

Levei as minhas mãos para suas coxas, uma de cada lado do meu corpo, sem nunca deixar de beijá-la. Não sei quanto tempo se passou, se foram horas ou apenas segundos, porém ouvi uma voz sonolenta chamar papaiao longo do corredor.

Não acho que é saudável para uma criança ver o pai quase transando com o vento, na verdade, não é bom que ela veja você transando com ninguém e...– sua voz falhou e eu parei o que estava fazendo imediatamente, quando vi uma pequena figura aparecer na porta vestida com um pijaminha morangos e o seu ursinho em seu braço esquerdo. Pude ver a dor em seus olhos verdes e as lágrimas se agruparem no canto de seus olhos.

Ela era idêntica à mãe, certamente se perguntassem quem seria o pai da pequena garotinha, eu seria o último da lista. Cabelos ruivos e olhos verdes tão intensos quanto os da mulher – ou fantasma - que estava ao meu lado.

Heather –foi só o que ela pode pronunciar antes de colocar as mãos na boca.

Papai, o senhor está bem?– perguntou-me coçando o olho sonolenta, ela provavelmente não sabia, mas tudo que fazia poderia lembrar a Rose sem esforço algum. Era a cópia perfeita da mulher que eu amei.

– Estou sim,– disse sorrindo sem muito animo e completei mentalmente só estou sendo chateado pelo fantasma de sua mãe, nada que não vejamos no dia-a-dia, durma bem!, mas isso sairia muito idiota. Rose riu estrondosamente e gostosamente como ela sempre fazia e eu revirei os olhos, imaginei que ela poderia ler os meus pensamentos então assim que Heather se retirou do meu quarto, comecei a pensar na minha secretaria, a qual Rose tinha ciúmes incontáveis.

– Sabia, você está se pegando com aquela piranha!– ela começou a me bater, mas cada vez era mais fraco.

Pare de ler os meus pensamentos, sua enxerida, e eu não tenho um caso com a piranhadisse num tom brincalhão enquanto ela me esfolava em vão.

– Seu nojento, eu estava quase indo pra sua cama de novo e você pensa naquela nojentinha oferecida –Rose continuava a mesma, enxerida, mandona, irritante e incrível como sempre, a minhametida a sabe-tudo.

– Quase, isso é bom. O que falta para ter você na minha cama pelo resto da eternidade?– perguntei baixo prendendo-a entre a cama e a mim.

Eu estar viva– vi uma lágrima solitária descer pelo seu rosto pálido. – Desculpa por tudo, eu fui uma idiota e só agora pude ver isso.

– Desculpa, não deveria ter começado aquela briga. Você estaria aqui agora se não fosse aquilo– ela balançou a cabeça negativamente.

Eu iria morrer de qualquer jeito, ou num acidente de carro, ou de outra coisa pior. Você me ajudou a não sofrer, agora me liberte– pediu tristemente – por mais que eu queira ficar aqui junto a você e a nossa filha,– lágrimas iluminadas pela única luz no local rolavam de seus olhos verdes-esmeraldas – deixe-me ir.

– Como eu posso fazer isso, Rose? –tentei-me manter calmo, relembrando-me que era apenas um sonho.

– Embale as minhas coisas e mande para a minha mãe, ela saberá o que fazer, e deixe-me dizer adeus. Esqueça-me e siga em frente, meu amor.

Suas palavras, tentei lembra-las e decora-las, mas tudo que pude lembrar foi dela chorando à minha frente sem que eu pudesse senti-la ou reconforta-la. Abracei-a com toda a força que pude, mesmo sem senti-la.

– Eu te amo, Rose– disse não mais alto que um sussurro, escutei-a soluçar.

– Eu também te amo, Scorpius –sua voz beirava em choro, amargo e inconsolável.

Sempre e para sempre, mesmo depois do fim –disse a ela relembrando de nossa promessa.

Sempre e para sempre, mesmo depois do fim– repetiu e junto a um soluço sussurrou um estarei sempre com você, Scorpius. Adeus. E por fim, depois de dar de cara com um travesseiro, ela se desfez em meus braços.

Ela estava tão perto, pude tocá-la novamente, aquilo fora uma punhalada em meu peito.

Até logo, meu amor– foi à última coisa que eu disse depois de cair na inconsciência.

Scorpius Malfoy

Poderia lhe descrever as diversas coisas que sentia naquele momento, porém nenhuma seria suficiente para fazê-lo por completo. Era medo misturado com prazer, acho que também se sentiria assim se estivesse em meu lugar. Tampouco poderia dizer que isso era completamente normal e que eu não estava à beira de com colapso nervoso, porém isso seria a mentira mais descabida que eu inventaria não só para você, e sim para mim mesmo.

Ela não poderia estar ali, era irreal e impossível. Mesmo que eu tivesse a certeza de vê-la ali, sentada na cadeira da nossa varanda, olhando diretamente para mim somente iluminada pela luz do luar, deixando que seus cabelos ruivos voassem com a brisa noturna. Ela estava assombrosamente bela, não que ela não fosse naturalmente exuberante, porém aquilo que eu estava vendo era completamente insano.

Scorpius!– sua voz doce fez-me arrepiar por completo, certamente ou estava louco ou sonhando.

Não que eu esteja infeliz por vê-la era maravilhoso, indescritível, porém assustador e arrebatador. Entenda no último mês eu vi a minha esposa ser esmagada por um monte de sucata sem poder lhe ajudar, apenas observar o seu sofrimento - que era também meu - diante dos meus olhos.

Fora um acidente, mesmo assim não diminui o quão terrível fora vê-la morrer. Nós dois tínhamos brigado por algo que agora não parecia tão importante valendo a vida de quem eu amei, e muito menos o sofrimento de todos aqui ao meu redor. Lembro-me de que apenas levantarmos a voz, mas não do que estávamos falando afinal não tinha mais tanta importância. Ela queria sumir e eu, sem pensar, disse a ela que sumisse de vez. Ela pegou o casaco com pressa, as chaves do nosso carro e saiu porta a fora. Imaginava que ela iria até lá fora e ficaria somente por isso, não pegaria o carro realmente em meio de uma tempestade de neve. Mas o meu peito apertou quando escutei o motor do carro grunhir, quando eu finalmente chegara lá fora era tarde demais. Ela já estava em disparada na rua coberta de gelo, no mínimo a 100km/h até o cruzamento; a mesma fez uma parada brusca e eu a acompanhava de longe correndo em sua direção. Outro carro surgiu do nada e bateu em seu carro prensando-o em um poste, fazendo com que a parte dianteira do motorista virar nada mais do que um pedaço de sucata esmagado. E foi assim que Rose Malfoy, ou Weasley se preferir, morreu. Poderia estar sonhando com isso ou ter sonhado com aquilo, mas ambos pareciam reais demais para serem sonhos, apesar de que ver a sua mulher morta na sua varanda não entra no quesito normal.

Você é real? – aquilo não soou tão idiota em minha cabeça. Era tão idiota quanto perguntar se um cego enxerga, mas eu tinha necessidade de fazer aquilo, mesmo que me fizesse parecer um retardado.

Você pode me ver?– ela falou com um tom de surpresa. Franzi o cenho.

Por que não poderia?– olhei-a estranhamente enquanto a mesma se levantava rapidamente da cadeira num pulo.

– Você pode me ver!– ela pulou e correu até mim, parando centímetros do meu corpo – Isso é maravilhosamente assombroso!– ela riu graciosamente e abraçou-me, porém nada senti.

Não posso senti-la– informei-a e escutei-a suspirar em meu peito.

Finalmente posso falar com você– disse num tom triste, porém bradando em alegria – O que irei fazer pode me tirar algumas horas e transformar em minutos, mas eu preciso fazer isso. Você sabe –não entendi nada que ela dissera, porém a vi fechar os olhos e abri-los novamente de uma forma ligeira que eu só pude sentir sua mão encontrar, de uma forma nada carinhosa, o meu rosto.

COMO ASSIM HEATHER FOI EXPLUSA DA ESCOLA, SEU IDIOTA?! SERÁ QUE NÃO PODE CUIDAR DA NOSSA FILHA DIREITO?– seu rosto estava coberto de fúria, nunca vira alguém ficar naquele vermelho intenso que a minha esposa – ou ex-esposa, não sei definir – ficava.

Desculpe, eu já consegui fazê-la ir para outra escola, paga, mas boa de qualquer forma...– comecei a explicar-me, mas fui interrompido por seus lábios juntos aos meus. Aproveitei cada toque e caricia que ela fazia em mim, até que me deparei agarrando o vento.

Tudo bem!– ela reapareceu na cama, de pernas cruzadas, como se nada tivesse acontecido.

Como você...?– não conseguia formular qualquer coisa. Ela simplesmente desapareceu dos meus braços e reapareceu em minha cama. Rosie deu um sorriso divertido. Suas orbes verdes agora cintilavam em um verde que eu nunca havia visto antes.

Oras, eu sou um fantasma, eu posso fazer o que eu quiser –disse-me zombeteira.

EntãoSra. Fantasma.O que faz aqui? –disse num tom de escarnio, cruzando os braços. Era impossível ela estar morta ou aqui, é só um sonho idiota.

Fazendo coisas de fantasmas– jogou-se sobre a minha cama – Procurando a minha paz– sorriu docemente.

Era estranho vê-la assim transbordando em alegria depois daquilo, aquele sorriso, aquela brincadeira em sua voz, tudo era totalmente irracional.

Qual seria sua paz, Sra. Fantasma?– ri. Eu não estava falando com o fantasma da minha mulher de fato não. Poderia ser mais uma das brincadeiras de Hugo, ele nunca gostara de mim mesmo, me fazer sofrer pela irmã dele deveria ser revigorante. Não daria esse gostinho.

– Sabe. Eu fiquei dois meses inteiros vagando por aqui pensando se eu estivesse morta, -gesticulou enquanto falava, aquilo era tão convincente que me assustava – o que eu definitivamente estou, mas não vamos entrar emdetalhes,o que eu iria querer antes de ir para o meu destino final, sabe se lá onde essa porcaria for– sentou-se na cama em um pulo, porém a mesma não se mexeu, parecia intacta aos movimentos dela, como se ela não existisse ali.

E a conclusão seria?– incentivei-a continuar, queria saber até onde Hugo iria com aquilo e como Hermione ficaria feliz ao ver que seu filho estava brincando com a imagem da irmã; morta.

– Dizer adeus– aquilo fora a gota d’água.

Okay. Hugo saia de onde está. Brincar com a imagem da sua irmã desse jeito, não é bom, é doentio –estava cansado das brincadeiras dele, mas brincar com a imagem da irmã? Isso passou dos limites.

– Hugo? Sério?– Rosie perguntou-me com uma voz de tédio – Acha mesmo que aquela ameba ambulante seria capaz de fazer qualquer coisa desse porte? Por favor! Nem eu conseguiria fazer isso– ignorei-a e continue procurando o projetor holográfico.

Reviste a casa inteira, não vai achar o que procura porque não tem, e você sabe disso– ela continuou. No fundo eu sabia, mas não queria acreditar que minha esposa era um fantasma.

– Okay, então eu só estou dormindo– deitei-me na cama, e quando estava prestes a fechar os olhos, senti um peso sobre mim.

– Saudades de ver você assim– a mesma voz angelical sussurrou em meu ouvido.

– Você não é real– disse a mim mesmo, ainda sem abrir os olhos.

Pense como quiser, mas eu tenho que dizer adeus e você tem que ficar acordado!– disse pulando sobre mim – Uh, alguém está excitado, bom saber que ainda o deixo assim –seus lábios envolveram os meus novamente e eu deixei-me levar, aquela malicia não era normal, mas eu não estava ligando muito para aquilo.

Levei as minhas mãos para suas coxas, uma de cada lado do meu corpo, sem nunca deixar de beijá-la. Não sei quanto tempo se passou, se foram horas ou apenas segundos, porém ouvi uma voz sonolenta chamar papaiao longo do corredor.

Não acho que é saudável para uma criança ver o pai quase transando com o vento, na verdade, não é bom que ela veja você transando com ninguém e...– sua voz falhou e eu parei o que estava fazendo imediatamente, quando vi uma pequena figura aparecer na porta vestida com um pijaminha morangos e o seu ursinho em seu braço esquerdo. Pude ver a dor em seus olhos verdes e as lágrimas se agruparem no canto de seus olhos.

Ela era idêntica à mãe, certamente se perguntassem quem seria o pai da pequena garotinha, eu seria o último da lista. Cabelos ruivos e olhos verdes tão intensos quanto os da mulher – ou fantasma - que estava ao meu lado.

Heather –foi só o que ela pode pronunciar antes de colocar as mãos na boca.

Papai, o senhor está bem?– perguntou-me coçando o olho sonolenta, ela provavelmente não sabia, mas tudo que fazia poderia lembrar a Rose sem esforço algum. Era a cópia perfeita da mulher que eu amei.

– Estou sim,– disse sorrindo sem muito animo e completei mentalmente só estou sendo chateado pelo fantasma de sua mãe, nada que não vejamos no dia-a-dia, durma bem!, mas isso sairia muito idiota. Rose riu estrondosamente e gostosamente como ela sempre fazia e eu revirei os olhos, imaginei que ela poderia ler os meus pensamentos então assim que Heather se retirou do meu quarto, comecei a pensar na minha secretaria, a qual Rose tinha ciúmes incontáveis.

– Sabia, você está se pegando com aquela piranha!– ela começou a me bater, mas cada vez era mais fraco.

Pare de ler os meus pensamentos, sua enxerida, e eu não tenho um caso com a piranhadisse num tom brincalhão enquanto ela me esfolava em vão.

– Seu nojento, eu estava quase indo pra sua cama de novo e você pensa naquela nojentinha oferecida –Rose continuava a mesma, enxerida, mandona, irritante e incrível como sempre, a minhametida a sabe-tudo.

– Quase, isso é bom. O que falta para ter você na minha cama pelo resto da eternidade?– perguntei baixo prendendo-a entre a cama e a mim.

Eu estar viva– vi uma lágrima solitária descer pelo seu rosto pálido. – Desculpa por tudo, eu fui uma idiota e só agora pude ver isso.

– Desculpa, não deveria ter começado aquela briga. Você estaria aqui agora se não fosse aquilo– ela balançou a cabeça negativamente.

Eu iria morrer de qualquer jeito, ou num acidente de carro, ou de outra coisa pior. Você me ajudou a não sofrer, agora me liberte– pediu tristemente – por mais que eu queira ficar aqui junto a você e a nossa filha,– lágrimas iluminadas pela única luz no local rolavam de seus olhos verdes-esmeraldas – deixe-me ir.

– Como eu posso fazer isso, Rose? –tentei-me manter calmo, relembrando-me que era apenas um sonho.

– Embale as minhas coisas e mande para a minha mãe, ela saberá o que fazer, e deixe-me dizer adeus. Esqueça-me e siga em frente, meu amor.

Suas palavras, tentei lembra-las e decora-las, mas tudo que pude lembrar foi dela chorando à minha frente sem que eu pudesse senti-la ou reconforta-la. Abracei-a com toda a força que pude, mesmo sem senti-la.

– Eu te amo, Rose– disse não mais alto que um sussurro, escutei-a soluçar.

– Eu também te amo, Scorpius –sua voz beirava em choro, amargo e inconsolável.

Sempre e para sempre, mesmo depois do fim –disse a ela relembrando de nossa promessa.

Sempre e para sempre, mesmo depois do fim– repetiu e junto a um soluço sussurrou um estarei sempre com você, Scorpius. Adeus. E por fim, depois de dar de cara com um travesseiro, ela se desfez em meus braços.

Ela estava tão perto, pude tocá-la novamente, aquilo fora uma punhalada em meu peito.

Até logo, meu amor– foi à última coisa que eu disse depois de cair na inconsciência.


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Notas finais do capítulo

Sim, a Rose está morta e o Scorpius não está sonhando.

Espero que tenham gostado.
Reviews são bem-vindos.
Com amor,
Garota dos Livros.



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