A Vingança dos Sete escrita por Number Nine


Capítulo 6
Capítulo 6 - Inimigos número um da América


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora pessoal, estava meio complicado arranjar tempo pra postar rs espero que curtam o capítulo que estréia o POV da número Cinco (Sofia) e não se preocupem eu tenho uma estória plauzível para o surgimento dela.



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Cinco

Ainda não entendi porque Nove está fazendo flexões sem camisa na minha frente enquanto esperamos Seis voltar. Marina decidiu ficar na entrada da caverna para esperar o retorno dela com o corpo de Oito.

Acho que no fundo a morte dele pode ter sido causada por minha culpa, quer dizer, se eu não tivesse sido roubada pelo lorieno traidor. Mas não adianta choramingar agora, nesse momento em diante, devo agir de forma forte e mostrar pros outros que a morte de Oito não foi algo em vão.

Só que de certo modo... Isso deve ter feito parte de alguma espécie de plano maior. Lembro de quando eu estava treinando com Devdan e ele me disse que eu deveria seguir o vento, por ele me levaria para meu destino, na manhã seguinte ele sumiu. Lembro do meu desespero, afinal eu tinha fugido da... Argentina! E fiquei treinando no Brasil desde então por um ano inteiro sob a tutela dele, mas não lembro direito o que houve com minha Cêpan, provavelmente morreu.

– Ei ta tudo bem loira? – Nove me pergunta... De cabeça pra baixo!

Tomo um susto e quase caio no chão mesmo estando sentada. Ele definitivamente é muito exibido, mas de certo modo. Acho isso meio engraçado.

– Mais ou menos... Sabe não tenho memória direito, as coisas estão retornando aos poucos, mas mesmo assim, está tudo muito confuso embaralhado.

– Entendo... – Nove pula do teto e cai em pé na minha frente. – Mas você sabe se lembra de alguma coisa útil, tipo a sua arca, se você é realmente a número Cinco deve ter uma.

Fico encarando o olhar de Nove por mais tempo que queria.

– Sim eu acho que sei do que você ta falando.

Eu me levanto e vou até um rochedo de um metro e meio e o arrasto para o lado. E lá estava ela enterrada num buraco abaixo daquela pedra. E lá estava ela, minha mochila. Antes era uma arca, mas eu decidi deixá-la de lado porque ela chamava muita atenção pra mim. Então esvaziei tudo numa mochila grande para poder facilitar minha locomoção.

Pego a arca e mostro para Nove. Ele parece perplexo com o que eu fiz.

– Você pôs sua herança numa mochila normal?

– Sim. – digo revirando os olhos. – Não dava pra ficar andando por ai com uma arca de madeira com símbolos alienígenas.

– Você sabe que nas arcas só nós podíamos abri-las e as deixar assim desse jeito se você for capturada o inimigo pode ter acesso às coisas dentro dela.

– É então eu suponho que seja melhor eu não morrer e nem ser capturada, certo? – digo debochando da preocupação dele.

Nove é engraçado com aquele jeito todo badboy pancadeiro e agora ele está se comportando como o garoto que quer botar os outros na linha.

– Não vai querer ver o que tem dentro dela? – pergunto colocando a mochila no chão e fazendo uma pose de mandona. Nem sei por que fiz isso...

– Claro que quero! Principalmente se você me disser que tem alguma coisa tipo uma granada de mão que destrói as coisas e depois retorna pra você? – Nove voltando ao jeito baderneiro de novo.

– Infelizmente não tenho nada do tipo. – falo fazendo uma cara triste.

Abro a mochila e tirou as coisas que sei para o que funcionam e ponho numa pedra mais achatada que parece uma mesa. A primeira coisa que mostro para ele é uma pedra meio vermelha e transparente.

– Para que isso serve? – ele pergunta.

– Não sei ao certo o nome dela, mas essa pedra serve como amplificador de um poder. Acho que posso chamar de amplificadora, o que acha? – Pergunto colocando a pedra de volta no lugar.

– Parece ser um nome meio óbvio... Mas é legal! Maneiraço! – ele diz se corrigindo rápido

–Podemos pensar em outro nome depois. – digo sorrindo sem ligar para isso.

Pego dessa vez um pedaço de metal de 5 centímetro com uma abertura na parte de cima. Como se fosse feito para encaixar outra parte dele, mas essa parte não veio inclusa na minha arca.

– Isso parece muito com meu bastão que foi destruído, mas acho que não deve servir para fazer a mesma coisa, certo? – Nove me olhando curioso como uma criança que acabou de ver o brinquedo novo de um coleguinha.

– Observe. – digo me concentrando no meu legado de campo de força.

O legado se une com o ferro e na abertura começa a se expandir uma lâmina de 40 centímetros de dentro dele. Ela era meio esbranquiçada.

– Uau! – Nove exclama querendo pegar minha arma. – Se o amigo nerd do John vir isso ele vai ficar muito empolgado com seu sabre de luz.

– Sabre de luz? – esse seria um nome bacana pra essa arma.

– Star Wars? A, esqueci você pode não ter tido contato com a cultura nerd do planeta Terra.

–Sei, parece que você gosta dessa cultura “nerd”. – falo debochando de Nove.

Ele fica com o rosto corado de vergonha. Acho que aqui na Terra ser nerd não deve ser algo do qual alguém como Nove goste de admitir que curta.

Desativo o meu “sabre de luz” e o coloco ao lado do amplificador. Estou prestes a pegar outro dos meus itens da minha arca quando ouvimos o berro de Marina ecoando pela caverna.

Olho para Nove, e ele já estava de pé correndo na direção do grito. Pego minhas coisas e jogo na mochila e a coloco nas costas. Não tenho tempo de guardá-la e se forem os mogadorianos, vou precisar dos meus legados. Começo a correr tentando alcançar Nove, mas ele é muito rápido, se moveu quase como um borrão.

Quando chego ao local do berro. Vejo Marina de joelho no chão chorando e Seis em pé na sua frente olhando pra baixo sem ter coragem de encará-la. Elas não precisam falar para saber o que aconteceu. Seis não encontrou o corpo do Número Oito.

– Filhos da mãe! – Nove soca a parede ao seu lado. – Não nos dão nem a oportunidade de enterrarmos nossos semelhantes.

– Lamento Marina. – Seis murmura tirando um tubo de metal repartido em dois e entrega a Nove. – Lamento também Nove. Não acho que de pra concertar isso.

Nove pega o tubo partido e olha desolado para ele, mas logo depois se concentra em Marina. Aquele deve ter sido o seu item de sua Herança preferido.

–Por quê?! Por quê?! – Marina fica murmurando e ao mesmo tempo fazendo o local ao seu redor começar a congelar.

Ficar perto desse legado de Marina me deixa nervosa. Tento combater meu medo e me forço a continuar ali com os outros Gardes.

Seis se agacha e abraça Marina e começa a chorar. Fico meio espantada com a proximidade que as duas têm, de certo modo queria poder ser próxima como elas são. Para minha surpresa Nove põe sua mão no ombro de Marina para lhe consolar também. Ao contrário de Seis, ele consegue manter a pose de durão, mas vejo pelo seu olhar que está se controlando para não se desesperar também. Sei que ele se culpa pela morte de Oito.

– Pessoal, não podemos mais ficar parados aqui. – Nove diz para as duas. – Nós só ficamos aqui para acharmos e enterrarmos o corpo de Oito, já que os mogs o pegaram, devemos ir encontrar os outros.

Fico espantada com a insensibilidade de Nove. Queria lhe dar uma bronca por isso, mas vejo que Seis lhe da um olhar sério de quem concorda com sua posição. Ela da um abraço apertado em Marina e se afasta dela. Pra minha surpresa o legado de Marina cessa e ela se levanta também enxugando as lágrimas de seus olhos.

– Você está certo, temos que achar Ella, John e os outros. – Marina diz controlando o soluço por causa do choro. – Talvez ainda não tenham chegado ao seu apartamento em Chicago.

Seis e Nove trocam um olhar de quem não tinha esperança nisso. Afinal, os dois pelo que entendi, eles passaram um bom tempo encarcerados numa base morgadoriana, e de se imaginar que eles entendam o quão rápidos essa tropa é. Espero só que esses Gardes estejam bem, algo me diz que aconteceu algo errado.

Nove

Sinto-me um lixo por ter falado aquela grosseria para Marina naquele momento triste. Ninguém se culpa mais pela morte de Oito que eu. Ele morreu por minha causa, se eu não tivesse sido tão idiota e inconsequente talvez ele tivesse sobrevivido e não eu. Seria bem melhor, ele tinha Legados muito poderosos, sem dúvida, iria ser uma peça decisiva a nossa causa. Só que agora não adianta chorar por isso, temos que nos reagrupar e depois disso irei achar o falso Cinco e irei torturá-lo por cada lágrima que Marina derramou pela morte do número Oito.

Demorou um pouco para conseguirmos sair do Everglades, mas consegui achar um cara que estava andando de aero barco sozinho pelo pântano. Ele pareceu meio suspeito no inicio, mas depois que eu mostrei meu dinheiro que por milagre não havia se esfarelado quando fui mergulhado na água.

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Estamos agora numa parada perto na rota 75 próximo a entrada para Orlando. Estamos sentados numa mesa da lanchonete enquanto Seis está abastecendo o carro que ela afanou logo quando saímos do parque. E depois eu peguei uma placa de um carro que encontramos que parecia ser abandonado e a trocamos para dificultar o rastreamento.

– Então – digo tentando começar a conversa com Sofia e Marina. – Agora temos que definir para onde vamos.

– Para Chicago! – Sofia fala sem nem pensar.

Ela está sentada de frente pra mim e já pude perceber que possui um tique que quando está nervosa começa a enrolar uma ponta de seu cabelo loiro que agora já está solto do rabo de cavalo.

– Não, não é uma boa ideia. – Seis fala brotando na nossa mesa e apontando para a televisão que estava passando o noticiário nacional.

Aquilo era impossível! O Edifício Hancock estava em estado de sítio. A parte onde era minha cobertura estava toda devastada e os policiais mostraram algumas coisas lá de dentro. Meu estômago se revirou quando chegaram à Sala de Aula. Seja o que for que rolou na nossa ausência. Ouve uma batalha lá. Vejo várias geringonças criadas por Sandor espalhadas pelo chão e canhões mogadorianos caídos. Fico orgulhoso dos nossos humanos de estimação, afinal se eles escaparam não foi por causa de John que estava dando uma de Bela Adormecida. O noticiário mostra as nossas fotos agora.

– Nós cremos que essa era à base do terrorista John Smith e agora revelamos que há mais cúmplices além de seu pai, Henry Smith. – Ela mostra as fotos de Sam e Sarah que antes eram reféns e agora estão sendo tratados como cúmplices, um retrato falado de Seis e agora a minha foto e a de Sandor. – Esses dois novos suspeitos se tratam de Sandor Worthinton, um milionário misterioso que ninguém sabe como conseguiu sua fortuna ao certo e seu sobrinho Stanley Worthinton, a partir de agora o governo está botando todas essas pessoas como criminosos da lista dos mais procurados...

Não quero mais ouvir isso. Falhei com todos, ao ver minha casa devastada e agora sou procurado também, tudo foi por água a baixo. Agora entendo como John se sentia, a pressão e o peso na sua cabeça. Com certeza, Eu irei ter o sangue daquele Frodo em minhas mãos!

– Merda! – digo me controlando para não gritar.

Vejo Sofia e Marina me olhando com expressões de pena. Isso que é era pior, eu que devia ser o cara forte e que destrói as coisas, mas ao invés disso estou me roendo de raiva e frustração. Acho que nesse momento a única que me entende e Seis. Ela está com o braço tocando em meu ombro, acho que esse é o máximo que alguém como ela pode me dar de consolo, mas ao invés disso eu percebo que minha mão estava transparente. Claro! Ela me deixou invisível.

– Melhor irmos embora daqui. – Marina diz e nós assentimos sem comentar nada.

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Estamos de volta pro carro dirigindo na estrada. Seis é quem está no volante enquanto Marina fica na frente ao seu lado e eu e Sofia sentamos atrás. Tomo um susto quando Seis da uma freada brusca no acostamento que me faz bater de leve no banco da frente.

– Fala sério Nove! Até você está com essa cara de bunda?! – Seis berra pra mim. – Achei que a pessoa com mais culhões aqui era você, mas vejo que estou enganada, se apegou tanto a sua casinha de riquinho que agora vai ficar ai acuado?

– Seis! – Vejo que Marina está segurando de leve a mão de Seis com um olhar de desaprovação pra ela.

– Você está certa Seis... – Digo agora que percebo o quão idiota estou sendo. – Vou fazê-los pagarem por terem feito isso com minha casa!

Vejo que Seis está sorrindo pra mim agora. E Marina e Sofia me olham espantadas. Não é pra menos, acho que devo estar com um olhar de lunático agora.

– E como você pretende fazer isso? – Seis me pergunta, mas acho que ela já sabe minha resposta.

– Vamos destruir uma base desses mogsbundões acho que isso já alivia minha raiva.

– Sério isso? – Marina parece espantada.

Seis começa a rir, acho que ela também deseja isso.

– Esse é o Nove que eu conheço!

– Mas como vamos fazer isso? – Sofia me pergunta. Para minha surpresa a loira está com um olhar meio alegre, acho que ela quer fazer os mogs pagarem também.

– Ora... – digo jogando meu cabelo para trás e passando a mão no meu rosto. – Esse rostinho está sendo procurado lembram? É só eu aparecer um pouco em público que... BANG! Começam os fogos!


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? Prometo que no próximo capítulo vai ter ação finalmente! Espero que tenham curtido.
1)O que vocês acham de como Devdan o mesmo homem que treinou Oito e agora Cinco se encaixa no enredo?
2)Nove e Cinco? Alguém Shippa?
3)O que mais de novo há na "Mochila Lórica" de Sofia?
4)E agora qual das bases os Gardes liderados por Nove irão invadir?