Saint Seiya - Lilium Desire escrita por Casty Maat


Capítulo 5
4 - As faces da moeda


Notas iniciais do capítulo

Pode parecer idiota, mas quero dedicar o primeiro capítulo de fic que escrevo após sua ida, ao meu guerreiro de orelhas de veludo. Mateu, meu querido morcegão, um cachorro único... Vou sentir sua falta.
Como queria atingir o nono sentido para poder te trazer de volta ou te por em uma constelação.
+18/02/2014



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4 - As faces da moeda

Aquela noite terminou, mas ainda havia um clima de mal estar no ar. Theodore ficou quieto o resto dia dia, no desjejum. Anusca estava curiosa em saber o que era tudo aquilo e Ian exigia respostas... coerentes, claro.

–Certo. - começou Ian, enquanto ambos desciam com as malas para colocarem na SUV. - Pode dizer o que foi tudo aquilo? Quem eram aqueles caras estranhos com... o que era aquilo? Armaduras? Uns de preto e outros de dourado.

–Eu prefiro não falar disso. - respondeu Theo, mais interessado em posicionar da melhor forma das malas para ocupar o porta-malas.

–Claro, surgem caras para nos atacar, caras que jogam raio-laser dourado nos de preto, você sai, conversa com uma garota que te dá um colar e no final você abre uma cratera. - a voz de Ian era ressentida, desconfiada.

–Você viu.

–Sim, olhei pela janela. Não deixei Anusca ver por precaução.

Theodore parou de mexer com as bagagens.

–E por precaução a você e sua irmã eu não posso falar.

–Quê? Cara, você é nosso amigo de infância! Não acha que deve falar não? - Ian pegou a gola do casaco de Theo.

O ex-cavaleiro realmente queria revidar, mas não podia. Das duas uma: ou machucava seriamente seu "cunhado" ou fazia ele despertar o cosmo e todo o seu lindo plano afundava.

–Vocês envolverem-se nisso só vai trazer problemas e perigos. Não pergunte mais nada.

Theo pegou de leve a mão de Ian, retirando-a. Os dois se encaravam, Ian com raiva, muita raiva.

–Se é perigoso, então se afaste! Eu posso proteger minha irmã!

–Não, não pode. Ficar longe de mim REALMENTE irá atrair coisas perigosas. Aliás, se você quiser se afastar, faça você, o meu motivo sempre foi Anusca.

Os olhos do rapaz mais velho eram frios e cortantes, assim como suas palavras. Ele era apaixonado por sua irmã ou o que?

–Pfff, você jamais iria entender, NUNCA entendeu. - riu Theodore da cara confusa do violinista. - Afinal, você é apenas um civil.

A discussão acabou quando Anusca saiu da casa com sua bolsa e bagagem de mão. Os dois rapazes disfarçaram a briga e Theodore tomou a direção, Anusca sentou-se no banco de trás e Ian no carona.

Todos os três em silêncio durante todo trajeto e isso incomodou a garota. Quando chegaram no apartamento, uma cobertura até que simples, onde moravam, Ian decidiu ir treinar no estúdio e deixou a jovem arrumando as coisas, enquanto o ex-cavaleiro se encarregou da comida.

Ele pensava na última vida que vivera, e a última com memórias seladas, o dia que reencontrara Atena.

====xxxx====

Naquele tempo ele tinha o nome de Rosh, sua aparencia só tinha os olhos azuis vibrantes, de resto, era pálido e de cabelos cor de prata. A pedido da mestra de sua noiva, ele explicara eventos no qual ele, a amazona de Vela, o pupilo da noiva, o cavaleiro de Carina e o filho da mestra de Casty, que era cavaleiro de Escorpiao sofreram na ida ao Santuário.

Depois foi liberado para ser apresentado as demais casas para que pudesse passar sem problemas.

"Como eu era tão tolo" - Theodore pensou ao se lembrar de como pensava, o que sentia na época. Se fosse sem o cosmo e memorias seladas, passar pelas 12 casas seria mamão com açúcar.

Matheus de Escorpião era o guia, apresentando a cada morador e por fim chegando a uma pátio entre o final do caminho de rosas e o templo onde o Grande Mestre administrava o local.

Havia uma mulher loira, alta e com aparência imponente. Matheus sorrira ao vê-la.

–Irmã! Stephanie-neesan!

A garota, Stephanie abraçou-o enquanto Rosh permanecia parado, olhando a cena de forma tímida.

–Eu gosto mais quando me trata como sua irmã mais velha do que quando age com formalidades. - disse a moça apertando e esticando as bochechas do cavaleiro de ouro. Ela se virou e encarou o outro rapaz.

Ele sem saber, "sabia" que ela o estava reconhecendo, os olhos azuis, a marca registrada do cavaleiro de Lírio.

–Me desculpe, eu sou Stephanie, sou filha do Grande Mestre e da Amazona de Libra, a Elys. - se apresentou a loira.

–Conheço a senhora Elys, ela é mestra da Casty, minha noiva.

–Ah... É noivo da Casty-chan...!

Stephanie pareceu estudar mais um pouco o rapaz estrangeiro, o que claramente o deixou vermelho e constrangido.

"Ela apenas confirmou com isso... Ah, Atena... Por que sempre acaba sendo tola e compassiva?"

Theodore praticamente narrava as lembranças com comentários a si mesmo.

–Ela é a reencarnação de Atena! Ela teve a estratégia de nascer entre nós, treinar entre nós para que quando despertasse estivesse mais preparada! - respondeu Matheus, como se completasse a apresentação da irmã.

–Matheus, soube que Casty está na oficina em Áries, pode ir ver como ela está?

–Mas o Rosh ainda não conhece bem o local e...

–Eu irei com ele.

–Ah, por favor, senhora! - disse Rosh, todo tímido. - Não se incomode com um simples humano como eu.

Stephanie olhou bem fundo nos olhos, o sorriso sumiu por alguns segundos, dando lugar a expressão da deusa sábia que Theodore tanto conhecia.

–Você não é um simples humano.

Rosh ficou olhando confuso e ela sorriu.

–Calma, o segredo está a salvo até de você. Sinta-se livre, por favor.

====xxxx====

Theodore parou de picar as vagens da sopa maluca que fazia com o término da lembrança. Atena sempre brincando.

Deuses eram criaturas idiotas. Odiava os deuses.

Recomeçou a cortar, desta vez com velocidade para terminar logo e colocar este último ingrediente mais durinho para amolecer.

Ao se livrar dessa parte do que fazia, sentou-se no sofá, todo largado.

Quando notou, Anusca havia se sentado ao seu lado.

–Você e o Ian brigaram, não?

–Hmhum...

–Por que?

–Porque ele perguntou coisas idiotas e sem sentido.

–Mas o que?

–Você quer continuar um assunto encerrado?

–Por algum motivo, sinto que não é encerrado.

Theodore suspirou. Lembrou-se de uma vida que ele decidira conhecer o tabaco e desejou retomar por alguns instantes o vício para desestressar... até lembrar como aquela vida terminara horrível.

–Ele quis saber por que rolou tudo aquilo e sobre meu colar.

Anusca se virou para ele e tocou a pequena caixa de Pandora.

–É bonita, o que é?

–Algo muito... poderoso. Um amuleto.

–E afinal, quem eram os caras de preto e os de dourado?

Theodore suspirou e remexeu os fios chocolate. Como contar aquilo sem comprometer tudo?

–Digamos que os de preto eram de uma máfia do submundo do mundo que conhecemos. Eles queriam fazer maldades. Então usando um poder que tenho desde criança eu confundi eles.

–Oh, fala do que fazia enquanto ficava sentado olhando o céu sem falar com ninguém?

–Sim. - Theodoro fungou e continuou. - Os de dourado... Eram tipo, a Interpol desse mundo estranho, tipo, os capitães.

–Como conhecia esses policiais?

–Eu... fui um deles.

Anusca ergueu a sombrancelha, descrente. Conhecia-o a vida inteira e nunca ele se afastou dela para ser um policial.

–Eu fui, mas não nessa vida, entende? A policia deles é baseado em karmas, entende?

–Acho que... sim, acho.

–Eu me aposentei para ter uma vida normal. Mas a general do QG me deu esse amuleto para o caso de precisar agir por fora.

–Tipo, um distintivo especial?

–É. Um distintivo especial.

O olhar do rapaz que estava baixo até então se ergueu para encarar Anusca. Ela tão adulta mas tão inocente. Ele tocou as madeixas cacheadas dela e depois o rosto delicado.

–Fica tranquila, eu posso proteger você de novo se preciso. Eu vou sempre proteger você.

====xxxx====

Ian decidiu fazer uma parada na cafeteria antes de voltar para a cobertura. Queria pensar no que houve.

Theodore sempre foi como o irmão mais velhos perfeito para ele e Anusca. Era caloroso, atencioso e protetor, mas de manha e na madrugada estava estranho. Frio, distante.

Seria aquela faceta o real Theodore? O que ele sempre escondeu?

Então pensou, olhando para seus passados. Ele sempre esteve com os dois... mas sempre pareceu muito mais a Anusca. E isso pareceu claro ao dizer que "ele podia abadonar Anusca que o todo poderoso Theodore cuidaria da barra pesada no lugar".

"Eu sou descartável nos planos dele?" - rosnou o violinista consigo mesmo na sua mente.

Mas talvez Anusca conseguisse descobrir e foi o que descobriu de noite, quando ele levou leite quente para ela e ele tomarem juntos.

Uma explicação de metaforas digna de criança.

Afinal, o que aqueles homens, a "interpol" dourada e a "máfia" de preto eram de verdade?

Ele precisava descobrir e proteger sua irmã do possível psicopata que era Theodore.


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